Nada melhor que pegar algumas dicas de filmes com aqueles que entendem muito sobre o assunto: os próprios diretores. Gostamos de saber os filmes favoritos de nossos cineastas favoritos, e essa é uma ótima oportunidade de montarmos nossas próprias listas do que assistir, além de entender melhor como funciona a cabeça de quem admiramos.
O site IndieWire compilou algumas dicas de diretores que, através de listas e entrevistas, contaram quais são os seus filmes favoritos de todos os tempos. Entre filmes contemporâneos e clássicos, o listão é de encher os olhos.
Alex Garland: Alien, O Oitavo Passageiro
Alex Garland ficou conhecido pela direção dos filmes Ex_Machina: Instinto Artificial (2014) e Aniquilação (2018), este último adaptado do primeiro livro da trilogia Comando Sul, de Jeff VanderMeer. Seu lançamento mais recente, Men, deixou diversos fãs curiosos pelo que viria a seguir na carreira do diretor. Entre seus filmes favoritos, Alien, O Oitavo Passageiro (1979), se destaca.
O diretor contou em entrevista ao site IGN: “Eu acho que Alien é um filme imaculado. É esperto, muito, muito assustador e muito lindamente feito. Eu me lembro quando saiu, e parecia incrivelmente novo e reinventou todo tipo de coisas. Me ensinou o que reinvenção se parecia”.
Darren Lynn Bousman: Aniversário Macabro
Bouseman tem algumas obras curiosas em sua carreira. Sendo mais conhecido por seu trabalho na franquia Jogos Mortais — 2 (2005), 3 (2006), 4 (2007) e o filme mais recente da franquia, Espiral – O Legado de Jogos Mortais (2021)—, o diretor também é responsável pela direção do musical de horror Repo! A Ópera Genética (2008), e dos filmes O Carnaval do Diabo (2012) e O Carnaval do Diabo 2 (2016).
Como inspiração, Bouseman aposta em um mestre clássico do horror. Em entrevista ao canal El Rey Network, o diretor fala sobre Wes Craven e o filme Aniversário Macabro (1972): “Craven é um ídolo e um herói, para mim e para muitos outros. Este é um daqueles filmes em que você se sente errado em assistir”.
Mary Harron: Relíquia Macabra
A diretora Mary Harron ficou conhecida principalmente pelo seu grande clássico Psicopata Americano (2000), que adapta a obra de mesmo nome de Bret Easton, com um elenco de peso. Mas a cineasta também foi responsável por filmes como Um Tiro para Andy Warhol (1996) e Bettie Page (2005), além de diversos episódios de séries de TV e dos episódios de Alias Grace (2017), série que adapta o livro de Margaret Atwood.
Dando algumas recomendações de filmes ao Entertainment Weekly, Harron citou o filme Relíquia Macabra (2020), de Natalie Erika James: “É de uma diretora jovem australiana. Eu fiquei muito impressionada. É um filme centrado em personagens femininas. É uma mulher, sua filha, sua mãe. Então avó-mãe-filha. E coisas loucas acontecem dentro de uma casa, muitos efeitos visuais incríveis. É um tipo de horror doméstico”.
Leigh Janiak: Pânico
Cineasta norte-americana, Leigh Janiak fez seu debute com o filme Honeymoon (2014), mas ganhou atenção da grande mídia com a trilogia lançada Rua do Medo (2021), lançada pela Netflix. Se você assistiu Rua do Medo, consegue perceber algumas das maiores influências de Janiak, incluindo o clássico dirigido por Wes Craven e escrito por Kevin Williamson, Pânico (1996).
A cineasta comentou ao site Rotten Tomatoes: “Eu nem consigo contar a quantidade de vezes que vi este filme, sem falar a sequência de abertura. É tão brilhante. (…) O roteiro, e a forma como foi filmado, e os sustos, e a diversão. E, enfim, obviamente eu amo esse filme.”
Alexandre Aja: O Iluminado
Alexandre Aja é um cineasta francês que vem chamando a atenção dos fãs de horror desde o início dos anos 2000, com a direção de filmes como Alta Tensão (2003), Viagem Maldita (2006), Espelhos do Medo (2008) e, mais recentemente, Predadores Assassinos (2019) e Oxigênio (2021).
Entre suas inspirações, o clássico assombroso de Stanley Kubrick se destaca. Em uma lista sobre seus filmes favoritos ao site Rotten Tomatoes, Aja comentou sobre O Iluminado (1980): “Acidentalmente assisti O Iluminado quando tinha 7 anos e foi a experiência mais traumática, e talvez ele seja uma das razões por eu estar fazendo o que estou fazendo hoje. Ano após ano é o filme que posso assistir de novo e de novo”.
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Wes Anderson: O Bebê de Rosemary
Wes Anderson pode não ser conhecido como diretor de filmes de terror, preferindo os dramas existenciais excêntricos e comédias humanas menos sangrentas, como A Vida Marinha com Steve Zissou (2004), Moonrise Kingdom (2012) ou O Grande Hotel Budapeste (2014). Mas dentre os filmes que inspiram o cineasta está um dos grandes clássicos do horror.
