7 Motivos que fazem de Halloween um dos maiores clássicos do terror

O livro Halloween: O Legado de Michael Myers celebra a franquia iniciada por John Carpenter. Confira 7 motivos que fazem do filme original de 1978 um dos maiores do gênero.

É noite de Halloween e um perigoso assassino fugiu de uma instituição em busca de sangue. Seu alvo se concentra nos inconsequentes adolescentes de uma vizinhança, mas sua matança esbarra em uma jovem com um grande instinto de sobrevivência. Se hoje esta fórmula se tornou popular em filmes de terror, agradeça a Halloween: A Noite do Terror.

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Feito com baixo orçamento, a aposta de John Carpenter se tornou parte fundamental do imaginário do terror, rendendo uma franquia multimilionária que se mantém viva até os dias de hoje. O livro Halloween: O Legado de Michael Myers, de Dustin McNeill e Travis Mullins celebra a trajetória e o legado de um dos maiores slashers de todos os tempos, com curiosidades e entrevistas das equipes de todos os filmes da franquia lançados até o momento. O livro mais completo sobre a saga, feito de fã pra fã.

Mas afinal, o que torna este filme com uma premissa tão simples um dos maiores clássicos do gênero? Dissecamos os arquivos de Michael, Laurie e Loomis para entender o que faz de Halloween um filme tão importante na história do cinema:

1. Um milagre cinematográfico de baixo orçamento

Uma das coisas que as pessoas mais gostam em Halloween é sua autenticidade: ele realmente dá a sensação de se trata apenas de um bando de jovens assustados fazendo o filme mais assustador que poderiam. E isso era verdade por trás das câmeras também: à época, Carpenter tinha apenas 30 anos e contava com uma pequena equipe de jovens e brutos talentos.

Mas se a equipe era pequena, o orçamento era ainda menor. Filmado no sul da Califórnia, o filme precisava representar o centro dos Estados Unidos pela metade do outono – o que levou a equipe a pintar à mão folhas que enchiam sacos de lixo, jogá-las no cenário antes de cada cena, e depois recolhê-las para a próxima. O filme tem esta cara meio artesanal, o que dá uma honestidade que poucas produções de grandes estúdios podem contar.

2. Bom uso do mistério

Um dos principais trunfos de Halloween é justamente tudo o que não é explicado. Ok, sabemos que Michael Myers é do mal. Ele é psicótico. Ele mata pessoas. E na noite de Halloween ele irá matar pessoas exatamente nesta cidadezinha. E é basicamente isso. Não sabemos praticamente nada sobre ele e mal temos a chance de ver seu rosto. É justamente isso o que o torna tão assustador.

Se ao menos uma mensagem pode ser retirada do filme é a incontestável verdade de que existe o mal no mundo. Existem pessoas más, que irão prejudicar outras sem motivo aparente. E coisas ruins podem acontecer a pessoas boas. Simples assim. 

3. A icônica trilha sonora

Ao lado de Tubarão e Psicose, a trilha sonora de Halloween figura entre as mais icônicas do terror. E caso você ainda não saiba: ela foi composta pelo próprio John Carpenter em apenas quatro dias. Aliás, o diretor também é um excelente compositor e escreveu as trilhas de alguns filmes seus.

Para Halloween, ele utilizou o compasso 5/4, que aprendeu com seu pai, um professor de música, quando ainda era pequeno. O ritmo se tornou a assinatura musical de Carpenter e rendeu uma das trilhas mais icônicas do cinema.

4. Mulheres em ação

Não é segredo para ninguém que slashers podem ser bem problemáticos quanto às suas representações de mulheres. Na maioria dos casos elas são personagens rasas que têm um único propósito: servirem de presas assustadas para os assassinos. O resultado? Muitos filmes de terror em que o público simpatiza mais com o vilão do que com a mocinha.

Felizmente este não é o caso de Halloween. Embora boa parte do roteiro tenha sido escrita pelo próprio Carpenter, a produtora Debra Hill responde pelos diálogos entre as três adolescentes da história, dando mais autenticidade a elas. São garotas divertidas, que conversam sobre suas aulas, seus trabalhos de babás e garotos. Pode parecer pouco, mas é isso o que as torna reais. Para as mulheres, elas lembram de sua própria adolescência, e para os homens, elas lembram as colegas da escola. Fica muito mais fácil simpatizar com estas personagens.

O próprio uso do ponto de vista do assassino na sequência de abertura torna, ao mesmo tempo, o assassino muito mais enigmático e gera empatia com as pessoas que ele está perseguindo. Quem aqui nunca se arrepiou com a ideia de estar sendo observado por alguém como Michael Myers?

5. Uma força da natureza chamada Jamie Lee Curtis

Laurie Strode
Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) como final girl no filme Halloween

Há duas verdades que você precisa saber sobre Jamie Lee Curtis: ela é inteligente e simpática. Pode reparar: não interessa qual papel ela esteja vivendo, sempre torcemos por sua personagem. Não é diferente com Laurie Strode em Halloween, uma das final girls mais completas de todos os tempos.

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Laurie provavelmente irá lembrar alguma garota que você conheceu na adolescência. Se vocês estudassem no mesmo colégio, provavelmente você iria querer ser amigo dela. E além de tudo isso, ela não leva desaforo pra casa, nem se for de um assassino psicótico com uma máscara medonha. Ela certamente não está ali só para gritar assustada.

6. Mais suspense, menos gore

Apesar de ser um slasher, Halloween tem pouca violência visível na tela, pelo menos o original de 1978. E ainda assim consegue ser um filme de arrepiar os pelinhos da nuca, provando que o gore gratuito é menos assustador do que o suspense bem construído.

Em defesa dos filmes mais sanguinolentos, gore não é algo necessariamente ruim, mas ele precisa de um motivo para estar ali. Em alguns casos, é apenas um atalho para construções de suspense e de ação mais elaboradas, como a luta corporal entre um psicopata mascarado e uma adolescente. Halloween aposta em horrores menos gráficos, como uma jovem surpreendida por seu namorado fantasiado de fantasma – só que a pessoa por baixo do lençol não é seu namorado.

7. Halloween é um terror envolvente

Com uma trama simples, uma história envolvente e muito terror, Halloween é competente em entregar um terror de experiência completa, daqueles que você pode ir ao cinema, comprar sua pipoca e se agarrar na poltrona assustado. É um filme eletrizante que cumpre o seu papel de assustar, mesmo após mais de quarenta anos.

Enquanto a fórmula dos slashers continua a ser replicada até os dias de hoje, o estilo peculiar de John Carpenter continua inspirando cineastas. Há traços de Halloween em Stranger Things, O Homem nas Trevas e Corrente do Mal, isso para citar apenas alguns exemplos.

Mesmo na era dos blockbusters multimilionários, há uma honestidade e um talento nato em Halloween que ecoa até os dias de hoje. O clássico de John Carpenter é a lembrança de que grandes orçamentos não fazem grandes filmes, mas grandes ideias e grandes cineastas sim.

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Renunciei à vida mundana para me dedicar às artes da trevas. No meu cálice nunca falta vinho ungido e protejo minha casa com gatos que afastam os espíritos traiçoeiros. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.