Em uma noite chuvosa, uma babá chega para tomar conta de uma criança em um casarão sombrio no Rio de Janeiro. Conforme acompanhamos noite adentro, descobrimos segredos de seu passado, e percebemos que nem tudo é o que parece. Essa é a premissa do novo curta de João Londres, Klaustrophobia, que está prestes a estrear no Festival do Rio, dia 04 de outubro de 2025, na mostra “Novos Rumos”. Estrelado por Bella Camero, Zack Jones e Bianca Byington, o filme conta com uma atmosfera sombria e misteriosa.

João Londres tem uma longa carreira no cinema e na TV. Entre seus trabalhos, foi segundo assistente de direção na série Santo, de Carlos López, em streaming na Netflix, e do filme Um Casal Inseparável, de Sérgio Goldenberg. Também foi terceiro assistente de direção dos filmes A Princesa da Yakuza, de Vicente Amorim, adaptado a partir da HQ de Danilo Beyruth Samurai Shirô, e Terapia da Vingança, de Marcos Bernstein. Em 2024, João colaborou na sala de roteiro da série da HBO Mas Da Ponte Pra Lá. Seu curta de estreia foi A Shot in the Fog, que estreou no Austin Film Festival em 2021.
A Macabra preparou uma entrevista exclusiva com João Londres, diretor de Klaustrophobia, sobre suas inspirações.
- Quais foram as suas inspirações principais para a história de “Klaustrophobia”?
A semente dessa história sempre foi essa imagem, desses três elementos. Primeiro, uma casa isolada no Rio em uma noite chuvosa. Depois, um menino que era fruto dessa casa, talvez até prisioneiro dela. Aí vem a terceira parte: o que acontece quando chega uma jovem de fora, uma pessoa “normal” e pé no chão? O barato foi pensar não só em como a casa e o menino mexem com ela, mas também em como o menino muda ao entrar em contato com esse pedaço do mundo real.
Na época em que lançou Trama Fantasma, do Paul Thomas Anderson, eu estava animado para ver o filme, mas não estava preparado para o quanto ele iria me marcar. Por um ano não conseguia parar de pensar nele. E foi naquele ano que surgiu a ideia do Klaus. Então Trama acabou servindo quase como uma bússola pra gente; acho que todos os chefes de equipe acabaram assistindo por causa do curta. O que mais me impressionou naquele filme foi que, além de também ser sobre uma jovem que chega a uma casa onde, a princípio, se sente mega desconfortável, quase todas as cenas giram em torno de uma dinâmica de poder mudando, mesmo que de forma sutil. Isso eu achei muito interessante: mesmo nas cenas que não são tão dramáticas, se você olha para os atores, percebe que a relação entre eles mudou.
E fora isso, duas grandes inspirações no início foram dois amigos que eu tenho: o Luiz Felipe Modesto, com quem escrevi praticamente todo o primeiro tratamento por e-mail (tirando algumas voltas quilométricas pela Lagoa), e um outro amigo chamado Zé Carlos, que um dia me ligou quando eu estava em um set trabalhando como assistente de direção e disse: “Li o roteiro. Você precisa fazer esse filme”. Sem querer soar muito mela-cueca, mas acabou sendo bom ter esse impulso de fazer o filme além da ambição própria. Quis tirar esse filme do papel quase pela vontade de mostrar pra eles.
- O filme flerta com uma tradição gótica, mas também com tensões muito brasileiras. A casa no Alto da Boa Vista, por exemplo, já carrega um imaginário próprio. Seria legal comentar um pouco desse histórico aqui, se achar bacana também. E como surgiu a ideia de situar a narrativa nesse cenário?
Não sei de onde surgiu a ideia de situar o filme na casa em si. Mas desde o início o Klaus e a casa sempre existiram juntos, um nunca veio sem o outro.
Na verdade (e acabei de lembrar disso, então obrigado pela pergunta): no ensino fundamental eu estudei com um menino chamado Klaus que morava numa casa parecida. Acho que a mãe dele até chegou a ser Miss Brasil. Mas o filme não é baseado neles.