Anderson disse ao Rotten Tomatoes que O Bebê de Rosemary (1968), de Roman Polanski, que adapta o livro de Ira Levin é: “Um filme que sempre me vejo assistindo de novo (…) Sempre foi uma grande influência para mim, ou uma fonte de ideias, e sempre foi um dos meus favoritos. Mia Farrow entrega uma grande performance, e eu li o roteiro e é um excelente roteiro”.
Natalie Erika James: Ring: O Chamado
Já citada nesta lista por Mary Harron, Natalie Erika James chamou a atenção dos fãs de terror com seu primeiro longa, Relíquia Macabra (2020), que aborda relações entre três gerações de mulheres de uma mesma família.
Ao IndieWire, a cineasta contou que Ring: O Chamado (1998) foi uma de suas grandes inspirações na direção: “O filme sempre tem uma visão empática da ameaça, o que acho que muitos filmes asiáticos fazem também. Se você pensa em fantasmas nos filmes japoneses ou coreanos, geralmente são mulheres injustiçadas, que agem como um ato de vingança e fúria. Muitos deles tem um ato final de empatia, ou você precisa colocá-las para descansar. Acho que está na veia desse tipo de filmes”.
Mike Flanagan: A Enviada do Mal
Flanagan se tornou um dos diretores mais queridos do terror dos últimos anos ao firmar parcerias de sucesso como a que teve com Stephen King, ao dirigir Jogo Perigoso (2017) e Doutor Sono (2019), e graças a suas séries para a Netflix, como Residência Hill (2018) e Mansão Bly (2020). Se tratando de medo, seus filmes mais autorais também não deixam nada a desejar, com Hush: A Morte Ouve (2016) ou O Sono da Morte (2016).
O diretor compilou uma lista de seus filmes favoritos para o site Rotten Tomatoes e, entre eles, citou A Enviada do Mal (2015), de Oz Perkins, pois “muitas boas performances, de maneira geral; o filme primeiro aparenta ser uma história sobre garotas encontrando uma força sobrenatural quando são deixadas para trás em sua escola e é revelado ser algo muito mais profundo no final. Eu amo esse filme por muitas razões, mas particularmente como ele toca em uma faceta pouco explorada de histórias de possessão”.
Bong Joon Ho: Midsommar
Bong Joon Ho é o diretor coreano que arrebatou prêmio atrás de prêmio com Parasita (2019). Dentre seus filmes, Memórias de um Assassino (2003) e O Hospedeiro (2006) se tornaram indispensáveis em listas de filmes de thriller ou de monstros, respectivamente.
Ao selecionar uma lista de seus filmes favoritos de 2019, o cineasta contou que Midsommar tinha local de destaque. Para ele, “vai além das armadilhas do gênero e entrega um verdadeiro e profundo horror. Um horror primitivo e inescapável. Para sobreviver a este horror esmagador, nós lançamos um feitiço em nós mesmos. Nós esperamos que os momentos terríveis que testemunhamos acabarão se estabelecendo como uma visão neutra do acidente, como um quadro inócuo feito de adoráveis figuras em miniatura”.
Oz Perkins: Os Estranhos
Osgood “Oz” Perkins é filho do grande astro do terror, Anthony Perkins, o eterno Norman Bates, de Psicose (1960). Um diretor bastante capaz de arrancar bons arrepios de seus espectadores, o primeiro longa de Perkins foi A Enviada do Mal (2015), já citado nessa lista. Em seguida, dirigiu o filme A bela criatura que mora nesta casa sou eu (2016) e uma nova versão de João e Maria em Maria e João: O Conto das Bruxas (2020). Oz também é ator, e fará um papel no novo filme de Jordan Peele, Não! Não Olhe!.
Em entrevista ao site Consequence, Perkins citou alguns de seus filmes favoritos: “Deixa Ela Entrar, Inverno de Sangue em Veneza, Os Olhos sem Rosto, Eraserhead, Sangue de Pantera. Tem alguns que preciso dizer sempre porque sempre os esqueço. Os Estranhos. Eu amo Os Estranhos”.
Robert Eggers: Nosferatu
Eggers é um daqueles cineastas que podemos considerar uma estrela em ascensão. Seu primeiro longa, A Bruxa (2015), ficou na mente e nos corações dos fãs de terror por anos — ainda hoje sendo considerado um dos melhores lançamentos da década passada, dificilmente perdendo lugar com novos filmes lançados. Em seguida, com O Farol (2019), Eggers deixou ainda mais clara sua competência ao criar ambientações tensas. Já em O Homem do Norte (2022), Eggers se distanciou um pouco do horror para contar um drama viking.
Mas, algo que todos os fãs do cineasta sabem, é a sua paixão por Nosferatu, de Murnau. Eggers contou ao Shudder porquê é tão fascinado pelo filme de 1922: “Era um filme indie na sua época, um pouco áspero nas bordas, mas ainda sim um dos filmes mais assombrosos já feitos. A nova versão em cores, restaurada, é muito impressionante, mas eu ainda prefiro as versões em preto e branco feito de retalhos de impressões de 16mm. Essas versões “sujas” tem um mistério sinistro que ajudaram a construir o mito de que Max Schreck era um vampiro de verdade”.
