Natal Macabro: 7 tradições horripilantes para a data

Conheça tradições mais assustadoras do que uva-passa no arroz.

Para alguns, o Natal é a época mais feliz do ano. Para certos povos, era também uma época de terror e costumes macabros. Longe do simpático Papai Noel, seus duendes e renas, o período natalino conta com tradições pré-cristãs que foram adaptadas às festividades que conhecemos hoje, além de outros costumes assustadores que sobreviveram até séculos recentes.

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Neste post, apresentamos algumas destas tradições macabras que marcaram o período de Natal por muito tempo e que se manifestam até hoje de forma adaptada. E sim, estamos falando de coisas mais assustadoras do que a maionese de maçã ou a uva-passa presente na maioria dos pratos festivos.

1. “Bolas de bruxa”

A tradição de pendurar ornamentos na árvore de Natal tem a maioria de sua origem nos povos germânicos. Porém, o fenômeno das bolas de vidro podem ter surgido com um costume macabro da Grã-Bretanha e Irlanda do século 17: bolas de bruxa

Estas esferas de vidro, às vezes com uma camada de prata em seu interior, eram utilizadas para supostamente afastar espíritos malignos. O objetivo era atrair e neutralizar bruxas e entidades traiçoeiras que se aproximassem, atraídos pelas suas cores e brilho e, então, enclausurados na própria bola.

Originalmente estas esferas ficavam nas janelas, para que tais espíritos nem entrassem na casa. Porém, com o tempo eles foram movidos para a árvore, que era considerada uma espécie de símbolo sagrado. Lembre-se disso na próxima vez que for montar a sua decoração de Natal.

2. Uva-passa flamejante

Hoje boa parte dos pratos natalinos incluem uvas-passas, mas nenhum deles parece ser tão divertido quanto esta tradição inglesa dos séculos 16 e 17. Uma brincadeira da época, conhecida como snapdragon ou flap dragon, envolvia esquentar conhaque e colocá-lo em uma tigela não muito funda. Amêndoas ou uvas-passas eram mergulhadas na bebida, que era, então, incendiada. A graça da brincadeira era pegar as uvas-passas da bebida em chamas e apagar o fogo colocando-as dentro da boca.

Acredite ou não, a brincadeira também era praticada por crianças. Para surpresa de ninguém, a tradição perdeu força no século 19, quando as pessoas não achavam mais tão divertido apagar chamas com a própria boca e muito menos lidar com as queimaduras nas crianças. Ainda assim, as uvas-passas permanecem fortes nas tradições natalinas, para o terror de muita gente.

3. Teias de aranha na árvore

Há até pouco tempo, um ornamento popular nas árvores de Natal eram “cabelos de anjo”, fios prateados que cobriam os galhos do pinheiro. Apesar de algumas pessoas associarem o enfeite à neve do hemisfério norte, é mais provável que ele seja herança de uma tradição da Ucrânia e outros países do leste europeu: a de colocar teias de aranha na árvore.

A crença popular da região era de que aranhas na árvore de Natal eram sinal de boa sorte. A lenda diz que uma viúva pobre e seus filhos cuidaram de uma árvore durante o ano inteiro, na esperança de que poderiam decorá-la na época de Natal. Infelizmente, eles não tinham dinheiro para fazer isso. As aranhas ouviram a mulher e seus filhos chorarem até dormir na noite de Natal e passaram a madrugada inteira tecendo suas teias na árvore para que, quando os raios de sol surgissem, elas estivessem prateada — depois disso, a esposa e seus filhos nunca mais foram pobres de novo.

4. Vassouras escondidas

Geralmente pensamos em vassouras quando o assunto é a faxina de Natal, não necessariamente a celebração dele. Mas na Noruega este objeto tinha um papel muito importante. Os noruegueses acreditavam que na noite de Natal espíritos malignos e bruxas surgiam para disseminar o caos entre aqueles que não estivessem preparados. A solução para os mais supersticiosos era pegar todas as vassouras da casa e escondê-las. Isso evitaria que bruxas malvadas as roubassem para voar.

A tradição data de mais de mil anos, antes mesmo do Natal ser levado para a Noruega pelos cristãos. Ainda assim, os rituais no país, que tinham relação com o fim da colheita e o início de uma nova, envolviam trocas de presentes e comer um tradicional pudim de arroz em que havia uma amêndoa escondida — quem a encontrasse era recompensado com um porco feito de marzipan. Os pudins também eram ofertados a duendes, que dariam presentes se recebessem o agrado — uma das prováveis origens para os ajudantes do Papai Noel.

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5. Caga Tió

Esta tradição de nome curioso existe até hoje na região da Catalunha, na Espanha, e significa exatamente o que você está pensando. O Caga Tió é um tronco simpático, que usa um chapéu típico catalão, tem perninhas de madeira e uma carinha sorridente. No dia 8 de dezembro ele ganha um cobertor, para não passar frio, e deve ser alimentado pelas crianças ao longo do mês. 

Mas o tratamento afetuoso acaba ali: na noite de 24 de dezembro o Caga Tió é colocado perto da lareira e os pequenos são convidados a bater no simpático tronco com um pedaço de pau. Tanta violência tem um motivo: o Caga Tió é capaz de “defecar” os presentes de Natal tão esperados. Depois desta cena de ultraviolência digna de Laranja Mecânica, as crianças saem correndo da sala, enquanto os pais depositam seus presentes perto da lareira. Quando elas retornam, ficam encantadas com os pacotes “deixados” pelo tronco espancado.

6. Matar carriças

Na Irlanda as festividades de Natal vão além do dia 25 de dezembro e há até pouco tempo envolviam assassinato. Dia 26 de dezembro é o Dia de São Estevão e, por algum motivo, a data era comemorada matando carriças — um pequeno passarinho. Depois de morto, o bichinho era colocado no topo de um poste decorado e levado de casa em casa numa espécie de procissão, em que as pessoas cantavam e exigiam dinheiro. 

A origem desta tradição sanguinária não é certa e pode ter relação com o fato de que São Estevão teria sido traído por uma carriça ou ainda de que estas aves denunciavam camponeses irlandeses que estavam escondidos durante as invasões dos vikings.

Existem registros de que o costume existiu até os anos 1930 nos condados de Sligo e na Ilha do Homem. As pessoas que davam trocados para o enterro da ave ganhavam em troca uma pena, que as protegeria contra o azar. A procissão ainda existe em algumas partes da Irlanda, porém, hoje em dia as carriças são deixadas em paz.

7. Servir uma cabeça de javali “respirando fogo”

Antes que os perus e outras aves natalinas se tornassem o centro da ceia, na Inglaterra era costume servir um prato um tanto intimidador: a cabeça de um javali. Sabe-se através de cânticos do século 15 que o prato era servido com uma guirlanda de alecrim, normalmente acompanhado de canções sobre a ameaça do animal às pessoas enquanto ele estivesse vivo.

Esta era a primeira refeição da noite e deveria ser comida com molho de mostarda. Porém, um livro de receitas francês de 1420 dá um toque ainda mais assustador ao prato: velas mergulhadas em cânfora eram colocadas dentro da boca do animal, dando a impressão de que ele estivesse “respirando fogo”. O tender de Natal de repente virou um prato extremamente sem graça.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.