Se tirarmos os filmes norte-americanos que varrem os cinemas do nosso radar, quantos filmes de terror você tem visto? Às vezes somos tão tomados pelas produções norte-americanas divulgadas com grandes estratégias que nos esquecemos das produções tão ricas de outros locais. Nos últimos anos, com tantos serviços de streaming e a disponibilidade da internet para pesquisar esses conteúdos, ficou mais fácil ter acesso a esses filmes.
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A África é um continente enorme. Dividido em 54 países (e dois países disputados), o território africano por vezes é esquecido quando falamos de filmes de terror. Alguns desses países realmente não têm uma indústria de cinema que seja forte, ou que tenha um enfoque especial no terror — e isso por vários motivos. Mas outros, entretanto, têm histórias impressionantes que merecem a atenção.
A Macabra separou uma lista de 10 filmes do continente africano para você mergulhar nessa produção.
Atlantique
Atlantique, 2019 // Dirigido por Mati Diop, com roteiro de Diop e Olivier Demangel, Atlantique é uma produção em Senegalesa com a França e a Bélgica. No filme, que se passa em um subúrbio popular de Dakar, a capital do Senegal, um grupo de trabalhadores decide abandonar o trabalho em um canteiro de obras de uma megaconstrução futurista, que não tem pagado seus salários, para ganhar a vida do outro lado do oceano. Ada (Mame Bineta Sane) está apaixonada por Souleiman (Ibrahima Traoré), que partiu entre esses trabalhadores, mas está prometida a outro. Algum tempo depois do seu casamento, entretanto, descobrimos que Souleiman retornou, assim como seus companheiros — mas não da forma que Ada esperava. O filme está disponível na Netflix.
Gaia
Gaia, 2021 // Produção da África do Sul, dirigida por Jaco Bouwer e escrita por Tertius Kapp, o filme conta a história de uma guarda-florestal ferida em serviço que acaba sendo resgatada por um pai acompanhado de seu filho. Ambos levam um estilo de vida de sobrevivência, e parecem ter uma estranha relação com a floresta. Durante à noite, entretanto, as coisas farão mais sentido para a patrulheira.
Good Madam
Mlungu Wam, 2021 // Produção original da África do Sul, o filme é dirigido por Jenna Cato Bass e escrito por Bass, Babalwa Baartman e Chumisa Cosa. Em Good Madam acompanhamos a relação familiar entre Tsidi (Chumisa Cosa) e sua mãe, Mavis (Nosipho Mtebe), que trabalha há muitos anos para uma família comandada por uma mulher chamada somente como ‘Madame’ (Jennifer Boraine). Convivendo com ambas na casa rica de Madame, Tsidi passa a perceber que há mais ali além de uma relação abusiva e absurda entre empregada e chefe. A casa tem um passado, e pode causar danos reais em Tsidi.
Juju Stories
Juju Stories, 2021 // Filme antológico produzido em parceria entre a Nigéria e a França, é dirigido e escrito por Abba Makama, C.J. ‘Fiery’ Obasi e Michael Omonua, membros do coletivo Surreal16 da nova onda do cinema nigeriano. O filme se concentra em três histórias baseadas em jujus e folclore nigeriano, além de lendas urbanas do local. Makama dirige o segmento “Yam”; Obasi o segmento “Suffer the Witch” e Omonua dirige “Love Potion”.
8
8, 2019 // Também conhecido como The Soul Collector ou A South African Horror Story, 8 é uma produção da África do Sul, dirigida por Harold Holscher. No filme, Lazarus é o curandeiro da vila onde mora. Tentando trazer sua filha de volta à vida, acaba sumonando um demônio, que o obriga a carregá-lo por todos os lugares e buscar almas para que ele se alimente. Sem saber da história completa de Lazarus, William e Sarah, com sua filha Mary, se mudam para a antiga fazenda herdada por William depois da morte de seu pai, a quem Lazarus cuidava. Agora, a família de William pode estar em perigo.
Saloum
Saloum, 2021 // Uma coprodução entre Senegal e França, o filme é dirigido por Jean Luc Herbulot, com roteiro de Herbulot e Pamela Diop, foi disponibilizado nos Estados Unidos pelo serviço de streaming Shudder. No filme, um grupo de mercenários fugindo de um golpe na Guiné-Bissau busca refúgio em uma região isolada no rio Saloum, no Senegal. Lá, entretanto, eles irão se deparar com uma ameaça aterrorizante e sobrenatural.
The Tokoloshe
The Tokoloshe, 2019 // Filme da África do Sul, dirigido por Jerome Pikwane, com roteiro de Pikwane e Richard Kunzmann, o filme conta a história de Busi (Petronella Tshuma), uma mulher que se muda para Joanesburgo e consegue um emprego como zeladora em um hospital. Se esforçando para conseguir levar sua irmã para a cidade também, Busi tenta fechar os olhos para os maus tratos que recebe no local. Lá, porém, encontra uma garotinha que pode estar lidando com forças demoníacas. Busi acabará enfrentando seus próprios pesadelos a partir deste encontro.
A Canção do Mal
Siembamba, 2017 // Filme da África do Sul, foi dirigido por Darrell Roodt, com roteiro de Roodt, Tarryn-Tanille Prinsloo e Samuel Frauenstein, conta a história de uma mulher que retorna para a casa de sua mãe, grávida, mas sem querer compartilhar quem é o pai do bebê. Depois de dar à luz, ela começa a passar por episódios estranhos. Qual é o grande segredo por trás dessa paternidade? O filme está disponível na Prime Video.
Warda
Warda, 2014 // Produção egípcia, com direção de Hadi El Bagoury e roteiro de Mohamed Hefzy, Warda é um found footage que conta a história de Walid (Farouk Hashem), que retorna para a casa de sua família, no Egito, para documentar estranhos acontecimentos que tiveram início com a morte de seus pai.
Evil Encounter
Evil Encounter, 1983 // Uma das indústrias de cinema mais potentes do continente africano é a da Nigéria. Apelidada de Nollywood no início dos anos 2000 por um artigo do New York Times, o cinema nigeriano não tem a infraestrutura da Hollywood ou do Bollywood, mas tem garra e persistência — duas coisas que são extremamente presentes no cinema de horror, no geral. A maioria desses filmes é disponibilizada no Youtube. Mas, antes do Youtube, teve um filme que chamou a atenção e acabou sendo disponibilizado diretamente para vídeo, cruzando as fronteiras da Nigéria, e foi uma produção do nosso gênero favorito. Hoje uma raridade, Evil Encounter foi dirigido por Jimi Odumosu, e foi um dos filmes pioneiros a chamar a atenção para a produção do país. Apesar da dificuldade em assisti-lo, vale a menção pelo seu valor histórico.
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