As envenenadoras mais famosas da história

Com arsênico, estricnina ou veneno de rato, essas lady killers marcaram a história do crime no Ocidente.

O envenenamento é um método de assassinato muito utilizado por séculos. Nas camadas mais ricas, foi um dos grandes protagonistas em disputas políticas em reinados e impérios; e nas camadas camadas populares, também foi amplamente utilizado para resolução de intrigas. Facilmente encontrado em farmácias e depósitos, envenenar era prático, até mesmo difícil de ser reconhecido quando no corpo de desafetos.

De certa forma, por muitos anos acreditou-se que o envenenamento era uma forma de assassinato tipicamente feminina. Apesar dessa ser uma afirmação errônea, com envenenadores existindo em todos os gêneros e camadas sociais, alguns nomes femininos realmente ficaram ligados ao método do envenenamento. 

Listamos, em ordem cronológica, 20 mulheres do Ocidente que foram presas, acusadas ou ligadas eternamente ao veneno por diversos motivos.

Agripina, a Jovem 

Século I d.C. // Júlia Agripina Menor ou Agripina, a Jovem (15 d.C.–59 d.C.), foi imperatriz-consorte romana e é considerada a mulher mais poderosa da Dinastia júlio-claudiana — sua árvore genealógica explica bem o porquê, visto que Agripina foi bisneta do imperador Augusto, sobrinha-neta e neta adotiva de Tibério, irmã de Calígula, sobrinha e quarta esposa de Cláudio e mãe de Nero. 

Como bem sabemos, os reinados antigos eram cheios de tramas políticas e disputas entre seus membros, e Agripina esteve envolvida em algumas delas. Uma delas, a que ficou conhecida como Trama das Três Adagas, Agripina, sua irmã Júlia Lívila e seu primo Marco Emílio Lépido armaram para assassinar Calígula, que cada dia mais estava perdendo a sanidade e se tornando mais cruel. Já a outra, que carece de fontes e é tema de discussão entre historiadores, foi que Agripina teria envenenado o Imperador Cláudio com um prato de cogumelos em um banquete, com quem era casada no momento, pois ele estava desfavorecendo Nero na sucessão ao trono.  

Apesar de todos os momentos importantes que Agripina viveu, seu nome ficou marcado pela suspeita de envenenamento.

Locusta

Quadro Locusta testing in Nero’s presence the poison prepared for Britannicus, por Joseph-Noël Sylvestre, 1876

Século I d.C. // Na mesma época que Agripina, e trabalhando diretamente com seu filho Nero, estava uma envenenadora potente e extremamente eficaz. Locusta, cuja vida foi relatada pelos historiadores Tácito, Suetônio e Dião Cassio. Muitos acreditam que ela teve participação no envenenamento de Cláudio, marido de Agripina, e Britânico, filho do primeiro casamento de Cláudio e irmão de criação de Nero. 

Locusta já estava presa quando Agripina pediu seus conselhos para o assassinato de Cláudio, que a aconselhou a utilizar beladona. Mais tarde, e ainda aprisionada, conta-se que Nero foi até ela para saber como assassinar Britânico. O veneno pareceu ineficaz, e Nero usou de força bruta para que Locusta desse um veneno mais potente. Com a morte de Britânico pelo segundo veneno, Nero libertou Locusta, que, dizem, se tornou uma de suas favoritas e ajudou no treinamento dos envenenadores do próprio imperador.

Lucrécia Bórgia

Século XV e XVI // Você já deve ter ouvido o nome dos Bórgias por aí. Uma das famílias nobres mais controversas, a vida dos Bórgias foi cercada por mortes, traições, acusações e, claro, Lucrécia, reconhecida como filha ilegítima do patriarca da família, Rodrigo Bórgia — ou Papa Alexandre IV — também entrou na dança das acusações como uma conhecida envenenadora (possuindo até mesmo um anel oco, que usava para carregar venenos e envenenar bebidas).

