Gogó de Ouro: 5 scream queens que merecem destaque

Algumas de nossas scream queens favoritas honraram a categoria e nos proporcionaram gritos arrepiantes, que seguem ecoando ainda hoje em nossos corações. A Macabra listou 5 das maiores Gogós de Ouro dos filmes de terror.

Desde o cinema mudo, uma das imagens mais poderosas do terror é o grito. Se você assistiu O Gabinete do Dr. Caligari, por exemplo, deve se lembrar da personagem de Lil Dagover, Jane Olsen, completamente aterrorizada com os acontecimentos e as aproximações de Cesare (Conrad Veidt). Ou mesmo uma reação um pouco mais contida, como um suspiro que poderia virar um grito a qualquer momento, de Christine Daae (Mary Philbin) ao encontrar o Fantasma da Ópera (Lon Chaney). O rosto tenso, o grito morto na garganta, prestes a se formar, mas sem nunca se concretizar.

O Fantasma da Ópera, 1925

O grito é, afinal de contas, uma das reações mais básicas quando o corpo percebe que está em uma situação de perigo, a ponto de colapso, ou mesmo de nojo (você já leu Anatomia do Nojo?). Longe de ser uma reação tipicamente feminina, como somos levados a crer, um dos gritos mais icônicos do cinema veio do personagem de Donald Sutherland, Matthew Bennell, em Invasores de Corpos (1978), talvez a melhor adaptação da história de Jack Finney, e que melhor capta o sentimento de tragédia iminente e declínio mental que uma pessoa, naquela situação, ao perceber que seus amigos e conhecidos se transformaram em outra coisa, poderia sentir.

Invasores de Corpos, 1978

As Scream Queens ganharam seu nome graças a esse poder estranho e fascinante de demonstrar, através do grito, o medo — delas e da audiência — quando o monstro do laboratório, ou o assassino mascarado, estava prestes a alcançá-la. Cunhado principalmente para descrever as mocinhas dos filmes de terror, as “damas em perigo”, o termo foi se adaptando para englobar todas as principais protagonistas dos filmes de terror — mesmo que elas gritassem menos, ou se não estivessem tão em perigo assim. Hoje, as grandes atrizes do gênero recebem o título por sua participação nos grandes filmes.

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De Jamie Lee Curtis a Samara Weaving, de Neve Campbell a Melissa Barrera, as Scream Queens seguem sendo a maiorais dos filmes de terror. E, algumas delas, levam o termo scream muito a sério. A Macabra selecionou cinco scream queens que merecem, sem sombra de dúvida, o prêmio de Gogó de Ouro por sua exímia participação nos filmes de terror.

Janet Leigh – Marion

Psicose, 1960 // Você leva uma vidinha mais ou menos e vê, de repente, a chance de ser outra pessoa. Rica, despreocupada, elegante, ter do bom e do melhor ao alcance das mãos. Mas aí, então, você faz uma parada em um lugar onde não deveria. O grito de Marion na cena do chuveiro é um grito de desespero que ecoa muito tempo depois de sua (breve) participação ter acabado no filme. Janet Leigh, você sempre será uma das maiores representantes da categoria “scream queens”, e merece o Gogó de Ouro.

Marilyn Burns – Sally

O Massacre da Serra Elétrica, 1974 // A família canibal mais impressionante da história do cinema de terror deixou aquele grupo de jovens no interior do Texas aterrorizados — e em pedacinhos. A pobre Sally foi a única a escapar com vida. Mas a que custo? Além dos traumas e dos terrores que ela deve ter assistido, provavelmente ela teve que lidar com uma baita dor de garganta. Marilyn Burns com certeza fez um trabalho espetacular com a personagem Sally, e seus gritos são uma das maiores representações de desespero e tormento no gênero até hoje.

Jennifer Love Hewitt – Julie

Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, 1997 // Diga-me com quem andas e etc etc. Julie, ao passear com seus amigos — alguns bêbados, alguns trêbados — acabou se metendo em uma roubada que iria persegui-la mesmo um ano depois do acontecimento e mudaria sua vida para sempre. Ao atropelarem um homem, eles acabaram se tornando vítimas de um stalker perigoso, colocando suas vidas em risco. Julie, infelizmente, foi a primeira a perceber o que estava acontecendo e a surtar. Love Hewitt teve muitas cenas tocantes (e gritantes) como Julie, mas gritar, de braços abertos, a famosa frase: “Você está esperando o quê?”, foi realmente incrível. Com certeza merece um lugar na lista das Gogó de Ouro.

Samara Weaving – Grace

Casamento Sangrento, 2019 // Nunca se case com alguém antes de conhecer a família dessa pessoa. Isso pode dar uma série de problemas: passar o Natal com parentes inconvenientes que não são seus, muita dor de cabeça e até mesmo jogos violentos que podem acabar com alguém morto, como é o caso de Grace. A jovem esperava encontrar uma família feliz e se conectar com eles, mas o que ganhou foi uma noite de jogos mortais — sem a presença espirituosa de Jigsaw, o que é pior. Samara Weaving gritou por sua vida nesse papel, e fez um excelente trabalho.

Sydney Sweeney – Irmã Cecilia

Imaculada, 2024 // Você trilha seu caminho para ser Noiva do Senhor e é aceita em um convento na Itália, talvez um dos locais onde a Igreja Católica seja mais sagrada. Certo dia você acorda se sentindo mal, envergonhada por acontecimentos estranhos no dia anterior, talvez tenha bebido muito vinho? Não. Você está grávida. Se a Irmã Cecilia (e todos os membros do convento) tivessem assistido filmes de terror suficientes, eles saberiam que deveriam investigar melhor a situação. Mas aí não teríamos o filme Imaculada. Sydney Sweeney já havia demonstrado a potência de seu gogó outras vezes, mas ela se superou em Imaculada. Parabéns, Sydney! Bem-vinda às Scream Queens!

Menção Honrosa: Lupita Nyong’o – Red

Nós, 2019 // Adelaide (ou Red?) não grita ao longo de Nós. Ela é, na verdade, muito controlada, mesmo com aquele segredo estranho e terrível pesando sob seus ombros. Não, na verdade, Adelaide (ou Red?) faz algo muito mais assustador do que gritar: ela faz um barulho com a garganta que mortifica o mais corajoso dos seres que se encontra em sua presença. É um barulho arranhado, profundo, hostil, assustador pra caramba. Lupita Nyong’o é uma das maiores Scream Queens dessa geração, e esperamos que ela continue fazendo filmes de terror por muito tempo (todos vão ao cinema conferir Um Lugar Silencioso: Dia Um, né?).

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E você, quem você acha que merece o prêmio Gogó de Ouro entre as nossas Scream Queens (ou entre os Scream Kings)? Comente com a Macabra no Twitter e Instagram.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.