A natureza é belíssima, mas também pode ser um cenário de puro horror. Sob a superfície das paisagens exuberantes e do ciclo da vida, existem regras implacáveis: sobrevivência a qualquer custo, predadores silenciosos, estratégias cruéis de defesa e ataques fulminantes que não dão chance à fuga. É nesse território, onde o instinto fala mais alto, que Pesadelos da Natureza se instala, revelando que o terror mais primitivo já estava aqui muito antes do cinema inventar monstros.
Não estamos falando de uma versão (mais) sombria de Na Natureza Selvagem, muito menos de Yellowjackets, O Senhor das Moscas ou Lost. Na verdade, seria algo mais próximo de O Rei Leão ou Vida de Inseto — isso, claro, se esses filmes fossem dirigidos por Tobe Hooper ou Rob Zombie. O que parece encantador se transforma em um espetáculo de violência natural, onde cada criatura precisa lutar diariamente para não se tornar parte do banquete alheio.
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A Blumhouse é uma das produtoras mais bem-sucedidas de filmes de terror dos últimos anos. Isso porque, desde o início, a intenção de Jason Blum, seu criador e CEO, foi apostar em filmes com um orçamento menor e fazê-los grandes hits. E funcionou. O faturamento da Blumhouse ajudou a levar o terror novamente a ter altos lucros no final da década de 2000 e início de 2010.
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Agora, além dos filmes de terror, a Blumhouse se aventurou em uma nova ideia. Pesadelos da Natureza, produzida em parceria com a Plimsoll Productions, foca em animais tentando sobreviver em meio aos horrores e perigos de seus habitats naturais. A primeira temporada, lançada em 30 de setembro na Netflix, tem 3 episódios; a segunda temporada já está prevista para o dia 28 de outubro, e também contará com 3 episódios. Mas o que há de tão diferente nesse documentário sobre a vida selvagem que o NatGeo não tenha feito ainda? Vem com a Macabra que a gente te conta.
O perigo à espreita
Desde o começo da série, percebemos que não estamos assistindo um simples documentário sobre a vida selvagem. Há um storytelling envolvido, que aproxima esses personagens — as presas: uma ratinha grávida, um guaxinim e um sapo — dos nossos protagonistas do terror. Vemos uma cabana enquanto somos questionados sobre o que está havendo e por que animais iriam procurar se esconder em um lugar que parece tão perturbador, conhecemos alguns dos nossos personagens e acompanhamos suas vidas até o momento em que eles se encontram em perigo, que é constante.
Com o objetivo de se aproximar de narrativas de terror, alguns recursos são utilizados para cumprir esse papel, como os ataques de animais mostrados como jumpscares e fugas alucinantes contra predadores. Se uma das emoções do terror é fazer com que a gente se compadeça dos “mocinhos”, Pesadelos da Natureza consegue tirar de letra ao evocar esse sentimento.
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E tudo isso é possível com a narração eficiente de Maya Hawke, que dá ainda mais vida às imagens impressionantes que vemos na tela. Como bem aponta a review do Bloody Disgusting sobre a série, “A narração de Hawke nunca atrapalha os visuais que a acompanham ou chama muita atenção para si mesma. É apenas divertida o suficiente em seu exame de uma rata grávida, um guaxinim desesperado e um sapo deslocado, que se tornam as estrelas desta série enquanto lutam para sobreviver na natureza”.
Não são apenas os humanos que têm pesadelos
É realmente impressionante acompanhar a vida de seres tão pequenos contra tantos perigos. Pesadelos da Natureza trabalha muito bem seu papel de criar tensão e fazer com que o espectador sinta que está assistindo algo realmente perigoso, mesmo que não para nós mesmos — naqueles contextos, pelo menos. É uma série rápida e interessante, principalmente para os amantes da natureza, que sabem que, apesar de cheia de belezas, é também extremamente dura e cruel.
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