Anneliese Michel, uma jovem da Baviera, estava com 23 anos em 1976, quando sua vida tragicamente chegou ao fim. Sua história ficou imortalizada e conhecida como o caso de exorcismo que, dando errado, encerrou os dias de uma jovem.
Contada com algumas pequenas diferenças no filme O Exorcismo de Emily Rose (2005), dirigido por Scott Derrickson, é através dessa narrativa que as pessoas conhecem a história de Anneliese. Mas, apesar das muitas similaridades, o filme de Derrickson apenas arranha a superfície do enorme iceberg que se trata a história real, acontecida em Klingenberg, entre os anos de 1952 e 1976 — pois, desde a infância, Anneliese sofreu de tormentos que a deixavam doente.
LEIA+: POSSESSÃO: CONHEÇA O CASO QUE INSPIROU O EXORCISMO DE EMILY ROSE
O caso chamou a atenção e detalhes inquietantes logo vieram a público quando os pais de Anneliese Michel e os padres exorcistas envolvidos no caso foram levados a julgamento por homicídio culposo. O tribunal ouviu médicos, familiares, amigos e religiosos para chegar ao veredicto em um caso polêmico que debateu parentalidade, religião e ciência, além de indicar raízes mais profundas de abuso físico e psicológico. A visibilidade do “Caso Klingenberg”, como ficou conhecido, também deu origem a vários estudos e pesquisas teológicas e científicas.
Em Possessão, lançamento da Macabra em parceria com a DarkSide Books, a pesquisadora Felicitas D. Goodman reúne uma série de relatos de pessoas próximas à jovem, de parentes a amigos da faculdade, e nos dá uma narrativa importante para compreendermos um pouco melhor os desdobramentos do “Caso Klingenberg”.
Listamos abaixo 5 aspectos perturbadores do caso de Anneliese Michel para você saber o que te espera em Possessão.
1. Vidas reais transformadas para sempre

É um fato muito conhecido que O Exorcismo de Emily Rose foi baseado em uma história real, e isso por si só já deixava o filme muito assustador. Mas, agora, os leitores têm em mãos a história escrita, feita por uma pesquisadora que utilizou os autos do processo, além de diários, entrevistas e vários meios que foram entregues e ditos a ela diretamente pelos envolvidos no caso.
Felicitas D. Goodman não estava feliz ao acompanhar o caso e ver como todos os envolvidos foram tratados pelas autoridades. Sua forma de lidar com a situação, então, foi estudar ela mesma o que havia acontecido ali — desde a infância de Anneliese Michel até pouco depois de sua morte, quando o julgamento de seus pais e de dois dos padres envolvidos em seu exorcismo chamou a atenção do mundo todo. As histórias e os relatos que lemos em Possessão são todos de pessoas reais.
2. A falta de ajuda uma jovem em tormento

Goodman fez um trabalho muito delicado ao tentar representar todas as partes que ela julgou estarem pouco lembradas no caso — inclusive o da própria Anneliese. Conforme avançamos com a leitura, acabamos ficando cada vez mais tocados com as palavras da autora para tratar dos terrores vividos pela jovem.
Sabemos, através de trechos de diários e de conversas que Anneliese teve com seus amigos e familiares, o quanto ela esteve sofrendo desde sua infância. Goodman reconstrói com cuidado os dias da jovem, demonstrando o quanto diversas pessoas falharam com ela — inclusive seus médicos, que não prestaram a atenção que deveriam para seus problemas, e diversas vezes não levaram a sério suas reclamações.
3. Os terrores vividos por Anneliese Michel

A performance de Jennifer Carpenter como Emily Rose no filme de Scott Derrickson é bastante impressionante, e nos faz logo ter um apego pela personagem. Seus sofrimentos, sendo contestados a todo momento pelo júri, torna tudo ainda mais desconcertante à audiência.
Independentemente de qual seja o caso com Anneliese Michel, ou do que o público acredita que tenha acontecido a ela, o caso é que a jovem estava passando por sérios tormentos, e poucos estavam dispostos a ajudá-la. No livro, as descrições desses terrores tomam forma muito vívida com a narrativa formada pelas fontes de Goodman, e deixa o leitor ainda mais próximo dos dias de Anneliese.
4. O pouco caso do tribunal

Através das reconstruções de Felicitas D. Goodman, nós podemos acompanhar um dos julgamentos mais famosos que envolvem a possibilidade da presença sobrenatural na Terra. E podemos também perceber o quanto todos estavam despreparados para lidar com a questão.
O julgamento de Anneliese Michel, como Goodman nos conta, foi um julgamento de fachada. Informações deixaram de ser analisadas e utilizadas, pouco foi feito para que algumas declarações fossem postas à prova, e muito foi deixado de lado para que os envolvidos no exorcismo da jovem fossem declarados culpados. Conforme avançamos nas descrições de Goodman sobre o que ocorreu naquela corte na Baviera, mais fica evidente que os julgamentos começaram já com uma ideia de como iriam terminar.
5. O circo midiático que se seguiu

Os tribunais são centros efervescentes para manchetes e grandes histórias. Desde a invenção dos jornais, acompanhar casos excêntricos de tribunais tornou-se uma coisa bastante habitual. Os envolvidos nem precisam ser grandes estrelas — pessoas comuns e escândalos inesperados logo encontram a boca do povo.
Devido a sua natureza pouco comum, o caso de Anneliese Michel logo se tornou amplamente conhecido. Com pouco cuidado da mídia, logo os jornais de diversos países enviaram seus correspondentes para cobrir o que estava acontecendo na Baviera. Com o local do julgamento lotado de repórteres, podemos imaginar como isso pode ter contribuído bastante para o andamento do processo, já que todos os olhos estavam voltados para os réus e todos esperavam o mesmo final.
*
Possessão, livro escrito por Felicitas D. Goodman que conta a história real de Anneliese Michel, que inspirou o filme O Exorcismo de Emily Rose, está em pré-venda na Loja Oficial da DarkSide Books. Ansioso para conferir? Comente com a Macabra no Twitter e Instagram.