Entrevista sobrenatural: Ed e Lorraine Warren falam do Outro Lado pela Ouija

Entramos em contato com Ed e Lorraine Warren através da nossa macabra Ouija para falar sobre vida e morte no plano terreno.

Como demonologistas, pessoas que dedicam suas vidas ao estudo de manifestações e infestações demoníacas, Ed e Lorraine Warren foram inigualáveis. Juntos, formavam um casal cordato e feliz com uma amizade única no casamento e uma visão claramente positiva da vida.

Ed e Lorraine Warren se envolveram em diversos casos paranormais que receberam atenção da mídia. Os mistérios mais sinistros das últimas décadas foram compartilhados em livros, como Demonologistas, Lugar Sombrio e Vidas Eternas, e serviram de inspiração para os filmes Invocação do Mal, Annabelle e Horror em Amityville. Ed Warren, o demonologista, faleceu em 2006. Lorraine Warren, clarividente, se juntou a ele no Outro Lado no começo de 2019.

Ed e Lorraine Warren, casal de investigadores paranormais

O início da parceria

Ed e Lorraine se conheceram durante a Segunda Guerra Mundial. Ed frequentou a escola de arte, enquanto Lorraine era uma artista autodidata. Eles se casaram durante a guerra em uma das licenças de Ed. A filha deles, Judy, nasceu enquanto Ed ainda servia no exército.

Mais tarde, viajaram pelo interior em um Chevrolet Daisy 1933 com um pastor-alemão no banco de trás. Eles se sustentavam vendendo suas pinturas. Gostavam de se considerar os primeiros hippies, mas o interesse em assombrações e demonologia permaneceu constante. Viajaram por toda a Nova Inglaterra e, sempre que ficavam sabendo de alguma coisa peculiar acontecendo, dirigiam até lá para investigar. Com toda a constante exposição aos demônios, aprenderam a lidar com eles.

Ouija do Museu do Oculto dos Warren

Sessão na Ouija

Conseguimos contatá-los em uma sessão especial com a nossa tábua Ouija e fizemos algumas perguntas aos dois. Levamos um tempão para reproduzir as respostas, mas esperamos que vocês gostem do que eles têm a dizer.

  • Primeiramente, é isso mesmo? Estamos falando com vocês?
  • Ed: Quando um fantasma se comunica por telepatia, isso é nada mais nada menos que transferência de vibrações de uma mente para a outra. O resultado é a comunicação. É claro que não haveria comunicação do outro lado se não existisse uma inteligência, uma mente gerando vibrações telepáticas direcionadas ao reino físico.

  • Vocês se assustavam ao longo do dia a dia de trabalho?
  • Lorraine: Nosso trabalho era entrar, avaliar o que estava acontecendo, documentá-lo e entregá-lo às autoridades da igreja. Nós tínhamos medo muitas vezes. Você tem que ter fé em seu trabalho, e você tem que ter muita fé em Deus, porque essa é sua única proteção contra as forças que você está enfrentando.

  • Vocês lidavam mais com demônios ou espíritos comuns?
  • Lorraine: Atividade espiritual. Não tanto demônios. Bem, Ed era um demonologista, então nós tivemos nossa cota. Mas há mais espíritos humanos. Há muito mais espíritos humanos.

  • Vocês já viram fantasmas materializados e objetos levitando?
  • Ed: Na minha vida terrena, já vi muitos, muitos fantasmas materializados. E já vi levitações de todos os tipos. Testemunhei um refrigerador de pouco mais de 180 quilos se erguer do chão em um caso. Em outro, observei uma televisão de armário subir lentamente no ar, e então cair com um estrondo ensurdecedor, como o de uma explosão. No entanto, nada se quebrou! Esses são apenas dois exemplos que me vêm à mente, embora levitações ocorram em muitos casos em que espíritos — tanto humanos quanto inumanos — estão por trás da perturbação. Então, respondendo à sua pergunta: sim, já vi um fantasma. E, sim, já vi levitações acontecerem.