Na verdade, Eggers estava planejando um remake de Nosferatu desde o lançamento de A Bruxa. Infelizmente o projeto teve que ser paralizado por enquanto. Mas Anya Taylor-Joy já deixou claro em entrevistas que está pronta para participar deste também.
Josephine Decker: Suspiria – A Dança do Medo
Atriz, roteirista, produtora, cinegrafista, entre outros, Josephine Decker trabalha na indústria cinematográfica em diversas posições. Como diretora, talvez seu filme mais conhecido pelos fãs de horror seja o filme baseado na vida da escritora Shirley Jackson, intitulado Shirley (2020), e baseado no livro de Susan Scarf Merrell.
Para ela, um dos grandes filmes de terror é Suspiria (2018), o remake dirigido por Luca Guadagnino. A cineasta disse ao IndieWire que: “Seu mistério é físico. Sua dança é política. Vai a um milhão de direções diferentes, e depois de meses eu não conseguia parar de pensar sobre ele — assim como outros filmes que não se encerram quando terminam”.
Guillermo del Toro: Os Olhos sem Rosto
Figurinha carimbada entre os admiradores do gênero, Del Toro tem uma longa lista de filmes dirigidos, como O Labirinto do Fauno (2006) e A Espinha do Diabo (2001); filmes produzidos, como O Orfanato (2007); e filmes que o influenciaram de alguma forma. Dentre esses últimos, Os Olhos sem Rosto (1960), de Georges Franju, se destaca.
Del Toro contou ao site da Criterion que: “A personagem principal é como uma Audrey Hepburn. Me influenciou muito no contraste entre beleza e brutalidade. O confronto entre imagens assombrosas e encantadas raramente foi mais poderoso. E Os Olhos sem Rosto ostenta uma trilha sonora extraordinária feita por Maurice Jarre também”.
Quentin Tarantino: Audição
Amado por uns, não tão querido assim por outros, é indiscutível que Tarantino é um grande nome do cinema. Seus filmes reuniram elencos recheados de astros incríveis, e ao menos um filme do cineasta é reconhecido até mesmo por aqueles que não curtem tanto cinema.
Em uma lista de seus 20 filmes favoritos desde que começou a fazer cinema, Tarantino adicionou Audição (1999), de Takashi Miike, entre os seus favoritos, se referindo ao filme como “uma verdadeira obra de arte”. Desde que assistiu Audição, Tarantino passou a acompanhar o trabalho de Miike, e até fez uma pontinha em um de seus filmes, Sukiyaki Western Django (2007).
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Martin Scorsese: Os Inocentes
Um dos grandes cineastas da chamada Nova Hollywood, Scorsese coleciona clássicos e filmes de sucesso. Taxi Driver (1976), Os Bons Companheiros (1990), Cabo do Medo (1991), e até mesmo o videoclipe da música “Bad”, de Michael Jackson, são alguns de seus créditos na carreira.
Em uma lista sobre seus filmes de terror favoritos, Scorsese citou Os Inocentes, de Jack Clayton, e afirmou que: “Essa adaptação de Jack Clayton de A Volta do Parafuso é um dos raros filmes a fazer justiça a Henry James. É lindamente feito e atuado, filmado de forma imaculada, e muito assustador”.
Edgar Wright: Na Solidão da Noite
Criador da trilogia Cornetto, composta por Todo Mundo Quase Morto (2004), Chumbo Grosso (2007) e Heróis de Ressaca (2013), além de diretor da adaptação do quadrinho Scott Pilgrim, Edgar Wright é um nome forte entre os fãs de cultura pop. Grande admirador de filmes de terror, além de sua comédia de zumbis ser uma grande homenagem ao trabalho de George Romero, Wright também dirigiu o filme Noite Passada em Soho (2021).
Em 2017, Wright compilou uma famosa lista com 100 de seus filmes favoritos. Entre clássicos antigos e modernos como Nosferatu (1922), e A Bruxa (2015), Wright se lembrou da antologia Na Solidão da Noite (1945), dirigida por Alberto Cavalcanti, Charles Crichton e Basil Dearden. Um filme menos lembrado, mas uma excelente dica.
David Lowery: Hereditário
Editor, produtor, roteirista e diretor, Lowery tem alguns créditos importantes em sua carreira. Como diretor, foi responsável por Sombras da Vida (2017), e o épico O Cavaleiro Verde (2021), que causou furor na internet antes mesmo de seu lançamento.
O cineasta contou ao IndieWire em 2018 que “o primeiro filme de Ari Aster foi um dos filmes mais assustadores que já vi”. Lowery contou também que teve que dormir de luzes acesas depois da sessão. “Eu estava traumatizado. Eu me perguntava se o filme era muito brutal. A única forma de descobrir, claro, era levar quantos amigos conseguisse para assisti-lo. Talvez fosse pelos gritos dos meus amigos, mas dessa vez não consegui parar de rir. Que filme perverso. Eu mal consigo esperar para revê-lo todos os Outubros pelo resto da minha vida.”