Quando encontramos aquela casa, percebemos que seria besteira tentar mudá-la demais. Ela já carregava tudo o que o filme precisava. Nossa diretora de arte, Lu Nicolino, disse que a casa tinha uma certa “herança de mistério”. Achei isso muito certeiro. No fim, alteramos apenas alguns porta-retratos, cortinas e objetos, além de mover alguns móveis e tapetes de lugar e adaptar o roteiro à casa. Não existe uma cena que não tenha sido influenciada pela locação. Algumas até nasceram por causa dela.
Em relação ao imaginário da casa, no roteiro tanto a casa quanto a Marlene e o Klaus tinham uma pegada bem mais alemã. Cheguei a conversar com descendentes de alemães sobre tradições, objetos e palavras que poderíamos inserir aqui e ali. Mas, no fim, todas essas cenas acabaram ficando de fora na edição. Mesmo assim, a casa ainda era um lar muito internacional. Os donos já tinham viajado o mundo. Um quarto era mais francês, outro mais americano. No fim, não dava para dizer de onde vinha o imaginário daquela casa, mas não importava. O importante é que ela era muito maneira.

- Temos exemplos de filmes de terror que utilizam as emoções das crianças como catalisador e até mesmo combustível para a narrativa, como Babadook, por exemplo. No caso de Klaus, ele parece ter esse papel dúbio, que vai de uma “criança difícil”, como a mãe o chama, até o vermos como uma possível vítima das circunstâncias, da casa, da mãe e até mesmo do ambiente. Como foi, para você, trabalhar a construção desse personagem?
Boa pergunta, porque na primeira versão do roteiro o Klaus era um personagem mais caricato: um menino excêntrico, meio bizarro, sem vida interior (e certamente sem noção também). Era quase um personagem de cartoon. O filme acabava sendo mais sobre como a Lívia reagia a esse menino, e no final. ela saía da casa sem entender muito o que tinha acontecido. Ainda quero fazer um filme como aquele um dia, porque me diverti muito escrevendo esse Klaus zureta com o Modesto.
Mas tudo mudou quando escalamos o Zack Jones, porque ele é o oposto disso: é um menino muito carinhoso e inteligente, com uma vida interior rica e misteriosa. Nos ensaios com a Bella Camero, percebi que ele não estava apenas interpretando os textos, mas reagindo a Bella também, e ela reagindo a ele. Nunca vi um ator prestar tanta atenção e reagir ao outro do que a Bella. Isso foi ótimo para o Zack: ele percebeu que, se dissesse as falas de um jeito diferente, a Bella também responderia de um jeito diferente. Ele percebeu que era um processo vivo. Então foi assim que a dinâmica entre os dois acabou se tornando muito mais interessante do que qualquer excentricidade do personagem, e o Klaus virou um personagem mais humano.
A grande pergunta era: como começar o filme sugerindo que poderia ser um terror, mas aos poucos deslizar para outro lado sem perder a curiosidade do espectador?
O desafio foi que o material filmado não estava nem lá nem cá. O roteiro ainda era muito próximo do original, mas com um Klaus diferente. Por isso, o processo de edição foi longo (até semana passada, eu e o nosso editor, Antonio Farias, ainda estávamos mexendo em algumas coisas). A grande pergunta era: como começar o filme sugerindo que poderia ser um terror, mas aos poucos deslizar para outro lado sem perder a curiosidade do espectador? Ir do Klaus misterioso para o Klaus fofo, depois magoado, em seguida raivoso e maquiavélico, até chegar no Klaus vítima.
A resposta acabou sendo focar na tensão entre ele e a Livia, retomando o espírito de Trama Fantasma: perguntar constantemente como cada cena (e às vezes cada corte, ou até uma piscada de olho) transformava a relação dos dois.
- Zack Jones é um ator muito jovem, mas trouxe emoções intensas e uma atuação muito potente. Como foi o processo de preparação dele para o papel? E como você dirigiu uma criança em um contexto tão sombrio?
Que bom que você gostou do Zack. Minha ideia sempre foi ver umas cinquenta crianças antes de escalar o papel, mas lembro do dia em que a Andrea Imperatore, nossa querida diretora de elenco, me escreveu: “Achei o nosso Klaus”. Então acabamos só vendo ele.
