Nos últimos anos, o true crime — as narrativas que envolvem os acontecimentos de crimes reais — sofreram um boom em diversas mídias. Filmes, documentários, podcasts e livros de true crime têm sido uma forma que o público encontrou de compreender e analisar casos que sempre geraram o fascínio. Uma forma, também, de conhecer um pouco mais sobre a mente humana.
Há um assunto dentro do true crime, porém, que, comparado aos outros temas abordados, recebe menos atenção pela delicadeza e tabu que os cerca: as crianças assassinas e criminosas.
Em Anjos Cruéis, novo lançamento da linha Crime Scene da DarkSide Books, Daniel Cruz, o renomado autor do site O Aprendiz Verde, tece uma teia com alguns dos casos mais aterrorizantes e inesquecíveis cometidos por crianças. Além de um documento poderoso que reúne relatos e pesquisas, Anjos Cruéis é, também, uma forma de dialogar e enfrentar essa realidade tão assustadora de crianças que, com seus rostos inocentes, acabam causando grandes horrores.
A Macabra reuniu três documentários sobre crianças assassinas para você se preparar para esse lançamento.
Cuidado com o Slenderman
Beware the Slenderman, 2016 // Dirigido por Irene Taylor, o documentário conta a história do esfaqueamento do Slender Man. Anissa Weier e Morgan Geyser, ambas de doze anos de idade, durante um jogo de esconde-esconde, esfaquearam Payton Isabella Leutner dezenove vezes nos braços, nas pernas e no torso. Nenhum ferimento foi fatal, apesar de terem atingido áreas muito perigosas, e a garota estava viva quando Weier e Geyser avisarem que ela permanecesse parada enquanto elas procuravam ajuda — coisa que não fizeram. Payton conseguiu se arrastar até uma estrada, onde conseguiu ajuda, e foi levada ao hospital.
As duas jovens foram presas pouco depois do acontecimento. Quando interrogadas, as duas afirmaram ter feito o que fizeram por ordens de Slender Man. Criado em 2009 em um fórum, Slender Man logo fez sucesso e viralizou como lenda urbana. O documentário está disponível na Max.
Jo Frost Investiga – Crianças Assassinas
Jo Frost on Britain’s Killer Kids, 2017 // Sharon Louise Carr, em 1992, aos doze anos, assassinou a jovem de dezenove anos Katie Rackliff, após escolhê-la de forma aleatória quando Rackliff saía de uma boate. De início, o assassinato de Rackliff se manteve aberto e sem solução, até que Carr, dois anos depois, atacou outra aluna do Collingwood College, de treze anos, aparentemente sem motivo algum. Depois de presa pelo esfaqueamente, os agentes da prisão notaram o interesse de Carr na morte de Rackliff, após ter falado sobre o assunto com amigos e família e ter escrito em seu diário sobre ele na prisão, e ela foi identificada como a assassina da jovem.
Jo Frost Investiga – Crianças Assassinas é uma série documental com a estrela televisiva Jo Frost, conhecida principalmente como a apresentadora do programa Supernanny na Inglaterra. Neste documentário, Frost investiga, em quatro episódios, quatro crianças com personalidades assassinas. O terceiro episódio corresponde ao de Sharon Carr, mencionada no livro Anjos Cruéis.
Children of Crime
Children of Crime, 1998– // Mary Bell assassinou duas crianças em idade pré-escolar — entre três e cinco anos — quando estava com dez anos de idade. Nos dois casos, ela informava as crianças que eles estavam com a garganta inflamada e, quando dizia que lhes faria uma massagem, ela as estrangulou. Aos onze anos foi acusada e condenada como culpada de homicídio culposo. Foi liberada da prisão em 1980, aos 23 anos, e uma decisão da corte lhe garantiu anonimato pelo restante de sua vida. Mary Bell, desde então, tem vivido sob pseudônimos.
Children of Crime foi uma série de 1998, dirigida por Denys Blakeway e narrada por Jim Carter. No segundo episódio, a série investiga o caso de Mary Bell, assim como entrevista vários colegas da infância de Bell e policiais que estiveram ligados ao caso. O caso de Mary Bell é mencionado no livro Anjos Cruéis.
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Anjos Cruéis, projeto original Crime Scene em parceria com Daniel Cruz, já está disponível em pré-venda na Loja Oficial da DarkSide Books. E você, curioso com o livro? Comente com a Macabra no Twitter e Instagram.