As criações bizarras de Screaming Mad George

Conheça a carreira artística de Joji Tani, artista de efeitos especiais conhecido no cinema, nos games e na música.

Tom Savini, Milicent Patrick, Rick Baker, Eryn Krueger Mekash, Jack Pierce — esses são alguns dos nomes mais lembrados por qualquer fã de horror quando o assunto é efeitos práticos, maquiagem ou prostéticos. Joji Tani, por outro lado, talvez passe desapercebido.

Talvez seu nome artístico seja mais reconhecível: Screaming Mad George.

O punk rocker de Osaka tem uma carreira das mais distintas e nas mais diversas mídias, e hoje a Macabra resolveu enaltecer o seu trabalho, começando lá atrás com o clássico dos clássicos de John Carpenter, Os Aventureiros do Bairro Proibido, de 1986, vindo até hoje em dia, com o feto grotesco na recém-lançada série da Netflix, O Grito.

E pensar que o nome Screaming Mad George (de acordo com o próprio numa reflexão maravilhosa ao Los Angeles Times) vem de uma junção de muitos universos: Mad por conta da revista, Screaming pois era fã do músico e ator Screamin’ Jay Hawkins e George porque é meio que a ocidentalização de seu próprio nome.

CINEMA

Aventureiros do Bairro Proibido, 1986

No final dos anos 1970, ainda na faculdade, George, ainda Joji, tocava numa banda de punk rock e seu objetivo era chocar visualmente. Isso acontecia nos videoclipes, e foram eles que o levaram até seu primeiro trabalho profissional em Los Angeles, mais precisamente no filme Cocoon, “assistindo os profissionais trabalharem”, em suas próprias palavras. Uma coisa foi levando a outra, e George acabou ao lado de John Carpenter no surreal Os Aventureiros no Bairro Proibido. Apesar do começo apoteótico, foi com o produtor e diretor Brian Yuzna que sua carreira no cinema deslanchou.

A Sociedade dos Amigos do Diabo, 1989

Assim surgiu uma das cenas mais bizarras e inesquecíveis do cinema de terror dos anos 1980 em A Sociedade dos Amigos do Diabo. Outros grandes trabalhos de George no cinema de terror: A Noiva do Re-Animator, A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos e Progeny: O Intruso.

MÚSICA

Banda Slipknot

Talvez você já tenha ouvido falar de uma banda chamada Slipknot? Ou então de um cantor conhecido como Marilyn Manson? A carreira de Screaming Mad George cruzou caminho com esses artistas. No primeiro dos casos, na concepção das máscaras a partir do disco de 2001, Iowa, e em diversos outros.

Capa do álbum Mechanical Animals, de Marilyn Manson

Já o contato com Manson começou com a maquiagem em videoclipes como o de “Sweet Dreams (Are Made of This)”, mas a coisa escalonou quando George bolou toda vestimenta prostética usada pelo Anticristo Superstar na capa de Mechanical Animals. As contribuições do artista no mundo da musical vão além, como por exemplo com a banda X Japan e, claro, lá nas próprias raízes com o seu som e identidade visual.

VIDEOGAME

ParanoiaScape

Talvez seja eufemismo assumir isso a essa altura do artigo, mas a criação de Screaming Mad George nos videogames é algo absoluta e inacreditavelmente bizarra. Enaltecido recentemente pelo ótimo canal Did You Know Gaming, ParanoiaScape é um daqueles jogos difíceis até de ser colocado em palavras. “Pinball infernal” talvez faça algum sentido? Em sua única participação ativa (até o momento) no entretenimento eletrônico interativo, George conseguiu o feito de entregar um dos títulos mais estranhos dentro de um catálogo de jogos famoso exatamente por essa estranheza. Convenhamos: tem muita coisa bizarra no primeiro PlayStation. Melhor dar uma sacada por conta própria?

Mais informações sobre o trabalho do artista podem ser conferidos em seu site: Screaming Mad George.

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Apesar de não saber interagir com jovens, dedica quantidades insalubres de seu tempo ao entretenimento eletrônico, tal qual Fantasma na Máquina, e sua faceta macabra, a preferida, se faz razão para continuar. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.