Os 13 filmes mais importantes de Mojica, o Zé do Caixão

José Mojica Marins foi um dos grandes nomes do terror nacional, e sua história se mescla com a história do cinema no Brasil.

Um dos maiores nomes do cinema de terror nasceu em uma sexta-feira 13 de 1936: José Mojica Marins deixou sua marca no Brasil e no mundo ao inaugurar o gênero no país e influenciar toda uma geração de cineastas. Se hoje podemos celebrar a qualidade da produção brasileira de terror, é porque Mojica abriu caminho.

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A carreira de José Mojica Marins é imensa e muito respeitosa. Seu trabalho inclui mais de 40 filmes dirigidos e mais de 50 atuações, além de ter sido um membro participativo de convenções de horror e ter um carinho imenso com seus fãs. A história de José Mojica se confunde com a de seu personagem mais famoso, Zé do Caixão, e também com a jornada do horror cinematográfico no Brasil.

José Mojica Marins nos deixou no dia 19 de fevereiro de 2020, mas seu legado sempre será celebrado. Confira abaixo alguns dos filmes mais importantes da carreira de Mojica.

À Meia Noite Levarei Sua Alma

À Meia Noite Levarei a sua Alma, 1964
À Meia Noite Levarei Sua Alma, 1964 // Primeiro filme de Mojica como seu mais famoso personagem, Zé do Caixão, e também primeiro filme de sua trilogia de grande sucesso. O filme conta a história do coveiro cético Zé do Caixão, que desafia todas as superstições. O objetivo de Zé é ter um filho, para levar continuidade ao seu sangue, mas sua esposa não consegue engravidar. Zé acaba cometendo diversos crimes no caminho, até violentar a mulher de seu melhor amigo.

Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver

Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, 1967
Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, 1967 // O segundo filme da trilogia de Zé do Caixão, que ainda persiste em seus objetivos terríveis de dar a luz a um filho que leve seu sangue adiante. Com a ajuda de seu terrível criado, rapta seis moças e as submete a um teste para saber qual seria a escolhida. O filme foi censurado na época, e teve uma alteração em seu final, pedida pelo governo, onde Zé afirma acreditar em Deus; no final original, enquanto era baleado, Zé continuava dizendo que não crê. Em 2015 a Associação Brasileira de Críticos de Cinema colocou o filme em sua lista de 100 melhores filmes do cinema brasileiro.

Encarnação do Demônio

Encarnação do Demônio, 2008
Encarnação do Demônio, 2008 // Último filme da trilogia, Encarnação do Demônio é o retorno de Mojica à direção, após 30 anos sem dirigir um filme. No filme, Zé do Caixão ficou preso durante 40 anos por seus terríveis crimes do passado. Bruno, seu fiel criado, o leva para casa assim que é solto, e apresenta a ele quatro novos seguidores que seguem a mesma crença que Zé, sobre o sangue ser o responsável pela imortalidade, e retorna a perseguir seu objetivo de conseguir uma mulher para gerar seu filho perfeito. O filme foi selecionado para a mostra Midnight Movies, em 2008, no Festival de Veneza.

Ritual dos Sádicos

Ritual dos Sádicos, 1969
Ritual dos Sádicos ou O Despertar da Besta, 1969 // Com roteiro de R. F. Lucchetti, o filme teve ambos os nomes. Em 1969, quando era para estrear com o nome de Ritual dos Sádicos, o filme foi censurado pelos órgãos de censura da época, e foi relançado em 1982, quando foi remasterizado com o nome de O Despertar da Besta. No filme, um famoso psiquiatra faz uma experiência aplicando LSD em quatro voluntários, para estudar quais seriam as reações de cada um ao vislumbrar imagens do temível Zé do Caixão. A experiência dá muito certo, e cada um tem horríveis momentos com o coveiro. O filme também está na lista dos 100 melhores filmes brasileiros segundo a Abraccine.

Exorcismo Negro

Exorcismo Negro, 1974
Exorcismo Negro, 1974 // José Mojica Marins interpreta a si mesmo e a Zé do Caixão nesse filme, onde Mojica vai passar o final de semana na casa de alguns amigos sem saber que a família toda está possuída por demônios e querem assassiná-lo. É um dos filmes de destaque de Mojica, que vem na mesma época do sucesso de O Exorcista.

A Estranha Hospedaria dos Prazeres

A Estranha Hospedaria dos Prazeres, 1976
A Estranha Hospedaria dos Prazeres, 1976 // O proprietário de um estranho hotel isolado recebe alguns visitantes durante uma noite de chuva. O filme contou, em parte, com a direção de Mojica, mas também contou com a direção de um de seus discípulos, Marcelo Motta. Mojica teve que assumir a direção depois, pois afirma que Motta se perdeu durante as gravações, com problemas como filmagens com falta de foco e de continuidade.

