5 obras para quem gostou de Ring Shout: Grito de Liberdade

Ring Shout: Grito de Liberdade, de P. Djèlí Clark, é uma narrativa potente e arrebatadora. Confira algumas indicações de filmes e séries para os leitores que ficaram fascinados por essa história.

Em uma realidade alternativa onde o filme O Nascimento de uma Nação contribuiu para a invocação de centenas de monstros (literais) abrigados nos corpos de membros da Ku Klux Klan, um grupo de mulheres se une para lutar contra essas aberrações.

Em Ring Shout: Grito de Liberdade, P. Djèlí Clark criou um universo assustador na década de 1920 dos Estados Unidos que, para além do preconceito e da segregação racial, pessoas negras ainda lidavam com os monstros invocados pela KKK. Nossa protagonista, Maryse Boudreaux, é uma jovem resiliente, focada e forte, que tem como objetivo derrotar quantos “Ku Kluxes” — como os monstros são chamados por ela — quanto possível. Utilizando sua espada mágica e com a ajuda de anciãos, Maryse enfrentará missões assustadoras.

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Veloz, potente e fascinante, Ring Shout: Grito de Liberdade é repleto de momentos terríveis mas dotada de uma magia ímpar, você não consegue parar de ler até a última página. Reflexivo e intrigante, Ring Shout: Grito de Liberdade ganhou os prêmios Nebula, Locus, Alex e British Fantasy, e foi finalista nos prêmios Hugo, World Fantasy, Ignyte, Shirley Jackson, AAMBC, SIBA e Hurston/Wright Foundation Legacy.

A Macabra listou cinco obras (e uma bônus) para os leitores que curtiram a experiência dessa obra marcante de P. Djèlí Clark.

Lovecraft Country

Lovecraft Country, 2020 // Desenvolvida por Misha Green, Lovecraft Country adapta o livro de mesmo nome de Matt Ruff e é uma série perfeita para os fãs de Ring Shout: Grito de Liberdade. Ambas focadas em uma realidade quase que alternativa dos Estados Unidos, onde monstros são reais e o preconceito racial é extremo, duro e tangível, em Lovecraft Country acompanhamos a história de Atticus Freeman (Jonathan Majors), que embarca com sua amiga Letitia (Jurnee Smollett) e seu tio George (Courtney B. Vance) em uma viagem pelas estradas norte-americanas, nos anos 1950, um período dominado pelas ideias das leis de Jim Crow, que visavam, principalmente, a segregação racial. 

Além dos graves problemas que os protagonistas enfrentam sendo negros em um país dividido e preconceituoso, eles ainda precisam lidar com monstros (humanos e inumanos) assustadores. A série teve somente uma temporada com dez episódios e, apesar de suas críticas majoritariamente positivas, infelizmente foi cancelada. 

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Watchmen

Watchmen, 2019 // Inspirada na HQ de mesmo nome criada Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, Watchmen se passa 34 anos depois dos acontecimentos da história original. Em 2019, um grupo de supremacistas brancos chamado de Seventh Kavalry, toma conta de Tulsa, Oklahoma. Indo contra policiais, os agentes passam a utilizar máscaras para que suas etnias não sejam descobertas. Enquanto isso, Angela Abar (Regina King), uma detetive da polícia que passou a ser conhecida como Sister Night, investiga quem assassinou seu amigo e chefe da polícia, Judd Crawford (Don Johnson). 

Assim como Lovecraft Country e Ring Shout: Grito de Liberdade, a série de Watchmen foca em conflitos raciais em uma realidade meio que alternativa, onde eventos históricos são alterados pela narrativa e para se complementarem a ela. A série foi ovacionada por diversos críticos e pelo público, com 26 indicações ao Emmy, das quais saiu vencedora em 11 categorias. 

