7 envenenadoras que marcaram as páginas Crime Scene

Relembre sete envenenadoras dark que foram estudadas em livros da marca Crime Scene.

Há uma ideia amplamente disseminada de que veneno é uma arma tipicamente feminina. Apesar de sabermos hoje que, com boa pontaria e uma boa dose de sangue-frio qualquer arma se torna uma arma de mulher, é inegável que muitas mulheres ficaram conhecidas por serem envenenadoras competentes.

LEIA+: AS ENVENENADORAS MAIS FAMOSAS DA HISTÓRIA

O mais novo lançamento da marca Crime Scene da DarkSide Books relembra dois dos maiores casos de envenenamento cometidos por mulheres. Em Aqua Tofana, de Cathryn Kemp, somos convidados a um passeio pelo século XVII em Roma, onde homens estão morrendo sem se saber os motivos. Ao desconfiarem de envenenamento, há apenas uma pessoa que eles podem incriminar: Giulia Tofana.

Já em As Criadoras de Anjos, de Patti McCracken, somos enviados a 1929, em Nagyrév, onde a morte tem estado à espreita e mais de 160 pessoas foram confirmadas mortas por arsênico, todas, de alguma forma, ligadas a uma mulher conhecida como Tia Suzy.

Para se preparar para esses lançamentos arrepiantes, a Macabra conta um pouco mais sobre a história de Tofana e Tia Suzy, além de listar outras cinco envenenadoras que marcaram presença na marca Crime Scene.

Giulia Tofana

Apesar de não se ter uma imagem de registro histórico de Tofana, essa é a imagem mais utilizada para representá-la.

Aqua Tofana // Uma das envenenadoras mais conhecidas da história, Giulia Tofana foi responsável — direta ou indiretamente — pela morte de centenas de pessoas no século XVII. De acordo com a história, Tofana distribuía um líquido venenoso chamado de Aqua Tofana, capaz de matar sem levantar muitas suspeitas.

Acredita-se, de acordo com algumas fontes, que a Aqua Tofana foi criada, na verdade, por Thofania d’Adamo. Alguns historiadores afirmam que d’Adamo seria mãe de Giulia, e que passara para a filha os cuidados de sua poção. A Aqua Tofana era vendida especialmente para mulheres que queriam se livrar de seus maridos por quaisquer motivos que sejam. Após comercializar a Aqua Tofana por muitos anos, Giulia foi presa em Roma e enforcada em 1651.

Em Aqua Tofana, de Cathryn Kemp, acompanhamos a história de Giulia Tofana em uma narrativa que une detalhes ficcionais e históricos. As fontes sobre a vida e morte de Giulia são muito escassas, e Kemp faz um trabalho delicado de reconstrução e de ficção histórica.

Tia Suzy

As Criadoras de Anjos // Em Nagyrév, na Hungria, aconteceu uma situação estranha e sinistra: um grupo de envenenadoras foi descoberto. Lideradas por Tia Suzy, cujo nome completo era Zsuzsanna Fazekas, essas mulheres criaram um verdadeiro clube de envenenamento, onde o boca a boca foi o melhor meio de marketing. Um dos casos mais estarrecedores do best seller Lady Killers: Assassinas em Série, As Criadoras de Anjos de Nagyrév ganha um documento completo e histórico para saciar a curiosidade dos investigadores de plantão.

Ao que se sabe, Tia Suzy era a parteira da região, uma profissão de prestígio naquela época, importante em vilarejos onde os médicos demoravam horas, às vezes dias, para chegar. Sendo respeitada pela comunidade, e com bons contatos, Tia Suzy era capaz de providenciar seus venenos a uma certa quantidade de pessoas. Crianças indesejadas, maridos e outros “problemas” logo encontraram soluções por meio do arsênico.

Além de lançar luz sobre a vida de Tia Suzy, Patti McCracken, em As Criadoras de Anjos,  também traça um perfil sobre a vida em Nagyrév naquele período, as durezas do pós-Primeira Guerra Mundial, as condições precárias de alguns vilarejos afastados e como a lei era, muitas vezes, um assunto delicado.

