Enquanto a paternidade muitas vezes exerce uma pressão menor do que a maternidade, há coisas diferentes que se esperam de um pai e que também atuam como pressões: a força para a proteção dos seus filhos e o poder para prover para aqueles que dependem deles. A paternidade acaba tendo seus próprio pesadelos.
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E, tendo seus próprios pesadelos, é combustível também para os filmes de terror. Com tantos tipos de pais por aí, temos um terreno amplo para explorar no audiovisual. Para propor a reflexão, listamos alguns dos pais mais macabros dos filmes de terror. Uns são terríveis, outros lutaram até o fim por sua prole… é só pegar a pipoca e acompanhar a seleção.
Pais que fariam tudo pelos filhos
Eles enfrentariam demônios, lutariam com seus próprios punhos contra assombrações e tentariam parar o apocalipse com o próprio corpo se isso fosse possível. Esses pais acabam entrando em problemas e quase se sacrificando — alguns acabam mesmo mortos no meio do caminho — para que seus filhos fiquem a salvo.
Seok-Woo
Invasão Zumbi, 2016 // Seok-Woo, pai recém divorciado, estava viajando com sua filhinha Su-an para visitar a mãe em Busan quando o ataque zumbi começou. O que ele poderiam fazer, se não o que fosse possível para manter a garota a salvo? Apesar das dificuldades de se conectar com sua filha, Seok-Woo batalhou até o fim para que a criança ficasse bem e acabou conseguindo cumprir sua missão, já que Su-an foi uma das únicas a sobreviver ao que aconteceu naquele trem.
Steve Freeling
Poltergeist: O Fenômeno, 1982 // Não podemos negar que a família Freeling passou por maus bocados quando decidiram se mudar, mas quem nunca, não é? Entretanto, o pior aconteceu quando a família se viu ameaçada com sua filha caçula raptada pelas forças do mal. Isso deixou Steve bastante nervoso, e ele seria capaz de lutar com seus próprios punhos contra as assombrações em sua casa.
Lee Abbott
Um Lugar Silencioso, 2016 // Como lidar com o apocalipse e tentar cuidar de sua família? Lee Abbott, junto de sua esposa, Evelyn, precisam manter seus dois filhos (e o terceiro que estava por vir) vivos durante um apocalipse com criaturas sinistras que atacam quando ouvem sons. Lee Abbott nos presenteia com uma cena emocionante quando se entrega como sacrifício para manter sua família a salvo no final do primeiro filme, que conta com uma sequência prevista para estrear em breve. Além de enfrentar um apocalipse, Lee ainda consegue correr com suas crianças no colo em silêncio. Isso que são qualidades admiráveis.
Gabe Wilson
Nós, 2019 // Gabe Wilson é um dos pais mais amados do cinema de terror, e não somente por ser um pai engraçado e com aquele estilo que grita pai, mas também por ter se esforçado até o final para manter sua família unida e bem, mesmo que tenha tomado algumas decisões meio equivocadas — sair de sua casa com um bastão de baseball sem ter certeza do que está fazendo não parece uma boa escolha —, quando estranhas cópias de si mesmo e dos membros da família Wilson aparecem para eles. Gabe foi um baita pai.
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Eles tentaram…
Alguns pais dos filmes de terror fizeram aquilo que podiam com o que tinham em mãos para protegerem seus filhos e suas famílias, mas infelizmente eles não chegaram lá. Seja por azar, por alguma força do destino, ou por terem cometido algum equívoco, esses pais falharam na proteção, mas se forçaram ao máximo.
David Drayton
O Nevoeiro, 2007 // Todos sabemos do final trágico que Billy, filho de David Drayton, teve. Mas não podemos negar que ele tentou. Com o apocalipse parecendo se aproximar, criaturas mutantes destruindo a todos que pudessem escutar ou sentir, David acabou tomando providências terríveis para evitar que seu filho caísse nas garras desses seres aterrorizantes. Apesar do final do conto de Stephen King que baseou o filme ser menos angustiante, sabemos que a situação ainda assim não era das melhores.
