Os grandes crossovers dos filmes de terror

Juntar vários monstros em um único filme é garantia de sucesso. Dos Monstros Clássicos a Godzilla vs Kong, confira alguns dos maiores crossovers do gênero.

Universos compartilhados, encontros de personagens icônicos, pistas e referências deixadas para que os espectadores encontrem e despertem ainda mais seu fascínio sobre o que vem por aí. O multiverso está na moda, mas sua história é muito antiga, e sua relação com o terror é extremamente íntima.

Stephen King, rei do terror, teve um cuidado colossal ao construir seu universo livro a livro. De personagens que seus fãs já conhecem de outros lugares às cidades em que se passam suas histórias, de seu Maine parcialmente fictício, King é um dos maiores mestres do universo compartilhado.

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Não podemos deixar de mencionar também o ultra pop universo de Invocação do Mal. A franquia, iniciada por James Wan e se baseando nas pesquisas e estudos de Lorraine e Ed Warren, atingiu novos níveis com suas histórias paralelas de entidades demoníacas e a eterna luta entre o bem e o mal.

A Macabra é fã dessas histórias que se entrelaçam e personagens que se encontram. Selecionamos alguns dos encontros mais icônicos dos filmes de terror — desde como tudo começou, até os monstros contemporâneos. O pior lugar para se estar é no meio dessas brigas, mas o melhor é assistindo cada uma delas através de uma tela. Pegue sua pipoca e vem com a gente.

Frankenstein Encontra o Lobisomem

Frankenstein Meets the Wolf Man, 1943 // Podemos dizer que os maiores responsáveis por essa coisa de crossovers foram os Monstros da Universal. Ao longo do período clássico dessas produções do estúdio, que corresponde a meados da década de 1920 — se considerarmos alguns sucessos monstruosos da era pré-Drácula — até final da década de 1960 — talvez encerrando, finalmente, com o terceiro filme da trilogia de O Monstro da Lagoa Negra, À Caça do Monstro

Ao longo desses quase 40 anos de sucesso estrondoso, que de certa forma moldou a forma como conhecemos o cinema comercial de hoje, alguns atores foram reaproveitados. Não é raro vermos Béla Lugosi contracenando com Boris Karloff e este mesmo, mais tarde, contracenando com Lon Chaney Jr., filho de Lon Chaney, o famoso astro do cinema mudo que era capaz de maquiagens aterradoras, e que também estendeu seus talentos ao Estúdios da Universal. 

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Mas algo também bastante comum, que começou a acontecer no começo da década de 1940, foram os crossovers entre personagens. No filme Frankenstein Encontra o Lobisomem, dirigido por Roy William Neill, acontece exatamente que o título afirma: o Frankenstein, aquele do filme de 1931, se encontra com o lobisomem, do filme de 1941. Lon Chaney Jr. permanece em seu papel como lobisomem, mas dessa vez quem interpreta a famosa Criatura é Béla Lugosi. 

A história começou como uma piada do autor do roteiro, Curt Siodmak, de O Lobisomem, de 1941, para o produtor do filme. Aproveitando que estavam mesmo pensando em uma sequência para ele e para A Alma de Frankenstein, lançado em 1942, a piada acabou sendo vista como uma oportunidade. Siodmak foi chamado para escrever um roteiro inteiro, que consiste em um Larry Talbot buscando a cura de sua maldição e pronto para reviver a Criatura, para poder encontrar os escritos do falecido Dr. Frankenstein.

A partir desse ponto, a Universal começou a se utilizar constantemente do artifício. Em A Mansão de Frankenstein, de 1944, um cientista maluco (Boris Karloff) se reúne com Drácula (John Carradine), Frankenstein (Glenn Strange) e o Lobisomem (Lon Chaney Jr.) para se vingar das pessoas que o prenderam; em O Retiro de Drácula, Drácula (Carradine) e o Lobisomem (Chaney Jr.) imploram para que um famoso médico os cure de suas maldições; sem contar os famosos filmes dos comediantes Abbott e Costello, que se encontraram com tantos monstros pelo caminho.

Van Helsing – O Caçador de Monstros

Van Helsing, 2004 // Entre os anos 1960 e 1980, a Hammer trabalhou arduamente em alguns filmes de monstros, mas com uma pegada completamente diferente da que era feita pela Universal, fazendo um trabalho bastante original em relação a essas criaturas, mas nunca houve uma reunião desses personagens. Mais adiante, nos anos 1990, alguns dos monstros clássicos ganharam uma nova roupagem: O Drácula de Coppola, por exemplo, foi um marco, mas não tinha ligação alguma com uma possível franquia poderosa de outros monstros. Seria somente no final daquela década que algo parecido com uma nova versão dos Monstros da Universal apareceria. 

