5 Curiosidades, teorias e easter eggs de Advogado do Diabo

A adaptação do romance de Andrew Neiderman está cheia de detalhes demoníacos. Confira algumas curiosidades e teorias envolvendo Advogado do Diabo.

ATENÇÃO: ESTE POST CONTÉM SPOILERS DO FILME DE 1997

Advogado do Diabo é uma história que nunca se esgota em uma única visita. Tanto o livro como o filme possuem camadas que merecem ser revisitadas para serem propriamente desvendadas, refletidas e até para darem uma nova interpretação a algumas passagens.

LEIA+: MACABRA E DARKSIDE LANÇAM ADVOGADO DO DIABO

Quando foi lançado em 1997, o longa estrelado por Al Pacino, Keanu Reeves e Charlize Theron causou uma forte impressão no público, que ficou intrigado pela dinâmica e pelas reflexões provocadas pelo seu enredo. Porém, naquela época a internet ainda não era lá muito acessível, muito menos para permitir que os fãs trocassem ideias, teorias e visões sobre o longa. 

A referência mais conhecida está no nome de John Milton (Al Pacino), que é o Diabo — isso não chega a ser um spoiler porque se você tem um filme chamado Advogado do Diabo e Al Pacino nos créditos principais, quem diabos seria o Diabo?

Mas voltando ao ponto: John Milton é o nome do autor de Paraíso Perdido, o poema épico do século XVII, que narra a história dos anjos caídos após a expulsão do Paraíso. Milton foi considerado por alguns de seus contemporâneos uma espécie de advogado do Diabo.

Se você é daqueles que quando assistiu ao filme pela primeira vez PRECISOU conversar com alguém a respeito sobre tudo o que aconteceu ali, eu te entendo. Mais do que isso: descobri algumas curiosidades, segredos de bastidores, teorias e easter eggs sobre o filme que talvez você já tenha desconfiado ou que te farão assistir a Advogado do Diabo com olhos muito mais aguçados. Olha só:

1. Os ternos de Kevin

Só quem é muito fashionista ou assistiu ao filme algumas vezes para ter reparado essa aqui. Já perceberam a mudança nas cores do terno do Kevin Lomax (Keanu Reeves) ao longo do filme? No começo, quando ele era advogado em uma cidade menor, suas roupas adotavam tons mais claros. Porém, à medida que o filme avança e o diabo o puxa para o seu lado, os tons se tornam mais escuros.

Enquanto alguns fãs argumentam que isso representa apenas a ascensão social do personagem, que passou a poder comprar ternos mais caros, de grife, há uma teoria de que as roupas indicam a bússola moral de Kevin. Quanto mais corrompido ele se torna pela vaidade e pela ganância, mais sombrios se tornam os tons de seus ternos. Acho essa segunda bem mais significativa.

2. Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse

Quando Eddie Barzoon (Jeffrey Jones) está correndo no parque, três corredores o perseguem. Cada um deles está vestindo uma cor associada aos Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Ou melhor, a cor é dos cavalos deles. O branco representa o cavalo da Peste, o vermelho a Guerra e o último corredor está vestindo preto, que é a cor do cavalo da Fome.

John Milton (Al Pacino), que está recitando o monólogo que meio que justifica a perseguição a Barzoon, está vestindo um robe verde nesse momento. Essa é a cor do último cavalo, que conduz a Morte

3. O lance do metrô

Uma cena chama bastante a atenção quanto à natureza de John Milton. Quando ele e Kevin estão no metrô, Milton interfere na conversa de um passageiro bem hostil, mostrando que é onisciente — por saber detalhes da vida do homem que não haviam sido revelados na conversa — e persuadindo-o. 

Mas afinal, por que um blastermilionário como John Milton andaria de metrô e não com uma limusine e motorista particular? Bom, por ser o próprio Diabo, é de se imaginar que ele se sinta mais à vontade debaixo da terra, escondido da superfície, mais próximo da maioria das representações do inferno. Além disso, ao cruzar com centenas de passageiros diariamente, ele tem mais chances de semear a discórdia e manipular os humanos.

