Há mais de quarenta anos Halloween se tornou um clássico não apenas do Dia das Bruxas, mas do gênero do terror. Os fãs de uma das franquias mais bem-sucedidas do cinema contam com uma obra completa que resgata estas mais de quatro décadas de horror em Halloween: O Legado de Michael Myers, uma publicação da Macabra pela DarkSide® Books.
LEIA+: MACABRA E DARKSIDE LANÇAM O LIVRO HALLOWEEN: O LEGADO DE MICHAEL MYERS
Um dos aspectos que contribui para o sucesso e longevidade é o seu icônico e quietão assassino: Michael Myers. Aquele menino que foi preso em uma instituição psiquiátrica após cometer um assassinato brutal permanece um mistério para o público, por mais que alguns plots na franquia se propusessem a tentar explicá-lo.
Mas se tem uma coisa que Myers não deixa de lado a cada Halloween (e aqui vale para o feriado ou para os filmes) é a sua icônica máscara. Com sua infame e divertida origem de uma deformada fantasia de William Shatner, a máscara de Michael Myers sofreu diversas mudanças ao longo de quarenta anos de franquia – algumas para a melhor, outras não muito.
Você é nosso convidado para se sentar na primeira fileira deste macabro desfile em retrospecto às muitas faces do assassino de Halloween:
1. Halloween: A Noite do Terror (1978)
Tudo começou quando pediram para que o produtor Tommy Lee Wallace encontrasse uma máscara simples. Esta era a única orientação. Ele encontrou uma de fantasia do Capitão Kirk, de Jornada nas Estrelas, com os moldes do rosto do ator William Shatner. As sobrancelhas e costeletas foram removidas, os olhos cortados mais abertos, o cabelo foi bagunçado e a máscara foi pintada de branco. E foi assim que nasceu uma lenda do terror.
Pitaco macabro: acerta no minimalismo e na origem bizarra. Nota 10.
2. Halloween 2: O Pesadelo Continua! (1981)
Dá pra acreditar que é a mesma máscara do primeiro filme? Mas ela envelheceu muito mal nos três anos que separam os longas e passou por maus bocados: foi amarelada pelos cigarros da roteirista Debra Hill, amassada no bolso de trás de Nick Castle (o Michael do primeiro filme) e teve o cabelo substituído, deixando a testa mais aparente. Além disso tudo, ainda foi arregaçada para caber no rosto mais cheinho do ator Dick Warlock.
Pitaco macabro: ganha pontos pela sustentabilidade de reaproveitar a primeira máscara, mas o cabelo deixa a desejar. Nota 8,5.
3. Halloween 4: O Retorno de Michael Myers (1988)
Depois de terem irritado os fãs com um filme de Halloween sem Michael Myers, ele foi ressuscitado à franquia no filme dirigido por Dwight H. Little, que precisou refazer a máscara por completo. Só que isso também decepcionou os fãs: a máscara era mais arredondada e branca, quase cartunesca. Como se isso não fosse o bastante, ainda foram usadas outras duas máscaras nas refilmagens – uma delas até deixou o Michael loiro!
Pitaco macabro: tudo muito confuso para o que deveria ser o retorno triunfal do Mike. Nota 2.
4. Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (1989)
Parece que não aprenderam muito com o filme anterior e entregaram outra máscara horrorosa – o que não faz nenhum sentido, já que o Michael não teria como confeccionar uma máscara diferente no tempo em que ficou em coma entre o filme 4 e o 5. A geometria não favorece a nova face, com um rosto muito fino e comprido e um pescoço muito largo. Parece que tentaram humanizar o Michael Myers, mas isso meio que perde aquela aura de bicho-papão do assassino.
Pitaco macabro: não tem perdão para um erro de continuidade desses. Nota 1.
LEIA+: A NOITE EM QUE ELE VOLTOU PARA CASA: A FRANQUIA HALLOWEEN
5. Halloween 6: A Última Vingança (1995)
Toda aquela mitologia do culto apresentada nesta sequência dividiu opiniões de público (teve quem não gostou e quem detestou). Mas pelo menos a máscara deu uma melhorada em comparação às anteriores: a produção se esforçou um pouco mais em tentar deixá-la mais parecida com a original. O cabelo está um pouco mais bagunçado que o normal, mas a gente perdoa.