Mary Ann Cotton

Lady Killers Profile: Mary Ann Cotton // Nascida no Condado de Durham, na Inglaterra, em 31 de outubro de 1832, a data não chega a ser um augúrio para os atos cruéis e tenebrosos de Mary Ann Cotton, mas nos lembra algumas das piores histórias de Halloween. Diz-se que Cotton assassinou entre 11 e 13 pessoas, e em sua maioria conquistou um bom dinheiro com seus seguros de vida. Seu veneno, assim como grande parte das assassinas do período, era o arsênico.

Ao se casar com o mineiro William Mowbray, o casal se mudou para a região Sudoeste da Inglaterra; depois, se mudaram novamente, dessa vez para o Nordeste. Os registros da época de seu julgamento afirmam que, nesse período em que esteve casada com Mowbray, cinco dos filhos do casal morreram em condições suspeitas. Mowbray também faleceu, e Mary Ann recebeu uma boa quantia com essas mortes.

Voltando ao Condado de Durham, Mary Ann se envolveu com um homem chamado Joseph Nattrass, mas veio a se casar com George Ward, que faleceu algum tempo depois. Seu terceiro marido foi James Robinson, Enquanto esteve casada com Robinson, cerca de quatro pessoas morreram sob seus cuidados, incluindo sua mãe. Robinson, entretanto, mais esperto que os outros maridos de Mary Ann, descobriu as dívidas de sua esposa e pediu que ela se retirasse de casa antes de ser assassinado.

Seu último marido foi Frederick Cotton, que faleceu como os outros três. Antes mesmo de Cotton estar morto, Mary Ann retomou contato com Joseph Nattrass, com quem tivera um envolvimento amoroso anos antes. A ruína de Mary Ann só chegou, por fim, por causa da morte de um dos filhos de Frederick, Charles Edward Cotton, que foi exumado ao levantar suspeitas de um dos médicos responsáveis do condado. Das treze crianças de Mary Ann, apenas duas sobreviveram aos seus cuidados.

No livro Lady Killers Profile: Mary Ann Cotton, Martin Connoly recupera todas as informações necessárias para compreender a vida de Mary Ann, do início ao fim, entre os assassinatos e seu período em julgamento. Um relato preciso e com uma apuração histórica delicada dessa assassina do século XIX.

Gesche Gottfried

Veneno: Anjo de Bremen // Gesina “Gesche” Gottfried nasceu em Bremen em 1785. Dizem que seus pais tinham uma preferência por seu irmão gêmeo, e seu pai lhe recomendava que ela se casasse logo. Gesche acabou se casando com Johan Mittenberg aos 21 anos, e teve três filhos com ele. Eles viviam em condições simples até que Mittenberg ganhou algum dinheiro em uma herança, do qual gastou tudo com jogos e apostas.

Pouco tempo depois, “com dores no estômago”, ele faleceu. Assim como a mãe e os filhos de Gesche. Naquele momento, em 1985, havia um surto de cólera na Alemanha, o que ajudou a mascarar um pouco os crimes de Gesche, sendo que a própria ajudava no cuidado aos doentes e logo ficou conhecida como “o anjo de Bremen”.

Em 1926, vendeu sua casa para Johan e Wilhelmina Rumpff. Após algum tempo, Wilhelmina ficou doente e faleceu. Johan quase foi pelo mesmo caminho, mas a essa altura já estava desconfiado de Gesche. Por mim, Gesche foi pega por seus crimes e contou ter assassinado 15 pessoas — e que queria ter assassinado muitas outras.

A história de Gesche foi contada no quadrinho Veneno: Anjo de Bremen, pelo roteirista Peer Meter e a ilustradora Barbara Yelin. Através dos arquivos disponíveis na época e de uma narrativa ágil, a dupla se debruça sobre esses crimes tão aterradores.

Marie-Madeleine d’Aubray

Lady killers: Assassinas em série // Marie-Madeleine d’Aubray, ou marquesa de Brinvilliers foi uma aristocrata francesa, nascida confortavelmente na família d’Aubray, cujo pai, Antoine Dreux d’Aubray, possuía diversas posições importantes dentro do governo francês da época, regido por Luís XIII e, posteriormente, por Luís XIV, conhecido como “Rei Sol”.

