Alguns consideram a família como um dos pilares mais importantes da sociedade. É com a família que temos nossa primeira convivência com o mundo, com outras pessoas, que aprendemos a conversar e a lidar com expectativas e experiências em grupo. E é na família que nascem os primeiros problemas. Na infância, essas experiências podem deixar marcas boas ou ruins.
Nos filmes de terror, a família é um tema abordado constantemente. Temos aí a família Addams, os Freeling, os Crane — mesmo com seus desentendimentos e problemas, parece que todos mantêm uma boa relação. Nem sempre, entretanto, as famílias são bons exemplos de boas relações.
Das que passaram por algum trauma e se tornaram disfuncionais até aquelas que já nasceram problemáticas, selecionamos algumas das famílias mais absurdas dos filmes de terror.
O Massacre da Serra Elétrica
The Texas Chainsaw Massacre, 1974 // Quando pensamos em famílias disfuncionais e problemáticas no terror, quase imediatamente pensamos na família canibal de O Massacre da Serra Elétrica, os Sawyer. Dirigido por Tobe Hooper, o filme leva um grupo de jovens ao interior do Texas somente para serem assassinados — com exceção de Sally Hardesty (Marilyn Burns), uma das final girls mais queridas da história do terror. Mas, afinal, que raios de família é essa? No livro O Massacre da Serra Elétrica, de Stefan Jaworzyn, que conta os bastidores do filme original, uma das perguntas que aparece é: por onde anda a mãe desses caras? Não sabemos. Mas, ao longo das sequências, podemos ter um vislumbre melhor dessa família, no mínimo, peculiar (e extremamente perigosa).
A Casa dos 1000 Corpos
House of 1000 Corpses, 2003 // Ah, a família Firefly… o que dizer de uma das famílias mais aterrorizantes e f*#@/%s do terror? Assim como em O Massacre da Serra Elétrica, apesar de seus motivos serem diferentes, um grupo de jovens acaba se deparando com uma família de serial killers. A família de Baby Firefly é osso duro de roer, e lança os jovens em uma noite de terror, crueldade e depravação. A família Firefly ainda pode ser vista em outras duas sequências: Rejeitados pelo Diabo (2005) e Os 3 Infernais (2019). Os três filmes foram dirigidos por Rob Zombie.
Você é o Próximo
You’re Next, 2011 // Dirigido por Adam Wingard, acompanhamos um jantar de comemoração de aniversário de casamento da família Davison — todos acompanhados de seus respectivos cônjuges. Mas, o que era para ser uma noite agradável e de celebração, termina como um verdadeiro banho de sangue. Mas não sem luta. A família Davison — e quem orquestrou o massacre — não imaginava que Eri (Sharni Vinson), namorada de um dos filhos do casal mais velho, reagiria com inteligência a todos os ataques e iria expor os culpados pela noite sangrenta. Neste filme, Casos de Família encontra o melhor dos filmes slasher: sangue, mortes e uma final girl que chuta bundas.
Casamento Sangrento
Ready or Not, 2019 // É como dizem: família que cultua Satã unida, permanece unida — ou nem tanto. Grace (Samara Weaving) acabou de se casar com um homem que a ama e está pronta para entrar na família, mas não antes sem participar da maior tradição de seus novos parentes: um jogo. Só que não um jogo qualquer, e sim um esconde-esconde assassino em que, no final, ela pode acabar morta. Mas, assim como Erin, Grace não vai se deixar abater tão fácil. No final, a família Le Domas não é tão inteligente quanto eles achavam. Dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett.
A Mão do Diabo
Frailty, 2001 // Algumas infâncias são bem difíceis, já que geralmente os pais têm um peso enorme na criação de seus filhos, e alguns pais são bem… complexos. Certo dia, o pai da família Meiks (Bill Paxton) afirma que foi tocado por Deus, que recebeu uma visão, e que tem que sair por aí caçando demônios. Não no estilo Van Helsing, e sim muito mais no estilo “civil assassina vizinho” da coisa. Após anos de luta para se livrar das imagens terríveis de sua infância, e quando alguns assassinatos começam novamente a ocorrer, Adam Meiks (Matthew McConaughey) entra no escritório de um agente do FBI para contar como tudo começou. Uma relação entre pai e filhos bastante complicada. O filme, dirigido por Bill Paxton, é um ótimo exemplo de que é preciso ter cuidado ao que se ensina aos seus filhos.