Tivemos sorte porque, além do Zack já ter feito alguns meses de aula no Tablado, escalamos ele assim que ele entrou de férias. Então conseguimos ensaiar por alguns meses. A mãe dele, Amanda, foi uma parte importante desse processo. Sem ela, o filme não teria sido o mesmo. Fizemos leituras com o Zack, alguns exercícios e tivemos muitas conversas. Logo percebi que não precisava usar truques com ele: bastava dizer o que cada cena precisava. Claro, tomamos precauções para não expô-lo a nada inapropriado, mas o set em si não foi sombrio, assim como a maioria dos sets de terror também não são. Sempre que o Zack estava presente, o clima era leve. O maior obstáculo foi acessar a raiva que surge no final do filme, difícil porque o Zack é um menino nada raivoso. Mas ele encarou isso como um desafio e acabou assustando a equipe inteira naquele dia.
Tomamos precauções para não expô-lo a nada inapropriado, mas o set em si não foi sombrio, assim como a maioria dos sets de terror também não são. Sempre que o Zack estava presente, o clima era leve.
Lembro que em um dos primeiros dias de ensaio mostrei pra ele uma cena de Apocalypse Now, aquela do Marlon Brando recitando T. S. Eliot e limpando a careca com água. Na hora pensei: “O que é que eu tô fazendo mostrando isso pra uma criança?”. Achei que ele nem tivesse registrado. Meses depois, no segundo dia de filmagem, gravamos o monólogo final do Klaus. Fizemos dois takes que funcionaram e, no terceiro, eu pedi: “Já temos o que precisamos, agora faz algo diferente”. Ele então fez uma performance muito bizarra. Foi aí que percebi: esse menino de dez anos estava imitando o Marlon Brando! E é esse o take que está no filme.

- Construir uma atmosfera sombria em tão pouco tempo é um desafio imenso, mas em Klaustrofobia esse clima se estabelece logo nos primeiros momentos e se sustenta ao longo do curta. Como foi a ideia e a experiência de trazer esse clima mais gótico dentro da cidade do Rio?
Muito legal que você sentiu isso. Criar essa atmosfera foi justamente o mais divertido, porque o Rio de Janeiro não tem nada de gótico. Um amigo me disse isso há pouco tempo: tem algo peculiar no Rio. Você pode estar numa praia paradisíaca e, dez minutos de carro depois, se ver numa floresta isolada no topo de um morro.
E também, a própria ideia já é assustadora: saber que pode existir uma casa tão diferente e enorme escondida tão próxima da gente. Mas, respondendo à pergunta, sentimos a liberdade de deixar aquela casa ser o que ela era, por mais que ainda tivesse um pouco do Rio naquele cenário (a Marlene claramente é carioca).
Assim como uma comédia perde a graça quando você percebe que está tentando te fazer rir, o terror perde deixa de ser assustador quando você sente que está tentando te deixar com medo.
E eu tive a sorte de trabalhar com uma equipe de pós muito boa: o Gabriel Amorim na trilha, o pessoal da Bando Sonora no som (Fernando Aranha e Bernardo Adeodatto) e o Pedro Saboya na cor. Todos eles tinham muito mais ideias do que cabiam no filme, o que é sempre bom. E com cada um deles, a conversa acabava chegando na mesma questão: em quais cenas a gente puxaria mais a atmosfera da casa e em quais seria melhor manter tudo mais seco. Ou seja, em alguns momentos a casa precisava parecer apenas uma casa normal.
Uma coisa que aprendi nesse processo foi que a atmosfera precisa ser dosada e equilibrada. Assim como uma comédia perde a graça quando você percebe que está tentando te fazer rir, o terror perde deixa de ser assustador quando você sente que está tentando te deixar com medo.

- A direção de arte e a fotografia trabalham muito bem os espaços da casa, com a sensação de que ela é quase um personagem. Como foi o diálogo com a equipe técnica para criar essa presença da mansão na narrativa?
Essa pergunta tem três respostas: Bernardo Negri, Luciane Nicolino e Luiz Pereira. Três pessoas que são muito boas no que fazem.
Com o Bê (nosso fotógrafo), a gente já sabia que queria um look antigo, mas que, pelo custo, não daria pra filmar em película. Então a pergunta foi: como criar esse look sem cair no escrachado? Sem usar emuladores de película, por exemplo. Acabou sendo algo mais sutil, até porque a casa em si já tinha um look antigo. Então acabamos usando apenas algumas lentes antigas da Zeiss, algumas luzes de tungstênio e muito, muito haze.
