13 macabras criaturas da Criptozoologia

Criptozoologia é o estudo de seres lendários e mitológicos. Conheça Mothman, Mapinguari, Buniyp e outras criaturas macabras que rendem boas histórias.

Muitos devem conhecer a criptozoologia, mas talvez não estejam ligando o nome ao que ela é. A criptozoologia é o estudo seres mitológicos e lendários, criaturas hipotéticas ou aquelas que foram avistadas por poucas pessoas. Talvez não tão comum aqui no Brasil quanto gostaríamos, é uma área levada a sério por diversas pessoas ao redor do mundo.

Quem nunca viu aqueles grupos de pessoas, principalmente no século XX, que se reuniam para caçar o Pé Grande? Ou as várias pessoas que acreditam firmemente que o Monstro do Lago Ness é real e habita ainda hoje aquela região?

Algumas histórias que conhecemos são consideradas área de estudo da criptozoologia, como a famosa Besta de Gevaudan, que movimentou vários estudiosos no século XVIII, e pode ter sido uma das influências das histórias de lobisomens que surgiram a partir de então. Como a Besta nunca foi capturada, não pode se alegar sua existência real, mas muitos acreditam em seus dias de terror.

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A criptozoologia é considerada uma pseudociência e muitos dos “criptídeos” (nome dado a essas criaturas) podem não existir realmente. Além disso, muitas histórias sobre esses seres estão rodeadas de teorias da conspiração, o que deixa ainda mais difícil de que sejam levadas a sério. Entretanto, o que nos interessa nesse momento é conhecer algumas dessas criaturas, perceber a diversidade em que esses seres aparecem por aí, pelo mundo.

Sendo fato ou fake, é inegável o quanto gostamos de histórias assustadoras, que podem demonstrar que não estamos sozinhos no universo, ou que existe muito mais entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia. Listamos, então, algumas criaturas interessantes do ramo, para te deixar apreensivo sobre o que pode ser encontrado em matas escuras e lugares inóspitos, ou mesmo dentro da sua própria casa.

Mothman

Imagem de Dan Chudzinski

Uma das criaturas mais adoradas da internet dos últimos anos, o Mothman é realmente um criptídeo fascinante. O homem-mariposa é um ser surgido na Virgínia Ocidental, e sua descoberta data de 1966, quando cinco homens estavam preparando um funeral em uma madrugada e viram algo que não podiam explicar: uma criatura humanoide com asas, de coloração preta ou meio marrom. Desde então, o Mothman foi visto em diversos locais na Virgínia Ocidental. A criatura é tão adorada que é feito um festival desde 2002, em Point Pleasant, distrito de Nova Jersey, na Virgínia Ocidental. O Mothman Festival acontece todos os terceiros finais de semana de setembro. O criptídeo recebeu destaque no livro de John A. Keel, chamado The Mothman Prophecies, sobre um repórter que pesquisa a lenda de Mothman — o livro foi adaptado para o cinema e chegou ao Brasil com o nome de A Última Profecia, com direção de Mark Pellington e protagonizado por Richard Gere.

Mapinguari

Imagem de Mikael Quites

Nosso criptídeo mais conhecido — com exceção, talvez, do Capelobo —, o Mapinguari é uma criatura da Amazônia, habitando as florestas do Brasil e da Bolívia. Em algumas versões, conta-se que um antigo xamã encontrou a chave para a imortalidade, mas assim que foi descoberto acabou escolhendo se transformar em uma enorme fera. Em outras versões, os nativos da região, ao atingirem certa idade avançada, partiriam para dentro das florestas e viveriam por lá como mapinguaris. É dito que o mapinguari é um ser coberto de pelos vermelhos-alaranjados, algo semelhante a uma casca de tartaruga, ou ainda teria uma pele semelhante a do jacaré, com um único olho e a boca no lugar do umbigo. Conta-se que ele devora homens, especialmente suas cabeças. O paleontólogo Florentino Ameghino especulou que a verdade sobre esse ser é que descende das preguiças gigantes que viveram no período pleistoceno.

Mokèle-mbèmbé

Um criptídeo com forma de dinossauro diretamente do Congo, Mokèle-mbèmbé quer dizer “aquele que interrompe o curso dos rios”, em lingala (uma das grandes línguas bantus). Diz-se que é semelhante aos dinossauros de pescoço comprido, como um Apatossauro ou Diplodoco. Foi avistado desde 1992, e muitas são as explicações sobre a possibilidade de existência e avistamento de uma criatura dessas, alguns acreditando ser alguma espécie desconhecida de pássaro, outros que poderia ser algum tipo de lagarto gigante. Uma das aparições mais famosas do Mokèle-mbèmbé na cultura popular foi no livro de Roland Smith, Cryptid Hunters, em que dois irmãos começam a procurar essas criaturas. O filme Godzilla II: Rei dos Monstros, também tem uma aparição rápida do Mokèle-Mbèmbé.