Diz-se que o veneno utilizado por Lucrécia se chamava cantarella, uma variação do arsênico. Apesar da forma como foi retratada pela literatura e pelo teatro clássico, não existem muitas fontes confiáveis que apontem uma quantidade de possíveis vítimas ou mesmo seus nomes listados. Mesmo assim, Lucrécia é lembrada como uma das grandes envenenadoras do passado.

Catarina de Médici

Século XVI // Esposa de Henrique II, Catarina de Médici (1519–1589) é considerada a mulher mais poderosa da Europa do século XVI, sendo a rainha mãe de três futuros reis, e agindo como rainha regente durante suas vidas. Acontece que os dois primeiros filhos de Catarina não chegaram à idade adulta, para assumir seus reinados — o único que sobreviveu às intempéries da vida foi Henrique III. 

Catarina foi rainha regente em um período extremamente conturbado da França, e tomou atitudes pouco diplomáticas com os revoltosos. Apesar de alguns historiadores estarem revendo algumas acusações contra a nobre, muitos acreditam ainda que ela sido culpada, principalmente, do massacre de São Bartolomeu, onde vários rebeldes huguenotes foram assassinados. Quanto aos venenos, diz-se que assassinou a rainha Joana d’Albret com luvas envenenadas. Joana era mãe de Henrique III de Navarra, da linhagem Bourbon, e a intenção de Catarina era de que sua filha mais nova, Margarida, se casassem com ele para unir os Bourbon aos Valois. Joana não estava de acordo com o casamento e, quando cedeu, posteriormente indo até Paris comprar roupas para a celebração, acabou falecendo pelas possíveis luvas de Catarina.

Giulia Toffana 

Século XVI e XVII // Não se tem muitas informações sobre a vida de Giulia Toffana, mas seu nome é amplamente reconhecido quando estamos falando sobre venenos pois, de acordo com a história, foi a inventora (em algumas versões, a mãe dela teria sido a inventora) da água-tofana, um veneno extremamente letal, incolor, inodoro, insípido e altamente tóxico. 

Toffana seria neta (ou filha) de Tofana D’Adamo, executada em Palermo em 1633 por assassinar seu marido envenenado. Giulia também teria sido cortesã da corte de Filipe IV de Espanha. Ficou conhecida como uma assassina em série italiana, apesar de, pela maioria dos registros, Giulia majoritariamente vendia os venenos às mulheres infelizes em seus casamentos. 

Após um assassinato que gerou suspeitas, chegaram ao nome de Giulia, que confessou ter vendido o produto entre os anos 1633 a 1651, e que essas doses seriam capazes de assassinar, pelo menos, seiscentas pessoas. Giulia foi executada no Campo das Flores, em Roma, junto de Girolama Spera (sua irmã ou filha, não se sabe) e outras três mulheres que envenenaram seus maridos.

Frances Carr, Condessa de Somerset

Século XVII // A Condessa de Somerset é uma figura pouco menos lembrada que as anteriores, mas tão controversa de acordo com os boatos quanto. Acusada de bruxaria e satanismo por não conseguir “consumar” seu casamento com seu primeiro marido, Frances foi bastante perseguida pela opinião pública até se casar novamente, com Robert Carr, 1º Duque de Somerset. 

Frances ficou conhecida principalmente pelo assassinato de Sir Thomas Overbury, amigo próximo de Robert, que o aconselhou a não se casar com a mulher. Em um engodo para o jovem, a quem foi oferecido um posto distante do qual ele negou, Overbury foi preso e passou a ser envenenado por Frances e por alguns ajudantes — mortos quando descobertos, consequentemente —, através de geleias e tortas. Com a investigação, Robert e Frances foram julgados culpados, mas após algum tempo receberam o perdão do rei James I. 

