A medicina evoluiu muito ao longo dos anos. De início, os testes para descobrir como curar uma pessoa de uma doença que era, até então, desconhecida, eram na base da sorte e de uma racionalidade que hoje pode parecer bastante estranha para nós.
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Outros tratamentos, entretanto, surgiram com o único propósito de render um dinheirinho extra para charlatães e médicos que nem eram médicos — valia tudo, desde que a população acreditasse.
No livro Medicina Macabra 2, vários desses tratamentos são lembrados e discutidos. Selecionamos 7 bem excêntricos para dar um gostinho de terror ao leitor.
Tratamentos com Aromas
Uma das “doenças” de mulheres mais comuns no século XIX era a histeria. Mulheres foram diagnosticadas com histeria pelos mais variados motivos, de falta de libido a libido demais, de depressão e hiperatividade: tudo era motivo para que o médico dissesse que uma mulher estava sofrendo de histeria. Histeria provém da palavra grega hystera, que significa ventre, e talvez por isso tão associada às mulheres, e apesar da doença conhecida por histeria ser mais recente, o ventre, e principalmente o útero, era motivo de muitas preocupações ao longo dos séculos passados. Alguns dos tratamentos para ele vieram do Papiro Ebers, datado de 1550 a.C, que usava de aromas para resolver os problemas. De pés fedidos ou substâncias malcheirosas para úteros “altos demais” a cheiros doces próximos a vagina para atraí-los para baixo. Esse era um dos motivos de tanto sais aromáticos no século XIX: manter os úteros sob controle.
Barriga de Erva-Doce
Novamente os aromas e o útero aparecem interligados em um tratamento estranho de séculos passados. Hipócrates acreditava que, para a boa fertilidade, um caminho de comunicação livre entre a boca e a vagina era primordial. Então, esfregar alho nas partes genitais de uma mulher e sentir o hálito de alho em sua boca, era um sinal de que ela estava fértil. Ou: fazer com que a paciente bebesse água com erva-doce, e observar se no dia seguinte seu umbigo coçasse, provaria que ela também estava fértil.
Poção de Cocô de Pássaro
Trotula de Salerno foi uma médica que viveu na Itália no século XII e escreveu alguns livros, entre eles o Trotula, um conjunto de textos médicos que contém alguns tratamentos um pouco assustadores. Para a menstruação deficiente, era sugerido uma sangria na veia do arco de dentro do pé; já para parir, a recomendação era uma poção do material branco encontrado nas fezes do falcão. Pois é.
Ferro Nuxado
Através de uma boa quantidade de ferro no sangue, esse produto alegava restaurar “o vigor do corpo e da mente” dos homens. E, apesar de realmente possuir sulfato ferroso em sua fórmula, ele também possuía algo um pouco mais perigoso: nux vomica, a estricnina. E foi um produto recomendado por Ty Cobb, jogador de beisebol, Jack Dempsey, campeão de boxe, e até pelo Papa Benedito XV — e também por alguns médicos brasileiros, com anúncios nos jornais e tudo.
O Dispositivo Bowen
Dispositivo feito para evitar a masturbação masculina, o dispositivo Bowen era um tipo de cobertura para o pênis que ligava pequenas correntes aos pelos pubianos. Caso o homem sofresse uma ereção, ele teria seu membro “puxado” de volta, como um arreio. Tenebroso.
O Primeiro Anel Peniano
Dos tratamentos mais absurdos, alguns estão para aumentar o prazer masculino. Um deles são os primeiros anéis penianos da história. Data-se de 1200, na China, e de acordo com as fontes, eram feitos com pálpebras de bodes — com os cílios, para aumentar o prazer daqueles que o usavam. Posteriormente foram alterados para marfim.
O Colírio Celebrado do Dr. Isaac Thompson
Por incrível que pareça, foram diversas as técnicas que surgiram ao longo dos anos para lidar com problemas oculares. O livro Medicina Macabra 2 tem uma seção dedicada somente a essas curas mirabolantes que, mais que não funcionarem, poderiam piorar a situação. Mas uma que salta aos olhos (aham) é O Colírio Celebrado do Dr. Isaac Thompson. Para começar todo o problema, o dr. Isaac Thompson não era médico. De acordo com o doutor que não era doutor, esse colírio poderia curar qualquer problema de visão de seus pacientes, e ficou em circulação de sua patenteação, em 1795, até o século XX, quando a lei federal Pure Food and Drug Act dos Estados Unidos o tirou das prateleiras.Até então, ninguém sabia qual seriam os ingredientes do milagroso colírio. O segredo, na verdade, estava que ele era feito de ópio.
Medicina Macabra 2 está disponível na Loja Oficial da DarkSide Books. Gostou do texto? Comente este post com a Macabra no Twitter e Instagram.