Frank Carveth
Os Filhos do Medo, 1979 // Tudo bem, talvez o verdadeiro parente macabro de Os Filhos do Medo seja a mãe, Nola, que passa por uma terapia e acaba ficando… bem, diferente. Mas Frank foi um pai atencioso durante o processo. Já separado de Nola, percebeu que a filha, Candice, estava com marcas e achou melhor parar com as visitas com a mãe. Quando uma série de acontecimentos estranhos começam a acontecer, incluindo mortes assustadoras com, Frank decide investigar a clínica onde sua ex-esposa está e descobre o terrível segredo de Nola, que está criando pequenas criaturas assassinas através de suas sessões. As coisas não acabam muito bem para Nola, e Candice também não está muito bem, mas podemos dizer que Frank tentou.
Josh Lambert
Sobrenatural, 2010 // A gente sabe que o Patrick Wilson nem sempre faz um personagem confiável, né. Com exceção de Ed Warren, Wilson já trabalhou em alguns filmes em que é difícil defendê-lo. Infelizmente, em Sobrenatural, ele até tentou. Como um pai preocupado, tentando livrar seu filhinho das garras das forças do mal, Josh Lambert faz o possível para resolver o que estava acontecendo, mas nos últimos minutos do primeiro filme acaba ele mesmo se tornando possuído. Em Sobrenatural 2, Josh Lambert acaba quase destruindo sua família, que fez tanto para proteger.
Louis Creed
O Cemitério Maldito, 1989 // Perder alguém da família não é fácil. Apesar do processo de luto ser diferente para cada um, é sempre triste e melancólico. Alguns, inclusive, não conseguem aceitar muito bem e querem ter de volta aqueles que se foram. Esse é o caso de Louis Creed, personagem de O Cemitério Maldito. Louis só queria seu filho de volta, independente o que tivesse que fazer, e ele fez tudo o que podia. Mas ele não esperava que seu filho fosse voltar tão diferente… mesmo que tenha sido avisado. Quando Gage, filho de Louis, é morto em um acidente, Louis o enterra no cemitério de animais que é capaz de trazer coisas mortas de volta à vida. O problema de Louis é que ele ignorou um conselho precioso de que “às vezes, morto é melhor”.
Maus exemplos
Não tem como defender. Alguns pais da ficção de horror foram longe demais e não tinham um caminho de volta possível para eles. Deram péssimos exemplos para seus filhos e, enfim, acabaram pondo tudo a perder.
Jack Torrance
O Iluminado, 1980 // Jack não poderia ser considerado exemplo de pai ou de marido mesmo antes de ir até o Overlook. Mas, depois que ele chegou no hotel, as coisas pioraram terrivelmente para sua mente. Quando as forças malignas do Overlook começam a agir sobre Jack Torrance, ele se torna sem dúvida um dos pais mais macabros e icônicos do cinema de horror, não dando nenhum tipo de moleza para Wendy ou para Danny. Jack também não teve uma infância fácil, e por maiores que fossem seus esforços para “melhorar”, eles não foram páreo para o que é o Overlook.
Dean
Corra!, 2017 // Dizem que uma fruta nunca cai muito longe da árvore, e podemos ter certeza sobre isso quando pensamos na família Armitage. Rose era uma péssima pessoa, mas quando conhecemos a família inteira naquele fatídico final de semana que Chris vai passar com eles, temos a certeza de que ninguém ali é exatamente bom.
Meiks
A Mão do Diabo, 2001 // Meiks é pai de dois filhos, viúvo, um pai amoroso e carinhoso, que mantém seus filhos na linha da forma que pode, dando a eles tudo para que fiquem bem… e tudo vai bem mesmo, até o dia que Meiks afirma que Deus falou com ele e disse que ele precisa expurgar os demônios do mundo. Seu filho mais novo acredita firmemente na palavra do pai, mas a criança mais velha começa a desconfiar do que está havendo. Apesar de todo o amor, não podemos dizer que ensinar seus filhos a matar desde cedo seja lá uma atitude muito razoável, mas garante um lugar para ele em uma lista de pais macabros.
Reverendo Harry Powell
O Mensageiro do Diabo, 1955 // Pai é quem cria, mas não podemos nem chegar a dizer que Harry Powell criou alguma coisa, só uma grande antipatia com o público. Fanático religioso, com as palavras amor e ódio tatuadas nos dedos das mãos, Powell se casa com uma viúva e atormenta seus pobres filhos para que eles contem a ele onde está enterrado o dinheiro que seu falecido pai deixou.
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