Filmes macabros que inspiram Verena Cavalcante

Infância, contos de fadas e surrealismo são alguns dos temas que vemos nas obras de Verena Cavalcante. Conheça sete filmes que inspiram os escritos da autora.

A inspiração para criar pode vir de muitos lugares. Livros, músicas, acontecimentos diários, ou aquele filme que você assistiu há muitos anos e te marcou profundamente. Para alguns autores, essas peças são combustíveis permanentes para suas obras.

Verena Cavalcante é escritora, trabalha com revisão e tradução de textos. Escreveu os livros Larva e Berro do Bode e, em 2021, lança seu livro Inventário de Predadores Domésticos que está disponível na Loja Oficial DarkSide Books.

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Contos de fadas, surrealismo, infância, pesadelos e bruxarias são algumas das coisas que você pode encontrar nos textos de Verena, e são alguns dos temas que você encontra em suas inspirações.

A Macabra perguntou à autora alguns de seus filmes favoritos para conhecê-la um pouquinho melhor, e agora apresentamos a você a lista macabra que compõe o quadro de inspirações de Verena Cavalcante.

Santa Sangre

Santa Sangre, 1989 // Dirigido por Alejandro Jodorowsky, e um dos filmes mais conhecidos do diretor, Santa Sangre narra a história de um homem traumatizado pelo passado que, após fugir de um hospital psiquiátrico, acredita ter se reencontrado com sua mãe — uma mulher que teve os braços decepados e agora é líder de um estranho culto religioso. O homem passa, então, a cometer assassinatos em seu nome.

Para a autora: “Esse foi meu primeiro contato com o cinema do Jodorowsky, um dos meus diretores favoritos, e Santa Sangre, pra mim, é uma miscelânea de tudo o que eu amo: personagens perturbados, flertes com a loucura, artistas de circo, símbolos ocultistas, teorias freudianas colocadas em prática, surrealismo e muito sangue. Como não se apaixonar por um filme que retrata um cortejo fúnebre em homenagem a um elefante?”.

O Homem de Palha

The Wicker Man, 1973 // Dirigido por Robin Hardy, o filme é um dos maiores clássicos do folk horror. Ao chegar em uma ilha isolada para procurar pistas de uma garota desaparecida, um policial se depara com cultos antigos e um estranho líder pagão.

Para a autora: “Um dos álbuns que mais escutei – e ainda ouço – na vida é a trilha sonora de O Homem de Palha. Ela resume a atmosfera folclórica, erótica, mística e perturbadora deste filme. O final é o mais delicioso – e inesperado – possível”.

Contraponto

Tideland, 2005 // Deixada à sua própria sorte pelas ações de seus pais irresponsáveis, uma garotinha precisa sobreviver sozinha, e conta somente com sua imaginação para ajudá-la. Dirigido por Terry Gilliam, adaptado a partir de um livro de Mitch Cullin.

Para a autora: “Tenho um ponto frágil envolvendo narrativas com crianças, por isso o quase conto de fadas desta garotinha que vive sozinha com o cadáver do pai me conquistou tanto que é um filme que revisito sempre que preciso de conforto”.

A Hora do Lobo

Vargtimmen, 1968 // Dirigido por Ingmar Bergman, com Max von Sydow e Liv Ullman no elenco, o filme narra as férias de um artista com sua esposa grávida em uma pacata e remota ilha escandinava, quando sofre um colapso emocional e se depara com uma série de desejos reprimidos.

Para a autora: “Na minha opinião, um dos filmes mais assustadores do cinema. Não por ser violento ou causar sustos, mas porque traz a loucura pra perto. Quando duas pessoas passam tanto tempo juntas, e umas delas é insana, elas começam a enxergar as coisas do mesmo jeito?”.

Valerie e a Semana das Maravilhas

Valerie a týden divu, 1970 // Dirigido por Jaromil Jires, o filme é adaptado do livro de mesmo nome de Vítezslav Nezval. Com sua aura de contos de fadas, explora a as desventuras de Valerie, que vive com a avó em uma cidadezinha de século XIX, e teve sua primeira menstruação, coincidindo com a chegada de uma trupe e um missionário, que expõe os perigos da sexualidade para o povo da cidade.

Para a autora: “Após a menarca, Valerie encontra a Morte, é amarrada em uma árvore para queimar como bruxa, se envolve com uma vampira, vive entre flores. A atmosfera onírica, surrealista, com nuances de horror com que este filme pinta a sexualidade feminina, é uma joia. A trilha sonora também é maravilhosa”.

A Companhia dos Lobos

The Company of Wolves, 1984 // Angela Carter foi uma famosa autora que reinventou e reescreveu alguns dos contos de fadas mais famosos em seus trabalhos. Em A Companhia dos Lobos, com roteiro de Carter e direção de Neil Jordan, exploramos novos caminhos saídos de contos como Chapeuzinho Vermelho. Após dormir lendo uma revista, uma garotinha tem sonhos aterrorizantes em que um bando de lobos ronda abaixo de sua janela.

Para a autora: “Adaptação da obra de uma de minhas autoras favoritas, Angela Carter, A Companhia dos Lobos subverte a história de Chapeuzinho Vermelho e o Lobo, carregando-a de violência, erotismo e folclore”.

Vá e Veja

Idi i smotri, 1985 // Dirigido por Elem Klimov, o filme conta a história de um jovem que, após encontrar uma arma, se une ao exército de resistência soviética contra os alemães na Segunda Guerra Mundial.

Para a autora: “Os horrores da Segunda Guerra Mundial do ponto de vista de um menino bielorrusso. Um filme perturbador, visceral, escabroso, sobre como os horrores da guerra destroem tudo o que há de melhor no ser humano. Ainda estou me recuperando deste aí. Já faz 84 anos…”.

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O livro de Verena Cavalcante, Inventário de Predadores Domésticos, já está disponível para compra na Loja Oficial da DarkSide Books. Ouça também a playlist da autora no spotify. Comente este post com a Macabra no Twitter e Instagram.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.