Uma das atrações turísticas mais badaladas do mundo surgiu de uma mulher pequena fisicamente, mas dotada de muito talento. Marie Tussaud fundou o Museu de Cera Madame Tussauds em 1835 com seus filhos na Baker Street, em Londres. O endereço é conhecido por outro morador ilustre: Sherlock Holmes.
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Antes de se estabelecer como a artista que dá nome ao Museu, Tussaud desenvolveu suas técnicas de escultura em cera desde a adolescência. Sua primeira estátua, de François Voltaire, foi feita quando ela tinha apenas 16 anos. Marie Tussaud é uma sobrevivente da Revolução Francesa, que quase foi executada pelos revolucionários, mas sua arte a salvou. Um pouco da interessante vida desta mulher pode ser conhecida no romance histórico Madame Tussaud: A Pequena Colecionadora de Corpos, de Edward Carey, publicado pela DarkSide® Books em parceria com a Macabra.
Em quase 200 anos de história, o Museu de Cera Madame Tussaud’s se mantém uma forte atração turística, que chama a atenção de milhões de visitantes pela semelhança de suas esculturas com pessoas reais. Conheça a seguir alguns fatos peculiares do principal legado de Marie Tussaud:
1. Marie Tussaud fazia moldes com cabeças vindas da guilhotina
Quando morou em Paris, durante a Revolução Francesa, a artista escapou por pouco da guilhotina. Por ter trabalhado com a realeza e por ser uma inglesa morando na França, os membros da Revolução chegaram a prendê-la. Seu mentor, Philippe Curtius, que também lhe ensinou a técnica de escultura em cera, negociou com o movimento e trocou o trabalho dos dois por suas respectivas vidas.
Eles trabalharam produzindo máscaras de morte daqueles executados durante o Reinado de Terror, período mais macabro e sangrento da Revolução. Ela recebia as cabeças vindas diretamente da guilhotina para produzir os moldes que ajudariam nas esculturas de cera.
2. Há esculturas feitas pela própria Marie Tussaud até hoje no Museu
Se você visitar o Madame Tussaud’s de Londres preste atenção nas indicações de figuras históricas, já que algumas das que são expostas hoje foram feitas pela própria Marie. Alguns exemplos são as esculturas de Robespierre e do rei George III.
Há até uma estátua de cera de Marie Tussaud, feita por ela. A artista produziu seu autorretrato com 81 anos, apenas oito anos antes de sua morte.
3. A estátua mais antiga foi feita pelo mentor de Marie
Mas a figura mais antiga do Museu de Cera não foi feita por ela. Trata-se da estátua de Madame du Barry, , também chamada de “A Bela Adormecida”, feita pelo Dr. Philippe Curtius em 1765. O manequim integra o acervo do Museu porque Curtius deixou boa parte de sua herança, incluindo muitas figuras de cera, para Marie quando faleceu. Ele a considerava uma filha.
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4. Cada estátua custa aproximadamente $ 45 mil
O processo de produção de cada um dos bonecos expostos no museu é extenso e caro. Ele leva em torno de seis meses e custa em média $ 45 mil por manequim – alguns já alcançaram $ 300 mil.
Para a produção precisa das figuras, as personalidades retratadas são convidadas para uma sessão de foto e tiradas de medidas – são mais ou menos 250 medidas e 180 fotografias. Para as pessoas que já morreram há uma extensa pesquisa fotográfica para poder retratar as dimensões e feições com o máximo de semelhança.
Cada estátua utiliza em torno de uma tonelada de cera e cada fio de cabelo é inserido separadamente (são aproximadamente 100 mil em cada cabeça). Cada figura é confeccionada cerca de 2% maior do que a pessoa retratada, pois este é o tanto que a cera costuma derreter durante o processo.
5. Alguns funcionários fingem ser estátuas para assustar os visitantes
O próprio Edward Carey, autor de Madame Tussaud confessou esta. Ele trabalhou por um tempo no museu e comentou que uma diversão comum entre os colaboradores que cuidavam das estátuas era fingir que eles próprios eram figuras de cera. Eles ficavam absolutamente parados entre as figuras e, sempre que um visitante se aproximava, fascinado com o realismo da “estátua”, eles falavam “não toque”. Imagina o susto!
6. O Museu sobreviveu a um incêndio e a um bombardeio
Com quase 200 anos de existência, o Museu de Cera Madame Tussauds certamente é um sobrevivente. Em 1925 ele sofreu um incêndio, que destruiu muitas das estátuas. Felizmente, os moldes foram preservados, o que permitiu que as figuras fossem recriadas. A reforma durou quase três anos até a reabertura da atração, que foi reaberta com um cinema e um restaurante.
Porém, 15 anos depois foi a Segunda Guerra que abalaria o Museu. Um bombardeio destruiu mais de 350 moldes, além de ter acabado com o cinema. Felizmente, algumas das estátuas mais antigas puderam ser salvas.
7. Existem 24 museus em todo o mundo
Desde 1972 a atração passou a expandir os negócios, quando inaugurou sua primeira filial, em Amsterdã. O Madame Tussauds levou quase outros 30 anos para sair da Europa, abrindo sua primeira atração em Las Vegas, nos Estados Unidos, em 1999. A partir de então se tornou um ponto turístico bem popular em várias capitais do mundo.
Atualmente são 24 atrações: Amsterdã, Bangkok, Pequim, Berlim, Blackpool, Xunquim, Istambul, Las Vegas, Londres, Nashville, Nova York, Orlando, Praga, São Francisco, Xangai, Cingapura, Sydney, Tóquio, Viena, Washington e Wuhan.
8. O Museu tinha uma Câmara dos Horrores
O Madame Tussauds já teve seu lado macabro antes mesmo de ser inaugurado. A exposição de Marie Tussaud contava com um “Quarto Separado” em que eram expostas figuras históricas nefastas. A ideia já surgiu com Curtius, que expunha a “Caverna dos Grandes Bandidos”, com figuras dos criminosos executados na guilhotina durante a Revolução Francesa.
As figuras foram levadas a Londres por Marie e a coleção incluía nomes como o Rei Luís XVI, Maria Antonieta, Madame du Barry, Marat, Robespierre, entre outros. Quando a exposição ganhou endereço fixo com o museu, a atração foi rebatizada para Câmara dos Horrores.
Além de expor as figuras e apresentar vários métodos de execução, durante alguns períodos esta parte da visita se tornava ainda mais assustadora: atores se fingiam de estátuas e assustavam os visitantes. Além disso, esta era uma experiência mais interativa, com o uso de sons e luzes, fazendo o visitante passar por um corredor escuro onde atores saíam das paredes. Em abril de 2016 a atração foi fechada para dar lugar à Sherlock Holmes Experience.
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Em Madame Tussaud: A Pequena Colecionadora de Corpos, Carey descreve, a partir de fontes e outros documentos históricos, como teriam sido os dias de Tussaud, desde sua infância até sua vida adulta. Narrada como uma história de ficção em um ritmo ágil, nos sentimos um pouco mais próximos de uma figura tão interessante. Madame Tussaud: A Pequena Colecionadora de Corpos está em pré-venda na Loja Oficial da DarkSide Books.
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