Isso não aconteceu de uma hora para a outra. Os anos 1990 também marcaram o início do parque dos Monstros dos Studios Universal da Florida. Foi também nessa época que alguns dos mais famosos filmes de monstros da produtora foram lançados em VHS, com um aumento crescente de colecionáveis, e até mesmo uma coleção de selos foi vendida no período. Esses filmes nunca pararam de passar nas televisões norte-americanas, ainda mais em programas tarde da noite, então o interesse nunca morreu. Mas esses detalhes fizeram todos perceberem que esses monstros estavam mais vivos do que nunca. 

Não se espanta que tenham tentado reviver algumas histórias. Ao longo dos anos 1990, por exemplo, ao menos três cineastas tentaram tirar do papel um projeto de remake de O Monstro da Lagoa Negra — John Carpenter em 1992; Peter Jackson, que recebeu a oferta de direção de um remake escrito por Herschel Weingrod e Timothy Harris, mas preferiu assumir a direção de King Kong, em 1995; e Ivan Reitman, em 1996. Alguns acreditam, ainda hoje, que o pontapé dado por A Múmia (1999) seria uma excelente forma de reviver a franquia de sucesso. E, de fato, o sucesso rendeu frutos: Gary Ross, filho de um dos roteiristas de O Monstro da Lagoa Negra original, Arthur A. Ross, iria escrever um novo roteiro. Del Toro chegou a ser ligado ao projeto mas, novamente, não deu em nada.

Mas, mesmo sem um filme de origem para os monstros mais amados do terror, uma reunião foi agendada: em 2004, escrito e dirigido por Stephen Sommers, foi lançado Van Helsing – O Caçador de Monstros. O filme possui uma estética bem reconhecível do período em que foi feito, um estilo bastante marcante presente também em outros longas do início da década de 2000. Ambientado no final do século XIX, a história acompanha Conde Drácula (Richard Roxburgh) que quer usar os estudos de Victor Frankenstein para dar vida a seus milhares de filhos. Van Helsing (Hugh Jackman) vai até a Transilvânia detê-lo, e conta com a ajuda de Anna (Kate Beckinsale), irmã de um dos prisioneiros de Drácula, para parar o terrível Conde. No filme temos ainda a Criatura, Mr. Hyde, e alguns lobisomens pelo caminho.

Apesar de ser um estilo de história bastante diferente daqueles feitos nos filmes dos Monstros Clássicos, que dialogava de forma mais direta com a geração contemporânea, a homenagem ajudou a manter viva a chama desses personagens. 

Deu a Louca nos Monstros

The Monster Squad, 1987 // Um grupo de crianças, liderado por Sean Crenshaw (Andre Gower), criou um “clube de monstros”. Aficionados pelos filmes de monstros clássicos da Universal, o clube se reunia para conversar sobre as criaturas. Certo dia, Crenshaw ganha o diário de Van Helsing, o clássico caçador de Drácula, que se transformou em uma figura quase mística ao ser retratado nos filmes. Os jovens pedem a um senhor que traduza o diário, que está em inglês, e acabam descobrindo uma forma de trazer os monstros à vida. O sonho de todos os adolescentes que cresceram assistindo aos filmes clássicos na TV, mas que acaba tendo consequência desastrosas para os jovens de Deu a Louca nos Monstros.

No filme, o grupo de monstros é composto pela Múmia (Michael MacKay), a Criatura da Lagoa Negra (Tom Woodruff Jr.), o Lobisomem (Carl Thibault), a Criatura de Frankenstein (Tom Noonan) e são lideradas por Drácula (Duncan Regehr). 

Apesar de ter sido um fracasso comercial, a ideia era divertida. Dirigido por Fred Dekker, que co-escreveu o roteiro com Shane Black, o filme acabou conquistando um lugar especial entre os fãs de filmes de monstros. Desde suas fantasias baratas até a simplicidade do roteiro, o filme encontrou seu lugar entre os grandes crossovers de monstros clássicos. Entre o final de 2000 e começo de 2010, um projeto de remake foi anunciado, e os fãs fizeram tanto barulho em desaprovação que a ideia foi abandonada.

Hotel Transilvânia

Hotel Transylvania, 2012 // Sim, Hotel Transilvânia, um dos maiores sucessos de um encontro dos Monstros Clássicos das últimas décadas. Impossível falar de filmes de encontros de monstros sem mencionar esse filme. A animação reúne Drácula, o Lobisomem, a Múmia, o Homem Invisível, a Criatura de Frankenstein (chamada carinhosamente de Frank), sua noiva, e mais uma grande variedade de monstros que já vimos em outros filmes por aí — até mesmo gremlins. 