Muitas fofocas escandalosas envolviam a vida de Marie-Madeleine, inclusive em relação à sua “volúpia”. Casou-se aos 21 anos com o rico mercador de tinturas Antoine Gobelin. Mas Marie também tinha um amante, um oficial do exército chamado Godin de Sainte-Croix. A família de Marie, seu pai e seus dois irmãos, não gostavam nada de seu relacionamento com Sainte-Croix. Isso, aliado à falta de dinheiro, levou ambos a começaram a fazer experimentos com venenos, para montar um plano e assassinar o pai de Marie sem que fossem descobertos.

Conta-se que Marie passou a administrar o veneno em pacientes do hospital Hôtel Dieu. A estimativa é de que Marie tenha assassinado cerca de 30 pessoas até ter se certificado de que o veneno funcionaria para seu plano. Depois de se livrar do pai, Marie percebeu que teria que se livrar de seus outros irmãos, o que foi feito. Seus planos envolviam até mesmo sua irmã e sua cunhada.

O fim de Marie chegou ao mesmo tempo que o fim de Sainte-Croix, que faleceu de uma enfermidade repentina e, por suas dívidas, teve um comissário do reino para mexer em suas coisas, onde foi encontrado antimônio com uma nota afirmando que tudo ali pertencia à marquesa de Brinvilliers.

Menos conhecida que suas companheiras dessa lista, quem escreveu sobre ela foi Tori Telfer em seu livro Lady Killers: Assassinas em Série, no capítulo intitulado “Marie-Madeleine: A Rainha dos Envenenadores”.

Tillie Klimek

Damas Mortais // Nascida Otylia Gburek, na Polônia, em 1876, Ottilie “Tillie” Klimek foi para os Estados Unidos ainda criança. Se casou com seu primeiro marido, Jozef Mitkiewicz, em 1895, que faleceu em 1914. Pouco depois, se casou com Joseph Ruskowski, que também faleceu rapidamente após se envolver com Klimek. E, em seguida, um “namorado” que diz-se ter sido rejeitado por ela também veio a óbito.

Foram várias outras pessoas envolvidas com Klimek que ficaram terrivelmente doentes ou vieram a falecer em um curto período de tempo. O que a destaca, enquanto assassina em série envenenadora, é que Klimek alegava conseguir prever o futuro. Ela adivinhava, por exemplo, quando seus maridos iriam morrer, além de saber dizer, com precisão, datas de mortes de outras pessoas. 

Claro que havia uma pequena ajuda dela mesma para tornar suas previsões realidade. Finalmente Tillie foi pega quando se casou de novo, dessa vez com Joseph Klimek, o primeiro a sobreviver aos famosos ensopados de Tillie. Das 20 possíveis vítimas de Tillie — em uma estimativa —, 14 faleceram por envenenamento.

Em Damas Mortais, a autora Jennifer Wright se debruça sobre a história de algumas das mais famosas mulheres assassinas da história. Com uma seção dedicada somente a envenenadoras, Tillie Klimek está presente ao lado de Giulia Tofana e Locusta de Gaul. A história de Klimek também é contada por Tori Telfer em Lady Killers: Assassinas em Série.

Gertrude Taylor

Anjos Cruéis // Se as histórias até aqui parecem um pouco estarrecedoras, nada pode prepará-lo para o que vem a seguir. Certo dia, Robert Taylor pensa em se casar. Após o casamento com sua esposa, a estilista de chapéus Estella Varnes, Robert se muda para a casa de seu pai até que sua própria casa fique pronta.

Às vésperas da mudança, porém, há alguém na história que não está contente. Gertrude Taylor, irmã mais nova de Robert, de apenas 13 anos, está bastante infeliz com o casamento do irmão, pois ele havia comprado um piano, e iria levá-lo embora quando se mudasse. Gertrude pediu para que Estella deixasse o piano por lá, na casa de seu pai, mas a moça disse que o levaria com eles. Gertrude tentou apelar ao pai, para conversar com o irmão, mas também não deu em nada.

Então ela encontrou uma saída: envenenar a todos. Gertrude envenenou toda a sua família com o veneno para ratos Rough on Rats. Seu irmão e cunhada sobreviveram por pouco, mas nunca se recuperaram e viveram o resto de suas vidas com sequelas. O pai de Gertrude, Dillon, faleceu.

Em Anjos Cruéis, ao lado de várias crianças assassinas que têm histórias tão aterrorizantes quanto esta, o autor Daniel Cruz nos apresenta um panorama assustador sobre esse tema tão difícil de lidar.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.