Guia definitivo de adaptações macabras de Stephen King

Uma máquina de criar de horrores, King tem mais de 70 obras baseadas em suas histórias. Confira o Guia Definitivo de adaptações e se prepare para a maratona.

* Texto traduzido do site Bloody Disgusting e ampliado pela Macabra

Tanto faz se você é apaixonado por filmes de terror ou um recém-iniciado na arte de levar alguns fantasmas pra cama, você provavelmente já ouviu falar de Stephen King. O fato é que Stephen King já escreveu 61 romances (ok, ele pode estar lançando outros dois ou três nesse exato momento), mais de 200 contos, roteiros, novelas e algumas coisinhas a mais que, somadas, venderam mais de 350 milhões de cópias. Não bastasse uma obra tão vasta, a literatura de Stephen King é extremamente visual, o que traduz suas obras em perfeitos convites a adaptações para as telas (o tamanho, você pode escolher, de smartphones aos cinemas).

Como é de se imaginar, acompanhar toda essa produção macabra se tornou um enorme desafio (e ficou ainda maior com King disponibilizando alguns de seus textos por um dólar em direitos autorais!), tanto aos recém-chegados, quanto aos King Maníacos de longa data. Para facilitar um pouco a nossa vida e colocar a relevância de Stephen King para esse mercado, compilamos um guia completo sobre todas as suas adaptações. Respirem fundo!

Adaptações para o Cinema

Carrie

Carrie (1976) // Baseado no romance de 1974. Com o currículo de King, parece apropriado que seu primeiro romance, logo de cara, seja o primeiro a ser adaptado ao cinema. E King tratou de ir logo subindo o nível… Sissy Spacek, por exemplo, foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação como a tímida Carrie White. Na trama, Carrie é filha da fanática religiosa Margaret White (e adivinhem? Piper Laurie também foi indicada ao Oscar) e alvo frequente de valentões do colegial. Isto é, até que seus poderes macabros sejam despertados e uma brincadeira maldosa a empurre até o limite. Dirigido por ninguém mais, ninguém menos que Brian De Palma, Carrie ainda conta com a presença ilustre de John Travolta, e permanece uma das candidatas à coroa de melhor adaptação do rei. E não esqueçamos de agradecer fervorosamente à Sra. King, Tabitha, por ter salvado o manuscrito original do lixo e dado o empurrão definitivo na carreira do marido.

O Iluminado

The Shining (1980) // Baseado no romance de 1977. A adaptação de Stanley Kubrick para o romance de King é tida por muitos como uma obra-prima cinematográfica, e uma das mais assustadoras de todos os tempos. Mas essa não é a opinião do próprio King, que demonstra há anos sua decepção com a distorção drástica que Kubrick imprimiu sobre o material original. Enquanto a queda de Jack Torrance para a loucura era muito mais externa graças aos fantasmas do Hotel Overlook, Kubrick fez a jornada de Jack mais enraizada no terror psicológico. Steve era quente, o macabro Kubrick foi congelante. Jack Nicholson (que interpreta Jack Torrance no longa) continua intocável pela maioria.

Creepshow: Arrepio do Medo

Creepshow (1982) // Baseado em duas histórias de King: “Weeds” de 1976 e “The Crate” de 1979; as outras histórias adaptadas foram escritas especialmente para o filme. Dirigido pelo pai dos zumbis, George A. Romero, esta antologia é uma grande homenagem aos quadrinhos de terror dos anos 50 (no filme, o espectador se sente como se estivesse lendo uma dessas revistas). Invocado pelo pequeno Billy (interpretado pelo filho de King, Joe) após ser repreendido por ler uma história em quadrinhos de terror, The Creep aparece em sua janela para dar uma mãozinha. A partir daí cinco histórias se desdobram entre horror e humor. Tudo bem colorido, em uma estética típica de quadrinhos, e tudo muito Stephen King. De fato, tudo é tão King, que até King, em carne, ossos e ervas daninhas, aparece na história “A Morte Solitária de Jordy Verrill” baseado em seu curta “Weeds”, para sua estreia no cinema. A cereja no topo do bolo são as maquiagens e caracterizações macabras garantidas pelo mestre Tom Savini.

Cujo

Cujo (1983) // Baseado no romance de 1981. Reza a lenda macabra que Stephen King certo dia levou seu carro enguiçado a uma oficina no meio do nada. E que o homem tinha um São Bernardo, e que o São Bernardo rosnou para ele. Grande erro… Na obra e adaptação subsequente de Cujo, um amistoso São Bernardo se torna uma fera cruel graças a uma mordida de um morcego raivoso. Adicione a isso uma dona de casa, Donna (Dee Wallace), e seu jovem filho, Tad (Danny Pintauro), que chegaram na propriedade para consertar o carro da família, sem saber que o cão raivoso já havia matado seu dono. Isso desencadeia uma intensa luta pela sobrevivência, com o carro sendo o único refúgio seguro contra o animal implacável, e sem ajuda à vista. A adaptação é bastante fiel ao livro, mas elimina todos os elementos sobrenaturais do romance e oferece um final muito menos traumático. Spoiler do livro: Donna finalmente derrota Cujo, minutos antes da ajuda chegar, mas o jovem Tad já havia morrido de desidratação e exposição ao calor.

Na Hora da Zona Morta

The Dead Zone (1983) // Baseado no romance de 1979. Dirigido por David Cronenberg, esta adaptação é estrelada por Christopher Walken como John Smith, um jovem professor que fica em coma por cinco anos devido a um acidente de carro. Quando retoma a consciência, John descobre que sua amada seguiu com sua vida, e que ele possui uma habilidade psíquica macabra que lhe dá visões e revelações sobre qualquer um que ele toque. A produção simplifica muito o romance, e com isso não é considerada uma das melhores adaptações de King, ainda que permaneça atemporal. O romance inclusive inspirou uma série de TV iniciada em 2002, que durou seis temporadas.

Christine, O Carro Assassino

Christine (1983) // Baseado no romance de 1983. A popularidade do King chegou a tal ponto que a produção para esta adaptação começou antes mesmo da publicação do romance. Desse modo, é natural que exista alguma diferença narrativa entre o romance e o filme. Este não foi um projeto do coração para o diretor John Carpenter, mas ele precisava fazer alguma coisa depois do fracasso de bilheteria de Enigma do Outro Mundo. Quem ganhou com essa foram os fãs, pois a visão macabra de Carpenter trouxe uma versão bem mais estilizada da história original do Plymouth Fury assassino de King.