Marie-Madeleine de Brinvilliers

Século XVII // Apesar de todos os nomes anteriores, é a Marquesa de Brinvilliers quem acreditam ser a primeira assassina serial envenenadora da história — levando em consideração que todas as outras tiveram um número baixo de vítimas, e Giulia era uma vendedora de venenos. Acredita-se que Marie-Madeleine tenha envenenado seu pai, seus irmãos, a filha, o marido, e alguns outros membros de sua família. Apesar disso, somente seu pai e seus irmãos morreram com os venenos.

De acordo com as histórias, insatisfeita com seu casamento, começou a estudar venenos. Sua prática, para saber se as misturas teriam dado certo, era testá-los em pacientes em leitos de hospitais, e a estimativa é que ao menos 30 deles morreram. Ao levantar suspeita contra si, fugiu para a Inglaterra, depois para os Países Baixos, até ir para Liège, onde buscou refúgio em um convento. Foi presa e condenada à morte em 1676, após uma carta de confissão ter sido encontrada em seus pertences.

Mesmo com todos os envenenamentos, o crime que mais pesou contra Marie-Madeleine constava em sua carta: ela admitiu ter tentado cometer suicídio. Na carta, também constavam os crimes de sodomia, adultério e incesto. 

Gesche Gottfried

1785 – 1831 // Gesche é uma das mais conhecidas assassinas da história, tendo cometido, de acordo com os registros, ao menos 15 pessoas entre os anos de 1813 e 1827. Gesche se casou com seu primeiro marido aos 21 anos, Johan Mittenberg. De início um casamento razoável, logo as coisas mudaram quando o pai de Johan morreu e ele herdou sua herança, logo perdendo tudo para o jogo. Algum tempo depois, ele morreu. Após sua morte, Gesche se casou com Michael Kristof Gottfried. Não demorou muito para que a mãe de Gesche o seguisse, e logo suas próprias filhas também morreram.

Nesse mesmo período, uma epidemia de cólera atingiu a cidade de Bremen. Gesche foi de extremo auxílio para a cidade, e logo ficou conhecida como O Anjo de Bremen. Gesche prosseguiu com algumas mortes, até que desconfiaram dos envenenamentos. Quando descobriu que estava na mira das autoridades, Gesche fugiu para Hanover, onde assassinou mais duas pessoas. Quando presa, ela confessou ter assassinado 15 pessoas, e tentado assassinar mais.

Na graphic novel Veneno: Anjo de Bremen, o roteirista Peer Meter e a ilustradora Barbara Yelin se aprofundam na história de Gesche e trazem um prato cheio aos fãs de true crime que querem conhecer mais sobre ela. 

Mary Ann Geering

1800 – 1849 // Nascida Mary Ann Plumb, nasceu e viveu por anos na paróquia de Westfield, na Inglaterra. Se casou aos dezoito anos com Richard Geering. Ambos se mudaram para uma fazenda pouco tempo depois, aos arredores de Guestling, e por muitos anos foram felizes, ao que se supõe. Mary Ann e Richard tiveram sete filhos, e se passaram trinta anos até que alguma tragédia se abatesse sobre eles. 

Em 1846, o filho mais velho do casal perdeu a esposa, e ele e seus três filhos foram morar com Richard e Mary Ann. De repente, Richard ficou doente e faleceu, acreditando-se em alguma doença do coração. Mais tarde, dois outros filhos do casal pereceram. Quando o terceiro filho teve sintomas, os médicos o tiraram da companhia de sua mãe, e assim que ele começou a melhorar, perceberam que algo estava errado. As suspeitas recaíram sobre Mary Ann, que logo descobriu-se tendo comprado arsênico em Hastings. A assassina de Guestling, como ficou conhecida, foi condenada à morte.

