Não importa o que você faça: se você se salvar de uma morte violenta, um final ainda mais trágico estará te esperando no final da rua. Essa foi uma das lições mais difíceis de se aprender com a franquia de filmes Premonição.
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Com cinco filmes lançados entre os anos de 2000 e 2011, Premonição trouxe novos ares para o cinema de terror, que enfrentava uma decaída no subgênero slasher e seus derivados filmes adolescentes. Sem assassinos mascarados, esses personagens devem se preocupar com algo muito mais destrutivo, aterrorizante e imparável: o Destino.
A história dos filmes gira em torno de uma trama bastante semelhante entre si: uma pessoa acaba tendo uma premonição e consegue evitar que um grupo de pessoas morra. Mas, logo em seguida, os membros desse grupo começam a morrer um a um, de uma forma muito mais assustadora e violenta do que da maneira anterior.
Com uma fórmula simples mas um sucesso estrondoso, Premonição trilhou seu caminho como uma das franquias mais queridas do terror. Listamos algumas curiosidades sobre a série de filmes.
O começo de tudo
Sabemos que quando um filme é feito, várias inspirações e referências são utilizadas. Em Premonição não poderia ser diferente, mas existem algumas curiosidades envolvendo o processo todo. Na verdade, Jeffrey Reddick criou a história quando tentava iniciar sua carreira em Hollywood, e pensou em submeter seu roteiro como um episódio para a série Arquivo X. Mas Reddick percebeu o potencial da história antes mesmo de enviar para aprovação, e começou a procurar pessoas interessadas em transformar sua ideia em filme.
Reddick contou ao site Bloody Disgusting que se inspirou quando soube da história de uma jovem que estava em viagem ao Havaí e recebeu uma chamada de sua mãe, pedindo que ela não pegasse o voo que estava destinada a pegar pois sentia um pressentimento ruim. Ela trocou de voo, e o avião em que deveria estar realmente sofreu um acidente.
O nome do episódio seria “Flight 180”, e esse é um dos motivos de tantas aparições do número 180 ao longo do filme. Com medo de que o filme fosse confundido com algo parecido com Con-Air ou Força Aérea Um, a opção foi mudar seu título. Ao lado de Glen Morgan e James Wong, que também dirige o primeiro filme da franquia, Reddick aumentou o tamanho do roteiro para transformá-lo de episódio de série em filme.
Para o segundo filme, Premonição 2 (2003, dir. David R. Ellis), Reddick também retirou a inspiração de seu dia a dia. Certo dia, viajando de carro por uma estrada, se viu próximo a caminhões que carregavam madeira. Logo pensou em diversos acidentes e em como poderia expandir a mitologia da série de filmes. A New Line estava interessada em uma sequência, e logo o segundo filme começou a ser feito.
Referências
Além do incidente que Reddick comentou sobre a queda do avião, há também influências do filme O Único Sobrevivente (1984, dir. Thom Eberhardt) e do episódio 53 de The Twilight Zone, “Sala Vinte e Dois”. Em O Único Sobrevivente, após sobreviver a uma queda de avião, uma mulher começa a ter sentimentos de que ela seria indigna de ter sobrevivido, enquanto começa a ver diversas pessoas mortas que vieram buscá-la. Já no episódio “Sala Vinte e Dois”, uma atriz, que está passando por um momento de burnout, acaba tendo uma série de sonhos com um local — até que os sonhos começam a acontecer de verdade.
Premonição 3 (2006, dir. James Wong) também guarda um detalhe já visto em The Twilight Zone. No episódio “Uma Câmera Muito Incomum”, de número 46, um casal descobre uma câmera polaroid que revela pedaços de um futuro próximo. Para seu benefício próprio, eles acabam descobrindo o vencedor de uma corrida de cavalos para fazerem dinheiro mas, como todo bom episódio de The Twilight Zone, nem tudo é o que parece ser, e quanto mais dinheiro o casal consegue, mais problemas eles têm. No filme, a personagem Wendy (Mary Elizabeth Winstead) sobrevive com alguns amigos a um acidente em uma montanha-russa, e consegue descobrir as ordens das mortes a partir de análises das fotos tiradas naquele dia.
