5 filmes para conhecer o cinema de Rob Zombie

Compositor de músicas inspiradas em filmes de terror, Rob Zombie é um grande fã do gênero e cineasta. Confira cinco filmes para conhecer a obra do artista.

Músico, compositor, produtor musical, cineasta, ator e uma das grandes personalidades do terror nos últimos trinta anos, Rob Zombie é um nome facilmente reconhecível para muitos fãs do gênero. Seja por suas músicas no White Zombie, na carreira solo, ou ainda por seus filmes, o fato é que podemos identificar de longe a assinatura do artista por aí, e um dedinho ou outro de Zombie no universo do terror em geral.

Por exemplo, ainda que você não seja fã do gênero musical em questão, você deve ter ouvido “Living Dead Girl” tocando em algum filme ou série, como no remake de Psicose (1998), em A Noiva de Chucky (1998), O Corvo III: A Salvação (2000), na primeira temporada de Angel (1999) ou ainda na sexta temporada de Dawson’s Creek (1998). 

Mas, caso você ainda não tenha tido a oportunidade de conhecer melhor a carreira de Rob Zombie, não tema! A Macabra listou quatro filmes e um videoclipe do artista para você mergulhar — e sair dessa imersão completamente aterrorizado.

Dragula

“Dragula”, 1998 // Não podemos falar da carreira de cineasta de Rob Zombie sem mencionar seu trabalho com a música. Antes de seguir carreira solo, Zombie era o frontman da banda White Zombie, onde também teve seu primeiro contato com a direção, de acordo com o IMDb, com o videoclipe de “More Human Than Human” (1995). 

Desde o White Zombie a relação de Rob com o terror era bastante próxima. Dragula, entretanto, nos apresenta uma homenagem a uma das obras que, conforme podemos ver por sua produção posterior, é de imenso carinho para Rob: The Munsters, a família de monstros dos anos 1960. Dragula era o nome do carro da família, e, no videoclipe, Zombie aparece dirigindo um dos carros dos Munsters — não o Dragula em si, mas um modelo especial que ficou conhecido por “The Munster Koach”. 

A Casa dos 1000 Corpos

House of 1000 Corpses, 2003 // O primeiro longa de Rob, lançado em 2003, foi A Casa dos 1000 Corpos. No filme, é outubro de 1977 quando quatro jovens viajam pelos Estados Unidos atrás de mistérios e das estradas com menos visitantes do país. Quando chegam ao Texas, encontram o Captain Spaulding’s Museum of Monsters and Madmen [Museu do Capitão Spaulding de Monstros e Homens Loucos], que acabou se tornando um lugar às moscas graças às histórias de um cientista louco no local. Quando eles conhecem a caroneira Baby (Sheri Moon Zombie), eles acabam descobrindo, da pior forma, que talvez as lendas não sejam apenas histórias.

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Uma estreia no cinema no mínimo ousada, não seria errado afirmar que, de certa forma, A Casa dos 1000 Corpos ajudou a dar o tom da maioria dos lançamentos daquele período. Antes do torture porn de O Albergue, Jogos Mortais e Viagem Maldita, e sendo lançado quase ao mesmo tempo em que Pânico na Floresta e Cabana do Inferno, a estreia na direção de um longa de Rob Zombie foi um tiro muito certeiro na tendência que estava se concretizando. Mas, para além disso, também foi o filme que deu o tom do que poderíamos esperar ao longo do trabalho do artista.

A Casa dos 1000 Corpos ainda rendeu duas continuações dentro do universo da família Firefly, com Rejeitados pelo Diabo (2005) e Os 3 Infernais (2019). Os três filmes valem o play. 