Colheita Maldita

Children of the Corn (1984) // Baseado no conto de 1973. O jovem casal Burt e Vicky (Peter Horton e Linda Hamilton) se vê preso em uma cidade isolada do Nebraska cheia de crianças religiosas e homicidas que anteriormente expurgaram a cidade de todos os adultos. Ao contrário do romance original, que desde o começo situa Burt e Vicky em um relacionamento desgastado, no filme eles ainda se amam. O que só dura até chegarem a Gatlin, de qualquer maneira. A adaptação também adiciona dois novos personagens, o inocente Job e Sarah, que ajudam os adultos em sua sobrevivência. King soltou alguns rumores sobre estar descontente com essas mudanças, mas pelo menos a adaptação rendeu ​​vilões macabros como Isaac (John Franklin) e Malachai (Courtney Gains).

Chamas da Vingança

Firestarter  (1984) // Baseado no romance de 1980. O enredo macabro traz um casal ganhando habilidades telecinéticas depois de se voluntariar para experimentos médicos. Posteriormente, eles têm uma filha, Charlie (Drew Barrymore), que nasce com habilidades pirocinéticas. A pequena Charlie está desaparecida e a indústria médica responsável a quer de volta. A Incendiária foi dirigido por Mark L. Lester (que também dirigiu Commando, e o punk-o-fóbico, Class of 1984), e o primeiro nome da lista dos roteiristas era o de John Carpenter. Mais uma vez, o fracasso financeiro de Enigma de Outro Mundo alterou a trajetória de sua carreira, e Lester contratou Stanley Mann para adaptar o romance de King à tela, evitando dois roteiros comissionados por Carpenter.

Olhos de Gato

Cat’s Eyes (1985) // Baseado nos contos “Quitters, Inc.” de 1978 e “The Ledge” de 1976; “General” foi escrito especificamente para o filme. Esta antologia conecta três histórias através de um gato macabro que está em uma missão para salvar uma menina. Escrito por King e dirigido pelo seu favorito, Lewis Teague (Cujo), Olhos de Gato é o primeiro filme a realmente conectar diferentes universos da mesma forma que King faz em seus romances. No nono filme lançado nos cinemas (décimo, se você contar o filme feito para a TV Salem’s Lot), há muitos segredos escondidos e referências a outros personagens e lugares notáveis do universo de King, ​​que indicam o quão relevante o autor se tornou para a cultura pop.

Bala de Prata

Silver Bullet (1985) // Baseado no romance A Hora do Lobisomem, de 1983. O romance original foi originalmente planejado para ser um calendário, com ilustrações do artista de quadrinhos Bernie Wrightson. Mas King não ficou satisfeito com o espaço limitado das suas vinhetas mensais para acompanhar a arte e transformou o projeto em um pequeno romance (incluindo as ilustrações de Wrightson). Então, a novela se apresenta como um calendário estendido, que a cada mês conta a história da última vítima do lobisomem. King escreveu o roteiro para a adaptação, trocando o formato mensal por uma narrativa coesa que seguia o herói paraplégico Marty (Corey Haim), seu tio Red (Gary Busey) e sua irmã (Megan Follows), enquanto resolviam o mistério por trás dos ataques macabros.

Comboio do terror

Maximum Overdrive (1986) // Baseado no conto “Caminhões”, de 1973. Um cometa faz com que objetos inanimados se tornem conscientes e homicidas, e um grupo de pessoas acaba ficando refém de uma frota de máquinas em uma parada de caminhões. Comboio do Terror não leva apenas o roteiro de King, mas também foi o primeiro e único filme a ser dirigido por ele. O longa não se saiu bem financeiramente ou criticamente, mas contou com a trilha sonora macabra e AC/DC e com as atuações de Emilio Estevez e do próprio Stephen King — e você pode identificá-lo no filme como um homem brigando com um caixa eletrônico.

Conta Comigo

Stand by Me (1986) // Baseado no conto “The Body”, de 1982. Algumas das melhores adaptações das obras de King não são horror, mas drama. Esse foi o caso de Conta Comigo, uma história de amadurecimento na qual quatro amigos embarcam em uma jornada macabra para encontrar o corpo de um menino desaparecido, e supostamente morto. Rob Reiner, que assina a direção, optou por se dedicar a um dos garotos, Gordie, e torná-lo um personagem central, para dar mais foco à versão cinematográfica. A mudança resultou na conquista de muitos prêmios, incluindo um Globo de Ouro de Melhor Diretor e um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

Show de Horrores

Creepshow 2 (1987) // Baseado no conto “The Raft”, de 1982, as outras duas histórias adaptadas foram escritas especificamente para o filme. Como seu predecessor, Creepshow 2 deveria incluir cinco contos macabros. Cortes orçamentários cortaram dois deles, embora um tenha sido usado mais tarde, em Contos da Escuridão: O Filme — “Cat from Hell”. O melhor conto, “The Raft”, foi baseado em uma história curta de King, quanto aos demais, ele mesmo fez os primeiros esboços. A partir daí, George A. Romero escreveu o roteiro. A direção ficou com Michael Gornick, diretor de fotografia de Creepshow e Dia dos Mortos.

O Sobrevivente

The Running Man (1987) // Baseado no romance de 1982, sob o pseudônimo Richard Bachman. Essa ficção científica estrelada por Arnold Schwarzenegger segue um homem injustamente condenado, Ben Richards (Schwarzenegger), que é forçado a participar de um desafio macabro, uma forma de execução pública exibida ao vivo, pela TV. Muito mais leve e diferente que o romance original, a adaptação também ganhou um final feliz. Se já faz um tempo desde que você viu o filme, então não há melhor momento para assistir outra vez, já que a maior parte da narrativa é definida em 2019.

Cemitério Maldito

Pet Sematary (1989) // Baseado no romance de 1983. Sendo um dos romances mais pesados de King, Cemitério Maldito foi originalmente planejado para ser dirigido por George A. Romero, que já havia comprado os direitos em 1984. Mas, devido a seu envolvimento em outro projeto, Romero saiu da produção. Mais tarde, com a situação de uma greve de roteiristas, a Paramount precisava de roteiros já prontos, para evitar grandes lacunas na programação de lançamentos. O roteiro ficou com King e a direção, com a visão forte de Mary Lambert (que insistiu sobre Miko Hughes como Gage Creed e Andrew Hubastek como a macabra Zelda). Pontos somados e essa adaptação é fiel como um cronômetro.

Contos da escuridão: O Filme

Tales from the Darkside: The Movie (1990) // Baseado no conto “Cat from Hell”, de 1977. Lembra que Creepshow 2 tinha mais dois contos que acabaram cortados devido a restrições orçamentárias? Foi aqui que uma dessas histórias veio parar. O segmento do meio da antologia, “Cat From Hell”, foi adaptada por Romero, e seguiu com um velho rico que contrata um matador para acabar com um gato. O assassino contratado não acredita nas histórias do velho sobre como o tal gato é responsável por uma série de assassinatos, mas está disposto a aceitar o pagamento generoso de qualquer maneira. Esta história conta com muito humor macabro até chegar ao seu final sangrento.