Na arte, conversamos bastante sobre o passado da locação. Eu e a Lu (nossa diretora de arte, junto ao Luiz) chegamos a visitar umas vinte casas. As conversas que eu tive com ela depois de cada visita moldaram bastante o jeito que eu via o filme. E foi ótimo ver tantas casas, porque eu descobri que “mansão antiga” era uma categoria muito genérica. Ver várias ajudou a definir o tipo de mansão que a gente queria.
Tive algumas discussões com eles bem no início sobre referências e estética, mas a verdade é que qualquer plano caiu por terra quando encontramos a casa. Ela não estava disponível na época, mas valeu a pena esperar alguns meses.
Depois disso, as conversas com a equipe passaram a ser mais técnicas, como decidir em quais cômodos filmar (lembro da felicidade de andar por aquele espaço e imaginar que cenas poderiam acontecer ali) ou qual lente e movimento de câmera usar em cada cena. Nesse sentido, nosso maquinista, Edgar Willmann, foi uma peça fundamental para a elegância que a gente buscava no filme. Ele deu várias ideias ótimas.
No fim, a casa acabou influenciando o filme mais do que qualquer referência inicial.
- O terror psicológico muitas vezes se apoia mais no que não é mostrado do que no que é explícito. Como você equilibrou essa sugestão do “invisível” com a necessidade de manter o espectador sempre em tensão?
Muito feliz que você fez essa pergunta, porque foi justamente ela que nos guiou ao longo do processo de edição desse filme. O primeiro corte, que seguia o roteiro de forma bem fiel, tinha muito mais elementos não mostrados e muitos mais mistérios e perguntas sem resposta. Pra te dar uma ideia: o Klaus tinha um olho de vidro que nunca era explicado, e existia até uma personagem misteriosa de uma avó, que morava na casa.
Não tem problema eles não saberem as respostas, o problema é quando nem sabem quais perguntas fazer.
Foi o Antonio, nosso editor, quem levantou a bandeira de que a gente não estava envolvendo tanto o espectador no filme. Com tantas perguntas abertas, o filme acabava confundindo muito quem assistia, e perdia a tensão. Não tem problema eles não saberem as respostas, o problema é quando nem sabem quais perguntas fazer. Então a solução não foi necessariamente responder todas as perguntas, mas escolher algumas, eliminar as outras e tornar as que ficaram muito claras para o público. Por exemplo: qual é a história da Lívia com aquela casa? Qual é a história da Lívia com o Klaus? Assim, a cada pequena revelação, o público sente que o filme está caminhando para algum lugar, e não apenas tentando impressionar ou ser evasivo. Com isso, a tensão ficou mais presente.
- O terror psicológico de Klaustrofobia dialoga com tradições do gênero, desde o gótico clássico até filmes contemporâneos que exploram a opressão dos espaços e das relações familiares. Quais referências do cinema de terror (ou literatura, artes visuais) foram mais importantes para você na construção do curta?
Os Inocentes! Do Jack Clayton. Além de ser um filmaço, ele tem uma qualidade que inspirou muita gente: é um filme meio atemporal. É dos anos 1960, se passa no século XIX, mas tem um som e uma fotografia muito modernos para a época. A gente quis trazer um pouco disso pra casa. Nosso filme se passa nos dias de hoje, mas dentro de uma casa que parece parada no tempo. Além disso, a Deborah Kerr e o garoto do filme são fantásticos. Também assisti algumas vezes o The Caretaker e The Servant do Harold Pinter, que não chegam a ser terror, mas compensam com o nível de angustia, com esses relacionamentos meio abusivos entre duas pessoas. E óbvio, O Iluminado, com seus pés direitos altos e musiquinhas antigas ecoando por aí.
Em termos de literatura: The Old Nurse’s Story da Elizabeth Gaskell e A Volta do Parafuso do Henry James, que inspirou Os Inocentes. Inclusive, um livro que me eletrizou foi um que o Rogério Skylab escreveu sobre Henry James. Na época eu nem sabia que ele era músico. Só depois que eu fui descobrir: virei Skylaber e fui ver um show dele no Circo [Voador]. Adoraria um dia mostrar o filme para ele. Durante a montagem do filme, eu finalmente li O Morro dos Ventos Uivantes, que é um livro assustador que me fez perceber que, no final do filme, o Klaus e a Lívia podiam estar se alfinetando sem eles mesmos saberem muito bem por quê.