Meu Destino em Tuas Mãos

Meu Destino em Tuas Mãos, 1963
Meu Destino em Tuas Mãos, 1963 // Segundo filme profissional de Mojica, tentando fazer algo mais familiar, Meu Destino em Tuas Mãos se mantém longe do horror, mas é um de seus grandes filmes. Três das dez músicas cantadas durante o filme foram escritas por Mojica. Conta a história do jovem Carlito, que foge de casa com outras quatro crianças após ser ameaçado por seu pai, que espancava a mãe enquanto estava bêbado. Um filme de drama, mas somente uma das faces do início da carreira de Mojica.

Delírios de um Anormal

Delírios de um Anormal, 1978
Delírios de um Anormal, 1978 // Em 1978 a censura ainda era potente no Brasil, por conta do regime militar. Zé do Caixão, que nunca poupou cenas de violência e nudez, tinha várias dessas cenas guardadas em casa e sem aproveitamento. Foi assim que nasceu Delírios de um Anormal, um amontoado dessas cenas, com algumas outras que foram gravadas depois para poder agrupar a história. Um psiquiatra aterrorizado por Zé do Caixão que aparece em seus pesadelos, tenta sequestrar a esposa do coveiro, mas seus colegas tentam impedi-lo e procuram o cineasta José Mojica para lhe contar que Zé do Caixão é uma invenção dele. Mojica aparece no filme tanto como Zé do Caixão como ele mesmo. O filme foi premiado Placa de Prata no XI Festival de Brasília no Cinema Nacional, em 1978.

Inferno Carnal

Inferno Carnal, 1977
Inferno Carnal, 1977 // Um brilhante cientista sofre uma tentativa de assassinato de sua esposa com seu amante, mas acaba sobrevivendo e procura vingança. Lançado quase que ao mesmo tempo que A Estranha Hospedaria dos Prazeres, o filme deu menos trabalho e gerou mais dinheiro, como afirmou Mojica. O filme foi gravado em menos de um mês, para recuperar o tempo perdido com o outro filme citado.

Demônios e Maravilhas

Demônios e Maravilhas, 1978
Demônios e Maravilhas, 1978 // O filme é uma dramatização da vida de Mojica, principalmente de seus últimos anos como diretor, na década de 1960 e 1970, sobre seu personagem Zé do Caixão, os esforços e sacrifícios feitos para conseguir levar esses filmes adiante e toda a sua luta com a censura durante o período de ditadura.

O Estranho Mundo de Zé do Caixão

O Estranho Mundo de Zé do Caixão, 1968
O Estranho Mundo de Zé do Caixão, 1968 // Reunidos como uma coleção de três curtas: “O Fabricante de Bonecas”, “Tara”, e “Ideologia”. Apesar do título, o personagem Zé do Caixão não aparece no filme. O filme tem o mesmo nome de um programa de Mojica que passou no mesmo ano na TV Tupi, onde narrava várias histórias de horror. Alguns anos depois, Zé do Caixão ganhou outro programa com o mesmo nome, agora no Canal Brasil, onde realizou diversas entrevistas.

Finis Hominis

Finis Hominis, 1971
Finis Hominis, 1971 // Conta a história de um homem que surge nu, do mar, e começa a distribuir certo tipos de “milagres” por onde passa, com uma série de simbologias ao número 13 e à Bíblia. Mais pensado no drama do que no terror, filme é considerado pela crítica como uma crítica ao oportunismo e a hipocrisia.

A Sina do Aventureiro

A Sina do Aventureiro, 1958
A Sina do Aventureiro, 1958 // Um dos primeiros filmes de Mojica, e seu primeiro filme longo sonoro completo, um faroeste escrito e dirigido por ele, e sem dúvida merece ser lembrado como uma de suas obras importantes, demonstrando como o diretor e ator tinha uma visão cinematográfica aguçada e diversa. O filme conta a história de um aventureiro Jaime, que chega em um vilarejo e é baleado, recuperado por uma donzela e levado para ser cuidado na fazenda de seu pai, um típico filme de faroeste.

Bônus: Zé do Caixão

Zé do Caixão, minissérie da Space
Zé do Caixão, 2015 // Uma série biográfica do canal Space, onde Matheus Nachtergaele interpreta Zé/Mojica, baseado na biografia Maldito: A vida e o Cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, escrita por André Barcinski e Ivan Finotti. A série foi uma bela homenagem ao diretor, ator, roteirista, produtor, e tudo o mais que Mojica foi. A biografia de José Mojica Marins ganhou edição definitiva na DarkSide® Books, editora apandrinhada pelo mestre.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.