A Criatura do Cemitério

Graveyard Shift (1990) // Baseado no conto de 1970. Esta adaptação faz alguns desvios drásticos do conto ao qual se baseia; uma manobra que não se saiu muito bem com os críticos. A Criatura do Cemitério segue o novo contratado Hall (David Andrews), encarregado por seu malvado chefe Warwick (Stephen Macht) para ajudar na insana infestação de ratos sob sua fábrica, mas eles encontram algo muito mais macabro nos porões. Embora o filme tenha seus momentos (como Brad Dourif atuando como exterminador excêntrico), ele também opta por um final mais feliz, enquanto (spoiler), a história original é mais sombria e ainda nos mostra tanto Hall quanto Warwick sendo devorados pelos ratos mutantes.

Louca Obsessão

Misery (1990) // Baseado no romance de 1987. Um grave acidente de carro é apenas o começo do pesadelo de Paul Sheldon quando ele percebe que seu salvador é uma fã obcecada que se recusa a deixá-lo sair a qualquer custo. O diretor Rob Reiner mais uma vez se mostra magistral na adaptação das obras de King para a tela, desta vez nos apresentando o talentoso romancista e roteirista William Goldman (Um Passe de Mágica, A Princesa Prometida). Outra característica premiada é a talentosíssima atriz Kathy Bates, que viria a participar de outras adaptações macabras de King.

O Passageiro do Futuro

The Lawnmower Man (1992) // Baseado (apenas no nome) no conto de 1975. Essa adaptação é um pouco bizarra. Inicialmente, aliás, ela sequer foi concebida como uma adaptação. Originalmente intitulada Cyber God, a história nos apresenta um jardineiro humilde (e meio burro) tornado hiperinteligente devido a experimentos de realidade virtual. Mas a New Line Cinema, que tinha direitos sobre o conto de King, decidiu combinar Cyber God a The Lawnmower Man. King processou com sucesso a remoção de seu nome; haja visto que essa adaptação tinha muito pouco em comum com sua história. Este filme sequer é reconhecido na sua página oficial, mas vamos incluí-lo aqui como um incentivo para procurar o conto — que é mais macabro e bem melhor.

Sonâmbulos

Sleepwalkers (1992) // Baseado em um conto inédito, roteiro original. O primeiro de muitos trabalhos de King a serem dirigidos pelo mestre de terror Mick Garris, Sonâmbulos é um roteiro original escrito por King. Com um toque no mínimo macabro para os mitos dos vampiros, o filme gira em torno de dois seres incestuosos (Brian Krause e Alice Krige) que se alimentam de virgens. Sua última vítima é Tanya Robertson (Madchen Amick), uma doce menina que encontra um inesperado aliado no gato Clovis, do xerife da cidade. O filme cumpre o que promete para um horror mais inusitado, e de quebra traz as aparições notáveis e divertidas de John Landis, Joe Dante, Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica, Poltergeist), Clive Barker (Hellraiser), e o próprio King.

A Metade Negra

The Dark Half (1993) // Baseado no romance de 1989. Dirigido e adaptado para a tela por George A. Romero, A Metade Negra segue com Thad Beaumont (Timothy Hutton), um escritor que tenta se livrar de seu pseudônimo, o macabro George Stark. Mas George não quer ser esquecido e se torna uma presença física que aterroriza os amigos e a família de Thad. O romance foi escrito depois que o alter ego de King, Richard Bachman, foi divulgado, e ele inclusive dedicou o romance ao “falecido Richard Bachman”. Se há um assunto recorrente na obra de King, são escritores torturados. A Metade Negra pode ser um filme lento, mas merece muito mais créditos do que recebeu, principalmente pela atuação de Hutton batendo um bolão em papéis duplos.

Trocas Macabras

Needful Things (1993) // Baseado no romance de 1991. O misterioso Mr. Gaunt (Max von Sydow) chega a Castle Rock para abrir uma loja que vende antiguidades e conceder aos seus clientes os seus desejos mais profundos. Mas, como é de se esperar, os desejos custam bem mais que os preços nas etiquetas. O macabro romance de 960 páginas foi longo demais para ser condensado em um longa-metragem, razão pela qual sofreu um enorme corte de 3 horas em sua adaptação, que foi ao ar na TBS três anos mais tarde, no formato de minissérie. Nenhum lançamento caseiro incluiu esse corte estendido do filme. O filme provavelmente é melhor, já que o ritmo vagaroso promovido pela versão estendida deixou claro que a versão de duas horas era suficiente.

Um Sonho de Liberdade

The Shawshank Redemption (1994) // Baseado na novela “Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank”, de 1982. Foi graças ao roteiro macabro de A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos, que Frank Darabont obteve a confiança que precisava para retornar a King (com quem ele havia trabalhado na adaptação conto “The Woman in the Room” para um curta-metragem) e adquirir os direitos de sua novela “Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank”. Darabont não adaptou a obra imediatamente, escrevendo o roteiro cinco anos depois. Ele expandiu a história e os personagens, adicionando um diretor sombrio como um antagonista primário. O roteiro era tão bom que Rob Reiner queria dirigir, oferecendo-se para financiar qualquer outro projeto em troca. Darabont manteve-se forte e o resultado é um dos melhores filmes, marcando o início do trabalho de Darabont com as histórias de King.

Mangler, O Grito de Terror

The Mangler (1995) // Baseado no conto de 1978. Uma das mais inusitadas adaptações de King, traz uma máquina de lavar industrial desenvolvendo apetite por carne humana. Sim, você leu direito. Dirigido por Tobe Hooper, O Grito de Terror estrela Robert Englund como o dono da empresa e Ted Levine como o policial chamado para investigar a primeira vítima da máquina. Pelo menos a adaptação não ousa ser tão surreal quanto a história — com a máquina de lavar macabra solta das âncoras para percorrer as ruas em busca de novas vítimas. A adaptação ainda gerou duas sequências, nenhuma delas relacionada à história de King ou a outras do autor.

Eclipse Total

Dolores Claiborne (1995) // Baseado no romance de 1993. Uma repórter da cidade grande volta para sua pequena cidade natal para ajudar a mãe, que foi acusada de assassinar a mulher idosa para quem trabalhava como empregada doméstica. Estrelando Jennifer Jason Leigh e Kathy Bates, no que ela descreveu como seu melhor papel, Dolores Claiborne é uma adaptação envolvente que tem sido difícil de se definir em termos de gênero. Notadamente referido como um thriller psicológico, o filme também foi classificado como drama, romance gótico e horror. Não importa como se defina, é ótimo. A ressalva é que há mais elementos sobrenaturais no romance e uma grande conexão com outro romance macabro de King — Jogo Perigoso.