Hotel Transilvânia se tornou uma franquia de sucesso e já conta com outras três sequências.

A Liga Extraordinária

The League of Extraordinary Gentlemen, 2003 // No ano anterior ao lançamento de Van Helsing, outro grande crossover dava as caras no cinema. Dessa vez, não reunindo somente personagens de histórias de terror, mas grandes clássicos ocidentais do século XIX. Baseado em uma série de histórias em quadrinhos de Alan Moore, A Liga Extraordinária não foi um sucesso de crítica ou público, mas reuniu um grupo de fãs carinhosos e sedentos por um bom crossover de personagens míticos.

Dirigido por Stephen Norrington e ambientado na Era Vitoriana, o filme reúne Allan Quatermain (Sean Connery), personagem de  As Minas do Rei Salomão, de Henry Rider Haggard; Dorian Gray (Stuart Townsend), personagem do livro de mesmo nome de Oscar Wilde; Mina Harker (Peta Wilson), personagem de Drácula, de Bram Stoker; Dr. Henry Jekyll (Jason Flemyng), personagem de O Médico e o Monstro, Robert Louis Stevenson; Capitão Nemo (Naseeruddin Shah), personagem de  Vinte Mil Léguas Submarinas e A Ilha Misteriosa, de Júlio Verne; Rodney Skinner (Tony Curran), ocupando o lugar do Dr. Jack Griffin, personagem de O Homem Invisível, de H.G. Wells; Tom Sawyer (Shane West), personagem de As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain, e alguma ou outra menção a outros personagens clássicos.

Penny Dreadful

Penny Dreadful, 2014-2016 // Reunindo alguns dos maiores personagens da ficção vitoriana e personagens originais cativantes, Penny Dreadful, em sua versão original, conquistou muitos corações como uma das grandes séries de terror dos últimos anos. 

Penny Dreadful, durante o século XIX, era o nome dado à ficção barata, serializada, e facilmente comprada por um penny. Com temas diversos, mas principalmente focando em histórias aterrorizantes e sensacionalistas, as penny dreadful começaram a ser produzidos na década de 1830, e precederam a existência das revistas pulp e de boa parte da ficção de terror que surgiria alguns anos mais tarde. Dois personagens bastante conhecidos da penny dreadful foram Sweeney Todd e Varney, o Vampiro.

O seriado, criado por John Logan, entretanto, utilizou de personagens mais conhecidos da literatura do século XIX para amarrar seu enredo: Dorian Gray (Reeve Carney); a Criatura de Frankenstein, que passa a usar o nome de Caliban e John Clare (Rory Kinnear); Victor Frankenstein (Harry Treadaway); Mina Harker (Olivia Llewellyn) e alguns outros nomes que os espectadores facilmente reconhecem. 

Além disso, outros personagens arquétipos do período são utilizados, mesmo que sem um nome reconhecível: Vanessa Ives (Eva Green), que tem certos dons e certa intimidade com a bruxaria; Ethan Chandler (Josh Hartnett), também conhecido como Ethan Lawrence Talbot, que é um lobisomem; Malcolm Murray (Timothy Dalton), explorador, que passou anos em expedições no continente africano; Sembene (Danny Sapani), um homem misterioso e aliado de longa data de Murray; Ferdinand Lyle (Simon Russell Beale), egiptologista. Se olharmos para a ficção especulativa do século XIX, esses são personagens facilmente encontrados. 

Grandes encontros de vilões contemporâneos do terror

Com os crossovers sendo uma tática tão rentável para a indústria de terror, é claro que não seriam só os monstros clássicos que se reuniriam vez ou outra para o chá das cinco. Seus amigos contemporâneos, vindos das grandes franquias dos anos 1980, 1990 e 2000, também se reuniram algumas vezes, e receberam de acréscimo uma boa dose de pancadaria em seus encontros colossais. Se com os monstros clássicos os encontros eram resolvidos na conversa, com os monstros contemporâneos a resposta está na luta entre os antagonistas.

Freddy x Jason

Freddy vs Jason, 2003 // Dois dos maiores vilões do terror oitentista se reúnem para tocar o terror na vida de qualquer um que passe no caminho de ambos e de sua disputa. Depois de alguns anos desde seu último massacre, Freddy (Robert Englund) tem um plano: ressuscitar Jason (Ken Kirzinger), fazer com que ele faça o trabalho sujo, e ganhar força conforme os adolescentes forem sendo abatidos pelo assassino da máscara de hockey. Mas as coisas vão mal quando Freddy percebe que Jason é uma força destrutiva incontrolável, e decide ele mesmo derrotar a figura aterrorizante. 

