24 curiosidades apetitosas sobre O Silêncio dos Inocentes

O Silêncio dos Inocentes é um dos clássicos mais cultuados do cinema e da literatura, e coletou prêmios em seu lançamento. Confira algumas curiosidades sobre a obra.

Acreditem ou não, O Silêncio dos Inocentes foi lançado no Dia dos Namorados de 1991, mas essa definitivamente não é a única curiosidade sobre o filme de canibalismo mais importante e ressonante de todos os tempos.

O Silêncio dos Inocentes, assim como os outros filmes e a série que contam com o nome de Hannibal Lecter, foram inspirados no personagem e nos livros escritos por Thomas Harris. Por ordem de lançamentos, os livros são: Dragão Vermelho, de 1981; O Silêncio dos Inocentes, de 1988; Hannibal, de 1999 e Hannibal: A Origem do Mal, de 2006.

Os filmes, entretanto, não seguiram a mesma ordem de lançamento dos livros. O Silêncio dos Inocentes foi o primeiro filme lançado, em 1991, seguido por Hannibal, em 2001, Dragão Vermelho, em 2002 e Hannibal: A Origem do Mal, em 2007. Antes disso, em 1986, houve uma outra tentativa de adaptar o livro Dragão Vermelho, sob o nome de Caçador de Assassinos. O filme não obteve muito sucesso, ao contrário das adaptações seguintes. Já a série Hannibal é uma adaptação livre utilizando os personagens de Harris, principalmente os do livro Dragão Vermelho.

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Se você prefere ler os livros ou assistir aos filmes na ordem cronológica dos acontecimentos, deve começar com o último lançado, Hannibal: A Origem do Mal, e seguir a partir de Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes e Hannibal.

Agora que você já sabe a ordem de leitura e de como ver os filmes de Hannibal, vem a parte mais divertida. Os sites Mental Floss e Kickass Facts reuniram alguns fatos curiosos sobre as inspirações, a produção e o elenco. Para abrir seu apetite (cinematográfico), separamos 25 das curiosidades mais interessantes.

Inspirações macabras e reais

Boa parte da trama de O Silêncio dos Inocentes foi inspirada na relação real entre o professor de criminologia da Universidade de Washington Robert Keppel e o serial killer Ted Bundy. Assim como Lecter faria com Clarice, Bundy ajudou Keppel a investigar os assassinatos em série de Green River em Washington. Bundy foi executado em 24 de janeiro de 1989, porém as mortes em Green River só seriam resolvidas em 2001, quando Gary Ridgway foi preso. Em 5 de novembro de 2003, em um tribunal de Seattle, Ridgway se declarou culpado de 48 acusações de homicídio em primeiro grau.

Os direitos sobre o personagem de Lecter foram cedidos de graça

O filme de Michael Mann, Caçador de Assassinos, de 1986, foi baseado no romance de 1981 de Thomas Harris, Dragão Vermelho, o primeiro de quatro livros apresentando o mais infame psiquiatra/canibal do mundo. Caçador de Assassinos quase não faturou metade de seu orçamento nas bilheterias, então o produtor Dino De Laurentiis cedeu os direitos do personagem Lecter para o O Silêncio dos Inocentes. O segundo filme arrebentou, faturando US$ 272,7 milhões, cerca de US$ 264 milhões a mais do que o primeiro filme.

GENE HACKMAN ERA A PRIMEIRA OPÇÃO PARA ATUAR E DIRIGIR

Gene Hackman e a produtora Orion Pictures dividiram os US$ 500.000 necessários para comprar os direitos do livro de Harris para fazerem a adaptação. Mas Hackman desistiu dias depois de assistir a alguns clipes de si mesmo no Oscar de 1989, como o agente do FBI Rupert Anderson em Mississippi em Chamas, de Alan Parker. Ao vê-lo naquele papel, Hackman decidiu por não escolher outro papel tão sombrio, e ainda mais desagradável que o anterior.

MICHELLE PFEIFFER SERIA CLARICE

Jodie Foster inicialmente queria comprar os direitos do livro, mas Hackman foi mais rápido. Ela então resolveu lutar pelo papel da agente do FBI, Clarice Starling. O diretor Jonathan Demme queria Pfeiffer, mas como muitos outros atores, Michelle estava “preocupada com o tom sombrio do filme”.

Foster estava preocupada que o FBI pudesse parecer idiota

Demme dirigiu a comédia de 1988 De Caso com a Máfia, estrelando Pfeiffer, e digamos que o longa não retratou o FBI sob a luz mais inteligente possível. Quando a atriz recebeu uma ameaça de morte, o FBI a impressionou ao lidar com a situação, e a experiência fez com que ela se aproximasse de Demme antes de começar a filmar para ter certeza de que o FBI seria retratado “da maneira correta”.

Um dos nomes para viver Lecter era o de Sean Connery

Infelizmente nunca saberemos como teria sido. Connery leu o roteiro e o achou simplesmente “revoltante”. Daniel Day-Lewis e Derek Jacobi também foram considerados para o papel que acabou interpretado magistralmente por Anthony Hopkins.

