Lisa Frankenstein: uma comédia romântica de terror

Prepare-se para uma aventura eletrizante, repleta de cores vibrantes e monstruosidade em alta voltagem. Lisa Frankenstein pode não ter data de estreia no Brasil, mas já tem lugar cativo em nossos corações.

Em 1989, uma garota nada popular no Ensino Médio sem querer reanima um cadáver vitoriano e começa a transformá-lo no cara dos seus sonhos — usando uma câmara de bronzeamento artificial em sua garagem. Essa é a sinopse de um dos filmes mais aguardados do ano.

Ainda sem data oficial para ser lançado no Brasil, estamos de olho em todas as novidades de Lisa Frankenstein, novo sucesso de Diablo Cody e Zelda Williams. Cada pôster atiça mais nossa curiosidade, cada trailer nos faz mais vontade de assistir ao filme.

Para dividir esse amor elétrico com vocês, separamos curiosidades que fazem de Lisa Frankenstein um possível sucesso que merece a atenção.

O filme

No final dos anos 1980, uma jovem e pouco popular chamada Lisa (Kathryn Newton) acaba revivendo um cadáver do período vitoriano (Cole Sprouse) durante uma tempestade. Conforme os dois vão se conhecendo, Lisa resolve reconstruir o jovem cadáver, utilizando partes do corpo de outras pessoas e uma cama de bronzeamento que tinha em sua garagem.

O filme tem direção de Zelda Williams e foi escrito por Diablo Cody. Williams pode ser considerada nova em sua carreira como cineasta, tendo dirigido principalmente videoclipes musicais e episódios de série, além de ser atriz e dubladora. Mas Cody é figurinha carimbada entre os fãs de filmes adolescentes — e ganhou notoriedade especial entre os fãs de terror por ser a roteirista do sucesso Garota Infernal

Confira o trailer oficial abaixo.

Diablo Cody

Diablo Cody para a Vogue em março de 2013.

Diablo Cody tem uma extensa carreira como roteirista, e é um dos maiores motivos por estarmos curiosos com essa nova produção. Na ativa desde 2007, é impressionante a sua capacidade de emplacar narrativas que são facilmente reconhecidas em sua audiência. Podemos observar isso em seus filmes de maior sucesso: Juno (2007), Garota Infernal (2009) e Tully (2018).

Em Juno, Cody trabalhou com a gravidez na adolescência para fazer um filme sensível e até divertido, mas que ainda assim conversava com uma parte às vezes esquecida, que são as jovens que se encontram nessa situação. Delicado e emocionante, o filme facilmente encontrou seu público em seu lançamento. Por ele, Cody ganhou um longo número de prêmios por melhor roteiro, como Oscar, BAFTA, Critics’ Choice e Globo de Ouro.

Diablo Cody e Kathryn Newton em evento de lançamento de Lisa Frankenstein.

Já em Garota Infernal, acompanhamos a amizade de duas amigas de longa data transformada em terror após uma delas passar por uma experiência traumática e se tornar outra coisa. Deixando as alegorias de lado, Garota Infernal trata principalmente das mudanças adolescentes. Um coming of age que foi vendido erroneamente pelo marketing, mas encontrou seu espaço anos mais tarde com o mesmo público ao qual ele teria sido destinado em seu lançamento: jovens mulheres (agora) na casa dos vinte e poucos.

Garota Infernal, 2009.

Tully apostou em um público mais velho, um filme que aborda as mazelas da maternidade de uma forma cômica, mas também dramática, e demonstra como é um universo cansativo. Mesmo focando em uma audiência diferente (ou nem tanto assim, já que escrevia para adolescentes nos anos 2000, e esses adolescentes já estavam ali na casa dos 30 no lançamento de Tully), Cody mantém o diálogo franco e sua escrita experiente.

O marketing

Fazendo um trabalho muito melhor do que foi feito em 2009 com o lançamento de Garota Infernal, que apostou em uma audiência masculina com pôsteres e péssimo gosto colocando Megan Fox em destaque como uma adolescente sexy — talvez evocando os besteiróis como Show de Vizinha e outros lançados naquela década —, Lisa Frankenstein acertou em cheio o alvo com seus pôsteres coloridos, cheios de neon, um visual arrebatador da personagem de Kathryn Newton e cenários adoráveis — o quarto de Lisa é pra deixar qualquer fã de terror fascinado buscando as referências.

Os trechos divulgados sobre o filme até o momento também nos deixam com gostinho de quero mais. Longe de entregar toda a história para nós, já pudemos ver algumas interações entre o casal protagonista através de trechos no instagram oficial do filme.

Além disso, até um joguinho em 8-bit foi lançado para comemorar a estreia do filme! Lisa Frankenstein Slay and Decay é um jogo para navegador e é tudo que você precisava para procrastinar um pouquinho as tarefas do dia. Clique aqui para ir até o site do jogo.

Os atores

Já podemos dizer que Kathryn Newton é uma scream queen da nova geração de atrizes do terror. A atriz esteve em Atividade Paranormal 4 (2012), em seis episódios de Supernatural como a aprendiz de caçadora Claire Novak (2014–2018) e foi a (excelente) protagonista de Freaky – No Corpo de um Assassino (2020) ao lado de Vince Vaughn.