LEIA+: AS VÁRIAS FACES DE SATÃ: 5 REPRESENTAÇÕES DO DIABO NO CINEMA E NA TV

4. Um loop satânico

Com um fim bem diferente do original, o filme de Advogado do Diabo entrega uma sensação meio Alice no País das Maravilhas, em que Kevin retorna ao primeiro julgamento lá na Flórida, meio que diante de uma epifania de onde a sua ambição e vaidade poderiam lhe levar. Essa seria uma explicação bem plausível se não fosse por um detalhe: John Milton estava disfarçado como jornalista, indicando que ele tentará levar adiante os planos com Kevin por outros meios.

Isso nos leva à ideia de que é bem provável que o filme que acabamos de assistir não tenha sido a primeira, e muito menos a última, tentativa de Milton corromper Kevin e cumprir seu propósito com o seu filho. Essa teoria defende que Kevin está preso em uma espécie de loop, um Dia da Marmota, criado por Milton. 

Mas se for isso mesmo, com o Diabo detendo todo esse controle sobre o tempo, como estaria o resto das pessoas? Repetindo suas ações ou isso criaria uma espécie de Efeito Borboleta, mudando o curso da humanidade? E, mais importante, onde está Deus numa hora dessas para permitir que o Diabo manipule a história terrestre desse jeito?

5. Kevin através do espelho

Apesar da nossa última comparação de Kevin com Alice, essa teoria aqui não tem ligação com a obra de Lewis Carroll. A ideia é apontar a importância dos espelhos na narrativa, como uma espécie de bússola moral. Não é coincidência que, ao final do filme, quando tudo retorna ao começo, Kevin esteja se olhando no espelho. Seria como se ele estivesse assistindo às consequências de suas escolhas através do próprio reflexo.

Mas não para por aí: Mary Ann se matou com estilhaços de espelhos e, antes disso, foi justamente por ver demônios nos reflexos que ela ficou “louca”. Sim, entre aspas porque ela é um dos únicos poços de sanidade na trama. É como se Mary Ann fosse a única capaz de enxergar nesses reflexos o mundo pelo que ele realmente é.

Um ponto final para validar a importância dos espelhos na narrativa: ao longo da trama percebemos que o principal pecado capital de Kevin é a vaidade. Além do espelho ser um dos símbolos desse pecado, na lenda grega de Narciso, ele ficou tão hipnotizado por sua imagem refletida na água que acabou se afogando. Uma metáfora bem forte para a jornada de Kevin.

Bônus: Cafofo do Trump

Sabe aquele apartamento todo cheio de mármore e ouro que no filme pertence ao milionário Alexander Cullen (Craig T. Nelson), cliente da firma de Milton? Dependendo do seu gosto pessoal, você deve ter achado a residência um luxo ou breguíssima. 

Mas você sabia que aquilo ali não é um cenário? É o apartamento de verdade de Donald Trump, mais precisamente a cobertura dele na Trump Tower em Manhattan. Nos anos 1980 e 1990, Trump queria muito, mas MUITO, ser relevante em Hollywood, e aparentemente não se importou de emprestar a propriedade para ser a casa de um cliente do Diabo.

LEIA+: ADVOGADO DO DIABO: 6 DIFERENÇAS ENTRE O LIVRO E O FILME

E você? Percebeu mais algum detalhe ou tem alguma teoria mirabolante sobre Advogado do Diabo? Comente com a Macabra no Twitter e Instagram.

Compartilhe:
pin it
Publicado por

Renunciei à vida mundana para me dedicar às artes da trevas. No meu cálice nunca falta vinho ungido e protejo minha casa com gatos que afastam os espíritos traiçoeiros. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.