Melon Heads

Mansão de Dorr E. Felt

Nem todas as histórias de criptídeos são divertidas. Essa, por exemplo, é bastante complicada. No Michigan, afirma-se que os Melon Heads vivem pela área da Mansão Felt, em Laketown Township, mas já foram avistados em florestas de Ottawa. Em um misto de folclore e lenda urbana, os Melon Heads seriam crianças que nasceram com hidrocefalia e foram maltratados em um asilo localizado perto da mansão. Em Connecticut, a hidrocefalia também é mencionada, mas no caso não são crianças, e sim adultos que estavam em um asilo que foi queimado e foram forçados a cometer canibalismo para sobreviver. Já em Ohio, conta-se que foram órfãos que sofreram nas mãos de um cuidador. As lendas variam de estado para estado, mas o cerne permanece: eles se escondem e atacam humanos quando passam. No filme The Field Guide to Evil, antologia com folclore e lendas urbanas de vários locais, o segmento dirigido por Calvin Reeder é chamado “The Melon Heads”.

Loveland Frogmen

Diretamente de Ohio, o Loveland Frogmen é um sapo bípede, que habita o Condado de Clermont, próximo a cidade de Loveland, e pode chegar a atingir um metro de altura. Teve cinco avistamentos desde a primeira vez que foi visto, em 1955, com a última vez em 2016. Sendo uma criatura tão típica e específica da área que foi avisada em Ohio, sem qualquer imagem de vídeo ou folclore nativo americano, é uma das criaturas que mais se acredita ser um boato.

El Cuero

Habitante do lago Lacar, nos Andes, o El Cuero (traduzido como A Pele, O Couro), é um criptídeo que aterroriza a área desde muitos anos atrás. Conhecido por ser muito violento e um predador voraz, é dito que ele ataca pessoas que estejam em seu lago. Criaturas semelhantes foram vistas em outros rios do Chile e na Argentina. Hoje, pesquisadores acreditam que o El Cuero seja apenas uma arraia gigante e bastante feroz, mas muitos nativos do local acreditam que é uma besta terrível.

Nightcrawler de Fresno

Arte de David Romero – twitter @CinemamindDavid

E a Califórnia tem seu próprio alienígena. Reconhecido como Alien de Fresno, a criatura fez somente duas aparições até agora: uma em Fresno e a outra no Parque Nacional de Yosemite. A criatura foi logo considerada um boato pela similaridade que tem com um par de calças brancas sendo feitas de marionete, mas ainda hoje há aqueles que acreditam em sua existência. O Alien de Fresno é também muito parecido com a Criatura da Área de Carmel. Enquanto a primeira é pequena, tendo somente um metro e meio, alega-se que a segunda seja mais alta, mas ambas acabam se confundido no imaginário e nas descrições.

Hodag

A criatura foi reportada em 1893, na cidade de Rhinelander, em Wisconsin. Descrita com a cabeça de um sapo, um rosto de elefante, pequenas pernas com enormes garras, as costas de um dinossauros e uma longa cauda com espetos no final. Quem chamou a atenção sobre a criatura foi Eugene Shepard. Quando planejou a exposição de um segundo Hodag pego, e o museu Smithsoniano afirmou que iria verificar a criatura, Shepard negou sua existência e afirmou ser um boato. Apesar disso, o Hodag acabou se transformando no símbolo oficial da cidade em que foi “descoberto”. O criptídeo é mencionado na série Scooby-Doo Mistérios S.A., no episódio “The Hodag of Horror”, e também é um dos monstros da franquia Harry Potter.

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O Gigante de Cadiff

Descoberto em 1869, com três metros de altura, o Gigante de Cardiff é um humanoide petrificado encontrado por trabalhadores que cavavam um poço em Nova York. Foi descoberto depois que tudo não passava de um boato criado por um negociante de fumo chamado George Hull, um ateu, que teve a ideia após um debate com um ministro fundamentalista chamado Mr. Turk sobre uma passagem da bíblia que dizia que existiram gigantes vivendo na Terra. Entretanto, mesmo sendo um boato, serviu para entrar na cabeça das pessoas de forma firme e fez um tremendo sucesso, gerando até uma disputa judicial entre Hull e o showman chamado P.T. Barnum, que queria alugar o gigante. Não conseguindo, fez sua própria réplica, o que implicou aos direitos de Hull. Em 1901, o gigante entrou em exposição na Exposição Pan-Americana, mas não fez muito sucesso. Hoje o gigante se encontra em Iowa. Mark Twain escreveu em 1870 A Ghost Story, em que o gigante de Cardiff aparece em um dos quartos assombrados. Anos mais tarde, Lovecraft escreveu o conto “Out of the Aeons”, que menciona o gigante e o compara com as múmias em exposição no museu fictício Cabot Museum of Archaeology.

