Sempre que um novo filme de uma franquia antiga e querida é anunciado, os fãs ficam preocupados. Não são todas que conseguem manter seu legado vivo, disparando corações e mantendo os elementos que os fãs mais antigos tanto curtiam, se adaptando o suficiente, também, para conquistar novos apreciadores.
Mas Premonição 6: Laços de Sangue fez isso muito bem.
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Dirigido por Zach Lipovsky e Adam B. Stein, a partir de uma história criada por Jon Watts, Guy Busick e Lori Evans Taylor — os dois últimos responsáveis pelo roteiro —, o filme, dessa vez, não se concentra em um grupo de jovens (semi)desconhecidos, mas sim em uma família. Apesar disso, os elementos que fizeram do filme dos anos 2000 uma franquia de sucesso continuam lá.
Agora, o filme chega ao streaming da HBO no dia 1° de agosto, e já estamos prontos para conferir novamente. Antes disso, relembramos um pouco da produção e te contamos como este se tornou um dos melhores filmes de terror do ano — e um dos melhores da franquia.
Lipovsky e Stein, uma dupla das antigas
Não é a primeira vez que Lipovsky e Stein trabalham juntos. A parceria dos dois rende frutos desde o começo da década passada, com o curta Itsy Bitsy Spiders, que lhes rendeu alguns prêmios em festivais. Desde então, juntos, eles dirigiram episódios de séries, como Ingress Obsessed e Nerd Court, e também o filme Aberrações (2018), que teve uma boa recepção pelos círculos mais independentes dentro do terror e ficção científica.
Lipovsky também teve sua cota de trabalhos sozinho. Ele foi o diretor responsável pelo filme O Duende: As Origens, de 2014, um revival da franquia Leprechaun. O filme, na verdade, não recebeu o carinho da torcida (em uma franquia com um histórico complicado, com mais altos e baixos que o normal). Depois, novamente juntos, Lipovisky e Stein trabalharam no filme para TV Kim Possible, live action da famosa série de animação. Também foi uma bola fora.
Mas nada disso não impediu que ambos voltassem a tentar reerguer franquias há muito deixadas de lado; com Premonição, funcionou.
Dando o sangue pela franquia
Desde o começo a dupla mostrou muita… dedicação a trazer Premonição de volta às telas do cinema. E isso começou quando eles fizeram uma apresentação e tanto para os executivos da responsáveis pelo filme.
Eles queriam cometer um assassinato durante a chamada do Zoom em se que apresentariam para o trabalho aos executivos. Mas calma, tudo de mentirinha. Em entrevista à Variety, Lipovsky conta que a ideia foi dele, mas Stein estava um pouco relutante. Lipovsky conta qual foi sua linha de raciocínio: para ele, uma das coisas mais complicadas quando se está concorrendo a esses trabalhos maiores, a parte mais difícil é conseguir comunicar o tom correto. E Premonição tem um certo tom.
A primeira ideia era matar um deles diante da câmera ao vivo da reunião. “Se em algum momento as coisas dessem errado e não funcionasse, seria o fim das nossas chances neste filme. Então, foi uma coisa arriscada de tentar, mas decidimos pelo menos seguir todos os passos para ver como isso poderia ser possível e aproveitar, e fazer disso um pequeno projeto de curta-metragem”, conta.
Depois de alguns testes com câmeras, eles perceberam que seria muito divertido pelo menos tentar. “Foi incrivelmente complexo de fazer: queríamos uma experiência ao vivo completamente perfeita para ter um dos diretores tendo a cabeça decepada por um ventilador de teto no meio da apresentação do filme pelo Zoom. Foi uma sequência maluca de coisas tecnológicas que tivemos que fazer, mas acabou funcionando bem”, conclui Lipovisky.
Infelizmente não poderemos nunca assistir a como isso foi feito, já que era uma reunião de Zoom e não estava sendo gravada. Mas podemos dizer que funcionou muito bem, visto que ambos conseguiram o trabalho e fizeram um grande filme.