Halloween – O Início

Halloween, 2007 // Zombie é um grande fã de filmes de terror, e, assim como vários outros cineastas do gênero da atualidade, Halloween – A Noite do Terror (1978), de John Carpenter, guarda um local importante de influência em sua carreira. Então, quando Zombie foi convidado a dirigir o remake do filme nos anos 2000, deve ter sido um momento de regozijo para ele. Porém, alguns fãs da obra original torceram o nariz. Como é escrito em Halloween: O Legado de Michael Myers, de Dustin McNeill e Travis Mullins, “O universo cinematográfico de Zombie não é de continuidade compartilhada, mas de tonalidade e atmosfera”.

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E, de fato, a atmosfera de Rob Zombie pode ser sentido a quilômetros de distância. Contando quase a mesma história de sua contraparte dos anos 1970, Halloween – O Início, e a sequência do filme, Halloween II, lançado dois anos depois, busca uma abordagem mais violenta e perpassa com mais detalhes as atividades de Michael, em si, e de sua vida. Sem contar, claro, que é muito mais violento e utiliza elementos completamente diferentes da produção original. É necessário lembrar que nesse período havia uma forte corrente com histórias de assassinos se concentrando no passado dos próprios assassinos, e não tanto em suas vítimas. É nesse turbilhão que surge a tentativa de Zombie de contar uma nova história em Halloween.

O filme, assim como sua sequência, não foram muito bem-recebidos. Entretanto, com os últimos lançamentos de David Gordon Green, alguns fãs começaram a repensar suas notas no letterboxd para o trabalho de Zombie na franquia. Sugerimos que os fãs tirem sua própria conclusão, mas que vão de coração aberto conferir as duas produções.

As Senhoras de Salem

The Lords of Salem, 2012 // De certa forma, As Senhoras de Salem concretiza os dois universos que fazem de Rob Zombie ser quem ele é: a música e os filmes de terror. Protagonizado pela esposa do artista, Sheri Moon Zombie, acompanhamos a história da DJ de uma rádio chamada Heidi Hawthorne, que, ao tocar um disco de vinil que recebeu em uma estranha caixa de madeira, assinada somente como sendo “um presente dos Lords”, tem estranhas alucinações. Quando toca o mesmo vinil em sua rádio, entretanto, o álbum se torna um sucesso entre os ouvintes. Heidi, porém, já está envolvida em um mistério que terá que desvendar sozinha.

As Senhoras de Salem pode ser considerado o filme mais sóbrio de Rob Zombie. Apesar de ser, indiscutivelmente, um trabalho do artista, com todas as suas assinaturas já de praxe, As Senhoras de Salem traz um conteúdo menos violento e também um pouco mais aprofundado. Não é apenas chocante — apesar do choque ainda estar lá —, mas, comparando-o aos outros filmes do diretor, parece o trabalho mais maduro até então.

Além das constantes parcerias de Zombie que se unem a ele nesse filme, como Sheri Moon, Jeff Daniel Phillips e Sid Haig, outras lendas do terror também compõe o elenco, como Ken Foree, estrela de O Despertar dos Mortos; Dee Wallace, de Cujo e E.T.: O Extraterrestre; e Patricia Quinn, de The Rocky Horror Picture Show.

Os Monstros

The Munsters, 2022 // O filme mais diferente da carreira de Rob Zombie, porém, é sua versão de Os Monstros — é, também, seu único filme até o momento a não ter classificação indicativa acima de 18 anos. Grande fã do seriado dos anos 1960 — como pudemos ver por “Dragula”, esse também talvez seja o filme “mais coração” de Zombie. Não chamou muita atenção dos fãs de horror — talvez pelo gosto um pouco amargo que Halloween ainda deixa em muita gente —, mas é uma bela homenagem à famosa família Munster.

No filme, Lily (Sheri Moon) está procurando um namorado quando finalmente conhece Herman Munster (Jeff Daniel Phillips), no que se dá o início do relacionamento dos dois. Mais como uma prequel da série, Zombie criou uma ambientação fascinante, viva e colorida, para esse grupo de personagens tão carismáticos e queridos. No elenco ainda estão Richard Brake, Sylvester McCoy, Jorge Garcia e Cassandra Peterson, a eterna Elvira. 

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.