Estamos há cinco décadas sendo assombrados pelas criações macabras do mestre Stephen King. Um dos mais importantes autores do terror, o mestre Stephen King publicou seu primeiro livro, Carrie, em 1974, e ele não parou desde então. Assustou, marcou, se reinventou… e é impossível que algum fã do gênero não conheça seu nome. Seus livros viraram filmes, séries de TV, musicais, renderam continuações, remakes e muitos outros trabalhos derivados.
Mas, como um bom cara curioso, que adora conhecer melhor seu ofício, King também já participou de um ou outro projeto que não necessariamente envolvesse sua escrita.
Ao longo de seus anos de carreira, King já fez diversas coisas além de escrever algumas das histórias favoritas dos fãs de horror. Selecionamos alguns outros lugares em que podemos encontrar o autor além de sua máquina de escrever ou seu computador.
King na Direção
Infelizmente, Stephen King possui somente um crédito na direção. Em Comboio do Terror (1986), filme que foi levemente baseado no conto “Caminhões”, também de King, diversos tipos de máquinas começam a ganhar vida, colocando os humanos em perigo. Em seu elenco estavam nomes como Emilio Estevez, Pat Hingle, Laura Harrington e Yeardley Smith. O próprio King fez uma rápida aparição, como uma homem em um caixa automático.
No geral, o filme foi um fracasso. Mas os fãs adoram se lembrar dele.
King na Produção
Já na produção, King teve mais sucesso. O autor foi produtor executivo de boa parte das séries de TV que envolviam obras suas, como as séries dos anos 1990 e início dos anos 2000 Jovem Outra Vez (1991), a primeira adaptação de A Dança da Morte (1994), a segunda versão de O Iluminado (1997), A Tempestade do Século (1999) e Rose Red – A Casa Adormecida (2002), e também as mais novas, como Under the Dome: Prisão Invisível (2013-2014), 11.22.63 (2016), Mr. Mercedes (2017-2019), Castle Rock (2018-2019) e Lisey’s Story (2021).
Nos filmes, King foi produtor executivo de O Diário de Ellen Rimbauer (2003), Montado na Bala (2004), Desespero (2006) e A Torre Negra (2020).
Talvez o maior destaque para King na produção executiva de algum projeto, entretanto, esteja em Kingdom Hospital. Originalmente criada por Lars Von Trier para a televisão dinamarquesa onde se chamava The Kingdom, Stephen King levou o projeto para os Estados Unidos, e escreveu três dos treze episódios. Apesar de não ser uma série de jovens médicos tão conhecida como Grey’s Anatomy ou ER, Kingdom Hospital conquistou a atenção dos fãs de terror ao contar a história de um hospital fictício e os estranhos acontecimentos do local.
King na Atuação
É sempre um momento de alegria quando um fã de King o reconhece em algum papel especial em algum lugar. Nos filmes adaptados de suas histórias estão alguns dos seus papéis mais divertidos — rápidos, porém ótimos —, como o Pastor que vemos no cemitério de Cemitério Maldito (1989).
King também fez aparições em Jovem Outra Vez (1991), como motorista de ônibus; na primeira adaptação de A Dança da Morte (1994), como o personagem Teddy Weizak); como Tom Holby em Fenda No Tempo (1995), como um farmacêutico em A Maldição (1996); como um líder de uma banda chamado Gage Creed na segunda adaptação de O Iluminado (1997); fez duas aparições em A Tempestade do Século (1999), uma como um advogado em um anúncio e outra como um repórter em uma TV quebrada; um entregador de pizza em Rose Red – A Casa Adormecida (2002); como um cara no restaurante em Under the Dome: Prisão Invisível (2014) e em Mr. Mercedes (2017); como dono de uma loja de antiguidades em It: Capítulo Dois (2019) e como um homem em um pôster na segunda adaptação de A Dança da Morte (2021).
King também esteve no episódio “Finale” de Kingdom Hospital (2004), como o personagem Johnny B. Goode. Além de ser produtor executivo da série e ter escrito alguns episódios, o autor também utilizou um pouco de sua experiência pessoal, de seu trágico acidente de 1999, para iniciar a história da série. Logo no primeiro episódio, “Thy Kingdom Come”, podemos ver uma versão de como teria sido o acidente que deixou o autor hospitalizado durante um longo período.
Ufa. Mas não para por aí. Além dessas aparições de King em obras em que esteve, de alguma forma, envolvido no roteiro ou na criação, o autor também já participou de outros títulos. Em Cavaleiros de Aço (1981), dirigido por George A. Romero e que também contou com Tom Savini no elenco, King é creditado como um cara comendo hambúrguer — ao seu lado está ninguém mais ninguém menos que Tabitha King.
Em Frasier, no episódio de Natal da oitava temporada, King interpreta um cara chamado Brian. Em Diário dos Mortos (2007), King pode ser ouvido lendo as notícias. E, na série Sons of Anarchy (2010), King interpretou um cara chamado Bachman — King escreveu algumas histórias sob o nome de Richard Bachman tornando tudo mais divertido —, no terceiro episódio da terceira temporada, “Caregiver”.
Tiveram também os episódios e filmes em que ele apareceu como ele mesmo. Em Simpsons, King apareceu no episódio “Insane Clown Poppy”, episódio de número três na décima segunda temporada. Em Duncanville, no episódio sete da segunda temporada, intitulado “That Jing You Do”, King também aparece. King também faz breves aparições como ele mesmo nos filmes Amor em Jogo (2005) e, com sua voz, em Ligados Pelo Amor (2012).
Aqui na Macabra temos nossas participações favoritas. Em Creepshow: Arrepio do Medo (1982), dirigido por George A. Romero a partir de histórias escritas por King, o próprio faz um de seus papéis mais longos como Jordy Verrill, no segmento “The Lonesome Death of Jordy Verrill”. E em Sonâmbulos (1982), uma história escrita por King própria para o filme, que foi dirigido por Mick Garris, em que o rei do terror contracena ao lado de Clive Barker e Tobe Hooper. Isso sim é participação especial!
King na DarkSide
E na DarkSide King também já fez algumas aparições. A Caveira publicou algumas obras do autor, como Creepshow, que conta com as histórias do filme de mesmo nome, dirigido por George Romero; o poema The Dark Man: o Homem que Habita a Escuridão, em uma edição pra lá de especial e, até então, inédita no Brasil; o conto “O compressor de ar azul”, presente na Antologia Macabra, organizada por Hans-Åke Lilja; e o conto transformado em quadrinho por Marc Guggenheim e Alex Maleev, N.
Além disso, a Caveira também fez algumas homenagens ao mestre, como a edição da biografia Coração Assombrado, escrita por Lisa Rogak, e a Antologia Dark, com grandes autores de terror do Brasil escrevendo continuações e versões para histórias amadas do Rei.
Outros membros da família de King também passaram pela Casa da Caveira, que publicou Pequenas Realidades, de Tabitha King, esposa de Stephen, e uma escritora de terror de mão cheia; e Joe Hill Dark Collection v. 1: A Capa, que conta com a adaptação da história de Hill em quadrinhos pelas mãos de Jason Ciaramella, Zach Howard e Nelson Dániel.
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