Negócios de família
A ideia de trazer uma família para o centro da tragédia de Premonição foi de Jon Watts — diretor da (até o momento) última trilogia de filmes do Homem-Aranha. Na história, Iris (Brec Bassinger/Gabrielle Rose) teve uma premonição enquanto estava com seu namorado, prestes a virar noivo, na cerimônia de abertura de um empreendimento chamado Skyview, um restaurante no alto de uma torre. Com essa premonição, Iris salva a si mesma e algumas outras pessoas. A morte passa a caçar a eles e a suas famílias, e Iris é a última sobrevivente. Isso, porém, lhe custou muito caro: sua família se distanciou dela, e é sua neta quem começa a ter as premonições novamente.
A forma com que conhecemos a história, entretanto, faz com que de início não saibamos a relação entre as duas. Iris é avó de Stefani Reyes (Kaitlyn Santa Juana), uma jovem estudante que tem tido pesadelos com as imagens que sua avó viu no passado. Quando enfim ela percebe que se trata de sua avó e que precisa compreender o que está havendo, ela retorna à sua casa e resolve entrar em contato com Iris. É então que Iris explica que, por todos esses anos, tem fugido da morte.
Uma despedida à altura
Além da própria história e seu conceito da fuga da morte, houve outro elemento que manteve os fãs voltando para a franquia filme após filme: o personagem Bludworth, interpretado por Tony Todd, uma estrela do cinema de terror. Todd faleceu dia 06 de novembro de 2024, e este foi seu último filme. Dono de uma voz inesquecível, Todd deu vida, também, ao famoso Candyman, e estrelou em mais diversos filmes do gênero. Suas aparições eram sempre presentes agradáveis a nós, fãs.
Quando começaram a gravar Premonição 6, Lipovsky e Stein sabiam que Todd estava doente, e não tinham certeza se ele gostaria de estar no filme. Porém, como conta Stein, ele seguia contatando os dois e avisando que ele precisava estar nessa produção.
Lipovsky e Stein, entretanto, sabiam também que isso se tratava de uma despedida — ao menos da franquia Premonição. Quando surgiu a ideia de dar um background mais humano a Bludworth, um contexto que dava sentido ao seu conhecimento sobre a morte e sobre esses fenômenos de premonição, Todd ficou muito feliz. Todos esses anos, muitos fãs da franquia teceram teorias sobre quem poderia ser, realmente, Bludworth — muitos chegando a achar até mesmo que ele fosse a própria Morte.
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A cena de sua despedida da franquia se tornou bastante emocional. “Perguntamos a ele se estaria disposto, naquele momento final, a deixar o roteiro de lado e simplesmente falar com o coração sobre o que queria deixar para o público. ‘O que você quer que seus fãs saibam sobre a vida, Tony? Diga a eles com as palavras que você quiser.’ A cena é ele falando com o coração sobre a vida, e acho que é por isso que é tão emocionalmente poderoso. Havia um silêncio de admiração em todo o elenco enquanto filmávamos.”
Pretendo aproveitar o tempo que me resta e sugiro que você faça o mesmo. A vida é preciosa. Aproveite cada segundo. Nunca se sabe quando… Boa sorte.
Dificilmente um ator deixou um legado tão bonito quanto Todd em seus momentos finais na franquia Premonição.
E aí, tem mais?
Uma outra preocupação dos fãs — pelo menos depois da trilogia Halloween de David Gordon Green, que conseguiu impelir um medo em nossos corações que pouco tem a ver com Michael Myers —, é que esses revivals tomem rumos inesperados ou que não agradem, se prolongando demais e perdendo, novamente, a essência.
Em relação a Premonição, Stein e Lipovsky ainda não sabem quando (ou se) darão novos passos na franquia. De acordo com Stein, quando perguntado se já havia algo no horizonte, ele afirmou “Como passamos os últimos três anos concentrando todos os pensamentos sombrios e ansiosos em nossas mentes neste filme, é difícil pensar no que mais poderíamos explorar no próximo. Mas o trabalho da Morte nunca termina, então tenho certeza de que há mais a explorar”.
Confira o trailer de Premonição 6: Laços de Sangue abaixo:
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E você, já assistiu a Premonição 6: Laços de Sangue? Não perca a chance de (re)ver a produção, que chega dia 1º de agosto na plataforma de streaming da HBO, a HBO Max.