Buniyp

Arte de The Ropen – DeviantArt @ropen7789

Criatura da Austrália, os aborígenes contam que o Buniyp perseguia e comia pessoas na água, principalmente crianças. Traduzido do wemba-wemba (extinta língua nativa australiana), Buniyp quer dizer “demônio” ou “espírito do mal”, e muitas descrições sobre ele foram feitas: peludo, escamoso, grande, pequeno, magro, gordo, e tantas outras, com características que se misturam entre pássaros e répteis. Sua primeira aparição “oficial” foi em 1818, e a última vez que foi visto foi em 1852. Nos anos de 1930 foram descobertos fósseis da criatura na Wellington Caves, em Novas Gales do Sul. O anatomista Sir Richard Owen, no período, descreveu como sendo os restos de um diprotodonte. O Buniyp aparece em Godzilla II: Rei dos Monstros, como um titã adormecido em Ayer’s Rock, na Austrália.

Macaco de De Loys

Encontrado por François De Loys na América do Sul, é contado que o Macaco de De Loys, ou o Ameranthropoides loysi, é um grande primata. Mas, tirando as testemunhas que o viram e uma fotografia, não há outras evidências que comprovem que o tal primata existe realmente. De Loys era um geologista suíço que partiu em uma exploração entre os anos de 1917 e 1920 para encontrar petróleo na fronteira da Bolívia com a Colômbia. A expedição não rendeu frutos com o petróleo, mas a descoberta de De Loys poderia fazê-lo ser reconhecido por outras questões. Enquanto ele e sua equipe acampavam no local da expedição, duas das criaturas se aproximaram. Gesticulando muito rápido, de forma violenta e, conta-se, depois de terem defecado nas mãos e jogado suas fezes no grupo de De Loys, eles abateram a fêmea e a colocaram posando na famosa e única foto da criatura. O macho fugiu, e pouco sabe-se sobre outras aparições do criptídeo. O Doutor Enrique Tejera alega que De Loys, a quem conhecia como amigo, era um brincalhão, e que a foto do tal primata havia sido adulterada de outro macaco.

Rods

Essa criatura, ou efeito, mistura criptzoologia e ufologia e há uma série de divergências sobre o que é ou não. Alguns acreditam que sejam seres vivos invisíveis, que aparecem somente em algumas máquinas fotográficas ou vídeos; outros acreditam que seja somente um efeito de luz. A questão é que rods são pequenas e alongadas imagens que aparecem em gravações, o que já levanta uma série de teorias. São chamados de skyfish, também, além de air rods. Independente da “verdade” sobre essas criaturas (ou efeitos?), nós adoramos uma boa história sobre coisas invisíveis que podem estar flutuando sobre nossas cabeças a qualquer momento.

Verme da Mongólia

Imagem do filme O Retorno dos Vermes Malditos

Criatura que poderia habitar o deserto de Gobi, na Mongólia, seu nome nativo é Olgoi-Khorkhoi, que pode significar “verme do intestino”, graças a sua cor e tamanho, que possivelmente é igual ao de um intestino. Os nômades mongóis acreditam que a criatura possa cobrir suas vítimas com um tipo de ácido que deixa tudo com um aspecto corroído e amarelado. Diz-se que seu veneno é tão forte e fatal que sua presa morre instantaneamente. Ivan Mackerle, um dos principais detetives da investigação do Monstro do Lago Ness, decidiu investigar também o Verme da Mongólia, conversando com vários habitantes da região, e passou a acreditar que o criptídeo poderia ser mais que um mero mito, devido a tantos avistamentos e mortes. Ainda hoje não se sabe exatamente o que são e se existem. As criaturas que aparecem na franquia de filmes O Ataque dos Vermes Malditos, chamadas de “Graboids”, são inspiradas nesses seres. Além disso, a criatura tem seu próprio filme, lançado pelo canal Syfy em 2010, chamado O Retorno dos Vermes Malditos (que não tem ligação direta com a franquia e que no original se chama Mongolian Death Worm).

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.