  • Como vocês sabiam diferenciar os espíritos que apareciam em seus casos?
  • Lorraine: Às vezes, no início de um caso, não dava para distinguir entre um espírito humano negativo e um espírito inumano negativo. Ambos podem ser extremamente malvados, e às vezes até trabalham juntos. No entanto, apenas um espírito demoníaco tem o poder de provocar fenômenos negativos extraordinários como incêndios, explosões, desmaterialização, teletransporte e levitação de objetos grandes. Em casos de possessão, o espírito se identifica claramente. Ele diz o que é, às vezes até revela o próprio nome. Se você ouvisse uma gravação dos possuídos, não teria dificuldade em reconhecer a diferença entre um espírito humano e um inumano.

  • Se uma pessoa tem motivos para crer que um espírito inumano está de fato infestando a sua casa, o que ela deve fazer?
  • Ed: Sair do lugar imediatamente. Em seguida, procurar um clérigo, explicar o problema com o máximo possível de detalhes e pedir a ajuda dele. Mas, em hipótese alguma, um indivíduo deve agir como demonologista ou exorcista amador e desfilar pela casa com objetos abençoados. Isso apenas provocaria um ataque diabólico.

  • Digamos que alguém que não crê tente performar um exorcismo, tal qual nos filmes sobrenaturais que vemos. As palavras por si só têm algum poder ou não?
  • Lorraine: Você tem que ser amparado pela fé. Caso contrário, são só palavras.

    Ed e Lorraine Warren no Museu do Oculto

  • Ed, depois do nascimento de sua filha, você foi para a escola Perry Art por cerca de dois anos, mas depois a abandonou. O que aconteceu?
  • Ed: Fiquei farto. Eu disse a Lorraine um dia: ‘Sabe, eu posso pintar melhor que esses instrutores. O que eles estão me ensinando é um monte de geometria e um monte de bobagens que eu não preciso para pintar. Vamos nos divertir um pouco!’. E então comprei esse carro por quinze dólares, que mantive por muito tempo ainda no meu quintal. Era um Chevy Eagle de 1933. Eu o paguei em prestações, cinco dólares por semana.

    Lorraine: Ele me disse: ‘Se formos para as novas áreas onde eles estão se abrindo para turistas como Massachusetts, Vermont, New Hampshire, aposto que posso pegar um monte das minhas pinturas e colocá-las à venda. Quando as pessoas estiverem passando, vão comprar algumas’. Oh, e como nos divertimos!

    Ed: Estávamos criando a nossa vida de maneira fantástica, vendendo as pinturas por preços fabulosos, três dólares, quatro dólares. Mas você tem que lembrar de uma coisa, cachorros-quentes custavam poucos centavos, hambúrgueres custavam poucos centavos, o teatro também. Então, se você vendia uma pintura por cinco dólares, você estava indo muito bem. Foi um tempo incrível.

  • E o que vocês podem nos dizer sobre os objetos que ainda estão no Museu do Oculto? Agora que vocês se foram, acreditam que outras pessoas vão cuidar bem e evitar que o mal se espalhe?
  • Ed: No nosso museu há coisas tão perigosas que, ao tocá-las, você pode ser muito afetado. Eles são o extremo oposto do que você tocaria em uma igreja, uma relíquia sagrada, uma cruz, uma estátua. Esses objetos foram abençoados — e quando um sacerdote abençoa uma relíquia ou uma estátua, o que ele faz é projetar as vibrações da santidade na estrutura molecular daquele item. Já as coisas do museu eram usadas em magia, feitiçaria, maldições — exatamente o contrário. Existem muitas máscaras que as pessoas usam no Halloween, mas não deveriam. São ilusões de feiticeiros, satanistas, bruxos que projetam essas energias para prejudicar as pessoas.

  • Lorraine, como você soube que tinha o dom?
  • Lorraine: Eu não sabia que tinha o dom de um sentido adicional. Eu simplesmente achava que todos tivessem os mesmos sentidos dados por Deus — você sabe, todos os seis sentidos. Bem, descobri que não era assim quando eu tinha por volta de 12 anos de idade. Na época, eu frequentava uma escola privada só para meninas. Era o Dia da Árvore, e estávamos todas no gramado da frente, de pé, formando um círculo ao redor de um buraco aberto no solo com uma pá. Bem, assim que colocaram a muda na terra, eu a vi como uma árvore totalmente crescida. Ergui os olhos para ver seus galhos robustos, repletos de folhas farfalhando ao vento, sem saber que estava tendo uma experiência de segunda visão. A freira que estava de pé ao meu lado cutucou meu braço e perguntou, no seu habitual tom severo: ‘Srta. Moran, por que está olhando para o céu?’. Eu disse que estava apenas olhando para a árvore… ‘Você está vendo o futuro?’, ela me perguntou, no mesmo tom. ‘Sim’, admiti, ‘acho que sim.’ Foi o suficiente. Fui imediatamente mandada para uma casa de retiro, onde passei o fim de semana. Eu não podia conversar nem brincar, não podia fazer nada, apenas ficar sentada ali na igreja o dia todo, rezando. Aquilo me ensinou uma lição. Depois disso, quando se tratava de coisas que envolvessem clarividência, eu mantinha minha boca bem fechada.

