Escrito por Daphne du Maurier e publicado em 1938, Rebecca conta a história de uma jovem órfã que trabalha como acompanhante e, de repente, se vê apaixonada e noiva de um homem muito rico, Maxim de Winter. Após o casamento, os dois partem para a nova casa da jovem, a mansão Manderley. O local, entretanto, já teve outra dona: a falecida esposa de De Winter, Rebecca.
A trama de Du Maurier une o gótico ao drama de uma mulher que tenta mudar de vida e se sente pressionada, em todos os âmbitos, pela presença da antiga esposa morta de seu marido. Os empregados de Manderley insistem em demonstrar como a antiga patroa era generosa e boa, e quando mencionada na presença de De Winter, o homem se retrai como se sentisse muito por sua partida — algo que, ao longo da história, compreendemos melhor. Todo o clima do romance nos leva a crer que o fantasma de Rebecca preso em Manderley não tem danos apenas metafóricos: há uma presença aterrorizante que cerca os corredores da mansão, uma pressão do passado, que pode causar danos físicos àqueles que são afetados por ele.
Rebecca já recebeu outras adaptações para o cinema e TV. A mais conhecida, entre todas, é a adaptação de Alfred Hitchcock, de 1940. O longa, com os atores Laurence Olivier e Joan Fontaine, concorreu a 11 categorias no Oscar do ano de seu lançamento e recebeu dois dos prêmios. O filme altera alguns detalhes do livro, em partes pelo código Hays que estava em vigor na época e não permitia que certas coisas fossem mostradas para a audiência, como profanações, nudez, uso de drogas etc. A BBC também adaptou a trama para a TV, com Jeremy Brett e Joanna David. Outras muitas adaptações foram feitas para rádio, teatro e até mesmo uma ópera em 1983.
A nova adaptação de Rebecca, que estreia na Netflix dia 21 de outubro, conta com Lily James como a segunda esposa de De Winter e Armie Hammer como Maxim. Kristin Scott Thomas interpreta a grande antagonista real da obra, Mrs. Danvers, um dos empregados da casa que são fiéis à antiga patroa. Outros nomes no elenco incluem Keeley Hawes, Ann Dowd, Sam Riley, Tom Goodman-Hill, Mark Lewis Jones, John Hollingworth e Bill Paterson.
O filme foi dirigido por Ben Wheatley, diretor de Kill List (2011), Turistas (2012) e No Topo do Poder (2015). Foi escrito por Jane Goldman, Joe Shrapnel e Anna Waterhouse. Já a trilha sonora fica por conta de Clint Mansell, que trabalhou em Cisne Negro (2010).
Algo que Wheatley fez questão de deixar claro foi que sua versão de Rebecca não é um remake do filme de Hitchcock. O diretor contou em entrevista à Empire: “Refazer um filme não é tão interessante para mim, mas o material da fonte original é. Eu assisti todas as adaptações. É importante ver o que foi feito antes, mas certamente este não é o foco”. Podemos perceber, então, que a intenção do cineasta é se utilizar muito mais do livro do que de outras adaptações cinematográficas.
É parte de tentar investigar outras partes de ser humano. Rebecca tem elementos sombrios, e tem uma história psicológica e assombrada, mas também é sobre essas duas pessoas que se amam. Essa é a parte principal.
Pelo trailer divulgado pela Netflix, podemos esperar cenários e figurinos glamourosos, uma mansão cheia de corredores aterrorizantes e labirínticos e, claro, como afirma Wheatley, uma história de amor com uma atmosfera gótica.
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Prontos para conferir a nova versão de Rebecca? O filme estará disponível dia 21 de outubro na Netflix. compartilhe com seus amigos no Twitter e Instagram.