O medo é um dos sentimentos mais profundos dos seres humanos, e está presente em todos os cantos do mundo. Encontre uma pessoa, e ela terá medo de alguma coisa. Os limites desse medo, entretanto, é algo que pode ser diferente de cultura para cultura. E, sendo assim, filmes com pegadas diferentes costumam ser feitos em países diferentes. Conhecer esses filmes é conhecer um pouquinho mais sobre o medo e sobre o mundo.
Filmes feitos no Brasil ou nos Estados Unidos podem ter elementos diferentes dos filmes feitos, por exemplo, no México.
LEIA+: 10 DESTINOS MACABROS PARA CONHECER NO MÉXICO
Apesar dos filmes de terror mexicanos terem começado a surgir nos anos 1930, junto com o boom popularizado nos cinemas norte-americanos, eles só passaram a ser melhor aceitos por volta dos anos 1950. Nos anos 1930, Juan Bustillo Oro lançou os filmes El fantasma del convento (1934), Dos monjes (1934), and El Misterio del rostro pálido (1935), o que o fez ser considerado o pai do terror mexicano.
Muitos anos depois, outros nomes se sobressaíram, conforme as tendências do cinema se modificaram. Entre os anos 1960 e 1980, Carlos Enrique Taboada fez sucesso com seus filmes atmosféricos que lembravam as narrativas góticas do final do século XIX. Taboada fez tanto sucesso que ainda hoje é relembrado entre os mexicanos e citado como referência para autores e novos diretores. Em Gótico Mexicano, de Silvia Moreno-Garcia, a personagem principal Noemí Taboada recebeu o sobrenome em homenagem ao diretor.
A partir dos anos 1990, Guillermo Del Toro passou a ser constantemente citado como um dos grandes fenômenos do terror do país. Seu sucesso aumentou de forma gradual durante os anos 2000, e hoje é sinônimo de monstros e contos de fadas sombrios.
Dos diretores mais novos aos mais velhos, o fato é que o terror mexicano é interessante e surpreendente. Selecionamos 8 filmes para você começar a se aventurar.
Alucarda
Alucarda, 1977 // Justine é enviada a um convento e lá acaba se tornando amiga de uma jovem chamada Alucarda, criada desde seu nascimento pelas freiras do local. Certo dia, caminhando pela floresta, as duas garotas se encontram com uma figura sinistra na floresta. Desse encontro, diversos acontecimentos parecem transformar o convento em um lugar aterrorizante e sombrio, afetando a vida de todos que habitam ali. O filme, dirigido por Juan López Moctezuma e levemente inspirado em Carmilla, de Sheridan Le Fanu, se tornou um clássico cult e angariou uma legião de fãs.
LEIA+: 8 PÉROLAS MACABRAS DO CINEMA DE TERROR ESPANHOL
Veneno para as Fadas
Veneno para las hadas, 1986 // Uma jovem convence sua amiga que é uma bruxa e faz com que ela a ajude a alcançar seus objetivos — por mais arriscados que eles lhe pareçam. Até que as coisas saem do controle e a segurança das duas entra em jogo. Dirigido por Carlos Enrique Taboada, um dos nomes mais importantes do terror mexicano, o filme é um dos mais conhecidos e queridos pelo público. Bruxaria, terror com crianças… ingredientes perfeitos para um filme aterrorizante.
Até o Vento tem Medo
Hasta el viento tiene miedo, 1968 // Outro sucesso de Taboada, dessa vez um pouco menos conhecido mas tão bom quanto todos os outros do diretor. Em Até o Vento tem Medo, as garotas de um internato passam por uma série de terrores conforme um fantasma, com um objetivo aterrorizante, passa a aparecer em suas vidas. Um filme atmosférico e completamente assustador.
Cronos
Cronos, 1993 // Guillermo del Toro é um dos grandes mestres quando se trata de terror e monstros. O diretor mexicano já fez uma série de filmes que conquistaram o coração do público. Em Cronos, durante a Inquisição, em 1536, um alquimista de Veracruz, no México, constrói um objeto poderoso que pode manter a vida daquele que o possui. Séculos depois, um curador de antiquário acaba redescobrindo o item. Entretanto, o que poderia ser uma ótima conquista, acaba colocando sua vida e a vida de sua neta em perigo.
LEIA+: 10 FILMES DE GUILLERMO DEL TORO QUE VOCÊ DEVERIA ASSISTIR
Os Tigres Não Têm Medo
Vuelven, 2017 // Uma das grandes revelações do cinema mexicano de terror dos últimos anos foi Issa López, com o filme Os Tigres Não Têm Medo, um filme que mistura contos infantis com uma atmosfera pesada e densa de crítica social. No filme, um grupo de crianças tenta sobreviver a uma guerra do cartel de drogas se apegando na amizade que os uniu e aos desejos de seus corações.
México Bárbaro
México Bárbaro, 2014 // Oito diretores mexicanos se reúnem para formar essa antologia com tradições e histórias do país. Isaac Ezban dirige “La cosa mas preciada”; Laurette Flores Bornn é responsável pelo segmento “Tzompantli”; Jorge Michel Grau dirige o segmento “Muñecas”; Ulises Guzman fica por conta de “Siete veces siete”; Edgar Nito dirige “Jaral de Berrios”; Lex Ortega participa com “Lo que importa es lo de adentro”; Gigi Saul Guerrero dirige “Día de los Muertos”; e Aaron Soto o segmento “Drena”.
LEIA+: 10 FILMES TRANSGRESSORES PARA VOCÊ CONHECER O LADO MACABRO DO CINEMA FRANCÊS
Somos o que Somos
Somos lo que hay, 2010 // A morte do patriarca da família chega com diversas responsabilidades: os mais novos serão os responsáveis pela preparações de todos os rituais, incluindo a preparação das refeições. A diferença, entretanto, é que essa não é uma família comum, e sim uma família de canibais. Dirigido por Jorge Michel Grau, o filme recebeu um remake norte-americano em 2013, com direção de Jim Mickle.
Os Parecidos
Los Parecidos, 2015 // Em um dia chuvoso de outubro de 1968, um grupo de oito estranhos, presos em uma estação de ônibus, começam a experienciar um estranho fenômeno. Contar mais que isso seria estragar a surpresa — e que surpresa! Dirigido por Isaac Ezban.
*
Gostou do texto? Leia também 10 filmes sul-coreanos bem macabros para conferir na Netflix. Comente este post com a Macabra no Twitter e Instagram.