Mas outros nomes chamam a atenção no elenco. Cole Sprouse, por exemplo, que divide o protagonismo com Lisa, é um ator mirim que cresceu e ganhou destaque ao longo de Riverdale, sendo um dos personagens mais queridos dos fãs, Jughead. Carla Gugino, parceira de longa data nas produções de Mike Flanagan, também tem um papel na produção. 

Além deles, outros nomes de destaque são Trina LaFargue, atriz em Segredos em Sulphur Springs 2021–2023; Jenna Davis, que fez a voz de M3gan em M3gan (2022); e Liza Soberano, dubladora na série animada Trese (2021)

As influências

Zelda Williams e Diablo Cody

Além da influência óbvia da nossa adolescente favorita Mary Shelley, que tinha apenas 18 anos quando publicou essa obra seminal da ficção científica e do terror, Diablo Cody ainda comentou, em entrevista ao Bloody Disgusting, algumas outras influências para a criação de Lisa Frankenstein.

Dentre os filmes citados estão Mulher Nota 1000 (1985), dirigido por John Hughes, que acompanha dois adolescentes que querem criar a mulher perfeita; A Noite do Cometa (1984), clássico injustiçado que não recebe o carinho que deveria dirigido por Thom Eberhardt; e Os Fantasmas se Divertem (1988), um dos maiores clássicos da carreira de Tim Burton. É fácil ver onde estão as influências de Mulher Nota 1000 e Os Fantasmas se Divertem, mas é a comédia absurda e as falas afiadas de A Noite do Cometa que chamam a atenção e faz com que qualquer fã do filme fique interessado. Além desses três filmes que estão mais próximos ao tema do longa, Cody também cita Gatinhas e Gatões como influência.

A Noite do Cometa, 1984.

Na mesma entrevista, Cody e Williams contaram um pouco dos seus favoritos quando se trata de terror dos anos 1980 e que, de certa forma, influenciam seus trabalhos dentro do gênero no geral. Cody cita A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos (1987) e Williams cita O Enigma de Outro Mundo (1982), Dia dos Mortos (1985) e, dos anos 1970, Alien, O Oitavo Passageiro (1979).

Tá, mas quando é a estreia no Brasil?

Esse é o maior problema. Ainda não sabemos. Até o momento, nenhuma distribuidora se pronunciou sobre o lançamento de Lisa Frankenstein em terras brasileiras.

A produtora responsável pelo filme é a MXN Entertainment. Como empresa, a produtora tem poucos créditos — dentre eles, os filmes distribuídos pela Netflix Quando nos Conhecemos (2018) e Noitários de Arrepiar (2021). Mas, unidos, os clientes de Michelle Knudsen e Mason Novick têm muitos sucessos. Knudsen foi uma das produtoras de Queen & Slim (2019), e Novick esteve envolvido com (500) Dias Com Ela (2009), e já trabalhou anteriormente com Diablo Cody em Juno (2007), Garota Infernal (2009) e Tully (2018)

Unindo os sucessos dos produtores, era de se esperar que houvesse um maior interesse no lançamento de Lisa Frankenstein por aqui — e seria um ótimo momento para ser lançado, levando em consideração que Pobres Criaturas está em cartaz, e Frankenstein é um dos assuntos mais populares entre os cinéfilos. 

É normal, também, que alguns filmes levem mais tempo para ter seus lançamentos oficializados no Brasil, como foi o caso de O Mal que Nos Habita, lançado originalmente entre outubro e novembro de 2023 no circuito comercial e em serviços de streaming nos Estados Unidos e Argentina, mas somente chegou por aqui na última semana de janeiro. Existem muitos trâmites legais e discussões de direitos quando o lançamento de um filme está para acontecer.

Releia o clássico

Frankenstein é um dos maiores sucessos do terror e da ficção científica. Com uma quantidade assombrosa de adaptações (e filmes baseados em sua história), o clássico de Mary Shelley já foi lido, relido, discutido e destrinchado por acadêmicos e outros autores e artistas.

LEIA+: AS CRIATURAS DO MESTRE BERNIE WRIGHTSON

Um dos artistas a se debruçar sobre a obra foi o mestre Bernie Wrightson, ilustrador de renome de revistas de terror como a Eerie e a Creepy. Wrightson criou uma série de ilustrações para Frankenstein, que foram reunidas em uma edição para lá de especial do clássico de Shelley. Frankenstein: Monster Edition foi lançado pela Macabra em parceria com a DarkSide Books, e é um espetáculo visual. Uma edição à autora dessa obra que, há mais de duzentos anos, conquista o coração de leitores.

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Mesmo que não saibamos quando Lisa Frankenstein vai despontar nos cinemas brasileiros, é um filme para ficarmos de olho. Por aqui, estamos curiosos e torcemos para que a estreia aconteça em breve. 

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Acordo cedo todos os dias para passar o café e regar minhas plantas na fazenda. Aprecio o lado obscuro da arte e renovo meus pactos diariamente ao assistir filmes de terror. MACABRA™ - FEAR IS NATURAL.