Todos nós adoramos a indústria do horror e a infinidade de títulos nos entretêm nas noites mais chuvosas e lodosas do ano, mas algumas vezes é um olhar para o passado pode ser bastante revelador. E nesse caso específico que traremos, não estamos falando de filmes onde o sangue esguicha pelas veias e artérias e a pele dos corpos é revirada pelo avesso, mas da tenebrosa vida real da medicina dos séculos passados.
Por exemplo, você já acordou uma bela manhã e agradeceu por poder tratar seus dentes em vez se simplesmente arrancá-los à seco? E aquela fratura esquecida na perna que, graças aos poderes modernos da medicina, não o deixou totalmente fora do prumo? Já parou para pensar na sua sorte em ter nascido depois da invenção da anestesia?
Em um livro de memórias meticuloso de uma era pré-anestésica, uma mulher escreve um relato angustiante do que se sente ao ser operado sem ela:
Quando o terrível aço foi mergulhado no peito – cortando veias – artérias – carne – nervos – eu não precisei de nenhuma injunção para não conter meus gritos. Comecei um grito que durou ininterruptamente durante todo o tempo da incisão – e eu quase me maravilho com o fato de não tocar ainda nos meus ouvidos? Tão insuportável era a agonia. Quando a ferida foi feita, e o instrumento foi retirado, a dor parecia inalterada, pois o ar que subitamente se precipitava naquelas partes delicadas parecia uma massa de minutos, mas ponteiros afiados e bifurcados que rasgavam as bordas da ferida.
A fim de deixá-los completamente agradecidos aos procedimentos modernos, trouxemos uma série de fotos, extraídas de Intervenções Cruciais: Um Tratado Ilustrado sobre os Princípios e Prática da Cirurgia do Século XIX, um livro do historiador médico Richard Barnett.
Apenas para prepará-lo corretamente (tratemos como um procedimento pré-cirúrgico nesse caso), separamos os instrumentos usados pelos médicos e cirurgiões desse passado não tão distante:
Sacou? Então vamos lá.

Iconografia d’anatomia chirurgica e di medicina operatoria (1841), Florença
Nessa linda ilustração de Jean Baptiste Marc Bourgery e Nicholas Henri Jacob, acompanhamos a ligadura de uma artéria na região inguinal, utilizando suturas e um gancho de sutura, com compressão do abdome para reduzir o fluxo sanguíneo aórtico.
Mas vamos verbalizar o que você está pensando aí: Imagina a dor!

Cirurgia para correção de estrabismo.
Mantenha os olhos abertos para a próxima!

Incisão e dois procedimentos para cesariana.
Essa chega a ser bonita de verdade, mas lembre-se do que falamos sobre anestesia.

Um médico instruído lê um tratado enquanto um cirurgião realiza a dissecação. Tudo bem até aqui, com o único detalhe que os corpos deveriam ser frescos, afinal, os métodos de conservação não eram levados tão à sério naqueles dias sombrios. Então não era incomum que corpos mais datados cheirassem mal.
A próxima, vocês vão adorar.

Cirurgia de um câncer na língua.
Arrggg chega a dar um gosto ruim na boca!

Esta imagem, compilada por volta de 1675 para um mosteiro franciscano na Alemanha ou na Áustria, mostra uma cirurgia para fístula lacrimal realizada em uma freira. Por motivos óbvios e não-anestésicos, ela se encontra amarrada…

Secção transversal vertical do cérebro humano.
Não perca a cabeça com essa ilustração! Ainda temos mais para mostrar!
Seria este um esboço para um cenobita de Clive Barker?

Nada disso, é apenas uma dissecação de mandíbula.

Musculatura e suprimento de sangue do punho e mão
Ai. Doeu só de olhar.

Locais para ligadura das artérias na parte inferior do braço e dissecção do braço na articulação do cotovelo.
Tudo bem, vamos torcer para que essa seja uma reprodução obtida através de um cadáver.
Então você está na mesa de cirurgia quando, de repente, alguém começa a vesti-lo como um personagem de Silent Hill…

Compressão das artérias no braço e perna para reduzir a perda de sangue durante a cirurgia.
Pois é. O intuito era apenas reduzir a perda de sangue.

Anatomia da axila e a ligadura da axila auxiliar.
E o que seria isso? Aplicação de botox para reduzir o cecê? Não, é só mais uma aula de anatomia.

Dissecção de um homem sentado, mostrando a aorta e as principais artérias do tórax e do abdome.
Esse aí morreu. Isso é fato!
O próximo está mais decente e moderninho, convenhamos.

Dissecção do tórax, mostrando a posição relativa dos pulmões, coração e vasos sanguíneos primários.
E, para finalizarmos nosso passeio doloroso, um pequeno bônus no melhor estilo Cemitério Maldito na amputação de vários dedos e amputação dos metatarsos. Se quer uma dica: muito cuidado por onde vocês andam…
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As fotos bizarras foram consultadas no Can You Actually.