O Homem das Mil Caras: 5 Curiosidades sobre a cinebiografia de Lon Chaney

Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro, O Homem das Mil Caras influenciou outro grande maquiador do cinema de terror.

Com mais de 120 trabalhos creditados em sua carreira, Lon Chaney dedicou a vida ao cinema através de atuações marcantes e maquiagens arrebatadoras. Vinte e sete anos após sua morte, o ator teve sua história recontada para seus fãs através da mídia que ajudou a moldar.

Pôster do filme O Homem das Mil Caras, de 1957

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Por ter uma vida muito discreta, detalhes sobre a sua biografia não são de conhecimento do público. A graphic novel Fala Comigo, Lon Chaney, publicada pela DarkSide®, mostra um pouco mais da vida do lendário artista. Mas há mais de sessenta anos a história de Chaney também se tornou mais conhecida para os fãs, graças ao filme O Homem das Mil Caras, lançado em 1957.

Separamos algumas curiosidades sobre o longa:

1. Algumas passagens são pura ficção

Cena do filme O Homem das Mil Caras, de 1957

Como toda cinebiografia, muita coisa que está ali é verdade, aconteceu mesmo! Mas sempre rola aquela licença poética dos roteiristas para apimentar um pouco a história. Um desses exemplos em O Homem das Mil Caras é o nascimento de Lon Chaney Jr. em um hospital, quando na verdade ele nasceu na casa dos pais, como era costume na época.

Outro ponto que não é verdade tem relação com a primeira esposa de Lon, Cleva. Diferentemente do que é demonstrado no longa, ela sabia muito bem que os pais do pretendente eram surdos e já os havia encontrado em outras ocasiões antes do matrimônio.

2. Lon Chaney não queria que o filho seguisse sua carreira

Lon Chaney Jr. como Larry Talbot em O Lobisomem, de 1941

O filho de Chaney, Lon Chaney Jr., acabou seguindo os passos do pai, inclusive em filmes de terror interpretando personagens que exigiam um bom trabalho de maquiagem, como O Lobisomem. Na cinebiografia, uma cena poética marca a passada de bastão: em seu leito de morte, Lon pega sua maleta de maquiagens e a entrega ao filho

Porém, as coisas não aconteceram bem assim. Pra começo de conversa Chaney faleceu no hospital após uma hemorragia, e não cercado por seus familiares e amigos. Mas a diferença mais gritante aqui é que Lon Chaney não queria que o filho seguisse seus passos na carreira de ator, então a entrega da maleta pode até ter ficado bonita, mas não tem nada a ver com a realidade.

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3. James Cagney chegou a trabalhar com Lon Chaney Jr.

Cena do filme O Homem das Mil Caras, de 1957

Quatro anos antes de estrelar O Homem das Mil Caras no papel de Lon Chaney, James Cagney já havia participado de um filme com o filho do mago da maquiagem. Em 1953 ele trabalhou com Lon Chaney Jr. no filme Um Leão Está nas Ruas.

Apesar de ter sido escalado para o papel, Cagney era muito velho para interpretar Chaney, retratado com seus 20 e 30 anos em boa parte do longa — enquanto Cagney já tinha 58. Os dois também eram bem diferentes fisicamente, por isso, na abertura do filme, a placa na entrada do memorial de Chaney retrata James Cagney, e não o ator original.

4. O filme dividiu a opinião da crítica

Embora contabilize uma nota de público de 7,1 no IMDb e 89% no tomatômetro do Rotten Tomatoes, a crítica não é unânime em relação à produção. Enquanto o New York Times e a Variety renderam elogios ao filme, em especial à performance de Cagney, o Chicago Reader criticou a superficialidade da história e a incapacidade de captar o brilhantismo de Chaney. A revista The New Yorker reconheceu o esforço de Cagney, mas rendeu críticas ao roteiro — curiosamente, a única categoria à qual O Homem das Mil Caras foi indicado ao Oscar® de 1958 foi a de Melhor Roteiro Original.

5. O longa inspirou Tom Savini

Tom Savini

As semelhanças entre os talentos de Lon Chaney e Tom Savini para criar efeitos especiais a partir da maquiagem não é uma coincidência. Desde jovem Savini já gostava de cinema, porém, foi aos 12 anos que ele decidiu que queria transformar aquilo na sua carreira. Em uma entrevista a David Letterman, o mago dos efeitos visuais de terror disse que foi com essa idade que assistiu a O Homem das Mil Caras, o que mudou sua vida. 

A partir dali sua vontade e curiosidade na criação de efeitos especiais fez com que Tom passasse horas dentro do banheiro testando maquiagens e fazendo monstruosidades com o próprio rosto enquanto outras crianças brincavam na rua. A admiração era tão grande que Savini deu o nome de Lon ao seu filho, em homenagem ao ator. Mais um dos grandes legados de Chaney para o cinema.

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Fala Comigo, Lon Chaney, já está disponível na Loja Oficial da DarkSide Books. O quadrinho, escrito e desenhado por Pat Dorian, é uma biografia do grande Homem de Mil Faces. Qual seu filme favorito de Lon Chaney? Comente este post com a Macabra no Twitter e Instagram.

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Renunciei à vida mundana para me dedicar às artes da trevas. No meu cálice nunca falta vinho ungido e protejo minha casa com gatos que afastam os espíritos traiçoeiros. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.