Jordan Peele: Louca Obsessão
Grande astro da comédia, foi somente em 2017 que Peele deu seus primeiros passos na direção de longa-metragens. E começou logo com um dos filmes mais importantes e interessantes dos últimos anos, com Corra! (2017). Em seguida, com Nós (2019), Peele permaneceu no topo dos cineastas mais aguardados dos últimos anos, e todos os fãs estão ansiosos por seu lançamento mais recente, Não! Não Olhe! (2022).
Peele contou ao USA Today que “Louca Obsessão é um filme que um vilão improvável acaba sendo o mais assustador. É também um filme em que o medo está na atuação, na performance, no roteiro e no diálogo. Amo esse tipo de técnica”.
Jennifer Kent: O Massacre da Serra Elétrica
Outro dos nomes mais citados entre os círculos de terror dos últimos anos foi o de Jennifer Kent, com seu assombroso filme O Babadook (2014), que trata de transtornos da maternidade de uma forma extremamente condizente e assustadora. É de Kent também The Nightingale (2018), um drama assustador do período do controle britânico sobre a Austrália, retratando o início do século XX.
Em uma lista sobre os dez filmes que mais a assustaram para o site Shutterstock, Kent contou que, um deles, foi O Massacre da Serra Elétrica (1974): “Ele fala sobre algo profundo da humanidade. Para mim, é como um animal deve se sentir no matadouro. Algumas pessoas se identificam com o Leatherface, mas eu me identifico com as vítimas neste. Tem algo tão duro e grosseiro de uma forma muito boa ao longo do filme. É um filme genial. Ainda fico chocada.
Luca Guadagnino: A Mosca
Apesar de ser reconhecido por seus filmes de drama, Guadagnino surpreendeu a todos ao anunciar o remake de uma das obras mais clássicas do terror. Em Suspiria (2018), demonstrou ter grande capacidade de trazer para a tela alguns sustos e cenas bastante competentes. E descobrimos, também, que Guadagnino é um apreciador do gênero.
O cineasta contou ao site Vulture que A Mosca (1986), de David Cronenberg, para ele é ”uma obra-prima atemporal”. “O horror dele para mim está no final, quando você percebe que o personagem do Jeff Goldblum e a personagem de Geena Davis realmente se amam, e eles não vão ficar juntos. O derradeiro terror desse filme é a impossibilidade do amor entre os dois.”
Sam Raimi: A Noite dos Mortos-Vivos
Criador de Evil Dead, uma das franquias mais queridas da história do horror, Sam Raimi fez, com alguns amigos de infância, um filme que depois de 40 anos permanece tão relevante — se não mais — que a época em que foi lançado. E uma de suas grandes inspirações como cineasta foi o clássico grandioso de George Romero, A Noite dos Mortos-Vivos (1968).
Ao Den of Geek, Raimi contou que “nunca estive tão assustado em toda a minha vida”. “Eu estava gritando e guinchando, implorando para a minha irmã me levar para casa, e ela estava tentando me fazer calar a boca. Eu nunca tinha experienciado um horror assim antes. Parecia tão real, como um documentário de horror. Eu nunca tinha visto um filme preto e branco em um cinema antes, se parecia com um documentário. Não tem nada de Hollywood sobre ele — era só implacável e completamente maluco e muito perturbador para mim.”
Anna Biller: A Tortura do Medo
Anna Biller está na ativa no cinema desde a década de 1990, mas foi somente com seu filme A Bruxa do Amor (2016), que a diretora acabou caindo nas graças do grande público.
O site Vulture perguntou para a cineasta qual seria seu filme de terror favorito, e ela citou A Tortura do Medo (1960), de Michael Powell: “O filme expõe o fetichismo de se fazer um filme, o quão arrepiante é posar os corpos e arrancar emoções cruas de pessoas que nós iluminamos, e manipulamos e gravamos para mais tarde quando estivermos sozinhos ou entregamos para outros assistirem no escuro”.
Christopher Nolan: Alien, O Oitavo Passageiro
Diretor de Amnésia (2000), conhecido principalmente pela trilogia de O Cavaleiro das Trevas, e também por alguns dos grandes filmes de ficção científica e viagem no tempo dos últimos anos, como A Origem (2010) e Interestelar (2014), Nolan é um diretor bastante citado pelos fãs de cultura pop.
Disse ao site Media Company que “O diretor que eu sempre fui fã… Ridley Scott, e certamente começou quando eu era uma criança. Alien, Blade Runner, simplesmente me surpreendeu porque ele criou mundos extraordinários que eram completamente imersivos”.
Andy Muschietti: Quando Chega a Escuridão
Responsável pela nova adaptação de It: A Coisa, de Stephen King, o diretor argentino já era conhecido pelo público de terror por causa de seu curta, transformado posteriormente em longa-metragem, Mama (2013).