A Maldição

Thinner (1996) // Baseado no romance de 1984, sob o pseudônimo Richard Bachman. Dirigido por Tom Holland e adaptado por Michael McDowell (Os Fantasmas se Divertem), A Maldição não conquistou críticas ou bilheteria expressiva no momento do lançamento. Foi uma batalha dura até o topo; e a causa pode ser o protagonista principal, que não é exatamente um personagem cativante. Billy Halleck é um advogado rico com talento para defender criminosos e não demorou muito para que seus erros irritassem o cigano errado, que o amaldiçoa a perder peso em um processo bem pouco saudável. Uma história mal-humorada e macabra adaptada fielmente, realçada por grandes efeitos especiais.

Voo Noturno

The Night Flier (1997) // Baseado: no conto de 1988. A adaptação foi lançada em DVD pela New Line Cinema e não foi lançada nos cinemas, e tampouco foi feita para a TV. Tudo isso fez de Voo Noturno uma das adaptações menos populares de King, o que é uma vergonha. Miguel Ferrer interpreta o repórter do tabloide, Richard Dees, ansioso para obter informações sobre um serial killer que viaja pelos aeroportos para abater as vítimas. Dees suspeita que o assassino pensa em si mesmo como um vampiro, mas a verdade é bem mais macabra. A adaptação é bastante fiel, mas a característica de repórter amador termina por alterar o destino final de Richard Dees.

O Aprendiz

Apt Pupil (1998) // Baseado na novela de 1982. Um thriller que envolve um garoto adolescente chantageando seu vizinho depois de descobrir que ele é um criminoso de guerra nazista escondido das autoridades. Com as histórias que o garoto exige saber, em pouco tempo uma relação doentia se desenvolve entre os dois. Dirigido por Bryan Singer, e estrelado por Brad Renfro e Ian McKellen, o filme e a novela têm finais muito diferentes, embora tematicamente ambos deixem o adolescente Todd em um lugar macabro. Um filme que enervou os críticos e não se saiu bem financeiramente, e acabou sendo ainda mais prejudicado por um escândalo, quando um processo foi aberto contra Singer por um figurante de 14 anos.

À Espera de um Milagre

The Green Mille (1999) // Baseado no romance de 1996. A segunda adaptação de Frank Darabont de uma história de King, da qual ele dirigiu e escreveu o roteiro, foi um grande vencedor de prêmios. Ambientado durante a Grande Depressão, é um drama sobrenatural que acompanha a vida dos guardas de um corredor da morte, conhecido como “Green Mile”, irrevogavelmente mudada com a chegada do prisioneiro John Coffey (Michael Clarke Duncan), um gigante gentil que carrega uma acusação macabra nos ombros. Esta adaptação exige que você tenha uma caixa de lenços à mão enquanto assiste.

Lembranças de um Verão

Hearts in Atlantis (2001) // Baseado na novela Low Men in Yellow Coats de 1999. Esta adaptação apresenta a mãe solteira Liz (Hope Davis) e seu filho Bobby (Anton Yelchin), que conhecem um estranho mais velho, Ted (Anthony Hopkins). Quando Bobby se aproxima de Ted, descobre que o homem tem poderes telecinéticos e psíquicos, e a amizade entre eles muda sua vida para sempre. Não, isso não é horror, mas a novela de origem foi escrita como um elo de ligação para a popular série A Torre Negra, de King. Ted está fugindo dos “homens baixos” que trabalham para o Rei Rubro, uma entidade macabra importante na série.

O Apanhador de Sonhos

Dreamcatcher (2003) // Baseado no romance de 2001. Frequentemente apresentado entre as piores adaptações de King, o Apanhador de Sonhos é, no mínimo, intrigante. Dirigido pelo roteirista indicado ao Oscar, Lawrence Kasdan, escrito pelo roteirista premiado com o Oscar, William Goldman (Um Passe de Mágica, Louca Obsessão), e apresentando um elenco de grandes talentos, há uma expectativa implícita de que o filme ofereceria diálogos muito melhores do que frases como “Jesus-Cristo-bananas, que porra está acontecendo aqui?”. Quanto ao enredo, a invasão extraterrestre por meio de um parasita infeccioso que captura quatro amigos pelo meio do caminho é até aceitável, o problema é o que vem depois.

Janela Secreta

Secret Window (2004) // Baseado na novela Janela Secreta, Secreto Jardim, de 1990. Compartilhando algumas grandes semelhanças com A Metade Negra, o bem-sucedido escritor Mort (Johnny Depp) é perseguido por um estranho macabro e acusando de plágio em meio a um doloroso divórcio com sua esposa. Sua amada já tem outro, interpretado por Timothy Hutton, que também atuou em A Metade Negra. É claro que o estranho que espreita Mort tem muito mais em comum com ele do que só uma escrita idêntica, ou essa não seria uma história de King. Adaptado e dirigido por David Koepp (Ecos do Além), a versão cinematográfica favorece Mort, fazendo de sua ex-mulher uma antagonista e alterando drasticamente o destino de ambos os personagens.

Montado na Bala

Riding the Bullet (2004) // Baseado na novela de 2000. Quando George recebe um telefonema dizendo que sua mãe está morrendo, ele decide pedir carona por mais de 160 quilômetros para vê-la, e acaba aceitando a carona de um estranho que carrega um segredo macabro. Dirigido e escrito por Mick Garris, esta adaptação da novela é bastante fiel, apenas acelerando a linha do tempo do destino do personagem, para gerar mais urgência. É estrelado por Jonathan Jackson como George, e David Arquette como o estranho agourento, George Staub. Montado na Bala recebeu um lançamento limitado e inexpressivo antes de cair no DVD, tornando-se uma das boas, porém pouco conhecidas adaptações de King.

1408

1408 (2007) // Baseado no conto de 1999. John Cusack é Mike Enslin, um autor cético especializado em desmascarar o paranormal. Apesar dos avisos do gerente do local Gerald Olin (Samuel L. Jackson), Enslin faz o check-in e se hospeda no macabro 1408, no Dolphin Hotel. Esse ceticismo muda para o medo desenfreado quando o quarto ataca seu pesar pela filha perdida e muito mais. O diretor Mikael Håfström opta pelo terror psicológico e surrealista, e consegue fazer da música dos The Carpenters “We Only Only Begun” uma trilha sonora perfeita para as entidades mesquinhas que espreitam no quarto. Håfström fez quatro finais diferentes para este filme, tentando recuperar a ambiguidade da novela original, embora nenhum deles corresponda ao final da história.