Isso gera um dos embates do século. Se você, fã de slasher, sempre se perguntou como seria uma luta direta entre Jason e Freddy, esse filme, dirigido por Ronny Yu, pode ser uma das respostas. 

Alien vs. Predador

AVP: Alien vs. Predator, 2004 // E, no ano seguinte a Freddy x Jason, outro grande embate foi lançado: Alien vs. Predador, dirigido por Paul W.S. Anderson, acompanha um grupo de pesquisadores que descobrem uma fonte de calor em um ponto na Antártida vinda de uma antiga pirâmide. Entre suas câmaras de alta tecnologia, a equipe acaba percebendo que estão em um local que não foi projetado por mentes humanas. Pouco tempo após sua chegada, começam a ser perseguidos por um grupo de Xenomorfos adormecidos nas entranhas da construção. Para completar a festa, um grupo de Predadores chega ao local para caçar os aliens e levar suas cabeças como troféu.

O encontro deu certo, já que Xenomorfos e Predadores pareciam ser antagonistas naturais e outras referências nas duas franquias, de filmes anteriores, já haviam aparecido aqui e ali. Uma sequência foi lançada em 2007, Alien vs. Predador 2, dirigida por Colin e Greg Strause. 

O Chamado vs. O Grito

Sadako vs Kayako, 2016 // Um dos maiores fenômenos do terror do começo dos anos 2000, foram os filmes orientais, que ganharam espaço ao longo da década e também uma série de remakes norte-americanos que fez com que ainda mais pessoas, mesmo as menos interessadas pelo gênero, conhecessem alguns desses personagens.

Duas das mais lembradas são Sadako, de O Chamado, e Hayako, de O Grito, dois dos filmes mais famosos do período. No filme dirigido por Kôji Shiraishi, uma jovem acaba possuída e perseguida pelo espírito de Sadako. Ao procurar ajuda, um médium afirma que a única forma de deter essa criatura é confrontando-a com outro espírito vingativo. Então, o plano é invocar Hayako, para fazê-la deter Sadako. Mas como controlar essas entidades depois de soltas?

O filme recebeu críticas mistas em relação ao público e à imprensa especializada, mas é uma boa fonte de diversão se você gosta de ambas as personagens. E, claro, Toshio também faz uma participação.

Godzilla vs. Kong

Godzilla vs. Kong, 2021 // Com um universo compartilhado construído desde a década de 1960, Godzilla e Kong são velhos conhecidos. A nova franquia compartilhada se iniciou com o filme Godzilla, de 2014, e os filmes seguintes, Kong: A Ilha da Caveira (2017) e Godzilla II: Rei dos Monstros (2019), receberam uma boa dose de referências ligando as duas entidades colossais. O primeiro grande embate das criaturas neste novo momento se deu no filme lançado em 2021, dirigido por Adam Wingard, que colocou os dois grandalhões para se enfrentarem e garantiu uma boa diversão ao público.

E, para alegria dessas duas forças destrutivas gigantescas, o segundo filme deve começar a ser gravado ainda este ano na Austrália. Já estamos ansioso para conferir!

Leprechaun vs. Candyman

Calma, calma. Esse filme não existiu. Mas por muito pouco. Depois do sucesso (razoável) de Freddy x Jason, alguns produtores acharam que seria uma excelente ideia reunir outros vilões. E, de alguma forma, uma aposta forte era em um combate entre Candyman e o Leprechaun. Outras apostas eram Freddy vs. Jason vs. Ash e Michael Myers vs. Pinhead. Seriam disputas no mínimo curiosas.

O projeto do filme avançou bastante, até o ponto do roteiro chegar às mãos de Tony Todd, que deu um fim a qualquer possibilidade desse longa existir. Suas argumentações incluíam seu carinho pelo personagem, e como ele não gostaria que ele se submetesse a esse crossover. Até hoje não sabemos se suspiramos de alívio ou de saudade daquilo que não vivemos.

*

Nessa lista, ainda poderíamos citar Vidro (2019), de M. Night Shyamalan, que reúne personagens de Corpo Fechado (2000) e Fragmentado (2016); os filmes de comédia de horror Gingerdead Man vs. Evil Bong (2013), Pânico no Lago: Projeto Anaconda (2015), Dollman Contra os Brinquedos Diabólicos (1993), Puppet Master vs. Demonic Toys (2004); e os filmes de outros predadores gigantes, como Boa vs. Python – As Predadoras (2004) e Dinocroc vs. Supergator (2010); entre muitos outros que pode estar escondidos no fundo dos depósitos das antigas locadoras.

E aí, qual seu crossover ou universo compartilhado favorito? Comente este post com a Macabra no Twitter e Instagram.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.