Mary Ann Cotton

1832 – 1873 // Outra Mary Ann que escandalizou a sociedade vitoriana com venenos foi Mary Ann Cotton, conhecida como Viúva Negra — foi casada cinco vezes, das quais quatro de seus maridos foram mortos. Conforme se casava, Mary Ann tinha filhos e pedia que seus maridos fizessem seguros de vida e testamentos. E, conforme o tempo se passava, as crianças e os homens tinha dores de barrigas e padeciam da doença.

Acredita-se que Mary Ann Cotton tenha assassinado ao menos vinte pessoas com arsênico. Apesar de muitos acreditarem que ela seja a primeira serial killer da Inglaterra, temos Mary Ann Guestling para mostrar que não. Nesse período, os julgamentos por envenenamento começaram a ser cada vez mais frequentes. O advogado de acusação contra Mary Ann Cotton foi Charles Russell, que também esteve envolvido em outros casos de envenenamento, como o de Adelaide Bartlett.

Adelaide Bartlett

Desenho de jornal sobre o julgamento de Adelaide Bartlett

1855 – ? // A história de Adelaide Bartlett envolve um triângulo amoroso e um envenenamento difícil de ser comprovado. Adelaide Blanche de la Tremoille se casou com um rico merceeiro, Thomas Edwin Bartlett, em 1875. Adelaide afirmou que era um casamento platônico, mas ambos tiveram um filho natimorto em 1881, quando Edwin negou que um médico fosse chamado para atender sua esposa — de acordo com ela, ele não queria que outro homem mexesse em sua esposa. Seja como for, ao que consta, Edwin era um homem doente. Quando conheceu o reverendo George Dyson, e este se tornou conselheiro espiritual do casal, conta-se que foi o próprio Edwin quem permitiu os avanços românticos de Dyson a Adelaide.

O assassinato de Thomas Edwin ficou conhecido como “O Mistério de Pimlico”, onde o casal morava. Edwin foi morto com clorofórmio, mas sem sinais do veneno em sua garganta ou em sua traquéia, então não se fazia ideia de como a morte aconteceu. As suspeitas se voltaram à Adelaide, única herdeira de Edwin, e Dyson, o próprio executor de seu testamento. O problema é que não tinha como a acusação afirmar como Adelaide matara seu marido — mesmo que conseguisse demonstrar que fora Dyson quem comprara quatro garrafas de clorofórmio pouco tempo antes da morte de Edwin. Charles Russell novamente foi o advogado de acusação, mas dessa vez perdeu o julgamento e Adelaide foi absolvida.

Bertha Gifford

1871 – 1951 // Bertha Gifford era uma pacata moradora de uma fazenda em  Catawissa, Missouri. Conhecida por suas habilidades culinárias e por sua presteza ao cuidar dos doentes da comunidade, Bertha foi casada com Henry Graham e, quando ele morreu, se casou uma segunda vez, com Eugene Gifford. Cada casamento lhe rendeu um filho.

Mas enquanto cuidava de doentes na comunidade, entre seus parentes próximos e de conhecidos, cinco acabaram morrendo sob seus cuidados. Quando esses corpos foram exumados, Bertha foi acusada de homicídio, já que grandes doses de arsênico foram encontradas em seus corpos. Depois das investigações, outros doze corpos foram descobertos, totalizando 17 mortes possíveis enquanto Bertha era enfermeira. Ninguém teve certeza de que Bertha quis assassinar essas pessoas, já que naquela época as doses de arsênico eram complexas, e o veneno também era utilizado em tantas outras coisas. Bertha Gifford foi presa e enviada a um hospital psiquiátrico em 1928.

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Amy Archer-Gilligan 

1873 – 1962 // Também conhecida como Irmã Archer-Gilligan ou irmã Amy, Amy Archer-Gilligan nasceu em 1873, em Milton, Connecticut, e se casou com James Archer em 1897. Os dois se tornaram cuidadores de idosos em 1901, quando foram contratados para cuidar de John Seymour. Com sua morte, o casal continuou vivendo na casa, que a família do Seymour transformou em lar para idosos, com Amy e James comandando o local. Mas, em 1907, com a venda da casa de Seymour, Amy e James se mudaram para Windsor, também em Connecticut, e compraram sua própria residência, que chamaram de  Archer Home for the Elderly and Infirm.

