Quem foi Dennis Rader, o Estrangulador BTK

BTK foi um dos assassinos mais notórios dos Estados Unidos por quase ter se safado da prisão. Saiba mais sobre a história do serial killer.

Membro da Força Aérea dos Estados Unidos, açougueiro, instalador de alarmes de segurança, supervisor do censo de 1990, membro da Igreja Luterana de Cristo e presidente do conselho de sua congregação. Pai, esposo, membro da comunidade. Dennis Lynn Rader era uma pessoa quase comum, não fossem os assédios e “exageros” que cometia em suas funções. Até que, em 2005, Dennis Rader confessou os crimes cometidos como BTK

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BTK, que significa bind, torture, kill (amarrar-torturar-matar), como ficou reconhecido, foi um assassino em série que atuou entre os anos de 1974 e 1991, enviando cartas sobre seus crimes à polícia — no melhor estilo Jack, O Estripador, e o assassino do Zodíaco. Após um hiato, retornou à atenção pública com suas cartas em 2004, quando foi finalmente capturado em 2005.

Nascido em março de 1945, a família Rader era composta pela mãe, o pai, e outros três irmãos além de Dennis. De acordo com os registros, Dennis se ressentia de seus pais, que trabalhavam demais e lhe davam pouca atenção. Desde muito jovem demonstrava comportamentos sádicos, como torturas de pequenos animais, e chamava a atenção por suas fantasias sexuais, que envolviam a tortura e aprisionamento de mulheres.

Dennis Rader se envolveu em diversos empregos durante a vida, tendo entrado na Força Aérea norte-americana, até na instalação de equipamentos de alarmes e proteções de casas — o que lhe serviu muito bem, levando em consideração que houve um aumento significativo das vendas quando o BTK começou a atacar. 

Os Assassinatos

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Os primeiros assassinatos aconteceram em janeiro de 1974. Quatro membros da família Otero foram assassinados em Wichita, no Kansas, e, de acordo com Dennis Rader quando preso em 2005, os quatro morreram por asfixia. Joseph, Julie, Joseph e Josephine Otero — respectivamente pai, mãe, e dois filhos pequenos — foram encontrados já mortos pelo filho mais velho da família. Após cometer o assassinato, Rader escreveu uma carta sobre a autoria dos crimes e a colocou em um livro na biblioteca da cidade, avisando os jornais que havia uma pista a ser encontrada. 

Os assassinatos seguintes aconteceram entre 1974 e 1977, e as vítimas foram três mulheres: Kathryn Bright, em abril de 1974, e Shirley Vian Relford e Nancy Fox ao longo de 1977, em março e dezembro. 

Foi no início de 1978 que o apelido BTK foi cunhado pelo próprio Dennis Rader que, ao escrever uma nova carta — enviada dessa vez diretamente para uma rede de televisão chamada KAKE —, assumiu a morte das vítimas mencionadas e levantou possíveis nomes de como gostaria de ser chamado. BTK foi o que ficou. A partir dessa mensagem, querendo cada vez mais a atenção da mídia, Dennis Rader continuou a escrever suas cartas, sem saber que elas o levariam à prisão anos mais tarde.

De acordo com Rader em uma de suas mensagens, havia um tipo de elemento, algo sobrenatural, que o ligava a outros assassinos em série como Jack, o Estripador, e O Filho de Sam, e o chamou de “fator x”.

Em 1979, o próximo alvo de Rader, Anna Williams, de 63 anos de idade, conseguiu escapar por pouco quando chegou em casa um pouco mais tarde do que o planejado. Em maio de 1985, o cadáver de Marine Hedge foi encontrado. A mulher havia sido morta em abril, e Rader a teria fotografado em poses de bondage na Igreja Luterana da qual fazia parte. Sua última vítima foi Dolores E. Davis, encontrada em fevereiro de 1991, morta em janeiro.

Três membros de uma família de sobrenome Fager foram mortos em Wichita, mas uma carta foi recebida, assinada por BTK, de que não teria sido ele a cometer os crimes. Em 2005, quando foi preso, não houve certeza de que teria sido seu trabalho, e nem de que a carta teria sido escrita por ele mesmo. 

Boa parte das vítimas de Rader foram perseguidas, vigiadas e, só então, mortas.

A prisão

Somente em 2005 Rader foi preso, e podemos dizer que isso só foi possível por sua constante necessidade de atenção da mídia.

Até fevereiro de 2004 Rader não era sequer um suspeito. Apesar de denúncias contra ele, que surgiam por onde o homem passava — como em seu serviço como apanhador de cães, em que perseguia algumas das mulheres da vizinhança, ou nos anos 1980, em que mulheres entraram com ordens de restrição contra suas perturbações —, Rader passou despercebido como BTK.

Em 2004, Rader voltou a se comunicar com a polícia e com a mídia. Em uma das cartas, o autor afirmou que havia assassinado Vicki Wegerle em setembro de 1986, mandando uma foto da cena do assassinato e a carteira de habilitação da vítima, que foi roubada no momento do crime. Quando encontrada, Wegerle tinha amostra de DNA do assassino embaixo das unhas, mas a polícia sequer tinha uma ideia de com quem poderia comparar o material.

Em determinado momento entre as correspondências, ao questionar os policiais se ele poderia enviar uma mensagem em um disquete, se o disquete poderia ser rastreado até ele. Os policiais responderam, através de uma mensagem no jornal, que não. 

Entretanto, foi sim possível. Haviam metadados de um documento do word excluído no disquete, que constava ser da “Christ Lutheran Church”, onde Rader era presidente. A última modificação feita no documento havia sido por um Dennis. Ao procurar na internet, descobriu-se facilmente de que Dennis eles estavam falando.

A polícia precisava de provas. Então eles conseguiram um mandato para obter uma amostra do exame de Papanicolau da filha de Rader. A amostra combinou com uma amostra de material retirado debaixo das unhas de Wegerle, vítima de Rader em 1986, além de todas as outras provas que já tinham contra ele, e finalmente puderam pedir um mandado de prisão.

Rader foi preso em 25 de fevereiro de 2005, e logo no dia 28 foi indiciado por 10 acusações de assassinato em primeiro grau. No dia primeiro de março a fiança de Rader foi estipulada em 10 milhões de dólares. Ainda em março, Rader alegou inocência; mas mudou de opinião conforme o primeiro julgamento, marcado para 27 de junho, se aproximava, e se declarou culpado. No julgamento, conseguiram a confissão completa de Dennis Rader, de todos os dez assassinatos.

Dennis Rader foi sentenciado a dez prisões perpétuas, cerca de 175 anos de prisão, e foi transferido para o Instituto Correcional de El Dorado.

Pai x Assassino

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Alguns assassinos não levam uma vida comum, preferindo se manter afastados da sociedade, observando e agindo de longe. Outros não, e acabam constituindo família e criando uma comunidade de amigos por perto. O que sobra dessas pessoas quando eles são pegos?

Em maio de 1971, Dennis Rader se casou com Paula Dietz, que pediu o divórcio emergencial assim que soube das atividades criminosas do marido. Rader teve duas filhas, e uma delas, Kerri Rawson, escreveu um livro contando sobre como foi se descobrir filha de um sádico assassino, ainda que ele apresentasse outra face tão doce para a sua família.

Em BTK: Meu Pai, Kerri confronta suas memórias de uma infância sendo levada para pescar e fazer caminhadas com todos os atos cruéis e desumanos cometidos por BTK, ou Dennis Rader, ou seu próprio pai.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.