Sua mordida é pior que seu latido: curiosidades sobre Cujo

Esqueça aquela história de que cão que ladra não morde. Cujo, o aterrorizante cachorro saído da mente de Stephen King, morde e muito. Confira algumas curiosidades sobre o filme.

A natureza, e tudo o que vem dela, pode ser uma benção e uma maldição. Incontáveis são os filmes de animais gigantes, ou animais que se revoltam contra seus humanos, mas quase nunca é sem motivo. Na maioria das vezes, os humanos fizeram algo — ou não prestaram atenção de que algo estava acontecendo.

Em Cujo, temos uma família em perigo. E isso não diz respeito somente ao enorme São Bernardo raivoso prestes a arrancar a vida de uma pobre mãe de família com as próprias presas. A família Trenton está passando por outros problemas, também. Donna (Dee Wallace) tem uma relação extraconjugal. Certo dia, após perceber que está cansada dessa vida dupla e decidir romper com esse relacionamento, vai até uma oficina para consertar o carro de seu esposo e acaba presa dentro dele com seu filhinho, Tad (Danny Pintauro), e ambos correm sério perigo sendo alvos de Cujo, o cão raivoso que está do lado de fora.

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O filme foi adaptado do livro de mesmo nome de Stephen King, lançado em 1981. Lançado em 1983, dirigido por Lewis Teague, o filme passou por uma série de modificações com o livro, mas é considerado uma das grandes e mais clássicas adaptações do autor.

Selecionamos algumas curiosidades de Cujo para os fãs do rei do terror. 

Stephen King

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King passou por uma época difícil em sua vida, e isso se refletiu em muitos de seus trabalhos posteriores. Os problemas com álcool e drogas fizeram com que ele passasse por períodos intensos de estímulo dos quais não se lembra muito bem do que aconteceu. Cujo, por exemplo, é um dos trabalhos feitos nesse período. No livro Sobre a Escrita, King conta como gostaria de se lembrar desse processo, sendo um livro do qual ele gosta tanto. 

Cujo começou a ser pensado em 1977, quando King levou sua motocicleta para um mecânico que, segundo ele, tinha o maior São Bernardo que já havia visto. Depois de quatro anos, em 1981, o livro foi publicado.

Foi o próprio King que sugeriu que Lewis Teague fosse o diretor da adaptação. King ficou impressionado com o que Teague fez em Alligator: O Jacaré Gigante, de 1980, e disse para a produtora responsável, Taft International, que Teague seria a melhor opção. A produtora escolheu Peter Medak, diretor de Intermediário do Diabo, de 1980, para liderar Cujo. Algum tempo depois do início das filmagens, entretanto, Medak teve diferenças criativas e deixou a equipe. Teague assumiu e fez um filme definitivamente assustador.

E, para completar, King também aprovou as mudanças feitas no final da adaptação. Apesar de não acabar muito bem no livro, Cujo ganhou um final um pouco mais feliz quando apareceu nas telas. 

Atores animais

Filmar com animais não é uma coisa fácil e não é raro que mais de um animal seja utilizado para cumprir um papel. No caso de Cujo, foram usados cinco São Bernardos, além de uma cabeça mecânica e um cara, chamado Gary Morgan, vestido numa roupa de cachorro — que rendeu fotos maravilhosas de making off. De acordo com Teague, cada um dos animais tinha seus próprios talentos e eram utilizados para diferentes propósitos.

Quem não gostou nadinha dessa coisa de utilizar São Bernardos foi o treinador, Karl Miller. Para ele, São Bernardo era uma raça impossível de adestrar e isso não daria certo para o filme. No final, ele foi voto vencido, e hoje podemos ver as excelentes atuações dos cães — em 1992, Miller também acabou treinando o São Bernardo, protagonista de Beethoven.

As cenas de ataques em que Donna e Tad estão dentro do carro foram cenas de ataques reais — mas muito menos sanguinolentas do que podemos imaginar. Para garantir que nossos atores caninos se chocassem contra o veículo, os adestradores deixaram os brinquedos preferidos das estrelas dentro do carro. Assim, eles iriam atrás do que lhes pertencia. 

E, se você acha que aquela espuma de raiva que aparece diversas vezes na boca de Cujo parece muito real, é porque meio que é. O composto é uma mistura de claras de ovo e açúcar, e os cachorros causavam bastante estresse no set de filmagens porque sempre ficavam lambendo a espuma. Mas não dá para julgá-los, já que deveria estar docinho.

Lute como uma mãe

Uma das grandes estrelas humanas de Cujo foi Dee Wallace, no papel de Donna Trenton. Ela fez tanto sucesso que o próprio King disse que ela merecia um Oscar por sua excelente atuação. Além disso, Wallace também gosta de afirmar que foi o filme que ela mais gostou de ter feito. Mas para chegar ao grande público, a atriz sofreu um pouco durante as gravações. 

Para começar, era um frio absurdo. O filme foi gravado na Califórnia durante os meses de inverno, mas o clima escolhido para o filme era o calor. Então muitos aquecedores tiveram que ser usados, principalmente porque estava especificado que os personagens estavam sofrendo pelas temperaturas elevadas.

Durante uma das cenas mais perigosas de ataque de Cujo contra Donna, a dublê Jean Coulter foi chamada. Um dos cachorros, Cubby, foi treinado para atacar Coulter logo que ela avançasse em sua direção, e eles conseguiram acertar a tomada de primeira. Mas, assim que ouviu o “corta!” vindo da equipe, Coulter comemorou dando um pulo para frente. Cubby então a atacou, mordendo seu nariz. A dublê foi levada para o hospital, onde recolocaram a parte arrancada. E essa não foi a primeira vez que Coulter se feriu em cena. Em Tubarão 2, após um acidente com uma pistola de sinalização, ela perdeu as sobrancelhas e os cílios.

Também foi por causa de Wallace que uma frase poderosa foi mantida no filme. Graças a atriz, em determinado momento que Tad está gritando por seu pai, ela grita de volta “Alright, I’ll get your daddy!” (Tudo bem, vou chamar seu papai). Os editores queriam retirar a frase por ser dura demais, e achar que os espectadores não gostariam mais tanto assim da personagem de Wallace. Mas Wallace se manteve firme: “Todo parente em todos os lugares do mundo vão se identificar com essa reação. Vamos ter os colhões e mantê-la”.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.