O Iluminado
The Shining, 1980 // Antes mesmo dos acontecimentos do Overlook, a família Torrance já não era um exemplo para ninguém — e isso pode ser percebido melhor no livro, através das cenas que relembram o passado de Jack. Mas, claro, após a visita ao hotel tudo ficou muito pior. No filme, dirigido por Kubrick, essa escalada para a loucura acontece de forma abrupta, mas muitos creem que já havia algo de maligno à espreita, aguardando e chamando Jack Torrance para o lado horrendo da força. Na continuação da história, em Doutor Sono, dirigido por Mike Flanagan, percebemos como um membro de nossa família pode afetar para sempre nossa vida.
Hereditário
Hereditary, 2018 // Dirigido por Ari Aster, Hereditário já entrega logo no nome se tratar de uma história familiar. Mas, quando estreou, ninguém imaginava o quão assustadora essa história seria. Mesmo antes dos piores acontecimentos do filme — aquela cena com o poste —, a família já enfrentava algumas dificuldades. Charlie (Milly Shapiro), a filha mais nova, enfrentava alguns problemas de socialização. Mas, após o acidente, a família se torna ainda mais f*#@/% da cabeça. Um dos terrores familiares mais aterrorizantes do cinema.
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
What Ever Happened to Baby Jane?, 1962 // Baby Jane Hudson (Bette Davis) e Blanche Hudson (Joan Crawford) vivem um relacionamento abusivo de todos os lados. Desde pequenas, as duas irmãs não se gostam. Baby Jane, uma criança que fez muito sucesso no show business, acabou sendo deixada de lado conforme crescia e conforme sua irmã começou a ser uma atriz famosa, até um acidente que deixou Blanche paraplégica e que, acredita-se, foi causado por Baby Jane. É função de Baby Jane, então, desde esse momento, cuidar de Blanche — da forma como ela acha melhor, dizendo coisas horríveis à irmã e a mantendo trancada em casa. Uma relação absolutamente complicada. O filme, dirigido por Robert Aldrich, é baseado no livro de mesmo nome de Henry Farrell.
O Filho de Chucky
Seed of Chucky, 2004 // É até estranho pensarmos em famílias macabras e não falarmos de Chucky, Tiffany e Glen (ou Glenda), saídos diretamente de O Filho de Chucky, dirigido por Don Mancini, e quinta parte da franquia do Boneco Assassino. A família, que surgiu a partir de um relacionamento alucinado de Chucky, um boneco amaldiçoado, e sua namorada, Tiffany, que o seguiria até o inferno, nos garantiu um dos melhores personagens da franquia: Glen. Todos amamos Glen, mas é difícil imaginar como foi crescer com dois pais assassinos. Não deve ter sido fácil, pobre Glen.
Hellraiser: Renascido do Inferno
Hellraiser, 1987 // Tudo bem, os cenobitas tem algumas depravações. Mas, antes de haverem os cenobitas, já havia a família Cotton com seu próprio repertório de atrocidades. Para começo de conversa, Julia e Frank, seu cunhado, tinham um affair. Larry, marido de Julia, descobre isso de uma péssima forma. Kristy, filha de Larry, acaba tendo que conviver embaixo do mesmo teto com Julia, uma assassina, e de seu tio Frank, que a ajuda em suas perversões. Ou seja: quem são as verdadeiras criaturas assustadoras desse filme? Dirigido por Clive Barker e adaptado a partir do livro de mesmo nome, também escrito por Barker.
As Criaturas Atrás das Paredes
The People Under the Stairs, 1991 // Chamando a si mesmos de Mamãe e Papai, os Robesons parecem, a primeira vista, um casal rígido mas temente às leis de Deus. Entretanto, uma olhada mais profunda faz com que saibamos que embaixo dessa casca grossa tenha dois sádicos que punem crianças sem o mínimo de compaixão. Quando Leroy e Fool entram na casa do casal para descobrir o que há ali, acabam descobrindo um monte de crianças canibais escondidas que, de acordo com Alice, “filha” do casal, são crianças que desobedeceram as regras dos “pais”. Arrepiante e dirigido por Wes Craven.
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