Há um detalhe interessante na criação da maioria dos nomes dos personagens do filme original: todos eles foram “batizados” a partir de nomes de estrelas de filmes de terror antigos. Terry Chaney, por causa de Lon Chaney; Tod Waggner, nomeado em homenagem ao diretor George Waggner; Alex Browning, por causa do diretor Tod Browning; Larry Murnau, por causa de F.W. Murnau; Agent Schreck, por causa do ator Max Schreck que esteve em Nosferatu; Blake Dreyer, nomeado em homenagem ao diretor Carl Theodor Dreyer, Howard Siegel, por causa do diretor Don Siegel; Billy Hitchcock, em homenagem a Alfred Hitchcock; e Valerie Lewton, em homenagem ao produtor de filmes de terror Val Lewton. Isso também acontece em outros filmes da franquia, como Lewis Romero, em Premonição 2, ou Peter Friedkin e Candice Hooper em Premonição 5.
Mortes baseadas em eventos reais
Pode-se pensar que as mortes em Premonição são muito excêntricas para serem reais, mas é um engano. Apesar da parte das premonições e da fuga da morte serem ficcionalizadas, todos os tipos de mortes que iniciam os filmes aconteceram de verdade em algum momento — ou mesmo que aconteceriam após os filmes.
Em 2019, um homem quase foi morto após colidir com algumas toras de madeira caídas de um caminhão. Quase quatro pessoas morrem em acidentes em montanhas-russas nos Estados Unidos por ano — sendo o pior acidente desse tipo acontecido em 1972. Nos anos 1955, aconteceu o chamado Desastre de Le Mans, que causou a morte de 80 pessoas.. Em 2007, o peso da ocupação e algumas máquinas de construção fizeram a ponte ponte 35W em Minneapolis ceder e matar 13 pessoas.
Já as mortes de cada um dos sobreviventes são inspiradas em algumas das maiores fobias com morte que as pessoas têm — por mais bizarras que sejam, como a de ser sugado por um ralo de piscina por sucção. Não quer dizer, entretanto, que elas também não sejam possíveis de acontecer. Essa morte por sucção de piscina, por exemplo, já aconteceu algumas vezes.
Tony Todd
Tonyu Todd, o ator protagonista de O Mistério de Candyman (1992) e do remake de A Noite dos Mortos-Vivos (1990) merece um destaque à parte das curiosidades. Todd esteve presente em quatro dos filmes da franquia como o agente funerário Bludworth que, apesar de seu pouco tempo em cena, chamou a atenção dos fãs de terror e se transformou em um dos personagens mais icônicos da franquia.
Apesar de muitos acreditarem que Bludworth seria a encarnação da própria figura da Morte na terra ou, pelo menos, um tipo de representante da mesma, Todd e os produtores da franquia não acreditam nessa possibilidade. Para eles, o personagem é só um ser humano, sem conexão com a Morte.
Um novo filme a caminho
A New Line se uniu à HBO Max e um sexto filme da franquia está em desenvolvimento. Craig Perry, que foi o produtor responsável pelos outros cinco filmes da franquia, retorna em seu papel acompanhado de Sheila Hanahan Taylor, também produtora executiva dos outros filmes da série, e Jon Watts, diretor de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa.
Watts elaborou um tratamento que está sendo desenvolvido por Lori Evans Taylor e Guy Busick. Enquanto Taylor não tem experiência com filmes de terror, Busick foi responsável pelos roteiros de Casamento Sangrento e Pânico 5 (e foi confirmado como roteirista do próximo filme da franquia), além de ter trabalhos no roteiro de 10 episódios da série Castle Rock.
O novo filme ainda não tem previsão de lançamento, ou uma sinopse definida, mas estamos curiosos com o que vem por aí.
Bônus: New Romance
O ator Miles Fisher, que interpreta Peter Friedkin em Premonição 5, também é cantor. Em seu videoclipe New Romance, Fisher chamou alguns amigos do elenco do filme para contracenarem com ele. As mortes que acontecem no clipe são dignas do filme que os conectou. Temos participações de Emma Bell (que interpreta Molly no filme), Nick D’Agosto (Sam), P.J. Byrne (Isaac), Jacqueline MacInnes Wood (Olivia), Ellen Wroe (Candice) e David Koechner (Dennis).
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