Um filme infantil

Quando o agente de Anthony Hopkins ligou para ele em Londres para lhe dizer que ele estava enviando um roteiro chamado O Silêncio dos Inocentes, Hopkins imediatamente pensou que ele poderia estar sendo sugerido para um filme infantil.

Um bom homem?

Quando Anthony Hopkins descobriu que foi escalado para viver Hannibal Lecter com base em sua atuação como Dr. Frederick Treves em O Homem Elefante, de 1980, ele questionou Jonathan Demme e disse: “Mas o Dr. Treves era um bom homem”. Ao que Demme respondeu: “Então, o Lecter, ele é um bom homem também. Apenas está preso em uma mente insana”.

A construção do gênio do mal

Anthony Hopkins não usou uma pessoa, mas misturou um autor, uma musa do cinema e um computador superinteligente para dar vida a Hannibal. Truman Capote, Katharine Hepburn e HAL de 2001: Uma Odisséia no Espaço, respectivamente. A mistura gerou um composto de todo o mal que Thomas Harris viu enquanto fazia suas pesquisas.

“Não há ninguém, graças a Deus, como ele”, disse o especialista em perfis do FBI, John Douglas, que durante muitos anos chefiou uma das unidades de investigação do FBI,  um dos pioneiros a mapear os perfis de criminosos e assassinos, autor de vários livros sobre o assunto e que foi inspiração para o personagem Jack Crawford (Scott Glenn).

John Douglas inclusive conseguiu que Glenn visitasse a Unidade de Ciência Comportamental do FBI em Quântico, Virgínia. Depois de ouvir as fitas dos assassinos em série Lawrence Bittaker e Roy Norris — que estupraram e torturaram uma garota de 16 anos —, Glenn saiu em lágrimas e disse subitamente ter mudado sua opinião para “a favor da pena de morte”. Glenn também assistiu várias fitas apreendidas pela polícia, de mulheres sendo torturadas e assassinadas. Ele se recusou a reprisar seu papel na continuação, afirmando que as fitas o assombram até hoje.

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Hopkins trouxe ingredientes a mais para a receita de chocar o público

Depois que Lecter foi transferido de Baltimore, o plano era vesti-lo com um macacão amarelo ou laranja. Anthony Hopkins convenceu Jonathan Demme e a figurinista Colleen Atwood de que o personagem pareceria mais clínico, e, portanto, mais inquietante, se estivesse vestido totalmente de branco. Hopkins, desde então, disse que a ideia veio de seu medo de dentistas.

Em preparação para seu papel, Anthony Hopkins também estudou arquivos de serial killers, visitou prisões e esteve presente durante algumas audiências judiciais sobre assassinatos em série. Outra inspiração que Anthony Hopkins emprestou da realidade foi um amigo de Londres que nunca piscou, o que enervava qualquer pessoa ao seu redor.

Isso é irritante!

Anthony Hopkins inventou o som rápido e sugado que Hannibal Lecter faz. Ele fez isso espontaneamente durante as filmagens no set, e todo mundo achou ótimo. Já o diretor Jonathan Demme ficou irritado na ocasião, mesmo negando tal irritação posteriormente.

Lecter nunca disse “Olá, Clarice”

A linha que a maioria das pessoas pensa ter ouvido é, na verdade, “Boa noite, Clarice”. É sério. Efeito Mandela, feitiçaria, sabe-se lá. Já em Hannibal, de 2001, quando o Dr. Lecter e Clarice (agora interpretada por Julianne Moore) falam ao telefone pela primeira vez, ele de fato diz “Olá Clarice”. Isso possivelmente foi colocado pelos escritores do filme como uma piada interna em referência à famosa citação incorreta do filme original.

O sotaque de Foster

Jodie Foster afirma que durante o primeiro encontro entre Lecter e Starling, Anthony Hopkins zombou de seu sotaque sulista e improvisou na hora. A reação horrorizada de Foster foi genuína; ela se sentiu pessoalmente atacada. Mais tarde, agradeceu a Hopkins por gerar uma reação tão honesta.

Demme também não gostou do sotaque de Foster em Boston em seu filme Acusados, embora tenha lhe rendido um Oscar. Depois de trabalhar com ela por duas vezes, Demme parece ter mudado de ideia.

Boa parte do filme foi filmada em Pittsburgh

A parte externa do Hospital Estadual de Baltimore para os Criminosos Insanos é na verdade o exterior do Hospital Western Center em Canonsburg, Pensilvânia. O Western Center fechou suas portas em 2000, mas foi salvo da demolição depois de ter sido tombado como patrimônio histórico. Já a casa de Buffalo Bill pertencia ao professor de física Harold Lloyd, da Bentworth High School. Harold aparentemente não fez um bom negócio, alegando que alguns membros da equipe foram rudes, itens foram roubados e um segurança foi demitido por fazer turnês pela casa à noite. A casa acabou sendo vendida por US$ 250.000.