Em um bate-papo ao site Shortlist, o cineasta contou que Quando Chega a Escuridão (1987), de Kathryn Bigelow, é seu filme de vampiro favorito: “Foi uma descoberta tão importante. Estes são como a escória dos vampiros, andando por aí em um trailer, e essa mistura de Americana, e o submundo western e, vampiros ferrados, foi simplesmente alucinante para mim. Eu nunca tinha visto nada como aquilo. E tem muito humor obscuro no filme. A forma como os vampiros brincam com suas vítimas é assustador”.
James Wan: Os Outros
Um dos grandes nomes do terror do século XXI, James Wan conquistou o público e o mantém cativo desde seu curta Jogos Mortais 0.5 (2003), que posteriormente foi transformado em longa-metragem e se tornou uma franquia de sucesso. Wan também é responsável pelas franquias Sobrenatural e Invocação do Mal que, ao longo dos filmes, ganharam novos diretores.
Dentre seus filmes favoritos, está Os Outros (2001). “O filme de Alejandro Amenábar com Nicole Kidman é primorosamente fotografado, filmado e old school. É uma das melhores histórias de fantasmas vitorianos com “sobressaltos na noite” já transformados em filme”, disse Wan ao site Hollywood Reporter.
Ana Lily Amirpour: Anticristo
Trabalhando com cinema desde o final da década de 2000, Ana Lily Amirpour chegou ao grande público com o filme Garota Sombria Caminha Pela Noite (2014), que logo conquistou diversos elogios pela mídia especializada. Seu filme seguinte, Amores Canibais (2016), contou com um elenco de peso, mas teve suas atenções reduzidas. A diretora foi convidada para direção de diversos episódios de séries, como Legião, Castle Rock e Além da Imaginação.
Ao pensar em seus filmes favoritos, a cineasta apontou Anticristo (2019), de Lars Von Tier. “Quando este filme saiu, a histeria em cima da cena da tesoura de clitoris era tudo que eu ouvia falar, e quando assisti o filme, essa foi a coisa menos chocante para mim. Aquela cena com o corvo na trincheira e Dafoe batendo nele tentando fazer ele morrer — aquela cena me lembrou de um sonho de ansiedade que tive, como um déjà vu das minhas próprias emoções. É reconfortante quando a escuridão de alguém espelha a sua própria. Lars é corajoso com o quão íntimo ele é em seus filmes”, a cineasta contou ao site da Criterion.
Bo Burnham: Raw
Ator, produtor, escritor e diretor, Bo Burnham sempre teve seu público de fãs, mas acabou sendo “redescoberto” graças ao especial de TV Bo Burnham: Inside, que está disponível na Netflix e foi um sucesso estrondoso no meio artístico. A surpresa para alguns, talvez, seja de que um dos filmes favoritos de Burnham seja Raw (2016), de Julia Ducournau.
Burnham contou ao Rotten Tomatoes: “Eu o assisti três vezes no cinema. Não acreditava que isso era um debute. É só que parece que somente mestres experientes são capazes de realmente manipular uma audiência, batida a batida, para realmente sentir que você está sendo tão perfeitamente manipulado, e você está nas mãos de alguém que tem completo controle sobre você”.
Eli Roth: Creepshow
Produtor, ator, roteirista e diretor, Eli Roth ficou conhecido pelos fãs de horror principalmente por seus filmes Cabana do Inferno (2002) e a duologia O Albergue. Roth também é um grande admirador do gênero, trabalhando ao lado de grandes nomes, e mais recentemente apresentando o documentário Eli Roth’s History of Horror, do canal de streaming norte-americano Shudder.
O cineasta contou ao site Today que um de seus filmes favoritos é o clássico de George Romero com Stephen King, Creepshow (1982). Para ele, “o filme, contado em cinco histórias, é feito para se parecer com uma história em quadrinhos. Mas é arrepiante, e nojento, e muito, mas muito divertido. E é uma antologia, então você não precisa prestar tanta atenção, e se você não gosta muito daquela história uma nova vai começar em dez minutos. Um elenco maravilhoso, um roteiro incrível, efeitos de maquiagem brilhantes, e uma diversão que não acaba mais. Um filme de terror subestimado que é garantia de bons momentos”.
Ben Wheatley: Eraserhead
Wheatley é diretor e roteirista, conhecido no terror por seus filmes Kill List (2011), Turistas (2012), um dos segmentos do primeiro O ABC da Morte (2012), A Field Guide in England (2013), e mais recentemente por Rebecca: A Mulher Inesquecível (2020), remake do clássico de Hitchcock adaptado do livro de Daphne du Maurier, e Maldição da Floresta (2021).
Wheatley selecionou seu top 10 de filmes para o site da Criterion, e escolheu Eraserhead (1977) entre seus favoritos: “Os filmes de Lynch são assustadores de uma forma que os filmes de terror atuais raramente são. Eles falam diretamente com a minha criança interior, com os pesadelos do meu eu de 7 anos. É uma experiência cinematográfica singular. Eu me lembro de assistir em qualquer momento em que eu estava em Londres — Eraserhead e Veludo Azul, dupla em cartaz, hmm”.