James morreu em 1910 — ao que se sabe de causas naturais, mas James havia feito um seguro de vida um tempo antes —, e em 1913 Amy se casou novamente, com Michael W. Gilligan. Após poucos meses de casamento, Michael morreu, também deixando um bom dinheiro para Amy. A mulher foi pega depois da morte de Franklin R. Andrews, quando seus irmãos acharam estranha sua morte repentina, já que Andrews era um homem saudável. Ao investigarem mais a fundo, logo descobriram que Amy pedia dinheiro emprestado a ele e até mesmo o pressionava. 

Entre 1907 e 1917 foram registradas 60 mortes no lar da irmã Amy, que era, até então, uma mulher bastante importante na comunidade em que morava. Amy foi acusada por cinco dos assassinatos, mas conseguiu ser julgada por apenas um deles. Foi considerada culpada, condenada à pena de morte, mas recorreu, conseguiu a anulação do primeiro julgamento, e alegou insanidade no segundo.

Tillie Klimek

1876 – 1936 // Nascida na Polônia sob o nome de Otylia Gburek, Tillie se mudou com seus pais ainda criança para os Estados Unidos. Seu primeiro casamento aconteceu em 1895, com John Mitkiewicz. Em 1914 ele faleceu, depois de uma rápida doença. Logo em seguida ela se casou com Joseph Ruskowski, que também faleceu em seguida. Assim como um namorado que Klimek teve.

Logo, o terceiro marido de Klimek, Frank Kupczyk, também morreu, depois de ficar muito doente no apartamento onde viviam. As coisas estavam estranhas à essa altura, pois Klimek vivia dizendo pela vizinhança que não demoraria muito até que Frank morresse. Em tom jocoso, Klimek começou a ficar conhecida por prever mortes. Seu quarto marido,  Joseph Klimek, escapou por pouco: quando ficou doente, logo desconfiaram de arsênico. Depois que foi presa, logo foi descoberto que vários vizinhos de Klimek e de sua prima, Nellie Koulik, a quem Klimek acusou de ter lhe dado a ideia do veneno, também haviam morrido. As esposas desses vizinhos foram presas, com a polícia acreditando que Klimek era um tipo de líder para esses assassinatos macabros, mas logo foram soltas. 

Quando foi presa, Klimek disse ao oficial que a prendeu que o próximo a quem ela iria cozinhar uma boa refeição era ele. 

Daisy de Melker

1886 – 1932 // Daisy de Melker foi uma enfermeira sul-africana. Seu primeiro noivo morreu no dia de seu casamento, de febre, com Daisy a seu lado. Algum tempo depois, ela se casou com William Alfred Cowle, com quem teve cinco filhos, dos quais quatro morreram. Cowle, além de seu primeiro marido de fato, também foi sua primeira vítima conhecida. Cowle ficou muito doente de repente, mas o primeiro médico que o examinou acreditou não se tratar de nada muito grave. O segundo, entretanto, na época da morte do homem, se negou a assinar o atestado de óbito, suspeitando de envenenamento por estricnina. Daisy recebeu uma bolada de seguro.

Já o segundo marido de Daisy foi Robert Sproat, também sua segunda vítima. Quase dois anos depois do casamento, Sproat ficou muito doente, com sintomas semelhantes aos de Cowle. Ele se recuperou do primeiro ataque, mas faleceu no segundo. O médico não realizou autópsia. E, novamente, Daisy embolsou o dinheiro do seguro. Mas foi na terceira vítima que Daisy foi pega: seu próprio filho, o único que sobreviveu, Rhodes Cecil Cowle.

