Em algum momento, todo mundo foi impactado por uma imagem de O Grito. O rosto esbranquiçado e olhos vazios de um protagonista macabro assombrou a memória de muita gente ao longo dos anos. Ju-On: The Grudge é um filme de terror japonês de 2002 escrito e dirigido por Takashi Shimizu, estrelando Megumi Okina, Misaki Ito, Takashi Matsuyama e Yui Ichikawa. Mesmo com as constantes comparações a The Ringu, o filme gerou várias sequências e um remake norte-americano.
Os filmes se concentram na vida dos afetados por uma maldição criada em uma casa em Suginami pela raiva de uma família falecida que destrói a vida de todos que entram em contato com ela. O “problema” se espalha feito vírus entre todos aqueles que entram na residência da família ou em contato com algum amaldiçoado.
Agora em 2020, o produtor Sam Raimi traz uma nova e aterrorizante versão do clássico de horror. Dirigido por Nicolas Pesce, O Grito é estrelado por Andrea Riseborough, Demián Bichir, John Cho, Betty Gilpin com Lin Shaye e Jacki Weaver. Com roteiro de Nicolas Pesce e história por Nicolas Pesce e Jeff Buhler, esta versão é baseada no filme original de Takashi Shimizu.
Depois de tanto oba-oba, cabelo e sangue na telona, que tal mergulhar no universo de Ju-On: The Grudge nos videogames?
Simulador de casa mal-assombrada
Para comemorar os 10 anos da franquia em 2009, além de dois filmes, Black Ghost e White Ghost, chegou ao Nintendo Wii, Ju-on: The Grudge, tornando os horrores da maldição cíclica e irreversível da família Saeki, interativa de alguma forma.
Criado pelos experientes desenvolvedores japoneses da feelplus (composta por ex-membros da antiga Nautilus/Sacnoth, hoje incorporada a AQ Interactive), o jogo foi dirigido por ninguém menos que o próprio Takashi Shimizu, idealizador de Ju-on – o cineasta voltaria a se envolver com videogames posteriormente em NightCry, junto com Hifumi Kono, o criador de Clock Tower, além de produzir Resident Evil Vendetta, filme de animação pertencente a franquia Resident Evil.
Trata-se de uma experiência bastante simples, dividida em cinco segmentos, um para cada personagem e em cenários diversos, como um galpão abandonado, um hospital e, por fim, a própria residência dos Saeki, onde a maldição da franquia teve início e, hoje, morada desses novos infelizes inquilinos.
O Wii Remote serve como lanterna e ficar sem pilhas significa morte certa – além de realizar objetivos básicos, como encontrar o cachorro fujão da família, suas migalhas de pão nos cenários serão as tais pilhas. Inevitavelmente, os onryo – fantasmas vingativos – surgiram, e algumas chacoalhadas no controle podem servir como recurso decisivo.
Toshio e Kayako
E quando me referi a uma maldição irremediável, fui um tanto literal: não há meios de redenção caso cruze, de qualquer forma que seja, com a residência dos Saeki, onde Kayako e seu filho, Toshio, foram brutalmente assassinados por Takeo, o pai.
Os malditos da vez são os membros da família Yamada, e o pessimismo da franquia foi devidamente levado ao jogo, ainda que de forma demasiadamente simples, até mesmo frustrante, no intuito de inclusão e tentativa de inovação quanto as capacidades do console da Nintendo – o acelerômetro, por exemplo, presente no Wii MotionPlus, só funcionou mesmo no papel.
Ju-on: The Grudge no Wii assusta pelos motivos errados, mesmo antecedendo a retomada do movimento de protagonistas indefesos realizada em 2010 por Amensia: The Dark Descent. Pode ser precário tecnicamente e em seu gameplay, mas trata-se de uma tentativa válida em levar uma das mais prolíferas franquias do terror aos videogames, e ainda com o envolvimento de seu realizador.
*
Curtiu o post sobre Ju-on: The Grudge? Não deixe de conferir nossa seleção de melhores jogos de 2019 e os 13 games de terror mais esperados de 2020. Mande um alô para a Macabra no Twitter ou Instagram.