William Friedkin: Violência Gratuita
Diretor de um dos maiores clássicos do terror, Friedkin é responsável pela adaptação de O Exorcista (1973), adaptado do livro de William Peter Blatty, e com uma carreira de mais de 30 créditos com seu nome como diretor.
Debatendo seus 13 filmes de horror favoritos com a Entertainment Weekly, Friedkin escolheu Violência Gratuita (1997) como um deles. ”É provavelmente o filme mais assustador da lista porque envolve dois jovens arruaceiros em uma vila rural aterrorizando uma família em sua casa. É o tipo de coisa que você vê no noticiário muitas vezes hoje em dia. Então há a possibilidade daquilo realmente acontecer. É feito de forma brilhante”.
James Gunn: Sala Verde
Bastante lembrado pelos fãs de cultura pop, Gunn é diretor, roteirista, produtor e ator. Nos últimos anos, esteve ocupado com filmes de super heróis, como Guardiões da Galáxia (2014), da Marvel, e O Esquadrão Suicida (2021), para a DC. Mas Gunn também é um grande fã de horror.
Gunn listou 50 de seus filmes favoritos no twitter. O primeiro da lista é Tubarão (1975), mas Sala Verde (2015) foi um forte concorrente e apareceu no top 10, junto de outros filmes já citados na lista, como Audição (1999) e O Bebê de Rosemary (1968).
Coralie Fargeat: Eu Vi o Diabo
Em 2017, Coralie Fargeat chamou a atenção dos fãs de horror com o lançamento de seu primeiro longa-metragem, Vingança. Apesar de não ter lançado outro longa até então, Fargeat é uma das diretoras do seriado Sandman, com um episódio sob sua responsabilidade, e está preparando seu novo filme, The Substance, ainda sem data de lançamento.
A diretora contou em entrevista ao Financial Times que Eu Vi o Diabo (2010), de Jee-woon Kim, foi de grande inspiração para seu filme: “As cenas sanguinolentas [nesses filmes] são tão excessivas que elas se tornam absurdas e poéticas. Eu fico interessada quando sangue e carne criam algo que se torna barroco e lírico. Tarantino faz isso em Kill Bill”.
Gaspar Noé: Um Cão Andaluz
Nascido na Argentina e vivendo na França, Gaspar Noé é um cineasta que chama a atenção por suas escolhas narrativas. Diretor do controverso Irreversível (2002) e do atordoante Clímax (2018), um dos filmes favoritos de Noé, Um Cão Andaluz (1929), filme experimental feito por Luis Buñuel e Salvador Dalí, talvez ajude a compreender essas escolhas.
Noé disse ao Rotten Tomatoes que “A cena de abertura desse filme, desse curta, com Buñuel cortando o olho de uma mulher — no close, eles substituíram o olho da mulher pelo olho de uma vaca — foi tão chocante que eu queria estar na audiência, se eu não pudesse estar atrás de Buñuel. Se eu pudesse ver a reação… tenho certeza que nunca houveram pessoas ficando mais malucas na história do cinema, do que quando a primeira audiência viu esse filme”.
John Carpenter: O Exorcista
Um dos maiores mestres do terror, John Carpenter é um dos diretores responsáveis por alguns dos grandes filmes do gênero da década de 1980, como O Enigma de Outro Mundo (1982), Christine, o Carro Assassino (1983), Eles Vivem (1988), além do clássico da Sessão da Tarde Os Aventureiros do Bairro Proibido (1986) e de uma das franquias mais rentáveis da história, Halloween.
Carpenter disse ao The Fader, ao escolher seus oito filmes de terror favoritos, sobre O Exorcista (1973): “Sabe o que é assustador em O Exorcista? Todo mundo sabe o que é assustador nesse filme. É o diabo. A primeira vez que o assisti, eu pensei que para ser realmente efetivo, esse filme precisa da crença de um poder superior. Mas desde aquela época eu passei a apreciá-lo simplesmente pelo que ele é. Eu o revi de novo recentemente e foi uma surpresa sobre o quão intenso ele é. As coisas que eles fizeram lá atrás, com aquela garotinha, eles quebraram vários tabus, meu deus. É muito bom”.
Karyn Kusama: Habit
Kusama começou a trabalhar com a direção de filmes no começo dos anos 2000. No terror, um de seus filmes mais queridos é Garota Infernal (2009), que não foi necessariamente um sucesso em seu lançamento, mas foi redescoberto anos depois e se tornou um clássico contemporâneo. É de Kusama também o filme O Convite (2015), um dos segmentos da antologia de terror composta somente por mulheres XX (2017), além do piloto da série de sucesso Yellowjackets.
Kusama contou ao site Nylon que um de seus filmes favoritos é Habit (1995), dirigido por Larry Fessenden: “Eu me lembro de assistir esse filme quando ele foi lançado, no meio dos anos 1990, e ter ficado presa por suas teias de narrativa gêmeas: a história de um homem possivelmente envolvido em um romance com um vampiro e, mais profundamente, a história de um homem em uma espiral de um alcoolismo catastrófico. O filme é uma excelente combinação temática com O Vício, de Abel Ferrara, e é um retrato vívido e sujo de uma vida saindo completamente do controle”.
