Clive Barker é um criador completo, e gosta de tirar o sono de seus leitores. A mente por trás de Hellraiser, Candyman e Livros de Sangue mescla poesia, carne e sangue para compor histórias únicas que permanecem com os leitores mesmo depois de muito tempo.
Livros de Sangue, sua obra máxima, é uma antologia poderosa dividida em seis volumes que será reeditada no Brasil pela Macabra em parceria com a DarkSide Books. O primeiro livro, publicado originalmente em 1984, apresenta os contos “O Livro de Sangue”, “O Trem de Carnes da Meia-Noite”, “O Yattering e Jack”, “Blues do Sangue de Porco”, “Sexo, morte e estrelas” e “Nas montanhas, as cidades”. As histórias não têm uma conexão entre si, mas as assombrosas palavras de Barker ecoam por todas elas.
Eu gosto muito da ambiguidade ou da contradição de um momento que pode ser terrível e significante, simultaneamente.
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O autor construiu um universo de pesadelos e suas criações ultrapassam os limites das histórias de horror. Rompendo as barreiras das mídias, suas histórias se tornaram filmes, quadrinhos e jogos; e rompendo as barreiras do gênero, os contos de Livros de Sangue irão causam mais do que arrepios para aqueles que os lerem.
Mas, o que levou Barker a criar os contos dessa coleção?
Em suas histórias, Barker provoca questionamentos sobre a humanidade. Monstros nem sempre são apenas monstros ou vilões, e seus personagens nem sempre são apenas uma coisa. A complexidade de estar vivo, de lidar com as perdas e com as dificuldades, são alguns dos elementos presentes em Livros de Sangue.
“[Gosto da] maneira como muitos dos momentos fundamentais em nossas vidas são, com frequência, ritos de passagem onde o que foi perdido nunca será encontrado. Ainda sim, o território à frente é, pelo mérito de ser novo, também excitante e extraordinário.”
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Os personagens em Livros de Sangue dificilmente sairão como entraram em suas histórias. Clive Barker gosta principalmente de confrontar o lugar comum e as histórias simples. Sua intenção é explorar as possibilidades de seus personagens, encontrar novas opções e formas de se contar as histórias que deseja contar.
Como o próprio autor afirma, para ele é importante “a ideia de personagens que confrontem o comum e encontrem um novo significado no extraordinário, ao invés de simplesmente encontrar algumas criaturas ou algumas forças que eles devem erradicar ou exorcizar para retornar à norma que tinham na primeira página.”
E sua afirmação não se aplica somente à mentalidade de suas criações. Barker é um dos grandes escritores que desenvolvem narrativas com body horror em suas obras. Suas histórias trabalham o interior e exterior de seus personagens, e a forma que eles veem o mundo e agem diante dele estão intrinsecamente ligados a essas transformações.
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“Eu não acho que tenha uma ‘repugnância corporal’ na minha ficção. Eu acho que há um tipo de erotismo nas minhas coisas. Em Livros de Sangue, por exemplo, o rearranjo da carne é meio que celebrado. Depois de tudo, nós estamos sentados juntos, ficando velhos, nossas carnes mudando a cada minuto, fora de nosso controle; nossos corpos respondendo ao álcool que bebemos; nossos órgãos, como sabemos, crescendo tumorosos. A carne pode decidir ficar doente, se aborrecer, nos fazer desejar.”
Clive Barker conta que escreveu algumas histórias que, ele esperava, seus amigos pudessem gostar. Isso não é tão diferente do garotinho de nove anos contando e recontando histórias para seus amigos, e essa é sua função primária que ele faz — ele é um contador de histórias. E, inegavelmente, ele faz isso muito bem.
Suas histórias são aterrorizantes e duradouras. É fácil se lembrar de não dizer Candyman cinco vezes, ou de como é perigoso despertar a criatura com pregos nas faces e roupas de látex.
Muito além disso, ele criou um universo assustador para seus fãs e para os apreciadores do bom horror. Em Livros de Sangue você vai encontrar mundos e personagens muito particulares, transformadores, assombrosos, e até cruéis.
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Sangue nas Telas
Livros de Sangue já recebeu uma adaptação em longa-metragem. Com direção de John Harrison e lançado em 2009, o filme adapta a primeira história do primeiro volume de Livros de Sangue, “O Livro de Sangue”, e o último conto do sexto e último volume, “On Jerusalem Street”. O filme não teve uma boa recepção, mas está entre as adaptações mais assustadoras das histórias de Barker.
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O streaming norte-americano Hulu também encomendou uma adaptação em longa-metragem. Dirigido por Brannon Braga, o filme estreia dia 07 de outubro de 2020. O trailer da nova adaptação de Livros de Sangue pode ser conferido abaixo:
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