Sugadores de sangue, criaturas das trevas, os vampiros percorrem o mundo há séculos. Temas de livros e filmes, esses seres funcionam como metáfora para várias inquietações e medos sociais. Estão, também, entre as criaturas mais adoradas da cultura pop.
Sabemos que os vampiros são um mito, já antigo, disseminado por diversos países, com nomes e elementos diferentes. Mas, às vezes, a realidade é muito mais estranha que a ficção.
Alguns lugares, por exemplo, guardam um sentimento muito forte de que vampiros poderiam ser reais. O site Atlas Obscura listou 10 desses monumentos e cidades.
Castelo Poenari
Também conhecido como Cidadela Poenari, o Castelo Poenari está localizado no Condado de Argeş, na Romênia, e atualmente se encontra em ruínas. Construído no começo do século XIII, pelos primeiros governantes da parte sul da Romênia, conhecida como Valáquia. Durante o século XIV foi o lar dos membros da Casa de Basarab. No século XV, entretanto, que assume o poder do local é o voivoda Vlad III, o Empalador. O castelo acabou se tornando um bom ponto turístico desde que Bram Stoker publicou Drácula que, muitos afirmam, possui inspiração no governante. Apesar disso, o castelo ao qual Stoker se referiu em seu livro seria, pelo menos, 200 km ao norte de Poenari.
O Túmulo do Vampiro de Lafayette
Há uma lenda local na cidade de Lafayette que conta que uma árvore cresceu a partir da estaca que matou um vampiro enterrado em um cemitério. O imigrante transilvano Theodore “Fodor” Glava, que viveu uma vida simples como minerador de carvão, foi enterrado no cemitério de Lafayette, no Colorado — não confundir com o Cemitério de Lafayette em New Orleans, cenário dos livros de Anne Rice — após, provavelmente, ter morrido de influenza. Entretanto, alguns moradores do local abriram o túmulo de Glava e perceberam que havia sangue fresco e todos aqueles elementos que se procuram em vampiros enterrados, e colocaram uma estaca em seu coração. O tempo passou, e percebeu-se uma árvore diferente das outras nascendo no local.
Museu da Polícia de Victória
Localizado em Docklands, na Austrália, o museu guarda uma série de objetos um tanto quanto inusitados do século XIX, como uma exposição para os quatro policiais irlandeses que perseguiram Ned Kelly e sua gangue, a máscara mortuária de Frederick Deeming, que assassinou sua esposa e quatro filhos na Inglaterra e outra esposa em Melbourne — e que, por muitos anos, foi considerado Jack, o Estripador —, e um kit para caçar vampiros, confiscada em uma batida a procura de drogas em 2004, original do século XIX.
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O Túmulo de Matthew Hassal
A Ilha de Man é uma dependência autônoma da coroa britânica no mar da Irlanda, entre o país e a Inglaterra, e também é o local de descanso de Matthew Hassal, um vampiro. Certo, não sabemos se ele era mesmo um vampiro, mas ele foi considerado um vampiro por muitos anos. De acordo com uma das histórias, um alto e absurdo gemido foi ouvido vindo do Sr. Hassal no dia de seu velório, e as pessoas que estavam no local acharam, por bem, colocarem correntes em seu túmulo para que ele ficasse onde deveria e, para finalizar, enterraram uma estaca em seu coração — talvez as correntes não fossem suficientes. O túmulo permanece da mesma forma em que foi feito, na década de 1850.
O Túmulo de Mercy Brown
Em 1892, uma jovem morreu de tuberculose e foi enterrada. Alguns meses depois, vários membros de sua família pereceram. O que, oh deus, poderia estar acontecendo? É claro, Mercy Brown era uma vampira — ou, ao menos, os membros restantes do clã Brown acreditaram que era. O caso aconteceu na Nova Inglaterra, em Exeter, Rhode Island, e chamou a atenção dos jornais graças aos rituais que seu pai realizou para curá-la (enquanto morta) do vampirismo. Entre as curas, estava retirar o coração de Mercy, queimá-lo, e seu pai deveria beber as cinzas. O caso ficou conhecido como o último grande caso de vampiros nos Estados Unidos (mesmo que Theodore Glava tenha vindo depois). Em uma de suas viagens para o país, diz-se que Bram Stoker entrou em contato com a história de Brown pelos jornais e que ela teria sido uma forte inspiração para Drácula.
