Lon Chaney e Lon Chaney Jr.: o terror como tradição familiar

Em papéis geralmente monstruosos e terríveis, os dois atores se tornaram figuras importantes do horror, cuja história se mistura com a história do gênero.

O cinema do terror nos presenteia, frequentemente, com grandes produções e grandes produtores. Seus atores, diretores, e toda a equipe acabam se tornando grandes ícones. Como fãs de terror, gostamos de conhecer aqueles que estão por trás dos nossos filmes preferidos.

Por diversas vezes, inclusive, existem pessoas na indústria que se destacam e são lembrados eternamente, mesmo que esses já tenham partido.

LEIA+: A TRINDADE DO HORROR DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX

É o caso de Lon Chaney e Lon Chaney Jr. Ambos foram importantíssimos para o cinema de terror da primeira década do século XX, ao lado de estrelas como Bela Lugosi e Boris Karloff. Em papéis geralmente monstruosos e terríveis, de homens que são amargurados por sua própria natureza ou por terrores que foram cometidos com eles, ambos se tornaram figuras cuja história se mistura com a história do gênero.

Nascido como Leonidas Frank Chaney, Lon Chaney nasceu no dia primeiro de abril de 1883. Foi um importante artista americano, ator, diretor e roteirista, reconhecido por suas habilidades com a maquiagem, recebendo o apelido de “the man of a thousand faces” (o homem das mil faces).

Seu pai era Frank H. Chaney e sua mãe Emma Alice Kennedy. Ambos eram surdos e se conheceram no Instituto criado pelo avô de Lon Chaney, pai de Emma, Jonathan Ralston Kennedy, que criou a Colorado School for the Education of Mutes (Escola do Colorado para a Educação de Mudos), agora conhecida como Colorado School for the Deaf and Blind (Escola do Colorado para a Educação de Surdos e Cegos). 

Sendo filho de duas pessoas com deficiência auditiva, Lon Chaney acabou se tornando um homem talentoso na arte das expressões faciais e da mímica. Em 1902 começou a viajar com artistas do teatro de Vaudeville e em 1905 se casou com a jovem cantora Cleva Creighton. No ano seguinte, o casal teve Lon Chaney Jr., que de certa forma seguiria os passos do pai.

O casamento de Lon Chaney e Cleva não foi dos melhores, para não dizer que foi terrível. Cleva tentou suicídio em uma das apresentações de Chaney, o que acabou destruindo sua carreira como cantora. Após isso, Lon Chaney encontrou trabalhos nos Estúdios Universal, onde era amigo do casal de diretores Joe De Grasse e Ida May Park, o que rendeu diversos papéis em que trabalhou.

Durante os anos 1920, os papéis que transformaram Lon Chaney no grande astro do terror foram produzidos: O Corcunda de Notre Dame (1923), O Fantasma da Ópera (1925) e Vampiros da Meia Noite (1927). Lon Chaney faleceu em 1930.

Seu filho, como mencionado, não se afastou tanto dos passos do pai, apesar de não ser sua primeira opção. Nasceu sob o nome de Creighton Tull Chaney em 10 de fevereiro de 1906. Creighton Chaney não queria ser Lon Chaney Jr., pois ele não queria atuar, mesmo tendo tido várias experiências com seus pais anteriormente. Entretanto, quando Lon Chaney pai faleceu, várias propostas começaram a aparecer para o filho, e Creighton Chaney se tornou Lon Chaney Jr.

Seu filme mais importante foi O Lobisomem (1941), um dos grandes sucessos dos Estúdios Universal, no papel principal de Larry Talbot, mas Chaney Jr. também fez vários filmes dos monstros clássicos da Universal nos anos seguintes, como A Alma de Frankenstein (1942) depois que Boris Karloff resolveu não fazer mais o papel de Criatura, e também interpretou Conde Drácula no filme O Filho de Drácula (1943) e a Múmia, no filme The Mummy’s Curse (1944). Mas no crossover entre Frankenstein e Lobisomem, nos filme Frankenstein Encontra o Lobisomem (1943) e A Mansão de Frankenstein (1944), Chaney Jr. interpretou novamente o papel de Larry Talbot, bem como nos filmes O Retiro de Dracula (1945). A listagem de seus filmes é extensa em sua longa carreira, que durou cerca de quatro décadas.

Nota-se, pela década agitada de 1940, que Lon Chaney Jr. foi uma figura muito importante para o período nos Estúdios Universal. Lon Chaney continuou fazendo uma série de filmes nas duas décadas seguintes, mesmo com as críticas de uma atuação medíocre. Seu último filme foi Dracula vs. Frankenstein (1971), lançado para DVD pelo Troma Entertainment. Chaney faleceu dois anos depois, em 1973.  

*

Gostou da matéria em homenagem a esses grandes nomes do horror? Comente com a Macabra no Twitter e Instagram.

Compartilhe:
pin it
Publicado por

Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.