Horror Noire

Horror Noire, 2021 // Seis segmentos que reúnem um grupo de talentosos diretores e roteiristas negros, Horror Noire leva o mesmo nome do livro de Robin R. Means Coleman e do documentário dirigido por Xavier Burgin que se baseia na mesma premissa, realizando um estudo histórico de filmes de terror criados por pessoas negras. Livro e documentário são de uma importância ímpar, e a antologia fictícia que se originou de ambos é uma produção divertida e empolgante para os fãs de terror. 

Entre as histórias, estão adaptações de contos de Tananarive Due e Stephanie Malia Morris, além de roteiros escritos originalmente para o filme. O filme possui grandes nomes no elenco, como Tony Todd e Rachel True e, comandando os segmentos, estão os diretores Zandashé Brown, Robin Givens, Rob Greenlea, Kimani Ray Smith, Julien Christian Lutz (também conhecido como Director X) e Joe West.

Contos Macabros

Tales from the Hood, 1995 // No melhor estilo EC Comics, Contos Macabros é uma antologia dirigida por Rusty Cundieff, com roteiro coescrito por Darin Scott, que conta com quatro segmentos. Interligando essas histórias estão três jovens que invadem um necrotério em busca de um punhado de drogas. Chegando lá, entretanto, dão de cara com o agente do local, que lhes conta alguns contos morais de seus clientes. 

Com uma pegada mais moralista, como um “conto preventivo”, Contos Macabros é uma daquelas obras menos faladas, mas que valem a pena ser revisitadas. A parceria Cundieff e Scott rendeu outras duas sequências, Contos Macabros 2 (2018) e Contos Macabros 3 (2020). 

The Angry Black Girl and Her Monster

The Angry Black Girl and Her Monster, 2023 // Vicaria (Laya DeLeon Hayes) é uma jovem talentosa e inteligente. Depois da morte brutal de seu irmão, e com uma teoria que, em sua mente, parece extremamente possível, Vicaria decide resolver o problema da maior doença de todas: a morte. A partir de suas teorias e com seu laboratório, Vicaria realiza uma série de experimentos que a levarão a outros questionamentos. Pode a morte ser derrotada?

Seguindo um tema bastante Frankesteniano, The Angry Black Girl and Her Monster é dirigido e escrito por Bomani J. Story. Apesar de ser um filme relativamente novo, tem impressionado as audiências por suas cenas bem construídas e com uma boa quantidade de momentos explícitos. Um protagonismo feminino inteligente e ousado, perfeito para quem gostou de Ring Shout: Grito de Liberdade.

Bônus: Amores Divididos

Eve’s Bayou, 1997 // Em uma Louisiana da década de 1960, a família Batiste é, para os olhares públicos, chefiada pelo homem da casa, Louis Batiste (Samuel L. Jackson), um médico da região. Entretanto, são as mulheres da casa que comandam realmente um universo secreto e de influências místicas. Quando a jovem Eve (Jurnee Smollett) vê uma traição sendo cometida por seu pai Louis. Ao contar para a irmã, a jovem acaba contando, em troca, algo que fará Eve questionar sua própria família. Se sentindo insegura e tentando desvendar o que realmente acontece sob o teto onde mora, Eve toma uma decisão que pode mudar para sempre o destino de todos. Conforme a tensão aumenta, iremos descobrir se a família Batiste é forte o bastante para permanecer junta.

Escrito e dirigido por Kasi Lemmons, Amores Divididos tem um pouco menos de aventura e suspense que as outras obras da lista, mas está aqui por um motivo muito importante: em 2020, a Skydance Television comprou os direitos para a produção de uma série de Ring Shout: Grito de Liberdade, com Lemmons como showrunner, e Kiki Layne como protagonista. Alguns veículos afirmaram que a série está em desenvolvimento e será lançada pela Netflix, mas ainda não temos uma confirmação dessas informações. Torcemos, porém, que mais novidades sejam anunciadas em breve.

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Ring Shout: Grito de Liberdade, de P. Djèlí Clark, está disponível para compra no Site Oficial da DarkSide Books. Já leu o livro? E as obras listadas, já conhecia alguma? Comente com a Macabra no Twitter e Instagram.

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.