Museu Subterrâneo de Rynek
Localizado abaixo da praça principal da cidade velha na Cracóvia, Polônia, existe um museu de última geração, feito a partir de um sítio arqueológico de quatro mil metros quadrados. A escavação teve início em 2005, depois de alguns artefatos encontrados nos arredores do Cloth Hall da cidade. A escavação encontrou cerca de 700 anos da vida cotidiana de Cracóvia, incluindo detalhes como trechos de vias medievais, restos de assentamentos, aquedutos e até cemitérios com algumas práticas excêntricas de funerais do século XI como, por exemplo, o sepultamento de possíveis vampiros. Sendo parte do folclore polonês por séculos, os habitantes tinham suas próprias crenças sobre o assunto. Para eles, vampiros só se tornavam as criaturas sugadoras de sangue na noite após suas morte, então a intenção era impedir que eles se levantassem, deitando-os em posição fetal e amarrando suas mãos e pernas. Para identificá-los, era preciso observar seus cabelos, geralmente ruivos, ou fileiras de dentes extras.
Castelo de Corvin
Um castelo que parece ter saído de um conto de fadas, com uma riqueza de detalhes do estilo gótico e com muitas lendas que rondam o local. Localizado no coração da Romênia, em Hunedoara, o castelo foi construído a mando de João Hunyadi, governador regente do reino da Hungria, para ser uma fortaleza. Na época que foi construído, no século XIII, o castelo era um dos maiores da Europa Oriental e serviu de morada para o rei da Hungria, Matthias Corvinus. Diz a lenda que o castelo teve como prisioneiro Vlad III, o Empalador, mas essa história é contestada por historiadores. Entretanto, a localização, o formato, a aura e o boato foram suficientes para que o castelo chamasse a atenção dos fãs de vampiros. O castelo foi restaurado no século XVII.
Os vampiros de Jewett City
Henry e Lucy Ray de Jewett City — um distrito de Connecticut, no Condado de New London —, tinham uma boa família, com cinco filhos. Em um curto período de tempo, entre 1840 e 1850, Henry e dois de seus filhos adultos morreram de uma doença estranha. Um terceiro filho começou a compadecer da mesma doença, que hoje sabemos reconhecer como a tuberculose, mas que em uma época mais antiga era confundida com os trabalhos de algum vampiro faminto. A família exumou o corpo dos dois filhos que haviam morrido e os queimou no próprio cemitério. A reunião familiar foi peculiar, e chamou a atenção dos habitantes, tornando a família conhecida como os vampiros de Jewett City. Uma fileira de lápides marca o lugar de descanso da família no cemitério de Griswold, em Connecticut, e marcam também o local da fogueira que queimou os dois filhos dos Ray.
Cemitério Hollywood
O Cemitério Hollywood é reconhecido por ser o lugar de descanso de dois presidentes norte-americanos, James Monroe e John Tyler, o presidente dos Estados Confederados, Jefferson Davis, um memorial para dezoito mil soldados confederados, e também um vampiro. W.W. Pool era um guarda-livros, nascido no Mississipi, que foi trabalhar em uma fábrica de tabaco em Virginia. Quando faleceu, seu corpo foi enterrado ao lado de sua esposa, no Cemitério Hollywood, mas teve que ser mudado de lugar por causa de uma lenda urbana: o vampiro de Richmond. As lendas surgiram por volta dos anos 1960, e diziam que Poole fugiu da Inglaterra no século XIX para fugir, pois era um vampiro. Alega-se que essas histórias surgiram em grande parte pelo formato de seu mausoléu, que possui elementos maçônicos e egípcios. A história foi difundida entre estudantes, visto que o terreno era próximo da Virginia Commonwealth University, sendo um local frequentado pelos jovens, e tendo sofrido uma série de depredações.
Curtea Veche (Antiga Corte do Príncipe)
No coração de Bucareste, Vlad III, o Empalador, observa seu antigo reino. Na cidade velha, os turistas vão dar uma olhadinha na Antiga Corte do Príncipe, a Curtea Veche. Pouco restou do antigo castelo do voivoda, mas seu busto pode ser conferido no local.
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