Nia DaCosta: Sob a Pele
Nia DaCosta começou sua carreira no cinema na década passada, no começo dos anos 2010, mas logo conquistou espaço e chamou atenção o suficiente para a grande responsabilidade de dirigir a sequência do clássico Candyman.
Ao ser convidada para escolher dez de seus filmes favoritos, DaCosta citou Sob a Pele (2013), de Jonathan Glazer, e contou ao site IonCinema que: “É diferente de tudo que havia visto antes, e poderia permanecer opaco se não tivesse uma boa direção. Incrivelmente comovente e perturbador. Inspirador porque me fez sentir como se, nos filmes, alguém pudesse fazer qualquer coisa”.
Patrick Brice: Alucinações do Passado
Brice chamou a atenção dos fãs de horror com os surpreendentes filmes Creep (2014) e Creep 2 (2017). Mais recentemente, dirigiu os filmes Animais Corporativos (2019) e Tem Alguém na sua Casa (2021), o último uma adaptação de Stephanie Perkins, e lançado pela Netflix. Entre seus filmes favoritos, está Alucinações do Passado (1990), de Adrian Lyne.
Brice disse ao site Mental Floss que “uma das mais subvalorizadas gemas do horror”. “Há momentos no filme em que são usados efeitos de câmera e práticos para extrair sustos que estão além da compreensão. Eu me lembro de ter que assistir certos momentos me perguntando como Adrian Lyne conseguiu extraí-los, e é seu único filme de terror!”.
André Øvredal: Poltergeist
Øvredal vem conquistando cada vez mais fãs, conforme seus filmes são lançados e alcançam novos espectadores. Diretor de sucessos de público e crítica como O Caçador de Troll (2010), A Autópsia (2016) e Histórias Assustadoras para Contar no Escuro (2019), todos aguardam curiosos quais os próximos filmes que serão feitos por ele.
Em entrevista ao Mental Floss, o cineasta escolheu Poltergeist (1982) como seu filme de terror favorito. “Ele tem uma filosofia em seus próprios temas, não apenas tentando aproveitar as oportunidades por um susto. É também extremamente íntimo de seus personagens. Você os conhece e se preocupa com eles, então rapidamente você passa a temer por eles. Eu acho que a filmagem é muito esperta, visualmente estimulante, e conta a história com uma surpreendente quantidade de humor, que somente adiciona ao terror um senso de realidade”.
Tim Burton: O Homem de Palha
Na virada dos anos 1980 para 1990, Tim Burton já garantiu para si o título de mestre macabro com os filmes Os Fantasmas se Divertem (1988) e Edward Mãos de Tesoura (1990). Ao longo dos anos, o título só acabou combinando cada vez mais com ele, e vieram os filmes Ed Wood (1994), Marte Ataca! (1996), A Noiva Cadáver (2005) e Sweeney Todd (2007). Agora, Burton está prestes a nos mostrar um pouco mais da história de uma das personagens mais queridas do terror, Wandinha Addams, em sua série para a Netflix.
O cineasta disse em entrevista ao Rotten Tomatoes, sobre seus cinco filmes favoritos, que O Homem de Palha (1973) era “um estranho musical”. Para ele, “Na verdade este foi um dos filmes favoritos do Christopher Lee, que ele fez… Não foi um filme de muito sucesso quando lançado, mas é realmente um filme meio hipnótico e maravilhoso, eu acho. É como um sonho estranho. Um daqueles filmes que posso assistir de novo e de novo, porque eles passam em sua mente como um sonho. (…) As coisas se parecem muito normais na superfície, mas abaixo dela elas não são exatamente o que parecem. Achei esse filme uma mistura tão estranha; os elementos são muito estranhos”.
Pedro Almodóvar: Arrebato
Um dos diretores espanhóis mais aclamados de todos os tempos, é dele a direção do suspense A Pele que Habito (2011), um clássico moderno aterrorizante, além de incontáveis outras obras emblemáticas.
Em uma lista sobre os 13 filmes espanhóis que mais inspiraram sua carreira para o site British Film Institute, Almodóvar nomeou Arrebato (1979), de Iván Zulueta, como um deles. Para ele, “É um conto fantástico de autoimolação, de dedicação à heroína e ao cinema como começo e fim de tudo, e ao lado negro como única possibilidade de auto-realização e autoconhecimento. Rapture é um filme ‘amaldiçoado’ que ninguém viu na época e que agora é um clássico moderno absoluto. Seus atores apareceriam em alguns dos meus filmes dos anos 1980”.
Jim Jarmusch: Psicopata Americano
Conhecido principalmente por seus filmes de drama, Jarmusch também tem uma ou duas cartas nas mangas para os fãs de terror. Diretor do filme de vampiros Amantes Eternos (2013) e da comédia de zumbis Os Mortos Não Morrem (2019), o cineasta citou o filme Psicopata Americano (2000), de Mary Harron, como um de seus favoritos.