O Nevoeiro

The Mist (2007) // Baseado na novela de 1980. A maioria das obras de King tendem a terminar com uma nota de esperança relativamente edificante. Mas que tal deixar que o roteirista/diretor Frank Darabont troque o final esperançoso de O Nevoeiro por um sentimento de arrependimento e desolação? Com um elenco talentoso liderado por Thomas Jane, O Nevoeiro acompanha um grupo de pessoas encalhado em uma mercearia quando uma estranha tempestade avança trazendo uma horda de criaturas mortais em sua névoa. Mais do que combater as macabras criaturas, é o enxame da humanidade se enfrentando em uma catástrofe iminente o que aterroriza e choca. Créditos extras a Marcia Gay Harden, que interpreta a arrepiante e fervorosa religiosa Sra. Carmody.

Sede de Vingança

Dolan’s Cadillac (2009) // Baseado no conto de 1993. No thriller de King, que divide premissas com “O Barril de Amontillado”, de Edgar Allan Poe, Tom Robinson (Wes Bentley) embarca em uma busca por vingança contra o chefe do crime Jimmy Dolan (Christian Slater), após o assassinato de sua esposa, que foi testemunha de um dos crimes de Dolan. Enquanto o conto de King é uma história assombrada de vingança que se desenvolve em anos, o filme é bem mais rápido, se tornando quase um filme de ação. Este foi direto para o vídeo.

Carrie

Carrie (2013) // Baseado no romance de 1974. A terceira adaptação do primeiro romance publicado de King é estrelada por Chloe Grace Moretz, como Carrie White, e Julianne Moore como sua mãe, Margaret. Dirigido por Kimberly Peirce (Meninos Não Choram), esta versão de Carrie vem com um elenco talentoso que oferece grandes performances (Moore é muito eficaz como a Margaret desequilibrada). O único problema é que ele não traz nada de novo ou diferente para o apetite voraz dos fãs de King, e foi criticado em grande parte por causa disso.

A Good Marriage

A Good Marriage (2014) // Baseado na novela de 2010. Adaptado para a tela por King de sua própria novela, A Good Marriage apresenta Joan Allen e Anthony LaPaglia como o casal de longa data, Darcy e Bob Anderson. Depois de 25 anos de um casamento idílico, Darcy descobre um segredo macabro de Bob, que a leva a um período igualmente chocante para proteger sua família da exposição desse segredo. Dirigido por Peter Askin, e também estrelado por Stephen Lang, este thriller psicológico é surpreendentemente leve em emoções.

Pacto Maligno

Mercy (2014) // Baseado no conto “Vovó” de 1985. Um filme da Blumhouse baseado no conto de King que apareceu na coletânea Tripulação de Esqueletos. Pacto Maligno conta com Frances O’Connor como uma mãe solteira com dois garotos que a ajudam a cuidar de sua mãe doente. Sofrendo de Alzheimer, a avó não está toda lá. Ela também tem muitos segredos sinistros, e apenas seu neto favorito, George (Chandler Riggs de The Walking Dead), realmente a ama. Adaptado para a tela por Matt Greenberg (1408, Reino do Fogo), o longa faz drásticos desvios da história original de King, mas retém muito da mitologia lovecraftiana. Não é uma adaptação tão conhecida, mas garante o entretenimento.

Celular

Cell (2016) // Baseado no romance de 2006. John Cusack e Samuel L. Jackson procuram recapturar a magia de 1408, de 2007, desta vez com um roteiro do próprio King. Infelizmente, esta tentativa não se saiu tão bem. Um misterioso sinal emitido pelos celulares torna as pessoas insanas e homicidas. Cusack interpreta Clay Riddell, um homem que se juntou a um grupo de sobreviventes enquanto viajava para se reunir com sua família distante. King reescreveu o final baseado em críticas ao final de seu romance. Dirigido por Tod Williams (Atividade Paranormal 2), Celular por muito pouco não contou também com Eli Roth, que acabou se afastando devido a diferenças criativas.

A Torre Negra

The Dark Tower (2017) // Baseado na série de livros A Torre Negra, iniciada em 1970 e encerrada em 2010. Uma das adaptações mais esperadas e uma das maiores decepções, o filme A Torre Negra foi uma bagunça antes mesmo de chegar aos cinemas. Passou por vários estúdios e cineastas, incluindo J.J. Abrams e Ron Howard, ao longo dos anos, até as negociações finalmente avançaram com o diretor Nikolaj Arcel e os roteiristas Akiva Goldsman e Jeff Pinkner, que retrabalharam o roteiro existente. O resultado é um filme confuso, raso, que carrega apenas uma memória borrada de uma das séries mais amadas de King.

It, A Coisa: Capítulo Um

It (2017) // Baseado no romance de 1986. A segunda adaptação do enorme romance de King, lançado pela primeira vez no cinema, It: Capítulo Um, é apenas a primeira metade da história macabra. O diretor Andy Muschietti fez uma versão muito diferente do romance de King quando comparado à minissérie de TV de 1990, e atualizou o cenário para os anos 80, girando exclusivamente em torno das experiências de infância do Clube dos Otários. O resultado foi um sucesso crítico e um sucesso de bilheteria. O “novo It” não só se tornou um dos filmes mais lucrativos de todos os tempos, mas também um dos maiores ganhadores de bilheteria em 2017.

Jogo Perigoso

Gerald’s Game (2017) // Baseado na novela de 1992. O romance original é ambientado principalmente na mente da protagonista Jessie Burlingame, uma mulher algemada à cama e abandonada quando seu marido morre de ataque cardíaco. Por causa disso, era amplamente considerado impossível de ser filmado. Ao que parece, ainda faltava o visionário certo para transmitir os horrores imaginados na história de Jessie para a realidade. E surge o nome Mike Flanagan (O Espelho, Hush: A Morte Ouve). Com sua direção inteligente e atualizações para a história, o desempenho fantástico de Carla Gugino e momentos verdadeiramente assustadores — aquela cena de tirar o fôlego — Jogo Perigoso foi mais uma adaptação excelente lançada no Netflix.

1922

1922 (2017) // Baseado na novela de 2010. Menos de um mês depois de lançar Jogo Perigoso, a Netflix também lançou 1922, outra adaptação King; essa baseada em uma novela menos conhecida. Escrito e dirigido por Zak Hilditch, 1922 é uma história das consequências macabras da decisão de um homem, com a ajuda de seu filho, de matar sua esposa por seu dinheiro. Thomas Jane interpreta Wilfred James, o fazendeiro teimoso que não quer ceder ao desejo de sua esposa (Molly Parker) de se mudar para a cidade. Essa teimosia e orgulho se revelam a ruína de toda a sua família. Mike Patton, da Faith No More, e Mr. Bungle, compuseram a trilha sonora do filme.

Cemitério Maldito

Pet Sematary (2019) // Baseado no romance de 1983. Remake e readaptação da obra de mesmo nome de Stephen King, o novo Cemitério Maldito foi dirigido por Kevin Kölsch e Dennis Widmyer, e traz mudanças consideráveis com a obra original e sua primeira versão, além de acrescentar alguns elementos novos e que estiveram somente presentes no livro. Protagonizado por Jason Clarke como Dr. Louis Creed, a adaptação dividiu opiniões de crítica e de público.