Pitaco macabro: a tentativa é o primeiro passo pro fracasso, mas pelo menos se esforçaram. Nota 6.
6. Halloween H20: Vinte anos depois (1998)
Jamie Lee Curtis concordou em retornar à franquia vinte anos depois de seu início, mas a máscara original não. O longa é conhecido por utilizar o maior número de máscaras entre todos os filmes de Halloween, incluindo uma infeliz máscara de CGI (lembre-se: o ano é 1998). Ainda assim, há uma máscara principal, que é a mesma da produção anterior. Uma diferença importante é que os buracos dos olhos estão maiores, para criar mais contato visual e tensão entre Michael e Laurie.
Pitaco macabro: menos é mais. Este monte de máscara não ajuda ninguém, mas pelo menos a principal não é das piores. Nota 5.
7. Halloween: Ressurreição (2002)
A gente entende o que tentaram fazer aqui, buscando uma semelhança maior com a máscara original e com um pouco mais de detalhes para aparecer melhor nas filmagens meio granuladas, já que o filme segue a cartilha dos found footage. Mas no fim das contas, só parece que pegaram a máscara original e aplicaram maquiagem em cima.
Pitaco macabro: boa intenção não é suficiente para fazer uma boa máscara e o excesso de linhas me deu vontade de passar um creme antirrugas no Michael. Nota 4.
8. Halloween: O Início (2007)
A história pode até ter se afastado um pouco da original, mas pelo menos a máscara se aproxima do clássico de 1978. Neste remake, Michael Myers consegue sua face macabra no seu primeiro assassinato, ainda criança. Quando ele a recupera depois de quinze anos, ela está suja e arranhada de uma maneira convincente. Rob Zombie quis dar mais textura e cicatrizes para transmitir a bagagem que o assassino carrega consigo, e até que funciona.
Pitaco macabro: pra um remake, até que tentou render uma boa homenagem ao original. Nota 6.
9. H2: Halloween 2 (2009)
Mais gore e alucinado do que o remake anterior, Rob Zombie deu uma máscara para o Michael que parece que vai se desmanchar a qualquer momento. Embora isso faça sentido considerando o filme anterior, não significa que seja uma boa ideia. A máscara destruída deixa boa parte do rosto do assassino à mostra, contrariando a proposta de John Carpenter e Debra Hill, que era justamente a de desumanizar Michael Myers.
Pitaco macabro: provavelmente a pior máscara de toda a franquia. Nota 0.
10. Halloween (2018)
Esqueça todas as histórias absurdas e máscaras horrorosas até aqui, este reboot ignorou todos os filmes feitos dos anos 1980 até aqui e se propõe a ser uma continuação direta do primeiro de todos. Houve muito cuidado aqui para se aproximar da máscara original, considerando as avarias que ela sofreria com o tempo (e até mesmo o golpe de agulha que Laurie deu no pescoço dele em 1978).
Pitaco macabro: de longe a melhor máscara desde a original. Nota 9,5.
11. Halloween Kills: O Terror Continua (2021)
Tem gente que já viu, gente que não viu, então vamos tentar falar da máscara mais recente (e última? Será?) de Michael Myers sem spoilers. Ela segue o modelo do filme de 2018, mas com uma característica importante: está parcialmente queimada. Ela até ganha um papel importante aqui, com a obsessão de Laurie em tirá-la do assassino. Para saber se isso deu certo, só assistindo mesmo.
Pitaco macabro: finalmente deram à máscara o reconhecimento que ela merece, mas o lugar dela é cobrindo o rostinho do Mike mesmo. Nota 7.
E você? Tem uma máscara macabra preferida do Michael Myers? Conta pra gente nos comentários.
LEIA+: 7 MOTIVOS QUE FAZEM DE HALLOWEEN UM DOS MAIORES CLÁSSICOS DO TERROR
*
Halloween: O Legado de Michael Myers é um livro que reúne curiosidades e informações sobre todos os filmes da franquia, e já está disponível em pré-venda na Loja Oficial da DarkSide Books. Comente este post com a Macabra no Twitter e Instagram.