Um passeio por Londres em Livros de Sangue

No conto “Evento do Inferno”, presente em Livros de Sangue vol. 2, forças infernais tentam interferir em uma tradicional competição esportiva no coração de Londres. Clive Barker coloca os corredores em uma competição um tanto desleal e certamente sobrenatural, mas tudo isso em pontos bem conhecidos de quem mora ou já visitou a capital da Inglaterra.

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De acordo com o percurso descrito pelo autor, a distância percorrida é de aproximadamente 3,5 km, algo que num ritmo de caminhada normal levaria cerca de 45 minutos. O caminho seria facilmente feito pelos turistas mais dispostos, principalmente por abrigar alguns pontos importantes do centro londrino, conforme Barker explica. Conhecer cada um deles neste post é certamente mais seguro do que correr lado a lado com seres demoníacos.

1. Largada: Catedral de São Paulo

A catedral da Igreja Anglicana está localizada no ponto mais alto da Cidade de Londres (distrito que leva este nome). Datada do século XVII, a construção foi erguida em estilo barroco como parte do programa de reconstrução da cidade após a cidade ter sido destruída por um grande incêndio.

É um dos pontos mais famosos e reconhecidos de Londres. Seu domo dominou o horizonte da cidade por mais de 300 anos. Com 111 m de altura, já foi a construção mais alta da cidade até 1963. O templo já foi utilizado para o funeral dos primeiros ministros Winston Churchill e Margaret Thatcher, além dos jubileus e aniversários das rainhas Victoria e Elizabeth II e o casamento do príncipe Charles com Diana Spencer.

2. Ludgate Circus

Este local é uma junção da Farringdon Street com a Fleet Street, próxima à Catedral de São Paulo. Ludgate Circus também atravessa o rio Fleet, o maior rio subterrâneo de Londres. As construções de frente para o cruzamento foram erguidas entre 1864 e 1875.

3. Fleet Street

Uma das principais ruas de Londres, a Fleet Street liga o centro de Londres à região de Westminster. A via é importante desde o período de dominação romana. Durante a Idade Média, o local era repleto de comércios e servia de endereço para membros do clero. No começo do século XVI também era um local para a divulgação e publicação de materiais, consolidando-se no século XX como a área onde muitas redações de jornais funcionavam.

Ao longo de toda a sua extensão, a Fleet Street abriga diversas estátuas e monumentos, além de memoriais a algumas figuras da imprensa britânica. A rua é mencionada em várias obras de Charles Dickens e é o endereço do fictício Sweeney Todd.

4. Temple Bar

O nome pode até lembrar o do bairro boêmio de Dublin, capital da Irlanda, mas aqui “bar” se refere às barras do portão, e não aos pubs para beber uma pint no final do dia. Temple Bar era a entrada principal da Cidade de Londres para quem vinha da Cidade Westminster (apesar das duas ficarem dentro de Londres, estamos falando dos respectivos distritos).

Este portal está na histórica rota real, que vai da Torre de Londres ao Palácio de Westminster, as duas residências dos monarcas medievais ingleses. Em tempos passados, o Temple Bar funcionava como uma barreira para regulamentar o comércio entre os dois distritos.

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5. Strand

Já do lado da Cidade de Westminster, a Strand é a via que liga o Temple Bar ao parlamento. O nome da rua vem do inglês antigo strond, que significa o limite de um rio, já que historicamente a via passa pelo leito norte do Tâmisa.

Entre os séculos XII e XVII a rua abrigava diversas mansões da aristocracia britânica. Após este período a Strand ficou conhecida por suas cafeterias, restaurantes e tavernas. O local também foi um ponto central para o teatro e apresentações musicais durante o século XIX. Diversos autores, poetas e filósofos já viveram na região, incluindo Charles Dickens, Ralph Waldo Emerson e Virginia Woolf.

6. Trafalgar Square

Construída no início do século XIX, a praça foi batizada para celebrar a Batalha de Trafalgar, uma vitória da marinha britânica sobre as tropas napoleônicas. Com fontes, estátuas e monumentos, é um ponto turístico popular da cidade, além de ser um local simbólico para manifestações populares e celebrações como o Ano Novo.

Um dos pontos mais emblemáticos da praça é a National Gallery, um museu de arte que foi fundado em 1824 e abriga mais de 2.300 quadros do século XIII ao XIX. É um dos museus de arte mais visitados do mundo, recebendo anualmente cerca de dois milhões de visitantes.

7. Whitehall

Esta é a estrada e região da Cidade de Westminster que vai da Trafalgar Square até o bairro de Chelsea. É a principal via que liga a Trafalgar Square à Praça do Parlamento. É conhecida como o centro do governo britânico, já que abriga diversos departamentos e ministérios. O nome é derivado do Palácio de Whitehall, residência dos reis Henrique VIII até William III, antes de ter sido destruído por um incêndio em 1698.

8. Chegada: Casas do Parlamento (Palácio de Westminster)

Informalmente conhecido como Casas do Parlamento, o Palácio de Westminster faz parte de um dos cartões postais mais famosos de Londres: ele fica ao lado do famoso relógio Big Ben, que na verdade se chama Torre Elizabeth. O nome vem da vizinha, a Abadia de Westminster, e antigamente a estrutura compreendia diversos prédios, incluindo o antigo palácio real que abrigava reis desde o século XI, até ser destruído em um incêndio em 1512.

O Palácio é um dos centros políticos do Reino Unido e a palavra “Westminster” é frequentemente utilizada para se referir ao parlamento do Reino Unido e ao governo britânico. Desde 1987 o Palácio de Westminster é considerado Patrimônio Mundial da Unesco.

Sobre a entrada aos nove círculos do Inferno, que também é mencionada no livro, não conseguimos localizar com precisão o local. Mas acreditamos que ele seja acessível de diversas partes do mundo, basta ter as qualificações certas.