It: Capítulo 2

It Chapter 2, 2019 // Baseado no romance de 1986. Segunda parte da história do Clube dos Otários contra o macabro palhaço Pennywise, foi um pouco menos bem recebido que sua parte anterior. Mas, apesar das escolhas do diretor Andy Muschietti não agradarem a todos, o filme apresentou várias cenas memoráveis e foi um bom encerramento para a história. Há até uma participação para lá de especial de King durante o filme.

Campo do Medo

In the Tall Grass, 2019 // Baseado no conto escrito por King e Joe Hill, de 2012. Outra adaptação da Netflix, dessa vez dirigida por Vincenzo Natali. O filme altera bastante do conto original, expandindo a história e transformando-a. Entretanto, conta com uma excelente atuação de Patrick Wilson e momentos de claustrofobia e terror graças ao campo fechado e a paranoia crescente.

Doutor Sono

Doctor Sleep, 2019 // Baseado no romance de 2013. Dirigido por Mike Flanagan, a história acompanha um Danny Torrance já adulto, interpretado de forma muito competente por Ewan McGregor. A continuação de O Iluminado acertou em cheio em alguns elementos e trouxe novamente todo o terror que o Hotel Overlook pode proporcionar. Destaque especial para Kyliegh Curran, que interpreta a jovem Abra, e Rebecca Ferguson, que interpreta a vilã Rose, the Hat.

Adaptações para a TV

Os Vampiros de Salem

Salem’s Lot (1979) // Baseado no romance de 1975. Graças ao roteiro de Paul Monash, que transformou Kurt Barlow em um primo ameaçador do conde Orlok, de Nosferatu, e à excelente direção de Tobe Hooper, que nos deu cenas icônicas de terror, essa adaptação transcende seu status de minisséries de TV. Hooper pode ter se inspirado em Alfred Hitchcock ao criar esta história macabra sobre uma cidade da Nova Inglaterra inundada por vampiros, mas, por sua vez, ele criou um dos filmes de vampiro mais influentes até hoje. Ganhou uma sequência em 1987, utilizando somente os personagens criados por King mas distante da obra original.

It: Uma Obra Prima do Medo

It (1990) // Baseado no romance de 1986. Demorou pouco mais de uma década para que as obras de King voltassem à pequena tela, mas que retorno! Apesar da duração da minissérie, muito foi cortado do romance de origem nesta adaptação, o que não é uma surpresa, considerando que algumas das partes mais lascivas do livro nunca passariam pelos censores da TV. O escritor Lawrence D. Cohen (Carrie) e o diretor Tommy Lee Wallace (Halloween III: A Noite das Bruxas) conservaram a essência da história e mantiveram Pennywise na frente e no centro. Foi esse movimento que tornou a minissérie tão memorável. A atuação macabra de Tim Curry como Pennywise incutiu pesadelos nos telespectadores para as gerações vindouras e instantaneamente gerou um ícone de terror.

Às Vezes Eles Voltam

Sometimes They Come Back (1991) // Baseado no conto de 1974. A adaptação desse conto quase acabou sendo uma história de Olhos de Gato, mas o produtor Dino De Laurentiis achou que a trama era forte o suficiente para garantir um filme completo para a TV. Dirigido por Tom McLoughlin (Numa Noite Escura, Sexta-Feira 13 parte VI: Jason Vive), esta adaptação é estrelada por Tim Matheson como Jim Norman, um professor da escola que testemunhou seu irmão mais velho sendo assassinado por um bando de valentões durante a infância. Os delinquentes morreram logo depois, em um acidente de trem. Quando Jim é transferido de escola, fica perturbado ao descobrir estudantes que se parecem com os assassinos de seu irmão, e outros começam a morrer a sua volta. A adaptação é um pouco menos macabra que a história original.

Jovem Outra Vez

Golden Years (1991) // Baseado em nenhuma obra, minissérie completamente original. Considerado pelo autor como um romance para a televisão, Jovem Outra Vez não é uma adaptação, mas uma minissérie original de sete partes, escrita por King. Centra-se em um zelador idoso que rejuvenesce após uma explosão em um laboratório secreto do exército. Quando eles mandam alguém para encobrir seus segredos, isto é, matar o zelador, ele foge. King escreveu os primeiros cinco episódios e delineou os dois últimos. Pretendia-se lançar uma série regular, terminando assim em um final aberto e macabro, um gancho para episódios vindouros, mas a rede que adquiriu a minissérie nunca o fez. O pedido de King para completar a história em uma minissérie no futuro não foi atendido.

Os Estranhos

The Tommyknockers (1993) // Baseado no romance de 1987. A autora Bobbi Anderson (Marg Helgenberger) e seu namorado alcoólatra em recuperação, Gard (Jimmy Smits), se deparam com um estranho objeto que se projeta do chão na floresta atrás de sua casa. Quanto mais eles desenterram o objeto macabro, mais as pessoas começam a se comportar estranhamente na cidade, dando lugar a acidentes e até a homicídios. Bobbi sofre mais duramente a influência da coisa, e cabe a Gard salvar a todos. Enquanto o elenco é talentoso, os efeitos especiais não se sustentam bem. Essa adaptação também tem um final mais feliz do que o romance, o que provavelmente também não ajudou no visual piegas da minissérie.

A Dança da Morte

The Stand (1994) // Baseado no romance de 1978. A obra prima de King foi dirigida por Mick Garris e adaptada para a TV pelo próprio autor. Foi uma combinação perfeita, já que esse épico amplo com um grande elenco captura muito bem a longa batalha do romance entre o bem contra o mal. Depois que uma peste extermina a maior parte da humanidade, os sobreviventes se dividem em duas facções; uma liderada pela benevolente idosa Mãe Abagail e a outra liderada pelo macabro Randall Flagg. Além da narrativa extensa que abrange vários estados, procure pelas divertidas aparições de terror de nomes como Joe Bob Briggs, King, John Landis, Tom Holland e muito mais.

Fenda no Tempo

The Langoliers (1995) // Baseado na novela de 1990. Nada mostra tão bem a idade de uma produção como os efeitos especiais do início dos anos 90, e Fenda no Tempo é um exemplo perfeito. Na minissérie escrita e dirigida por Tom Holland, o enredo macabro traz um grupo de pessoas sobrevivendo ao súbito desaparecimento da maioria dos passageiros de seu voo, apenas para descobrir que o aeroporto no qual eles pousaram está deserto. É uma ficção científica ao estilo de Além da Imaginação, com criaturas em computação gráfica que comem tudo à vista. São essas criaturas que mostram a idade dessa adaptação, acima de tudo, mas a minissérie estendida em duas partes também parece desacelerar o tempo.

