A morte, “O único mal irremediável”, como diria Chicó, grande personagem de Ariano Suassuna na peça (e, posteriormente, no filme) O Auto da Compadecida. A morte é um tema transformador, doloroso, e muitas vezes assustador. Respeitamos a Morte, e esperamos que ela não faça sala em nossas vidas constantemente, mas é uma parte indissociável da vida.
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Se o conceito da morte já nos parece assustador, pior ainda é quando pensamos em vê-la, parada, em carne e ossos (ou só ossos) na nossa frente. Ao longo dos anos da história da humanidade, muitas foram as histórias de personificação da morte, em diferentes mídias.
Listamos algumas das Mortes em suas personificações mais memoráveis do cinema e da TV.
O Sétimo Selo
Det sjunde inseglet, 1957 // Clássico filme de Ingmar Bergman, essa obra já foi usada como referência em incontáveis mídias por aí, e você já deve ter visto algo sobre ela circulando nas redes, mesmo que não tenha assistido o longa. No filme, durante a Grande Praga, um homem (Max von Sydow) tenta encontrar respostas sobre a vida e a morte enquanto joga xadrez com o ceifeiro. Provavelmente é a imagem mais forte da personificação da morte e do ceifeiro no cinema.
Sobrenatural
Supernatural, 2005 – 2020 // Algumas personificações de Morte passaram por Sobrenatural. De início, a Morte aparece como um dos quatro cavaleiros do apocalipse, e os irmãos Winchester precisam detê-lo e conseguir um anel em sua posse para impedir o apocalipse. Ao longo das quinze temporadas, alguns outros encontros acontecem entre os irmãos, principalmente entre Dean Winchester, e a Morte. Na história da série, quando a Morte morre (e a Morte pode morrer), é o próximo ceifeiro quem assume seu lugar.
Pelo Amor e Pela Morte
Dellamorte Dellamore, 1994 // Mortos se levantam de suas tumbas todos os dias, e é dever de Francesco Dellamorte (Rupert Everett) cuidar desses zumbis. O filme, dirigido por Michele Soavi, é adaptado a partir do livro de mesmo nome de Tiziano Sclavi, também autor do quadrinho de maior sucesso da Itália, Dylan Dog. Em determinado momento, após atirar em uma mulher que não era exatamente um zumbi, a figura da Morte aparece para Dellamorte — e o faz repensar suas escolhas. Visualmente, a figura da Morte no filme tem um visual clássico: uma caveira, com um manto, assustadora e tenebrosa.
Hellboy
Hellboy, 2004 // Dirigido por Guillermo Del Toro, Hellboy é uma adaptação dos quadrinhos de mesmo nome de Mike Mignola, sobre um demônio criado por humanos desde sua infância. O quadrinho, por si só, é um sucesso, e os filmes de Del Toro também, graças aos seus personagens cativantes e carismáticos. E, como era de se esperar em um filme de Del Toro, a Morte em Hellboy não é nada menos que fascinante e incrível de se olhar.
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As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy
The Grim Adventures of Billy and Mandy, 2001 – 2007 // O que dizer do Ceifador mais amado e carismático da televisão? Após perder uma aposta com as duas crianças mais esquisitas que já passaram por seu caminho, o Ceifador precisa passar um tempo na Terra cuidando de Billy, um garotinho muito desastrado e bobo, e Mandy, uma garota ranzinza.
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A Mansão do Inferno
Inferno, 1980 // Dirigido por Dario Argento, inserido na trilogia das Três Mães, o filme A Mansão do Inferno conta com uma ideia muito interessante sobre a morte. Na história, as Três Mães são bruxas muito poderosas, entidades muito antigas, que têm um domínio absoluto sobre os humanos. Duas das três bruxas afirmaram que elas são a própria personificação da Morte.
A Morte Cansada
Der müde Tod, 1921 // O noivo de uma jovem está entre a vida e a Morte, de uma forma bem literal. Quando a Morte vai buscá-lo, a jovem implora para que o deixe viver. Sendo assim, a Morte lhe dá três chances de manter o noivo vivo. Dirigido por Fritz Lang, grande mestre do cinema mudo.
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Encontro Marcado
Meet Joe Black, 1998 // Nem sempre a Morte vem com alguma maquiagem estranha, pálida, ou aterrorizante, com asas e seu manto preto. Algumas vezes ela vem com o rosto do Brad Pitt, com a intenção de aprender mais sobre os humanos. Em Encontro Marcado, filme dirigido por Martin Brest, Anthony Hopkins interpreta um homem rico chamado Bill Parrish. Certo dia, prestes a comemorar aniversário, Bill faz um discurso emotivo e chama a atenção da Morte, que lhe faz um trato: enquanto Bill for o guia da Morte na Terra, ele não terá que morrer. A Morte então é chamada de Joe Black e para a viver no meio dos humanos por um tempo. O filme é levemente inspirado em Uma Sombra que Passa (1934, dir. Mitchell Leisen) em que a Morte também é personificada na forma de um homem, o ator Fredric March. Não é um filme de terror, mas vale a mensão.
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