A tecnologia pode ser nossa maior aliada — ou nossa maior inimiga. Para qual lado ela vai pender depende muito das intenções de quem programa seus comandos. Ou, pelo menos, é assim que tem sido até agora. Nos últimos anos vimos avanços significativos e cada vez mais fascinantes (e assustadores) neste assunto. Um deles, e que tem sido alvo de debates constantes, são as Inteligências Artificiais.
Há, inclusive, muita discussão sobre o próprio termo. Mas, basicamente, e da forma como popularmente a conhecemos, a Inteligência Artificial está ligada à forma como máquinas conseguem realizar — e aprender, com a ajuda de algoritmos — tarefas mais complexas. Todos já vimos como os anúncios do Google funcionam, por exemplo. Ou a Alexa.
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Nessa onda de possibilidades surgiram, também, obras feitas em conjunto entre homens e IAs. Um dos exemplos é o filme Mr. Puzzles Wants You to Be Less Alive. Lançado pela Netflix em 2021, o filme foi completamente escrito por um bot. Seu criador foi Keaton Patti, que afirmou que o bot passou mais de 400 mil horas assistindo a filmes de terror. O filme, em si, tem ares de Jogos Mortais.
Antes dele, porém, teve o curta Sunspring, conhecido como o primeiro filme a ser escrito completamente por uma IA, com o roteiro sem nenhuma interferência humana. A máquina que escreveu o curta recebeu o nome de Benjamin, mas quem o dirigiu foi Oscar Sharp.
Utilizando a mesma ideia, mas com ferramentas diferentes, Romeu Martins (organizador da antologia Medo Imortal, da DarkSide Books) e Jean Milezzi se uniram para criar uma história em quadrinhos com o apoio da ferramenta IA de criação de imagens Midjourney. Com roteiro de Martins e os comandos gerados por Milezzi, a HQ completa, intitulada Inteligência Artificial, pode ser lida no blog Covil Criativo e no Instagram de Jean Milezzi.
Inteligência Artificial no Cinema
Você com certeza já deve ter visto algum filme de sci fi ou terror que te causou arrepios quando uma máquina começou a agir contra o que ela foi programada para fazer, não é?
A Macabra selecionou cinco filmes em que Inteligências Artificiais assumiram o controle da situação e colocaram humanos em risco, descumprindo completamente as leis de Isaac Asimov.
2001: Uma Odisseia no Espaço
2001: A Space Odyssey, 1968 // Após a descoberta de um estranho monolito na superfície lunar, uma nave é enviada ao espaço para tentar descobrir suas origens — a bordo estão dois astronautas acordados, três em hibernação, e a inteligência artificial H.A.L. 9000. Se você nunca se pegou pensando “eu que não gostaria de estar preso em uma nave com o HAL” é porque não assistiu 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. HAL é um daqueles personagens que, mesmo sendo uma máquina e não estando exatamente de corpo presente, consegue causar uns bons arrepios de pavor.
Ex_Machina: Instinto Artificial
Ex Machina, 2014 // Caleb (Domhnall Gleeson) é um programador em uma das maiores companhias de internet. Certo dia, ele ganha um concurso para passar um final de semana na mansão isolada do CEO da firma (Oscar Isaac). Entretanto, como nem tudo que é bom dura muito, Caleb descobre, chegando lá, que terá que participar de um estranho experimento envolvendo uma Inteligência Artificial, que está hospedada no corpo de uma jovem robô. Ambos terão que lidar com as consequências da criação da máquina. Dirigido por Alex Garland, o filme é um dos grandes representantes a tratar do tema.
Geração Proteus
Demon Seed, 1977 // O filme acompanha o casal Susan (Julie Christie) e Alex Harris (Fritz Weaver) — uma psicóloga infantil e um cientista cujo objeto principal de estudo são computadores, respectivamente. A vida dos dois está meio fragilizada desde que perderam a filha para a leucemia e Susan, que teme pelo envolvimento do marido em suas experiências, também está bastante cansada da situação. As coisas mudam de figura quando um dos projetos de Alex, Proteus, uma inteligência artificial que tem um interesse macabro pela vida humana, começa a ter estranhos impulsos e pode causar um terrível mal a ambos. Dirigido por Donald Cammell e adaptado de um livro de Dean R. Koontz, o filme foi parodiado pelos Simpsons em 2002, no episódio “Treehouse of Horror XII”.
Upgrade: Atualização
Upgrade, 2018 // Em um mundo onde as máquinas estão cada vez mais incorporadas à vida humana, Grey (Logan Marshall-Green) se sente distante dessa nova realidade, sendo um mecânico à moda antiga. Certo dia, entretanto, sua esposa morre em um acidente de carro que o deixa paraplégico. Grey está perdendo cada vez mais a fé em seu próprio futuro quando recebe a oferta que pode mudar sua vida: um chip que fará com que ele ande novamente. Mas o chip dá a Grey muito mais que isso. Dirigido e escrito por Leigh Whannell, Upgrade foi elogiado pela crítica especializada e recomendado pelos fãs do gênero.
Eu, Robô
I, Robot, 2004 // Dirigido por Alex Proyas e baseado no conceito de robótica do clássico livro de Isaac Asimov, Eu, Robô, acompanha Del Spooner (Will Smith), que ficou encarregado de investigar o possível suicídio de um dos grandes cientistas de robótica do mundo, Dr. Alfred Lanning (James Cromwell). Spooner logo se vê envolvido em uma teia de conspirações e descobre uma ameaça pior para a humanidade do que ele imaginava. Uma adaptação largamente criticada pelos fãs de Asimov, mas que entrega a teoria de maneira prática aos espectadores.
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