O Iluminado

The Shining (1997) // Baseado no romance de 1977. Mick Garris e Stephen King mais uma vez se unem para adaptar os trabalhos macabros do autor para a TV, e desta vez é para reler mais fielmente O Iluminado. Aqueles que adoram a versão cinematográfica e original de Kubrick provavelmente ficarão arrepiados ao verem esse orçamento mais barato feito para a TV que acompanha muito mais de perto o romance, incluindo os elementos sobrenaturais que levaram Jack Torrance à loucura. Essa adaptação também dá um epílogo muito mais feliz do que o escrito no próprio romance.

Trucks: Comboio do Terror

Trucks (1997) // Baseado no conto “Caminhões”, de 1973. De todos os romances, contos e projetos secretos de King, quem pensaria que “Caminhões” receberia não uma, mas duas adaptações? A tentativa original de King, Comboio do Terror de 1986, não definiu exatamente o fiasco em si, então talvez isso tenha deixado a porta aberta para alguém mirando mais alto. Infelizmente, essa versão da história se saiu muito pior. Se o título macabro deveria ser uma indicação, são apenas os caminhões que ganham vida e aterrorizam os humanos presos em uma parada de caminhões. Nenhuma máquina de refrigerante enlouquecida ou cortadores de grama, apenas caminhões. É bobo, com mortes realmente bobas, mas pelo menos ele tenta aumentar o conteúdo de sangue.

A Maldição de Quicksilver

Quicksilver Highway (1997) // Um dos segmentos é baseado no conto “Chattery Teeth” de 1993. Mick Garris escreveu e dirigiu uma antologia de duas histórias que mostra Christopher Lloyd interpretando Aaron Quicksilver, um viajante com uma queda por contar histórias de terror a estranhos. A primeira história é baseada no conto de King, “Chattery Teeth”, que mostra um vendedor desenvolvendo uma amizade macabra com uma enorme dentadura que anda por aí, durante uma série de incidentes de má sorte. A segunda história desta antologia foi baseada em um conto escrito por Clive Barker. Como esperado, a união desses dois gênios do horror se mostrou um deleite.

A Tempestade do Século

Storm of the Century (1999) // Baseado em nenhuma obra, é um roteiro original. Outra minissérie que King considera um romance para a televisão. A história que mostra um estranho macabro chegando à cidade e aterrorizando seus moradores durante uma nevasca perigosa, ficou na cabeça de King por um tempo, mas ele não tinha certeza se deveria ser formatado como um romance ou roteiro. Ele acabou se decidindo por roteiro, e esse roteiro foi publicado e lançado pouco antes da estreia da minissérie. Foi dirigido por Craig R. Baxley, selecionado pessoalmente por King para o trabalho, e bem recebido pelos críticos ao ser exibido.

Rose Red – A Casa Adormecida

Rose Red (2002) // Baseado em nenhuma obra, é um roteiro original. King inicialmente lançou a ideia por trás dessa história para Steven Spielberg, em meados dos anos 90, pretendendo ser um remake do filme baseado no livro Shirley Jackson, A Assombração da Casa da Colina, Desafio do Além, de 1963. Mas então A Casa Amaldiçoada foi lançado em 1999, e é um remake do filme de 1963. King então expandiu sua ideia para uma minissérie e combinou outros elementos de casas assombradas (e alguns inusitados, como a mente própria de Rose Red e seu hábito macabro de construir a si mesma).

Carrie

Carrie (2002) // Baseado no romance de 1974. Segunda das três adaptações do romance de King, esta foi destinada a ser um piloto para uma série de TV. Escrito por Bryan Fuller (série de TV de Hannibal) e dirigido por David Carson, a atriz Angela Bettis (May, Obsessão Assassina) assumiu o manto macabro da protagonista. Fuller imaginou tudo como uma espécie de refilmagem da adaptação bem-conceituada de De Palma, tentando modernizá-la para o clima social atual, mas tudo resultou em um esforço desnecessário. Sendo que se pretendia lançar uma série em curso, o final foi deixado aberto, e Carrie sobreviveu à sua noite de formatura angustiante. Próximo…

O Diário de Ellen Rimbauer

The Diary of Ellen Rimbauer (2003) // Baseado no romance de Ridley Pearson de 2001. Baseado em The Diary of Ellen Rimbauer: My Life at Rose Red, essa adaptação para King é única, uma vez que é baseada em um livro que não foi escrito por ele. Mas esse livro é baseado em seu roteiro, portanto, ainda é uma adaptação do King. Mais uma vez dirigido por Baxley, este prequel de Rose Red segue a construção da mansão e os acontecimentos macabros que assolaram a família Rimbauer, levando à sua assombração eventual.

A Mansão Marsten

Salem’s Lot (2004) // Baseado no romance de 1975. A segunda adaptação do romance de King, uma minissérie para a TNT, sabiamente opta por não tentar seguir os mesmos passos da versão feita para a TV, de Hooper. Atualizando a história para um cenário moderno, essa abordagem da história faz suas próprias alterações para o romance e se destaca de qualquer outra versão. Rutger Hauer interpreta o macabro Kurt Barlow, tornando o grande mal mais próximo do personagem do romance, e Rob Lowe interpreta o protagonista Ben Mears.

Desespero

Desperation (2006) // Baseado no romance de 1996. Ron Perlman interpreta Collie Entragian, o xerife macabro de uma cidade do deserto que detém inúmeras pessoas sem critério algum. Um grupo deve se unir para sobreviver antes que o xerife mate todos eles. O colaborador frequente Mick Garris, mais uma vez, reencontra King, que escreveu o roteiro para esta adaptação. Também estrelaram Tom Skerritt, Steven Weber, Annabeth Gish, Charles Durning, Matt Frewer e Henry Thomas. Embora concebida como uma minissérie em duas partes, foi ao ar em sua totalidade em uma única noite.

Pesadelos e Paisagens Noturnas

Nightmares & Dreamscapes (2006) // Baseado em oito contos de King. Essa minissérie de oito episódios macabros é parcialmente baseada na coletânea Pesadelos e Paisagens Noturnas de King, e inclui contos como “O último caso de Umney”, “Sabe, Eles Tem Uma Banda Dos Diabos”, “O Fim da Confusão Toda”, “A Quinta Quarta Parte” e “Crouch End”. As histórias seguintes são adaptações de “O Vírus da Estrada Vai Para o Norte”, “Sala de autópsia 4”, e “Campo de Batalha”. A série conta com bons efeitos especiais e ótimos atores, além de um mergulho visual interessante no universo dos contos mais modernos de Stephen King.