Os motivos que levaram Daisy a assassinar o filho com arsênico são desconhecidos ainda hoje. Mas, com a morte do jovem, o antigo cunhado de Daisy, William Sproat, ficou com suspeitas e pediu a exumação dos corpos. Mesmo sendo presa e acusada de três assassinatos, não conseguiram provar a culpa de Daisy na morte dos dois maridos por estricnina, mas o arsênico que matou seu filho foi comprovado e Daisy foi presa.

Marie Besnard

1896 – 1980 // Também conhecida como “A Boa Senhora de Loudun”, Marie Besnard parecia carregar a morte consigo por onde ia — e carregava mesmo, através de arsênico. Se casou com seu primo Auguste Antigny em 1920, e ele morreu em 1921. Depois, em 1928, se casou com  Léon Besnard. Os pais de Besnard, assim como o pai de Marie, faleceram em um curto período de tempo.

O casal passou então a alugar uma parte da casa para um casal sem filhos, os Rivets, que também faleceram em sequência. Quando Marie descobriu que Léon estava tendo um caso, ele morreu algum tempo depois. Passada a cerimônia de enterro de Léon, a mãe de Marie morreu. Todos acharam uma sequência de morte bastante suspeita, entre 1920 e 1949 todos os parentes próximos de Marie estavam mortos. 

Os corpos foram exumados e grandes quantidades de arsênico foram encontradas em todos eles. Marie foi considerada suspeita inclusive do suposto suicídio de sua cunhada, que havia recebido a herança dos pais de seu marido, quando eles faleceram. Apesar de tudo isso, os jurados consideraram as provas inconclusivas e Marie foi considerada inocente das acusações.

Nannie Doss 

1905 – 1965 // Uma das envenenadoras mais conhecidas das histórias de true crime é Nannie Doss, conhecida também como a Assassina dos Corações Solitários, ou A Vovó Risonha. Nannie teve uma infância complicada, com um pai abusivo que não permitia que suas filhas fossem à escola, ficassem trabalhando na fazenda da família, não usassem maquiagem e tivessem uma sociabilidade bem reduzida. Nannie se casou aos 16 anos, com a permissão e aprovação de seu pai, com Charley Braggs. A mãe de Braggs, uma mulher sozinha, passou a morar com o filho e com a esposa, o que dificultou ainda mais a felicidade de Nannie.

Após um tempo, duas das filhas do casal morreram de envenenamento por comida. Algum tempo depois, a sogra de Nannie também faleceu. Braggs partiu levando uma das filhas do casal. Quando a criança retornou, trazia com ela um pedido de divórcio do pai. Braggs afirma que se separou de Nannie por medo dela.

Nannie se casou novamente, com Robert Franklin Harrelson, em um casamento que durou dezesseis anos. Nesse meio tempo, Melvina, uma das filhas que sobreviveu de Nannie, teve dois filhos. Sob os cuidados da avó, as duas crianças morreram. Mais tarde, depois de um abuso sexual contra Nannie, ela também assassinou seu segundo marido com veneno de rato.

Nannie se casou outras três vezes, com Arlie Lanning, Richard L. Morton e Samuel Doss, e os três morreram. Quando foi pega, Nannie confessou ter assassinado quatro de seus maridos, sua mãe, sua irmã, seu neto e sua sogra. Nannie foi considerada culpada, em um julgamento único sobre Samuel Doss, e passou o resto da vida presa.

Anna Marie Hahn

1906 – 1938 // Nascida na Alemanha em julho de 1906, Anna Marie foi enviada pela família para os Estados Unidos após aparecer grávida de um suposto médico de Viena (que não foi encontrado). Anna Marie foi morar com dois parentes em Cincinnati, Ohio. Ao chegar por lá, conheceu Philip Hahn, também imigrante alemão, com quem se casou. Logo Anna Marie começou a cuidar de alguns idosos da comunidade alemã local.