  • Ed, você acredita que o seu trabalho aqui no plano terreno era um chamado?
  • Ed: Ao mesmo tempo em que minha infância se passava em uma casa mal-assombrada, eu frequentava uma escola católica. Eu com certeza não era o garoto mais religioso da classe. Na verdade, não gostava sequer de ir à igreja, porque tinha que me arrumar. No entanto, quando os bons padres e as boas freiras da escola falavam sobre espíritos e sobre o diabo, eu — mais do que os outros na minha classe — tinha motivos para ouvir. Mesmo com pouca idade, eu já tentava compreender os incidentes bizarros de fenômenos psíquicos que via acontecer na minha própria casa. Minha educação de base, portanto, me deu uma visão metafísica geral do mundo. Eu não sabia se aquelas informações eram verdadeiras ou falsas, é claro, mas, mesmo assim, eu me lembrava delas. Uma das coisas mais desconcertantes que me aconteceu quando criança foi que eu tinha sonhos com uma freira que vinha conversar comigo. Chegou ao ponto em que contei ao meu pai sobre essa mulher, e a descrevi em detalhes. Certa noite, meu pai disse, perplexo: ‘Essa mulher era a sua tia’. Eu nunca conheci minha tia. Ela faleceu antes de eu nascer. Fiquei sabendo que ela tinha sido freira e havia passado por sofrimentos físicos inacreditáveis. Meu pai costumava chamá-la de santa, por falta de um termo melhor. Em um dos meus sonhos, ela me disse algo que começou a fazer sentido apenas quando me tornei adulto. ‘Edward’, disse ela, ‘você apontará a muitos padres o caminho certo a seguir, mas você mesmo nunca será padre.’ Bem, não fui padre, mas de fato trabalhei em conjunto com eles, e instruí aqueles que foram designados para trabalhar na área da demonologia e do exorcismo. Assim, com toda a franqueza, meu trabalho não era um chamado. Em vez disso, eu diria que estava simplesmente cumprindo meu destino.

  • Algum recado para nossos leitores que já estão com saudades de vocês e querem se proteger de todo o mal, amém?
  • Ed: A melhor proteção do homem é a sua essência inerentemente positiva. O espírito demoníaco segue o caminho contrário e, em sua queda, está determinado a levar consigo o maior número de pessoas que puder. Nossa tarefa, enquanto humanos, é viver de forma adequada e afirmar o positivo. O bem produz ainda mais bem, o mal produz cada vez mais mal.

    Lorraine: Afirmar o positivo gera um poder por si só. Portanto, ser positivo é a melhor proteção contra aquilo que é chamado de mal. Nunca esqueçam disso. Agora que somos os fantasmas que procurávamos quando pertencíamos ao mundo de vocês, gostaria de aquecer o coração de cada um com uma certeza. Existe um Outro Lado. Não tenham medo. Transformem cada dia em um presente único para você e todos ao seu redor.

    *

    A sessão terminou às 11:11 da manhã de um domingo. Um cheiro de chuva e flor tomou conta da sala e todos ficaram com a certeza de que o fim não é um adeus definitivo. É apenas um começo.

    Obrigada, Lorraine. E obrigada, Ed, por esse momento.

    No plano terreno, Ed e Lorraine Warren concederam inúmeras entrevistas que viraram artigos publicados online, livros de pesquisa e até mesmo materiais extras dos filmes e documentários que se inspiraram em suas vidas. Nos conectamos a este plano pela Ouija para realizar esta entrevista especial.

    Compartilhe:
    pin it
    Publicado por

    Desbravo terras e guio cabras pelo Vale das Sombras. Nas noites de quarta-feira reúno a família na fazenda para deliberar sobre filmes e livros de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.