A Colheita Maldita

Children of the Corn (2009) // Baseado no conto de 1977. Situado nos anos 70, esta adaptação tem uma maior proximidade com o conto, embora King não quisesse participar nesta versão. Escrito, produzido e dirigido por Donald P. Borchers, um produtor do filme de 1984, a nova leitura traz o casal Burt (David Anders) e Vicky (Kandyse McClure) como estavam no conto — perto do fim de seu relacionamento e em um estado constante de brigas infelizes. Vê-los neste contexto torna mais fácil entender as alterações para o filme original; é muito mais fácil torcer por eles sendo um casal feliz. Também foi atualizado que as crianças eram de fato interpretadas por menores, ao contrário dos adultos macabros que se passavam por adolescentes na antiga versão.

Saco de Ossos

Bag of Bones (2011) // Baseado no romance de 1998. O atual campeão dos colaboradores de King, Mick Garris, dirigiu esta adaptação apresentando um dos assuntos macabros favoritos de King; um escritor torturado. Pierce Brosnan protagoniza como Mike Noonan, um romancista campeão de vendas que sofre com o bloqueio criativo após a morte inesperada de sua esposa. Seus pesadelos subsequentes sobre sua morte e a casa de verão que compartilharam o levam a fazer uma viagem até o lugar, onde Mike é inundado por uma presença assombrosa que desvenda um mistério próprio.

Under the Dome: Prisão Invisível

Under The Dome (2013) // Baseado no romance de 2009. A adaptação de Brian K. Vaughan nos apresenta a pequena cidade de Chester’s Mill sendo súbita e inexplicavelmente selada do resto do mundo por uma enorme cúpula transparente. Os habitantes da cidade precisarão lidar com a sobrevivência e condições pós-apocalípticas enquanto buscam respostas para o que é essa barreira macabra, de onde veio, se e quando ela irá embora. A série foi estrelada por Mike Vogel, Rachelle Lefevre, Dean Norris, Natalie Martinez, Britt Robertson, Alexander Koch, Colin Ford, Nicholas Strong, Jolene Purdy e Aisha Hinds. Embora contasse com um grande elenco e com a presença ilustre de King como uma espécie de conselheiro executivo e figurante, a adaptação acabou destoando bastante do livro e se perdendo em sua própria criação. No dia 31 de agosto de 2015, a CBS cancelou oficialmente a série, que acabou na terceira temporada, com o episódio final sendo exibido no dia 10 de setembro do mesmo ano.

Impulso de Vingança

Big Driver (2014) // Baseado na novela de 2010. Adaptando a novela que apareceu em Escuridão Total Sem Estrelas, Impulso de Vingança é estrelada por Maria Bello como Tess Thorne, uma escritora que foi brutalmente agredida em um atalho, quando voltava de um evento com seus fãs. Deixada para morrer, ela decide decretar sua própria vingança em vez de ir à polícia. Dirigido por colaboradores frequentes de King, do calibre de Mikael Salomon (A Mansão Marsten, Pesadelos e Paisagens Noturnas), Impulso de Vingança também estrela Joan Jett, Olympia Dukakis e Ann Dowd. Esta adaptação de longa duração foi ao ar no Lifetime.

11.22.63

11.22.63 (2016) // Baseado: no romance de 2011. Esta minissérie de oito partes foi produzida por J.J. Abrams, e criado para TV pela produtora Bridget Carpenter (Westworld, Dead Like Me). James Franco estrelou como Jake Epping, um professor da escola que teve a oportunidade de viajar no tempo. Ele está encarregado de impedir o assassinato de John F. Kennedy, mas se vê preso à vida que constrói no passado, ameaçando tanto sua segurança quanto a missão. Minissérie original de Hulu, 11.22.63 foi bem recebida pela crítica e pelo público.

O Nevoeiro

The Mist, 2017 // Baseado no conto de 1980. Bem menos aclamada do que sua adaptação anterior, a série de 10 episódios O Nevoeiro foi distribuído mundialmente pela Netflix, mas não conseguiu chamar muita atenção. Ainda em 2017 foi anunciado que a série não teria uma segunda temporada.

Mr. Mercedes

Mr. Mercedes. 2017 // Baseado nos romances Mr. Mercedes, de 2014, Achados e Perdidos, de 2015, e Último Turno, de 2016. Na história, o detetive aposentado Bill Hodges acaba se envolvendo em uma situação macabra e precisa impedir que um serial killer, que dirige uma Mercedes roubada e atropela pessoas pelas ruas, continue cometendo seus crimes. A série recebeu críticas positivas em suas três temporadas, apesar de não ser o maior sucesso das adaptações de King. Brendan Gleeson, entretanto, faz uma excelente interpretação do detetive Hodges.

Castle Rock

Castle Rock (2018) // Baseado em todas as obras de King. A série Castle Rock de Sam Shaw e Dustin Thomason, também exibida pela companhia Hulu, não é uma adaptação direta de nenhuma história de Stephen King, mas está dentro do seu próprio mundo fictício. Castle Rock é, naturalmente, uma cidade que aparece em muitas das histórias de King, parte de seu Maine fictício que também inclui Derry, o principal cenário de It. Também fica no Maine de King Jerusalem’s Lot (também conhecido como Salem’s Lot), que apareceu pela primeira vez em A Hora do Vampiro, em 1975. Além das locações, várias outras referências, atores e personagens de King são mencionados ou (re)apresentados em Castle Rock. Se você piscou, provavelmente perdeu alguma coisa.

Creepshow

Creepshow, 2019 // Baseado no conto “Matéria Cinzenta”, de 1978. A famosa criação de Stephen King e George A. Romero teve um revival em 2019, com vários realizadores competentes da indústria do terror envolvidos. No primeiro episódio, um dos segmentos é baseado no conto “Matéria Cinzenta”, com direção de Greg Nicotero e Adrienne Barbeau, Tobin Bell e Giancarlo Esposito no elenco.

The Outsider

The Outsider, 2020 // Baseado no romance de 2018. The Outsider é a última estreia de adaptações de Stephen King (por enquanto). Na história, um professor e técnico de futebol da liga infantil é preso após ser acusado de ter abusado e assassinado um de seus alunos. Entretanto, apesar de todas as provas contra ele, ainda existe uma possibilidade que algo esteja errado. A série foi encomendada pela HBO e conta com um excelente elenco.

Em breve

Enquanto publicamos este guia, outras várias adaptações de Stephen King estão em desenvolvimento. Ainda em 2020, outra adaptação de Dança da Morte tem previsão de estreia para dezembro, produzida por Josh Boone e Benjamin Cavell. Lisey’s Story, adaptada do romance Love – A História de Lisey, de 2016, e Chapelwaite, baseada no conto “Jerusalem’s Lot”, de 1978, são duas séries que estão em desenvolvimento, ainda sem data de estreia definida. Também foram anunciadas adaptações para Os Olhos do Dragão, O Instituto, Joyland, Belas Adormecidas e um spin off chamado Overlook. Podemos esperar ainda muitas adaptações dos romances do grande Rei do Terror em breve.

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