Logo esses idosos que estavam sob seus cuidados começaram a morrer. Depois de suspeitarem da morte da última suposta vítima de Anna, Georg Obendoerfer, uma autópsia foi feita e encontraram altos níveis de arsênico em seu corpo, o que resultou na exumação de outros “clientes” de Anna. De acordo com as exumações, cerca de cinco homens foram envenenados. Todos eles deixaram heranças substanciais para Anna Marie, e ela até mesmo devia dinheiro a um deles. Anna foi considerada culpada e enviada para a cadeira elétrica, sendo a primeira mulher executada pela justiça no estado de Ohio.

Velma Barfield

1932 – 1984 // Nascida em outubro de 1932 na Carolina do Sul, Velma Barfield viveu seus primeiros anos em um lar violento, presenciando diversos ataques de seu pai contra sua mãe. Saiu de casa em 1949 para se casar com Thomas Burke, com quem teve dois filhos e, conta-se, vivia feliz. Porém, após uma histerectomia, Barfield começou a sentir dores nas costas, o que a levou a um vício em narcóticos. Burke, na época, também começou a beber, e a casa já não era mais tão feliz assim. Certo dia, após um desmaio de Burke, Barfield saiu com as crianças e, quando retornou, a casa estava incendiada e seu marido morto. Alguns meses depois, a casa se incendiou novamente, mas dessa vez com um seguro.

Em 1970, Velma se casou com um viúvo chamado Jennings Barfield. De acordo com a linha cronológica, os envenenamentos de Barfield começaram nessa época. Jennings morreu do coração e, apesar de ter negado ter cometido esse assassinatos, posteriormente algumas doses de arsênico foram encontradas no corpo de seu falecido marido. Logo depois outras várias pessoas que cruzaram o caminho de Velma se tornaram vítimas: Lillian Bullard, mãe de Barfield, começou a ter sintomas em 1974; em 1976, Velma começou a cuidar de idosos e alguns deles morreram sob seus cuidados. Após confessar os crimes, Velma foi sentenciada à pena de morte.

Judy Buenoano 

1943 – 1998 // A vida de Judy Buenoano guardou uma série de segredos. Foi condenada pela morte de seu marido, James Goodyear, em 1971; de seu filho, Michael Buenoano, em 1980; e pela morte de seu namorado, John Gentry, em 1983. Com as acusações, Judy foi condenada à morte.

Mas mesmo depois de condenada, outros crimes de envenenamento foram postos na conta de Judy. Acredita-se que Judy foi a responsável pela morte de outro namorado, em 1978, um outro assassinato em 1974, e outro namorado morto em 1980. Quando as relações de Judy com essas mortes vieram à tona, ela já estava com sua sentença em andamento. Buenoano foi a primeira mulher a ser executada na Flórida desde 1848.

O Anjo de Bremen em Quadrinhos

O true crime vem crescendo cada vez mais mundo a fora. O interesse pelas histórias aterrorizantes de assassinos e assassinas é maior a cada dia. Na DarkSide, com o selo Crime Scene, os leitores podem explorar esse universo com o melhor da literatura dos crimes reais, em obras de ficção e não ficção.

Dentro do selo é possível ainda encontrar a coleção Lady Killers, que conta com os livros Lady Killers: Assassinas em série, de Tori Telfer, que busca encontrar algumas das mulheres mais letais da criminologia e Lady Killers Profile: Belle Gunness, de Harold Schechter, um mergulho no perfil dessa assassina terrível.

A mais nova adição da coleção é Veneno: O Anjo de Bremen, que conta a história de vida de Gesche Gottfried, envenenadora da cidade de Bremen, na Alemanha. Escrita por Peer Meter e ilustrada por Barbara Yelen, Veneno é uma obra única.

A graphic novel Veneno: Anjo de Bremen está disponível em pré-venda na Loja Oficial da DarkSide Books. Você já conhecia algum desses nomes? Comente com a Macabra no Twitter e Instagram.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.