O horror da perda em 8 filmes sobre luto

O cinema de horror abordou o luto em suas produções de maneira poderosa diversas vezes. Confira 8 filmes para refletir sobre o tema.

O luto é a reação emocional sentida diante da perda de alguém significativo. É um período onde as emoções costumam se mesclar e ficar fora de controle. Com isso em mente, muitas obras do cinema de horror foram feitas partindo da ideia de personagens enlutados enfrentando essas emoções e a vida diante da perda, mas muitas vezes tendo que lidar também com o sobrenatural, o fantasmagórico e o terror.

Para dialogar a respeito desse tema com os leitores da Macabra, apresento abaixo uma lista com oito filmes poderosos sobre luto no cinema de horror.

Intermediário do Diabo

The Changeling, 1980 // Um compositor se muda para uma velha mansão em Seattle após perder a mulher e a filha em um acidente de carro. Uma presença misteriosa começa a se manifestar, pedindo ajuda para solucionar um mistério de quase um século. Ele parte então em uma investigação pessoal para tentar entender o que aconteceu com as pessoas que moraram na casa antes dele, e descobre um crime que passou muitos anos sem solução. Filme dirigido por Peter Medak (A Enviada do Mal, “If She Dies/Ye Gods”, “Dead Woman’s Shoes/Wong’s Lost and Found Emporium” entre outros episódios de Além da Imaginação).

Inverno de Sangue em Veneza

Don’t Look Now, 1973 // Baseado no conto homônimo de Daphne du Maurier, Inverno de Sangue em Veneza conta a história de um casal que parte para Veneza após a trágica morte de sua filha. Lá, eles encontram duas mulheres, uma delas que afirma ser medium e que traz uma mensagem do além-vida para os dois. No entanto, seu ceticismo diante da mensagem da mulher pode trazer consequências terríveis. Filme dirigido por Nicolas Roeg (O Homem Que Caiu na Terra, Convenção das Bruxas).

Boa noite, mamãe

Ich seh, Ich seh, 2014 // Após dias afastada por conta de cirurgias plásticas, a mãe volta para casa e não é reconhecida pelos filhos gêmeos. As crianças, de nove anos, duvidam que a mulher de rosto enfaixado seja realmente sua mãe, que não está falando com um dos filhos, como se ele estivesse de castigo por algo terrível que cometeu. Eles passam então a interrogá-la, suspeitando que ela não seja quem diz ser. Dirigido por Veronika Franz e Severin Fiala (segmento “Die Trud”, de The Field Guide to Evil, O Chalé).

O Babadook

The Babadook, 2014 // Seis anos já se passaram desde a morte de seu marido, mas Amelia (Essie Davis) ainda não superou a trágica perda. Ela tem um filho pequeno, Samuel (Noah Wiseman). O garoto sonha diariamente com um monstro terrível e ao encontrar um livro chamado “The Babadok” reconhece imediatamente seu pesadelo. Certo de que Babadook deseja matá-lo, o menino começa a agir irracionalmente, para desespero de Amélia. Dirigido por Jennifer Kent (Monstro, The Nightingale).

Anticristo

Antichrist, 2009 // Um casal (Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg) devastado com morte do único filho muda-se para uma casa no meio da floresta para tentar superar o episódio. Mas os questionamentos do marido, psicanalista, sobre a dor do luto e o desespero de sua esposa desencadeiam uma espiral de acontecimentos misteriosos e assustadores. Dirigido por Lars Von Trier (Melancolia, A Casa que Jack Construiu)

Midsommar

Midsommar, 2019 // Após vivenciar uma tragédia pessoal, Dani (Florence Pugh) vai com o namorado Christian (Jack Reynor) e um grupo de amigos até a Suécia para participar de um festival local de verão. Mas, ao invés das férias tranquilas com a qual todos sonhavam, o grupo vai se deparar com rituais bizarros de uma adoração pagã. Dirigido por Ari Aster (Hereditário).

Hereditário

Hereditary, 2018 // O filme gira em torno de duas perdas que abalam profundamente uma família. É quando Annie (Toni Collette) começa a flertar com o sobrenatural em busca de consolo, que segredos envolvendo gerações de sua família começam a se revelar. Dirigido por Ari Aster (Midsommar).

Além da Vida

The Keeping Hours, 2017 // Dez anos após perder tragicamente o filho em um acidente de carro, o casal, agora divorciado, se reconecta após a aparição inexplicável do fantasma do filho Jacob (Sander Thomas) na casa em que viveram juntos. A união de Mark (Lee Pace) e Elizabeth (Carrie Coon) os dá uma segunda chance e eles passam a se curar dia após dia com a convivência com o fantasma do filho. No entanto, uma questão permanece sem resposta: por que Jacob voltou? Dirigido por Karen Moncrieff (Fuga do Hospício: A História de Nellie Bly, A Garota Morta).

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A perda de alguém querido é sempre uma dor difícil de suportar. No Brasil, o projeto Vamos Falar Sobre o Luto auxilia no processo de luto de centenas de pessoas. Conheça mais sobre o projeto no texto: Projeto brasileiro propõe quebra de tabu para falar sobre luto e morte. Comente o que achou com a gente no Twitter e Instagram.

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Publicado por

Ana Paula Costa Silva é Psicóloga (CRP 24/03779). Mestranda em Psicologia da Saúde e Processos Psicossociais. Estudante de Tanatologia. Pesquisadora do grupo de pesquisa sobre Estudos de Morte e Pós Morte do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo / PUC-SP - Labô.