A maternidade no horror sempre rendeu bons frutos e discussões. Lembramos de mães fortes no cinema, dispostas a proteger suas crias e dar o melhor de si para que eles tenham uma vida longa e feliz, como em Cujo, Os Outros, Brinquedo Assassino, e tantos outros. A lista de mães que levam a história da maternidade bem a sério é longa.
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Mas e quando seu bebê não é exatamente aquilo que você esperava?
O Bebê de Rosemary e Prevenge
Em O Bebê de Rosemary conhecemos Rosemary (Mia Farrow), uma jovem que se casou recentemente com Guy (John Cassavetes). Ambos levam uma vida normal até se mudarem para um apartamento e conhecerem seus vizinhos. Em uma atmosfera de paranoia e horror, Rosemary começa a perceber que há algo errado com ela, que Guy está estranho, que seus vizinhos talvez não sejam quem eles afirmam ser.
O Bebê de Rosemary talvez seja um dos filmes mais clássicos do horror. Dirigido por Roman Polanski e baseado no livro de mesmo nome de Ira Levin, lançado em 1968, e muito do que o horror fez depois disso tem inspiração em alguns elementos trabalhados, como a atmosfera pesada e a terrível ansiedade de que algo no ar está errado. Inspiração para muitos cineastas e escritores, O Bebê de Rosemary se tornou um filme icônico para o gênero.
Sua estreia ocorreu há mais de 50 anos, mas a possibilidade de carregar um bebê “errado” continuou ao longo dos anos na mente de muitos dos que foram impactados pela obra, e carregam consigo as questões de como seria carregar um bebê amaldiçoado.
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Prevenge é um filme de 2016, escrito, dirigido e protagonizado por Alice Lowe, que estava de fato grávida enquanto fazia tudo isso em um set de filmagens. Ruth (Lowe) é uma viúva grávida de sete meses que acredita estar sendo guiada por seu bebê, em seu útero, que pede que ela cometa homicídios. Seu marido morreu após um acidente, e Ruth caça as pessoas que estavam envolvidas no episódio para se vingar.
Como mencionado no livro de Meg Hafdahl e Kelly Florence, The Science of Women in Horror, ambos os filmes dão uma boa perspectiva sobre mulheres como mães e protetoras, mas também como assassinas. Uma das várias questões abordadas em Prevenge é: como a gravidez pode afetar sua saúde física e mental? O que leva a esse link direto com O Bebê de Rosemary: e se meu bebê for um psicopata, ou o anticristo? Ambos carregam a tensão e a paranoia como duas forças motoras para a construção de sua atmosfera, e desenvolvem isso ao longo de suas narrativas.
Com finais diferentes e perspectivas diferentes, mas com um tema e uma possibilidade em comum, se você gostou de O Bebê de Rosemary talvez possa gostar de Prevenge.
Os filmes conectados
O Bebê de Rosemary, 1968, Roman Polanski. Jovem casal de muda para um prédio com pessoas estranhas. Acontecimentos ainda mais estranhos levam a jovem, que está grávida, a duvidar de sua própria sanidade. Porém, o parto e a descoberta de uma seita diabólica irão finalmente mostrar a verdade.
Prevenge, 2016, Alice Lowe. Ruth é uma mulher viúva e grávida que passa a acreditar que está sendo guiada por seu bebê ainda não nascido, embarcando em uma onda de assassinatos, eliminando qualquer um que fique em seu caminho.
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