A palavras fotografia vem do grego e significa “desenhar com luz e contraste”. Por definição, a fotografia é essencialmente a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando-as em uma superfície sensível. Por experiência humana, entretanto, a fotografia é muito mais que isso, variando desde o registro de momentos que de outras maneiras se perderiam na poeira dos anos até verdadeiras obras de arte. E exatamente sobre esse último tópico que iremos falar, sobre a fotografia como composição artística.
Como sabemos, grande parte das pessoas é atraída por paisagens bucólicas, lindos campos coloridos e animais fofuchos que parecem implorar para serem esmagados por seus abraços. Ainda assim, existe uma boa fração humana que é atraída pelo sombrio, pelo macabro e pelo implacavelmente funesto.
O fotógrafo e artista Thomas G. Anderson é um desses casos, e proporciona verdadeiros delírios obscuros aos nossos olhares famintos. Paisagens sombrias, fobias, almas amaldiçoadas e corpos tomados pela escuridão. Thomas acumula prêmios e menções, além de ter contribuído para diversos seguimentos do horror (e também para a música também, afinal, Thomas fez umas das capas da banda “Asking Alexandria”).
Em janeiro de 2019 Thomas foi entrevistado pelo site Fear Forever sobre sua percepção de si mesmo e respondeu:
Sou um fotógrafo de 34 anos, pai e artista apaixonado, entre muitos outros negócios. Eu também aspiro a dirigir/produzir meus próprios filmes de terror. Eu acredito que sempre tive o olho para capturar momentos no tempo. Mais ainda, para pegar qualquer cena/cenário e adicionar minha estranha imaginação distorcida, fazendo parecer que tudo saiu direto de um filme de terror.
Thomas também mantém uma página chamada Dark Art, e isso diz muito sobre suas principais inspirações. Nessa mesma entrevista, Thomas disse que muitos duvidaram dele quando a decisão foi tomada (de investir em uma arte tão sombria). Nas palavras de Thomas:
Eu escolhi esse caminho porque me chamou. É a minha paixão. É o que eu amo fazer e realmente sinto que sou muito bom nisso. Aqueles que duvidaram de mim apenas alimentaram meu fogo distorcido. Eu amo criar conceitos que alimentam outras imaginações. Faça-os pensar. Como? Talvez deixe um fragmento contar uma história inteira. Desperte um pesadelo anterior. Traga o medo que todos tentam esconder e se afastar para parecerem… “NORMAIS”.
Quando aos equipamentos, o que podemos dizer de Thomas é que sua genialidade e habilidade superaram qualquer restrição financeira:
Eu tenho que dizer que meu equipamento fotográfico favorito seria uma lente principal. Isso junto com iluminação LED/até mesmo lanternas. Pode chocar muita gente, mas eu não tive a sorte de investir em equipamentos de alta qualidade. Não há equipamentos externos de flashes/Strobos. […] Eu simplesmente amo usar situações de baixa iluminação. Profundidade de campo e lentes rápidas.
Por aqui, no Brasil, muitos artistas de diferentes áreas se queixam sobre as quase nada rentáveis condições de trabalho, muitas vezes sobre a impossibilidade de se viver da arte e precisar de desdobrar o tempo todo. Sobre isso, o norte-americano responde:
Acredito que meu maior desafio, no qual está atualmente em andamento, é equilibrar vida/prioridades além do meu “sonho”. Ser pai, parceiro e funcionário de duas crianças, de 9 e 5 anos e depois interpretar um artista pode estar além do limite. Eu queria deixar pra lá várias vezes. Para me encaixar. Para ser “normal”, mas eu simplesmente não posso. Como o bambu, às vezes é preciso molhar a semente por mais de 5 anos antes mesmo de brotar pelo solo. Muitos não entendem minha motivação. Mas se eu puder me concentrar no final desse desafio, isso só aumentará minha vitória!
Como uma imagem vale mais que mil palavras, deixaremos vocês com o trabalho assombroso desse fotógrafo. Preparem-se, será uma viagem e tanto.
Veja mais trabalhos de Thomas G. Anderson no Facebook, YouTube e no site do fotógrafo.