“Uma adaptação magistral de palavras para o cinema por Mary Harron, uma diretora e roteirista norte-americana importante. Foi adaptado a partir do livro de 1991 de Bret Easton, que se passa em 1980. E eu acho que o filme ressoa ainda mais agora do que quando foi feito, 20 anos atrás. Ainda que, naquela época, o filme tenha sido chamado de sexista sujo por alguns, a performance de Christian Bale é brutalmente fascinante, e o elenco todo — Willem Dafoe, Chloe Sevigny, Reese Witherspoon e Jared Leto — são todos muito bons”, afirmou o diretor em entrevista ao site Rotten Tomatoes, ao escolher seus cinco filmes favoritos.
Ti West: O Iluminado
Diretor de A Casa do Diabo (2009), A Cabana do Inferno 2 (2009), Hotel da Morte (2011), e com segmentos em antologias de horror famosas como V/H/S (2012) e O ABC da Morte (2012), Ti West é um velho conhecido dos fãs do gênero, mas ganhou ainda mais notoriedade com seu lançamento mais recente, X, que já habita nas listas de melhores filmes de 2022 até agora.
Em entrevista ao Rotten Tomatoes, o diretor disse que O Iluminado (1980) não somente é seu filme de terror favorito, como seu filme favorito no geral. Ele contou que foi o primeiro filme que viu quando era criança que realmente o traumatizou. “O que eu acho que é incrível sobre ele é que não é somente um filme de terror, é mais como um filme sobre um homem alcoólatra que odeia sua família, e então é um filme de terror. Para mim, todos os melhores filmes de terror são filmes normais primeiro, para então serem filmes de terror.”
Rob Zombie: Extermínio
Conhecido por muitos primeiramente como o astro do rock, Zombie começou a dirigir filmes de horror no começo dos anos 2000, com A Casa dos 1000 Corpos (2003), seguido por Rejeitados pelo Diabo (2005), encerrando a trilogia mais de 10 anos depois com Os 3 Infernais (2019), e aumentando sua lista de créditos na direção nesse meio tempo o infame remake de Halloween (2007). Seu próximo filme é The Munsters, inspirado na clássica série de TV dos anos 1960.
Em entrevista ao site Vice, comentando seus filmes de horror favoritos, Rob Zombie demonstrou seu apreço especial ao filme Extermínio (2002), de Danny Boyle: “Eu achei ele ótimo. Eu gosto do fato de que, eu não sei quanto crédito Danny Boyle recebe por isso, mas a zombiemania que estava acontecendo com todos, ninguém podia decidir o que fazer com os filmes de terror. Todos estavam apenas recauchutando o que George Romero fez. E ele foi a primeira pessoa a aparecer com uma nova pegada, que surgiu em uma espécie de gênero estagnado, e eu nunca havia pensado sobre o gênero estar estagnado até assistir esse filme.
Julia Ducournau: Gêmeos – Mórbida Semelhança
Cineasta francesa, Ducournau ganhou o mundo com o lançamento de Raw (2016), um filme sobre crescimento e descobertas e canibalismo, que chocou a audiência em Cannes mas ganhou o coração dos fãs de horror. Mais recentemente, a cineasta lançou Titane (2021), seu segundo e aguardado longa, que agradou a maioria da crítica especializada.
Quem conhece o trabalho da cineasta sabe que uma de suas grandes inspirações é David Cronenberg. Enquanto fazia a tour de divulgação de Raw, Ducournau disse ao site Fandom que Gêmeos – Mórbida Semelhança (1988) foi um filme decisivo para ela: “A forma como ele filmou os corpos e os temas que ele aborda — com mortalidade, e a condição humana, e identidade também —, são temas que eu sempre fui interessada e que eu sempre lido em meus trabalhos. Eu acho que como cineasta, Gêmeos pode ser meu filme favorito porque, para mim, é como sua ópera. É uma ópera em cinco atos. É uma tragédia grega”.
Peter Strickland: Climax
Strickland é um produtor, roteirista e diretor mais conhecido pelos fãs de filmes de horror por Vestido Maldito (2018), mas antes disso o cineasta já tinha entre seus créditos outro filme do gênero, intitulado Berberian Sound Studio (2012). Ao escolher seus filmes favoritos, Strickland apontou Clímax (2018), de Gaspar Noé, como um deles.
“Sou um grande fã do Gaspar Noé e adorei me submeter à sua última investida. Fui pego de surpresa com Clímax, pelo fato de como as críticas focaram em quão divertido era. É incrivelmente angustiante e perturbador em alguns lugares e, ao contrário de ‘Irreversível’, eu não estava preparado para isso. As cenas de dança são extraordinárias e à medida que se tornam cada vez mais perturbadas e deformadas, o filme cai em uma dimensão que evoca o espaço físico alterado do filme estruturalista de Ernie Gehr Serene Velocity”, disse o diretor em entrevista ao site IndieWire.
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