Foi aí que percebi que, nas fases secas, nem sempre a solução é ter mais e mais referências.
Pra completar, durante a escrita, quando estava travado com o final, procurei desesperadamente qualquer filme que envolvesse um personagem que pudesse servir de inspiração para o Klaus e a Lívia. Devo ter visto uns vinte. Entre eles: O Bebê de Rosemary, O Sexto Sentido, Tara Maldita, A Profecia, Nas Garras do Ódio com a Bette Davis. Mas, no fim, não ajudou muito. Foi aí que percebi que, nas fases secas, nem sempre a solução é ter mais e mais referências. Quando eu era moleque, eu era viciado em Lilo & Stitch e em A Casa Monstro, e tenho certeza de que esses dois filmes influenciaram muito mais o Klaus do que esses últimos.
- O terror psicológico é um gênero muito fértil no Brasil atual, mas ainda pouco explorado com essa linguagem gótica que você traz. Como você enxerga o futuro do gênero no cinema brasileiro?
Ótima pergunta. Eu não sei muito bem. Acho que até nos Estados Unidos o terror gótico acaba sendo algo que aparece só de vez em quando. E, quando faz sucesso, como no caso do último Nosferatu, é mais pelo fator terror do que pelo fator gótico. Mas sim, o Brasil certamente tem espaço (e muitas locações) pra mais filmes desse subgênero.
Agora, em relação ao terror no Brasil, sinto que o gênero só está crescendo. Já faz tempo que deixou de ser uma curiosidade ver um filme de terror brasileiro em festivais. E, aos poucos, isso vai se tornar verdade também nos cinemas e no streaming. Casa Izabel, por exemplo, é um filme que me divertiu muito.
Quantidade é importante. Quanto mais filmes desses, maior a chance de um deles estourar no nível de O Orfanato, Rec ou Let the Right One In. E, quando isso acontecer, vai impulsionar todos os outros ainda mais. Tenho um amigo, Patrick Hanser, que eu sinto que vai acabar fazendo um desses. Existe também uma geração inteira no Brasil começando agora, inspirada por esses filmes da A24. Sinto que eles vão vir com tudo.

- O curta terá uma estreia potente, sendo apresentado primeiramente no Festival do Rio, na mostra “Novos Rumos”, e no dia seguinte será exibido no New/Next Film Festival, em Baltimore. Como você espera que o público brasileiro e o público internacional recebam o filme? Acha que haverá leituras diferentes sobre os temas e atmosferas apresentados?
Certamente. Eu queria muito poder estar presente no festival americano para sentir a recepção do público de lá, mas ele acontece na mesma época do Festival do Rio. Mesmo assim, já pude ter uma ideia dessa diferença porque mostrei o filme para alguns amigos americanos. De cara, percebi contrastes culturais até em detalhes minuciosos. Alguns me perguntaram, por exemplo, por que a Lívia, sendo babá, estava fumando maconha no meio do trabalho. Lá não é tão comum enrolar tabaco para fumar, enquanto aqui no Rio isso passa despercebido. Acaba virando outro filme, com essa babá chapada. Certamente explica por que ela dorme no meio da noite e acorda meio zonza.
Mas ainda assim, quero muito um dia ver o filme numa sala lá. Quem sabe? Talvez eu peça para um amigo que esteja no festival gravar o áudio da sessão, só para ouvir como a plateia reage.
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Escrito e dirigido: João Londres
Produtores: Tadeu Bijos, Bernardo Portella, Marina Watson-Wood
Editor: Farias
Elenco: Bella Camero, Zack Jones, Bianca Byington, LOUPAN
Ano: 2025
Duração: 19 min
Onde assistir: Festival do Rio, 04 de outubro, mostra “Novos Rumos”
Além do Festival do Rio, torcemos muito para que Klaustrophobia siga sendo exibido em diversos festivais nacionais e internacionais. E você, ficou curioso para conferir? Comente com a gente no Instagram e em suas redes sociais.