Buffalo Bill foi baseado em três assassino em série reais

Ed Gein, que esfolava suas vítimas; Ted Bundy, que usou sua persuasão como isca para convencer as mulheres a entrar em sua van e ajudou o FBI em algumas investigações depois de ser preso; e Gary Heidnick, que manteve mulheres que ele sequestrou em um buraco em seu porão. Thomas Harris, escritor dos livros originais, inclusive participou de alguns dos julgamentos de assassinato de Bundy e enviou-lhe uma cópia de Dragão Vermelho.

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A dança de Buffalo Bill não estava no roteiro

Mas estava no livro original de Thomas Harris. E Ted Levine, o ator que interpretou o serial killer Jame Gumb, insistiu que a cena fosse incluída porque ajudaria a explicar melhor a demência de seu personagem. Levine ganhou sua dança, mas antes da grande cena, precisou se alguns goles de tequila pra se soltar de vez. Ted Levine também desenvolveu seu personagem lendo perfis de serial killers. Ele disse mais tarde que achou o material muito perturbador. Como Bill era um travesti, Ted também foi a bares dedicados a esse público e entrevistou alguns clientes.

O icônico crânio nas costas da mariposa não é da mariposa (e nem um crânio)

O padrão nas costas da mariposa nos cartazes do filme não é o padrão natural da espécie Tobacco Horn Worm. O desenho, na verdade, é “In Voluptas Mors”, de Salvador Dalí, uma imagem de sete mulheres nuas posicionadas para parecer um crânio humano. O cartaz foi inspirado por um esboço de Dalí e tirado pelo fotógrafo Philippe Halsman.

Mas isso não quer dizer que as mariposas Tobacco usadas em todo o filme não tenham recebido tratamento de celebridade. Elas voaram de primeira classe para o set em uma transportadora especial, tinham alojamentos especiais (quartos com umidade e calor controlados) e estavam vestidas com roupinhas cuidadosamente projetadas (escudos de corpo com caveira e ossos cruzados pintados).

Por uma boa causa

A Unidade de Ciência Comportamental do FBI na vida real colaborou com a produção diversas vezes. Jodie Foster também passou muito tempo com a agente do FBI Mary Ann Krause antes de filmar. Krause deu a Foster a ideia de Starling em pé ao lado do carro, chorando. Krause disse a Foster que, às vezes, o trabalho se tornava tão esmagador que aquela era uma boa maneira de obter uma liberação emocional. O FBI justificou todo esse suporte considerando o filme e o papel de Foster uma ferramenta potencial de recrutamento para contratar mais agentes femininos.

Sempre atento

A ideia de Demme para Lecter era que ele deveria ser retratado sabendo de tudo, sempre. Sendo assim, Demme filmou a cena em que Lecter e Starling se encontram pela primeira vez como se Hopkins olhasse diretamente para a câmera, enquanto ela se aproximava da sua linha de visão.

“O que diabos foi isso?”

Quando Clarice visita o Dr. Hannibal Lecter em sua nova clínica, Lecter insiste que ela continue contando sobre sua infância como parte do acordo. Jodie Foster, relutantemente, continua sua história sobre fuga. No meio de suas confissões, ela menciona ter um cordeiro com ela. Se alguém escutar atentamente, depois que ela diz: “Eu pensei que se eu pudesse salvar apenas um…”, um som distante de algo sendo derrubado no chão pode ser ouvido em segundo plano. Um membro da equipe deixou cair uma chave durante as filmagens. O diretor Jonathan Demme entrou em pânico, pensando que isso estragaria completamente a cena. No entanto, Foster permaneceu no personagem e continuou a história, convencendo Demme a seguir filmando. Depois que o “Corta” foi dito, Foster virou a cabeça para a equipe e gritou: “O que diabos foi isso!”.

Apetitoso, mas não muito

O primeiro casulo de mariposa encontrado em uma das gargantas da vítima foi feito a partir de uma combinação de Tootsie Rolls e ursinhos de goma, de modo que não teria problema se fosse ingerido.

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Silêncio dos Inocentes e o Big Five do Oscar

Big Five se refere aos premiados do Oscar, quando o filme ganha nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Roteiro (adaptado ou não).

O primeiro aconteceu no distante 1935, com Aconteceu Naquela Noite, em que Clark Gable e Claudette Colbert levaram os melhores atores. O próximo em 1976, com Um Estranho no Ninho, com Jack Nicholson e Louise Fletcher faturando as estatuetas mais cobiçadas da academia. Em 1991 Hopkins e Foster levaram suas duas estátuas para casa.

Término

Martha Stewart terminou seu relacionamento com Sir Anthony Hopkins depois de assistir O Silêncio dos Inocentes, porque foi incapaz de evitar associar Hopkins com o personagem de Hannibal Lecter.

Menos é mais no caso de Anthony Hopkins

Apesar de ganhar um Oscar por sua atuação em O Silêncio dos Inocentes, Anthony Hopkins só aparece na tela por 16 minutos.

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A beleza macabra do horror me conecta com o Outro Lado. Ofereço abrigo espiritual aos irmãos e irmãs da fazenda e acordo todos os dias às 3h da manhã. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.